quarta-feira, 28 de abril de 2010
Povo judeu, povo do Livro
segunda-feira, 26 de abril de 2010
É verdade que os cristãos são sempre solidários?

Pensando nas últimas notícias de catástrofes naturais devido aos desvarios do clima, lembrei de que nem sempre fica evidente o amor cristão para com o próximo. Porque falo isto? Muitas vezes na própria igreja onde congrega, o crente não encontra o conforto e o alívio de suas necessidades quando o infortúnio bate em sua porta. E nem sempre será por alterações climáticas que possam afetar seu cotidiano, mas bem pode ser por estar desempregado. Ou, pode ser que aquele irmão trabalhe, todavia, possui um baixo salário, que não supre adequadamente suas necessidades diárias. Onde fica então o interesse da comunidade cristã por seus necessitados?
Encontram-se em todas as igrejas, pessoas necessitadas. Sim, creio que cada congregação dos santos possui a sua cota de irmãos que passam por situações de carências no que tange ao comer e ao vestir e calçar. Também incluem-se nesta lista, energia elétrica, água e gás. Saúde, acesso ao transporte público não podem ser esquecidos. Não posso aceitar passivamente a realidade de que também nas igrejas existem irmãos mais abastados, mais “abençoados”, que até são dizimistas e ofertantes, mas que não vão além, não caminham a segunda milha no tocante a ajudar de forma mais consistente o verdadeiramente necessitado.
Às vezes, acontece nas igrejas uma condenável inversão. Faz-se apelo para ajudar alguém que esteja longe, seja ele quem for, e esquece-se ou ignora-se aquele que está ao lado. É porque ajudar alguém de fora ou de longe, parece que dá mais “créditos” a quem assim o faz, seja a Igreja como um todo ou o cristão individualmente. O irmão está ao nosso lado no culto, cumprimentamos e até apertamos sua mão e o abraçamos, mas, muitas vezes, não desejamos saber sinceramente, do fundo do coração, como ele está e se está com alguma necessidade a ser suprida de imediato (Rm 12.13). Gostei da maneira como David Stern verteu esta passagem em o Novo Testamento Judaico (Editora Vida): “Partilhem o que têm com o povo de Deus e sejam hospitaleiros.”
Tanto os de fora de nossa comunidade, os que estão longe, como os domésticos, os da casa, são objeto de nossa denodada atenção. Incorreremos em pecado diante do Senhor, principalmente quando sabemos antecipadamente quem é aquele irmão que está ao nosso lado, ou com quem encontramos nos corredores da congregação, sua vida, seu trabalho (se estiver empregado), seu padrão de vida, não é mesmo verdade que é possível fazer um retrato de alguém apenas observando-a sem nada falar? Deixemos de hipocrisia: o que há muitas vezes entre irmãos em Cristo, é a má vontade e o desinteresse sobre as necessidades do outro.
O apóstolo Tiago escreveu assim: “Meus irmãos, que aproveita se alguém disser que tem fé, e não tiver as obras? Porventura a fé pode salvá-lo? E, se o irmão ou a irmã estiverem nus, e tiverem falta de mantimento quotidiano, e algum de vós lhes disser: Ide em paz, aquentai-vos e fartai-vos; e não lhes derdes as coisas necessárias para o corpo, que proveito virá daí? Assim também a fé, se não tiver as obras, é morta em si mesma” (Tg 2.14-17). Sem generalizações, evidentemente, desejo aqui indagar: Não é assim que as coisas se sucedem muitas vezes entre nós? Afirmamos com toda a nossa empáfia acerca de nossa profissão de fé em Cristo, mas não traduzimos esta fé em obras de amor ao próximo – bem próximo, diga-se de passagem. O que Tiago afirma dispensa maiores comentários, suas palavras falam por si mesmas, de uma forma ou de outra, você e eu poderemos estar enquadrados nesta palavra.
Um outro aspecto ainda mais condenável que ocorre em muitas congregações ditas cristãs, está relacionado a preferências pessoais e amizades mais chegadas. Isto impede ainda mais o livre fluir do amor entre os membros do Corpo de Cristo. Tiago também tem uma palavra contra isto: “Meus irmãos, não tenhais a fé de nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor da glória, em acepção de pessoas”; “Mas se fazeis acepção de pessoas, cometeis pecado, e sois redarguidos pela lei como transgressores.” (Tg 2.1,9). No contexto destes versículos, o autor fala sobre fazer distinção entre o rico e o pobre. Para o rico, toda a honra e solicitude. Para o pobre, sempre o lugar secundário e menos importante. Isto acontece infelizmente, em quase todo ajuntamento de cristãos.
Urge que sejamos mais praticantes do amor de Nosso Senhor Jesus Cristo. Ele disse que se amarmos uns aos outros, todos reconheceriam que de fato, somos Seus discípulos (Jo 13.35). Neste capítulo, a grandiosa demonstração de humildade de Nosso Senhor, traduzida na lavagem dos pés, serviço este que cabia ao mais humilde servo da casa, leva-nos a fazer da mesma forma, ou seja, verificando com acuracidade a necessidade de nosso irmão. Parando de cumprimentá-lo superficialmente, perguntando, “E aí meu irmão, tudo bem contigo?”, mas todos nós sabemos que, em grande maioria dos casos, a pergunta é, de fato, superficial. Temos medo que o irmão abra o coração, passando a narrar suas vicissitudes e problemas. Principalmente em dias de forte apelo da famigerada Teologia da Prosperidade. Neste caso, o crente não pode ser pobre, não pode estar doente, não pode estar infeliz, é um Cristianismo “contos de fadas”, belo e encantado.
Ao ler a seguinte passagem: “Quem, pois, tiver bens do mundo, e, vendo o seu irmão necessitado, lhe cerrar as suas entranhas, como estará nele o amor de Deus?” (1 Jo 3.17), fico a pensar que muitas vezes procuramos não “ver”, ou seja, indagar as condições de vida de nosso irmão, procurando de alguma forma o seu bem-estar no que estiver em dificuldade. Propositadamente ignoramos, não fazendo as perguntas certas que deveriam ser feitas visando alcançar o âmago da necessidade alheia para ajudá-la.
“Meus filhinhos, não amemos de palavra, nem de língua, mas por obra e em verdade” (1 Jo 3.18). Se já procedemos desta maneira, estamos glorificando ao Nosso Senhor, mostrando a realidade de nossa fé e que de fato, procedemos como súditos do Reino de Deus. Se não fazemos assim ainda, conclamo a todos (incluindo a mim mesmo): Pensem nisto!
sábado, 24 de abril de 2010
Porque é tão importante a correta exegese bíblica

Sim, é possível. Se assim não fosse, Jesus não teria dito aos Seus discípulos de que o Consolador, o Espírito Santo viria e os ensinaria (Jo 14.26; 1 Jo 2.27) e guiaria em toda a verdade (16.13). Desta forma, temos a certeza de que é interesse vital do Senhor Deus de que saibamos exatamente Sua vontade, Seus propósitos, porque não saberemos plenamente se interpretamos de forma errônea o que Ele disse.
O apóstolo Pedro chegou a mencionar de que nas cartas do apóstolo Paulo, haviam coisas difíceis de entender (2 Pe 3.15,16) e que os indoutos e inconstantes torciam bem como também as demais Escrituras, para sua própria perdição. Portanto, já naquela época, haviam aqueles que interpretavam de forma errada a Bíblia e acontecia com eles o que Jesus disse em relação aos saduceus em Mt 22.29: “Jesus, porém, respondendo, disse-lhes: Errais, não conhecendo as Escrituras, nem o poder de Deus.” A distorção das Escrituras não partirá jamais de Seu Autor, mas, além das limitações humanas, além da natureza pecaminosa do homem, existe um ser que se deleita em distorcer o sentido real das Escrituras, Satanás, vemos isso na tentação de Jesus, onde procurou distorcer a aplicação do Salmo 91 versos 11 e 12 e também ao tentar Eva, induzindo-a acreditar que seriam imortais (Gn 3.4 – note que Eva no verso 3 facilitou grandemente o trabalho da serpente ao dizer o que Deus não havia falado, de que além de não comer, não deveriam tocar no fruto da árvore, Deus não disse isso), também fez com que Eva acreditasse de que seriam como Deus, conhecendo todas as coisas como Deus conhece.
É algo que se mostrou letal para a humanidade, a interpretação errônea das palavras divinas. E continua trazendo seus efeitos deletérios hoje, quando nós, redimidos pelo sangue do Cordeiro e constituintes de Seu Corpo, a Igreja, estamos miseravelmente falhando na exegese do texto bíblico, trazendo muita confusão e servindo de empecilho ao crescimento e avanço do Reino de Deus na terra. A Bíblia em várias passagens, categoricamente fala sobre o fator sobremaneira fundamental que é interpretar corretamente o que está escrito. Passagens como Dt 4.2: “Não acrescentareis à palavra que vos mando, nem diminuireis dela, para que guardeis os mandamentos do Senhor vosso Deus, que eu vos mando.” Introjetar meus próprios pensamentos ao texto santo, a chamada eisegese, ou removendo o que Deus falou, é pecado. Também em Dt 12.32: “Tudo o que eu te ordeno, observarás para fazer; nada lhe acrescentarás nem diminuirás.” Uma outra passagem significativa está em Pv 30.6: “Nada acrescentes às suas palavras, para que não te repreenda e sejas achado mentiroso.” Creio que muitos estão nesta condição de mentirosos diante de Deus porque acrescentam sem nenhum pudor à Sua Palavra revelada, o que Ele absolutamente não falou.
Esta é uma questão de vida ou morte de fato porque a última passagem que gostaríamos de discorrer está em Ap 22.18,19: “Porque eu testifico a todo aquele que ouvir as palavras da profecia deste livro que, se alguém lhes acrescentar alguma coisa, Deus fará vir sobre ele as pragas que estão escritas neste livro; E, se alguém tirar quaisquer palavras do livro desta profecia, Deus tirará a sua parte do livro da vida, e da cidade santa, e das coisas que estão escritas neste livro.” São as palavras santas e solenes de Jesus Cristo glorificado. Refere-se Ele primariamente ao próprio livro de Apocalipse, mas que por extensão, pode ser aplicado igualmente a toda Bíblia, revelação de Deus para o homem, assim como o próprio livro de Apocalipse – gr. apokalupsis “revelação”.
Conforme Roy B. Zuck, a correta interpretação é importante porque: 1) É essencial para a compreensão e para o ensino correto da Bíblia; 2) Porque a interpretação bíblica é uma etapa essencial que sucede à observação; 3) Porque a interpretação da Bíblia é essencial para a sua aplicação correta. Mesmo em vista disto, o autor não nega o fato de que realmente constitui-se um desafio fazermos uma correta interpretação bíblica por causa de alguns abismos, são eles: do tempo (cronológico), do espaço (geográfico), dos costumes (cultural), do idioma (linguístico), da escrita (literário), espiritual (sobrenatural). O espaço não permite uma maior explanação de cada um desses fatores, mas é inegável o fato de que há passagens da Bíblia que são simples e fáceis de se entender, porém outras em que há grande dificulade de entendimento.
Sendo a exegese a compreensão do texto bíblico em seu sentido dentro de seu contexto histórico e literário, podem de fato ocorrer dificuldades e até distorções. Mas o que chamo atenção nesta breve admoestação é sobre a grande quantidade de chamados cristãos que, se intencionalmente ou não, Deus o sabe, interpretam a seu bel-prazer as Sagradas Escrituras do AT e NT e com isso prestam um desserviço ao Evangelho.
Oportunamente poderemos voltar a abordar assunto de tão grande interesse, mas gostaria que você amado leitor, pudesse realmente atentar para o que acabou de ler, porque mesmo com passagens de difícil interpretação, deveremos ter grande zelo em consevar as sãs palavras reveladas a nós. Sejamos todos prudentes portanto, no trato com o texto sagrado.
Por favor, pense nisto.
quinta-feira, 22 de abril de 2010
As cinzas do vulcão e as cinzas da civilização atual

Durante alguns dias, a população da Europa ficou estarrecida com a potência da erupção de um vulcão na Islândia, este país que é uma ilha e fica no Atlântico Norte, entre as Ilhas Britânicas e a Groenlândia. As cinzas, com a força do vento, espalharam-se pelos céus do continente europeu, o que ocasionou transtornos aos cidadãos e por consequência acabou de uma ou outra forma afetando a todo o mundo. Pousos e decolagens foram proibidos, haja vista que as cinzas tem o poder de fazer com que as turbinas de um avião deixem de funcionar em pleno vôo.
Isto por si só nos dá a dimensão da enorme quantidade de material que o vulcão islandês expeliu de suas entranhas, e de como eventos naturais têm em si o poder de paralisar as atividades humanas. As nuvens de cinza vulcânica, devido sua densidade, pairaram nos céus europeus durante alguns dias e grande foram os prejuízos para as pessoas. Compromissos de negócios foram cancelados, produtos deixaram de ser entregues, assim como também correspondências, turistas e passageiros não puderam deixar os aeroportos, um caos que não deixa de levar-nos a um questionamento: Se um evento natural como este que foi localizado e durou alguns poucos dias, teve o poder de transtornar o cotidiano das populações, o que será deste mundo quando Deus enviar seus juízos conforme está profetizado em Apocalipse?
Imagino isto lembrando-me da perversidade da civilização humana, que embora aparente ser autosuficiente, embora tenha avançado em muitas áreas e trazido benefícios para o ser humano, todavia continua em seu curso de oposição a Deus e à sua Palavra (Rm 1.18-32). Nesta passagem de Romanos, o apóstolo Paulo descreveu com precisão o que é o homem em sua relação para com o Senhor Deus. Em sua justiça, Deus haverá de castigar toda a maldade dos homens: “Porque do céu se manifesta a ira de Deus sobre toda a impiedade e injustiça dos homens, que detém a verdade em injustiça” (1.18). A arrogância dos homens será abatida no dia do Senhor – dia este que refere-se ao período em que estará enviando seus juízos, é o mesmo período da Grande Tribulação, onde o mundo estará entregue ao governo mundial anticristão e as Bestas de Ap 13, ou seja, o Anticristo e o Falso Profeta estarão comandando os destinos do mundo.
Deus transtornará o atual sistema mundial. A Bíblia altissonantemente, em termos que não deixam dúvidas de que cabalmente dar-se-á seu cumprimento, fala desta maneira como por exemplo em Isaías 13.9-11: “Eis que vem o dia do Senhor, horrendo, com furor e ira ardente, para pôr a terra em assolação, e dela destruir os pecadores. Porque as estrelas dos céus e as suas constelações não darão a sua luz; o sol se escurecerá ao nascer, e a lua não resplandecerá com a sua luz. E visitarei sobre o mundo a maldade, e sobre os ímpios a sua iniquidade; e farei cessar a arrogãncia dos atrevidos, e abaterei a soberba dos tiranos.”
Ou seja, por mais que os humanistas otimistas e ateus de plantão, ou os adeptos da Nova Era afirmem o contrário, por mais que ensinem que o homem e a civilização passem por uma crise mas que isso dará origem a uma época áurea de paz, de fraternidade e amor universais, como esta descrito na letra da música Hair “Harmonia e compreensão/Simpatia e confiança abundantes/Não mais falsidade ou zombarias/Sonhos reais dourados de visões/ Revelação mística do cristal/E a verdadeira libertação da mente/Aquário!/Aquário!”, a Palavra de Deus se cumprirá cabalmente, contrariamente aos sonhos místicos humanos, Deus afirmou para o profeta Jeremias de que Ele, o Senhor vela sobre a Sua Palavra para a cumprir (Jr 1.12).
Apocalipse 17 e 18 fala sobre a queda de Babilônia. Babilônia aqui é representativo da civilização mundial, em sua última forma conforme o sonho de Nabucodonosor da grande estátua, onde os pés desta eram em parte de ferro e em parte de barro (Dn 2.33). As pernas da estátua eram de ferro e representavam o Império Romano (40; 7.7). E os pés com sua mistura ilógica de barro e ferro, representam a última forma de governo que em breve assumirá o palco do mundo em nossos dias. E será exatamente neste período de governo, a última e mais terrível forma de governo humano que existirá, que Deus haverá de intervir poderosamente para entronizar-se como Único e Soberano Senhor, através de Seu Filho, Jesus Cristo (Dn 2.44; 7.13,14).
Em Ap 18.8 está escrito: “Portanto, num dia virão as suas pragas, a morte, e o pranto, e a fome; e será queimada no fogo; porque é forte o Senhor Deus que a julga.” Também em 2 Pe 3.10 é dito assim: “Mas o dia do Senhor virá como o ladrão de noite; no qual os céus passarão com grande estrondo, e os elementos, ardendo, se desfarão, e a terra e as obras que nela há, se queimarão.” Creio que não há dúvida alguma portanto sobre o que estamos relatando aqui, ou seja, haverá uma consumação total em tudo que se refere à civilização humana, Deus nada deixará de pé, tudo será destruído pelo fogo da justiça divina. O julgamento de Deus sobre os homens é, portanto, líquido e certo, leia também, Isaías capítulos 24 até o 27, o livro do profeta Sofonias, Mateus 24, Marcos 13, Lucas 21, são passagens bíblicas (estes são alguns exemplos, existem muitas outras referências) que provam o que Deus fará ao mundo e aos ímpios.
Bem diz o profeta Malaquias: “E pisareis os ímpios, porque se farão cinzas debaixo das plantas de vossos pés, naquele dia que estou preparando, diz o Senhor dos Exércitos” (3.3). É esta realidade terrível que aguarda a todos os que rejeitarem ao bom governo de Deus em suas vidas. Não escaparão de forma alguma (1 Ts 5.3), mas serão julgados pelo Senhor Deus porque tiveram prazer na iniquidade (2 Ts 2.12) e não obedeceram ao Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo (2 Ts 1.8).
Agora, como crentes em Cristo, devemos mais ainda apressar a pregação de Sua Palavra a fim de “livrar os que estão sendo levados para a morte, e aos que estão sendo levados para a matança” (Pv 24.11). A única esperança para o mundo é o Evangelho. Nosso testemunho deste Evangelho é fundamental para que vidas sejam tiradas do engano de uma vida de pecado e escapem do justo juízo de Deus destinado a todos que permanecerem rebeldes a Ele.
Crente em Jesus, pense nisto.
segunda-feira, 19 de abril de 2010
Orgulho, marca por excelência do homem pecador

Reinhold Niebuhr, teólogo alemão,escreveu o seguinte em seu livro The nature and destiny of man (1949): “Quando a ansiedade concebe, dá a luz ao orgulho e à sensualidade. O pecado do homem é orgulho quando ele procura elevar sua existência contigente à significação incondicional. É sensualidade, quando procura escapara de suas limitadas possibilidades de liberdade, dos perigos das responsabilidades de auto determinação, mergulhando nos bens mutáveis, perdendo-se em alguma forma de vitalidade natural” (p. 186).
A marca por excelência do homem pecador é o orgulho. Assemelha-se o homem com Satanás neste mister. Isto porque, a antiga serpente, ousadamente, conforme Isaías 14.12-15, intentou subir, exaltar, assentar-se e ser igual ao Altíssimo. Todos estes verbos demonstram uma só coisa: o orgulho surgido em seu coração. Foi uma atitude de rebeldia no sentido de desprezar seus limites, colocados pelo Criador. Sua tentativa de usurpação resultou na quebra da harmonia que havia entre ele e Deus. Naturalmente nasceu a hostilidade milenar entre a criatura Satanás e o Criador.
Tentado o homem pelo diabo no Éden e cedendo às suas insinuações, tornou-se semelhante a este em sua rebeldia contra o Senhor Deus. O homem também tenta ultrapassar os limites de sua condição de criatura. A partir da Queda, todos os empreendimentos humanos passam a caracterizar-se pelo orgulho, pela soberba, por sua tentativa de ser Deus. O homem tenta romper, orgulhosamente, as barreiras de sua própria finitude.
Niebuhr advoga que a história ajuda-nos a identificar pelo menos três tipos de orgulho: orgulho do poder, orgulho intelectual e orgulho moral.
No orgulho de poder, segundo Niebuhr, o homem, inseguro diante de suas naturais limitações, sente o desejo de adquirir poder para sentir-se seguro. Aprende que nas relações com outros seres humanos, o poder é fundamental para concretizar seus objetivos. Mas, como qualquer outra categoria do ter, a sede de poder tornou-se insaciável. Quanto mais adquire, mais poder o homem deseja adquirir.
No orgulho intelectual, vemos que o homem foi tentado no Éden justamente neste aspecto, a possibilidade de o homem conhecer como Deus conhece. Tenta-se aqui fazer com que a mente finita ultrapasse os limites naturais de suas possibilidades. O orgulho intelectual é a clara atitude insensata da razão humana, deixando de lembrar que ela, a racionalidade humana, somente se realiza dentro dos limites de sua temporalidade.
O orgulho moral, segundo Niebuhr, é a mais terrível forma de orgulho, isto porque apresenta-se travestida de uma falsa piedade. O homem envaidecido em seu orgulho moral, crê possuir a verdade absoluta e incondicional. Estabelece por si mesmo aquilo que considera bom como algo de valor universal. A chamada justiça própria, é a mais clara expressão de orgulho moral, levando o homem a autojustificar-se e ao mesmo tempo, ao constante julgamento e à condenação de seu próximo. Julgando por seus próprios padrões, este tipo de pessoa se julga boa, e ao julgar as outras pessoas por esses mesmos valores, conclui que, aqueles que discordarem de si são consideradas pessoas más. Niebuhr conclui afirmando que o orgulho moral é a pretensão do homem finito de transformar sua virtude condicional em justiça final e seus padrões morais em padrões absolutos.
A Palavra de Deus muito tem a dizer sobre o orgulho humano. De fato, o homem caído, deriva de seu Inimigo este pecado, tornando-se semelhante ao mesmo. Tanto é assim que Paulo, recomenda a Timóteo que não consagrasse alguém ao ministério pastoral se o candidato fosse alguém ainda novo na fé, um neófito portanto, porque poderia ensoberbecer-se e cair nesta mesma condenação do diabo (1Tm 3.6). O coração do homem é um coração soberbo e naturalmente arrogante. Há uma continuada condenação nas Escrituras contra a arrogância humana. Infelizmente, a natureza humana foi infectada pelo orgulho por intermédio da Queda.
O sábio Salomão afirma em Pv 16.5: “Abominação é ao SENHOR todo o altivo de coração; não ficará impune mesmo de mãos postas.” O livro de Provérbios em si mesmo traz orientações e esclarecimentos excelentes sobre este pecado. Vejamos mais esta passagem: “A soberba do homem o abaterá, mas a honra sustentará o humilde de espírito” (29.23). Não é o legítimo sentimento de dignidade pessoal ou o respeito que Deus abomina, mas sim, o amor-próprio, ou justiça própria como tão bem frisou Niebuhr, justiça esta que é soberba e indesejável, inteiramente desproporcionada, muito além do real valor que o indivíduo possui.
Mas são as palavras do Verbo feito carne, nosso Senhor Jesus Cristo, que dão um peso ainda maior às afirmações das Sagradas Escrituras desta marca do homem pecador. Ele disse isto sobre o coração do homem: “Porque do interior do coração dos homens saem os maus pensamentos, os adultérios, as prostituições, os homicídios, os furtos, a avareza, as maldades, o engano, a dissolução, a inveja, a blasfêmia, A SOBERBA, a loucura. Todos estes males procedem de dentro e contaminam o homem” (Mc 7.21-23).
Há um remédio eficaz contra este e todos os outros pecados do coração humano. É o sangue do Cordeiro que foi vertido por nós e nos limpa de todo pecado (1 Jo 1.7). E ainda quanto ao orgulho, é necessário que o crente aprenda a antítese do mesmo que é a humildade. Jesus é o próprio ensinador desta virtude leia: “Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo, E APRENDEI DE MIM, que sou MANSO e HUMILDE de coração; e encontrarei descanso para vossas almas. Porque o meu jugo é suave e o meu fardo é leve” (Mt 11.28-30).
O orgulho é a marca do homem caído. Se Jesus está em nossa vida, temos então, pela graça de Deus, a virtude de sermos iguais a Ele, exalando mansidão e humildade em todos os nossos tratos com outras pessoas. O Espírito Santo pode, agora mesmo, se nós admitirmos nossa natural inclinação à soberba, começar um trabalho transformador em nosso coração.
Por favor, pense nisto.
terça-feira, 13 de abril de 2010
O Reino de Deus, nossa prioridade

Todos nós que fizemos profissão de fé no prometido Messias de Israel, Jesus Cristo, temos que ter em mais alta conta o Reino de Deus. Não é o caso de termos por nós mesmos, nós, que somos a comunidade messiânica, ou seja, a comunidade dos seguidores de Yeshua HaMashiach, a Igreja, não é o caso, repito, de conduzirmo-nos conforme nossas próprias interpretações do que seja este Reino, mas devemos com bastante exatidão atentar para o que Jesus disse em Mt 6.33: “Mas buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas.”
Comer, beber e se vestir. Os gentios, ou seja, todos os que não fazem parte deste Reino, como disse Jesus, procuram estas coisas. Mas Deus sabe que nós precisamos também delas. Fazem parte da vida, do cotidiano de cada um de nós. Para isso trabalhamos e nos esforçamos. Mas, forçoso é dizer que, o seguidor de Jesus Cristo não deverá colocar isto como a busca prioritária em sua existência. O Reino de Deus é a nossa grande e única prioridade. Sua promoção, seu avanço, sua justiça, devemos buscar incessantemente.
Este Reino começa de forma imperceptível nas vidas e nos corações de todos aqueles que aceitam a mensagem do Evangelho. Sim, é uma característica do Reino começar desta forma. Assim como a comunidade dos seguidores do Messias judeu começou de forma insignificante e hoje soma muitos milhões de seguidores em todo o mundo. Todavia, o Reino de Deus não é a Igreja, esta é uma expressão do Reino. Divulga o Reino e vive por meio de seus sublimes e superiores valores. Ainda chegará o dia da plenitude deste Reino sobre a terra. O livro de Daniel deixa este fato bem patente: “Mas nos dias desses reis, o Deus do céu levantará um reino que não será jamais destruído; e este reino não passará a outro povo; esmiuçará e consumirá todos esses reinos, mas ele mesmo subsistirá para sempre”; “E foi-lhe dado o domínio, e a honra, e o reino, para que todos os povos, nações e línguas o servissem; o seu domínio é um domínio eterno, que não passará, e o seu reino tal, que não será destruído”; “E o reino, e o domínio, e a majestade dos reinos debaixo de todo o céu serão dados ao povo dos santos do Altíssimo; o seu reino será um reino eterno, e todos os domínios o servirão, e lhe obedecerão” (2.44; 7.14,27).
O escritor aos Hebreus disse que nós recebemos um reino que não pode ser abalado (12.28). Jesus disse que ao Pai agradou dar-nos o Reino (Lc 12.32). Paulo escreveu que fomos tirados da potestade das trevas e transportados para o reino do Filho do seu amor (Cl 1.13). Todas estas citações conferem ao cristão, a certeza absoluta de que viver em função do Reino deve ser sua máxima prioridade. Embora o Reino de Deus não seja a Igreja, há uma relação inseparável entre ambos. Já existia o Reino de Deus antes do advento da Igreja, e depois que esta for retirada da terra, ao término de sua missão e por ocasião da vinda de Jesus, o Reino continuará, porque a partir daí entraremos em sua posse e plenitude (Mt 25.34).
Quando não damos o primeiro lugar ao Reino de Deus em nossas vidas, acontece conosco o que aconteceu com os israelitas no tempo do profeta Ageu. Deus disse por intermédio do profeta, que os israelitas deveriam considerar seus caminhos (1.5), porque estavam semeando muito e colhendo pouco, comendo, e não se fartando, bebendo, mas não se saciando, vestiam-se, mas não se aqueciam, recebiam salário, mas recebiam-no num saco furado (1.6). A casa de Deus deveria ser construída, mas os israelitas não tinham tal projeto como prioritário. Por isso, diz o profeta, “…retém os céus sobre vós o orvalho, e a terra detém os seus frutos” (Ag 1.10).
Certo, muito certo é que, a benção do SENHOR estará sobre a vida de cada um de Seus filhos se elegerem como prioridade o Reino de Deus (Dt 28.1-14). Nesta passagem, Moisés declara aos israelitas prestes a tomarem posse da terra de Canaã, o que lhes sucederia se permanecessem fiéis em todas as ordenanças de Deus. Paira sobre nós, maior dimensão de bençãos, posto que temos o testemunho do Evangelho, que é superior à lei de Moisés (Hb 3.6).
Irmãos amados, participantes da mesma vocação em Cristo Jesus, o Reino de Deus já está implantado em nossos corações. Por isso, vivemos aqui como embaixadores deste mesmo Reino (2 Co 5.20). Temos em nós uma palavra de reconciliação para aqueles que ainda não participam deste Reino (2 Co 5.18,19). Este trabalho sublime, deve mover-nos continuamente, porque Jesus disse: “E este evangelho do Reino será pregado em todo o mundo, em testemunho a todas as nações, e então virá o fim” (Mt 24.14). Somos, conforme explicou Jesus na parábola do joio, a boa semente, ou seja, o trigo (Mt 13.38). Na consumação dos séculos, seremos recolhidos aos eternos celeiros do SENHOR, Aleluia.
Viver em função do Reino de Deus: Pense nisto!
sexta-feira, 9 de abril de 2010
Rio-tragédia, a omissão governamental e a falta de moradias

Estarrecedor o que estamos diariamente acompanhando através dos telejornais, a morte de pessoas, a destruição de patrimônios, o caos, o desespero e o drama de centenas de famílias, muitas desabrigadas, isto é o horrendo desfile do pandemônio causado pela violência das últimas chuvas no estado do Rio de Janeiro.
A cidade homônima que é chamada de maravilhosa, onde ocorrerão vários jogos e a final da Copa do Mundo de 2014 e que sediará a grandiosidade que são os Jogos Olímpicos de 2016, precisa urgentemente adotar soluções para seus graves e perenes problemas.
Fiquei a refletir concernente à avalanche e consequente soterramento e morte de centenas de pessoas no morro do Bumba em Niterói. Aquele lugar, outrora um depósito de lixo a céu aberto, transformou-se pouco a pouco em espaço de construção de muitas moradias, direito de cada cidadão, mudando a aparência do lugar e não importando-se as famílias, a princípio, se onde estavam fincando os alicerces de sua habitação era um despejo de restos não mais aproveitados, vetor de doenças, produtor de aromas insuportavelmente mal-cheirosos e gerador de gases tóxicos.
Indaguei comigo mesmo, sobre o que levaria famílias a habitarem em local tão nojento, tão insalubre? Sabiam obviamente que o local era impróprio, que estavam colocando em risco suas vidas. E não só pelo lixo em si, mas pela instabilidade do local, sujeito a sofrer deslizamentos e avalanches catastróficas como a que ocorreu nesta semana. Neste caso, onde estavam as autoridades constituídas?
Omissão? Quem sabe. O atual prefeito de Niterói já está em seu terceiro mandato. Não consecutivamente, fique bem claro, mas em todo o tempo de seus mandatos em constante contato óbvio com tudo o que se refere ao seu município (inclusive ajudou a eleger um aliado na alternância de poder). Não sabia o que estava ocorrendo? Dificilmente. Falta de vontade política, expressão esta que já tornou-se um jargão na boca de todos os críticos dos atos dos governantes, bem pode explicar o porque famílias inteiras tiveram permissão para habitar em tão inadequado lugar. Não foram competentes para evitar que ali fossem feitas edificações, ou simplesmente fizeram vista grossa. E há ainda uma outro área em Niterói, o Morro do Céu em que o lixo é jogado no alto do morro e o chorume desce para as casas e o mau cheiro é terrível com risco deste material todo cair sobre as casas abaixo. Moradores já cansaram de reclamar com as autoridades que nada fizeram para solucionar o problema até agora.
Sei que agora defenestrar um governante, uma autoridade, é muito fácil. Isto porque, as pessoas que lá moravam e as que ainda moram em áreas de risco em Niterói e na cidade do Rio de Janeiro, também possuem sua parcela de culpa. Podem alegar sua falta de condições financeiras para morarem em ambiente melhor, podem reclamar que o preço do terreno em áreas mais adequadas é fora da realidade financeira delas, mas não podem fugir da responsabilidade que também usufruem por causa da inobservância de coisas básicas como a higiene e a saúde.
Se os governos que sucederam-se desde que o morro do Bumba começou a ser ocupado, avisaram os cidadãos do perigo de morar em tal ambiente, fizeram um serviço muito mal feito. Tanto pela falta de pulso firme governamental em proibir terminantemente a construção de moradias nessas áreas arriscadas como por não terem uma política de construção de moradias de qualidade em lugares apropriados e a baixo custo, isto é, com financiamentos que coubessem no orçamento de qualquer família de baixa renda. Afinal, um dos objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil previsto na Constituição Federal é “erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais” (art. 3o, inciso III). O art. 5o sobre os Direitos e Garantias Fundamentais diz no inciso XXII: “é garantido o direito de propriedade”.
São culpados os governos municipal, estadual e federal. Existe muita burocracia envolvendo liberação de verbas. Além, é claro, da corrupção que corre desenfreada. Isto resulta em tragédias como hoje tristemente contemplamos.
Deus, em Sua Palavra, estabelece o ideal de uma sociedade justa e igualitária. Em que pese o pecado, o afastamento do homem de seu Criador, mesmo assim é possível a criação de estruturas mais justas e equânimes, onde o pobre, o necessitado e desamparado não fique à míngua, sempre dependente de migalhas de misericórdia. Reconheço sim, que vários destes cidadãos, trabalhadores e que pagam seus impostos, ganham uma ninharia em seus empregos e ficam realmente sem acesso a uma moradia digna em local adequado para a sua contrução. O governo tem a obrigação de conceder todas as facilidades a fim de que todos tenham acesso a moradias dignas e por financiamentos justos. E usar sua autoridade estatal para não mais permitir a construção de casas nestes lugares.
Os crentes em Cristo, muitos pobres e carentes como o todo da população, devem orar e pedir ao Senhor pela gestão adequada dos governantes nestes e em outros assuntos do interesse geral de todos os cidadãos. Foram eleitos para governarem com justiça. Muitos usam do cargo para se locupletarem, não importando-se realmente com o bem comum. Deus está atento a isso e certamente não ficarão impunes perante o Juiz de toda a terra (Gn 18.25).
Chamo sua atenção neste dia para que pense sobre isso. Oremos pelas famílias enlutadas e pelos desabrigados, ajudando-os se possível com ações concretas. Em Nome de Jesus, amém.
quarta-feira, 7 de abril de 2010
Budismo, engano fatal que seduz

Sidarta Gautama, um príncipe indiano, por volta do século VI a.C., ao deparar-se com a miséria e falibilidade humanas, deixou a vida faustosa em seu palácio e passou a buscar as respostas para as grandes perguntas da vida, aqui, e no além. Um dia, estando em meditação, sentado em posição de lótus sob uma árvore, recebeu a “iluminação” que tanto buscava. A partir daí, passa a ser conhecido como Buda (“o iluminado”).
Começa assim a gênese do Budismo. Buda, a princípio, não ensinou a fé em um deus pessoal, nem culto ou orações. Ele pregou uma lei moral universal, superior ao Hinduísmo, contra o qual reagiu. Após a experiência mística debaixo da figueira, encontra-se com cinco monges que tinham sido seus companheiros. Prega-lhes um sermão e depois começa a propalar seus ensinamentos ao povo indiano, e este, desiludido que estava com o Hinduísmo, começa a dar crédito às suas palavras. Morto Buda com a idade de oitenta anos, seus ensinamentos estavam bem divulgados na Índia.
Propagou-se a nova religião por toda a Ásia até o Japão, a leste, e a oeste à região do atual Afeganistão. Possui por isso diversas “escolas” que divulgam versões diferentes dos ensinamentos originais de Gautama Buda: Theravada ou Hinayana (“Pequeno Veículo”), procura ser fiel aos ensinamentos originais de Buda e ressalta a busca de iluminação individual; Mahayana (“Grande Veículo”) apregoa um Buda como salvador divino, inclusive adorando sua imagem e professam a iluminação em benefício de todos os seres; Vajrayana (“Veículo do Diamante”) que entende serem necessários processos mágicos para alcançar a eterna força divina, enfatizam as práticas ocultas e sobrenaturais.
A doutrina budista original é muito mais filosófica, ética e psicológica do que centrada na adoração de alguma deidade. Apesar da deificação posterior por parte de seus seguidores, Gautama Buda pretendia ensinar o caminho à bondade e à sabedoria perfeitas sem usufruir de um conceito de um “deus pessoal”, queria ter o mais elevado conhecimento sem uma “revelação”, almejava a possibilidade de redenção sem um “redentor vicário”, ou seja, uma salvação na qual cada um é o seu próprio salvador.
Esta visão religiosa fez e continua a fazer seguidores em muitos lugares. A doutrina budista conserva alguns pontos de semelhança com o Hinduísmo, por exemplo, no conceito de que a humanidade passa de vida em vida através de incontáveis renascimentos (“samsara”) e sofre as consequências de ações passadas e presentes (“karma”) mas difere daquela no sentido de negar a existência de uma alma imortal (embora a maioria dos budistas hoje, particularmente do Extremo Oriente, creiam na transmigração da alma imortal ou seja, a reencarnação) e também a possibilidade de o homem, através da iluminação, escapar da roda da samsara, ou seja, não mais reencarnar e em seguida alcançar o nirvana que é um estado onde não fica bem claro se trata-se de um aniquilamento total da alma ou uma existência feliz. Mas este é apenas uma das incontáveis contradições nesta que tem sido ultimamente uma das religiões orientais que mais tem atraído seguidores no Ocidente, por causa dos esforços de uma crescente militância.
Livros, filmes, celebridades do show bizz e os adeptos da Nova Era tem semeado com sucesso as doutrinas de Sidarta Gautama. Possui o Budismo um garoto-propaganda muito conhecido em todo no mundo na pessoa do Dalai Lama, a figura mais proeminente do Budismo tibetano. Viaja muito e por onde passa conquista as pessoas com seu jeito bonachão e tranquilo e consegue despertar ainda mais curiosidade também por causa de sua aparência, sempre trajado com seu indefectível manto vermelho e amarelo.
O desafio do Budismo para a fé cristã não pode ser menosprezado. Muitos, por causa desta propaganda crescente em torno desta exótica religiosidade que tanto atrai as pessoas, fascinadas com tudo que se refere ao Oriente, abraçam esta doutrina sem verificar a fundo suas implicações. O Budismo não reconhece que exista tal coisa como o pecado contra um Deus a quem devamos prestar contas. Também rebaixam a dignidade do ser humano, que nada vale para eles, posto que teria uma existência meramente temporária. O Cristianismo ensina que o homem, criado à imagem e semelhança de Deus (Gn 1.26), tem valor infinito e existirá eternamente, os budistas menosprezam o corpo físico, mas o crente utiliza o mesmo como um instrumento para glorificar a Deus (1 Co 6.20).
Seduzem por práticas como a ioga e também a meditação, por exemplo, onde, diferentemente da meditação cristã, procuram esvaziar a mente para alcançarem a tão propalada “iluminação” e desta forma o nirvana ainda nesta vida conforme crêem os adeptos do Zen-budismo. O conceito fundamental do Budismo é que o conhecimento e o entendimento levam à iluminação e à salvação. Todavia, as complicadas e controversas doutrinas das várias escolas budistas só tem acorrentado ainda mais seus seguidores. Por trás de uma imagem de serenidade e bondade está uma das mais sedutoras e malignas doutrinas criadas pela imaginação humana por inspiração de Satanás.
Possa a Igreja considerar tão grande engano e tentar salvar estes que se deixam seduzir por estas iscas infernais que lhes escravizam a alma. Colossenses 2.8: “Tende cuidado, para que ninguém vos faça presa sua, por meio de filosofias e vãs sutilezas, segundo a tradição dos homens, segundo os rudimentos do mundo, e não segundo Cristo.” Creio que a Igreja de Jesus pode e deve, com muito amor, usar todos os meios para alcançar os budistas para Cristo e alertar aos simpatizantes que se multiplicam a cada dia.
Pensemos todos nisto.
domingo, 4 de abril de 2010
A Ressurreição de Cristo, essência do Evangelho

sexta-feira, 2 de abril de 2010
O sacrifício de Jesus na cruz, supremo, único e inigualável
