sábado, 30 de abril de 2011

O cristão não é prisioneiro do destino, do acaso ou da sorte

A doutrina da providência divina como está delineada nas Escrituras, informa-nos de que Deus controla tudo e controla a todos de forma soberana. Ao afirmar isso, muitos compreendem erroneamente de que Ele passaria por cima da escolha humana, da liberdade que o homem tem de tomar decisões que poderão conformar-se à vontade divina ou ser-lhe francamente contrária.

Nada mais falso. O que esta doutrina nos ensina é que o Senhor do universo interage com aspectos diferentes de sua criação. De acordo com suas naturezas específicas. Nós e os anjos, criados com vontade própria, recebemos de Deus um tratamento diferenciado em relação às criaturas sem vontade ou da criação inanimada. O que precisamos de uma vez por todas entender é que Deus leva a efeito muitos de seus planos por meio do livre arbítrio humano.

O destino, o acaso ou a sorte simplesmente, do ponto de vista cristão, não são considerados. A doutrina da providência demonstra que Deus considera as ações humanas no mundo. E que Ele age por meio delas, a favor ou contra de acordo com Seus eternos propósitos e decretos. Deveremos igualmente entender que o Senhor criou um universo no qual Ele poderia interagir com a Sua criação. Não criou um universo autômato, que simplesmente realizaria aquilo que Ele já havia determinado eternamente. Esta relação de Deus e Sua criação, principalmente com os seres morais, homens e anjos, é algo que ensina muito sobre o caráter benigno do Senhor. Ele escolheu criar-nos com vontade própria mesmo sabendo de antemão de que o homem cairia no pecado e que descumpriria Sua vontade perfeita.

Nada acontece por acaso. Não existe o chamado "golpe de sorte". Nosso destino não está já antecipadamente traçado. O homem é um construtor. Ele tem autonomia, dada por Deus, para construir sua própria vida. Mas ao mesmo tempo, adverte-O de que ele é responsável por suas escolhas pessoais (Ec 11.9).

Sendo assim, nada melhor do que caminhar com Ele em uma parceria que só trará benefícios a nós e redundará em maior glória para Deus. Reconhecer o senhorio de Jesus Cristo, posto que após sua morte e ressurreição em favor de nossos pecados, Deus Pai o exaltou de forma absolutamente soberana, leiamos: "E, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até a morte, e morte de cruz. Por isso, também Deus o exaltou soberanamente, e lhe deu um nome que é sobre todo nome; para que ao nome de Jesus se dobre todo o joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor para a glória de Deus Pai" (Fp 2.8-11). Viver desta maneira é reconhecer que de fato o Senhor de todo o universo realmente tem poder para controlar nossas vidas e de conduzí-las, mas O fará somente em consonância conosco. Se crermos que Seu Filho ressuscitou do mortos para nossa justificação, se crermos que Jesus veio destruir o poder da morte e do diabo, se crermos que Ele, Jesus, veio nos proporcionar liberdade do cativeiro do pecado. Viver nesta fé em tudo o que o foi realizado por meio do Evangelho. O controle de Deus é suave sobre nós, não é forçado.

O que Deus realizou por meio de Cristo consistiu no cumprimento de um decreto divino. Decreto este de salvar a todos os que cressem na obra realizada na cruz do Calvário. Quem crer nesta obra realizada, de fato tem destino certo, a vida eterna. Quem não crer também tem o destino decretado, a morte eterna (Jo 3.16-18;36).

Assim, afirmamos novamente de que o homem não está destinado a ir para o inferno. Ou seja, somente porque alguém quis ou o próprio Deus. Este não manda ninguém para o tormento eterno (Ez 18.32; 2Pe 3.9) . Somos nós que escolhemos o nosso destino final. O homem não está de forma alguma preso a algum desígnio externo. Ele pode, como disse, construir um destino de felicidade plena e muita paz por meio da obra realizada por Jesus Cristo no tempo e no espaço.

Somos livres, não somos prisioneiros de forças obscuras. Graças a Deus por isso. Podemos escolher a quem queremos servir. Essa liberdade é dádiva de Deus, é graça do Senhor para nós. Que nossas escolhas portanto tenham como objetivo a glorificação de nosso Deus porque fomos criados originalmente para refletir essa glória.

O controle final de tudo está nas mãos soberanas de Deus. Mas mesmo assim, Ele não forçará ninguém a serví-Lo. Se o servirmos é por amor e voluntariamente. É porque fomos realmente tocados e alcançados por Sua maravilhosa graça. Mas esta pode ser resistida. Decididamente, não somos marionetes. Mas o Espírito de Deus continuará a trabalhar para que sejamos persuadidos de que estar sob o controle amoroso de nosso Senhor é incomparavelmente melhor do que sermos independentes e rebeldes ao seu jugo, que, como disse Jesus, é manso e suave (Mt 11.29,30). Há outro que quer sim, com força e violência, submeter-nos a seu jugo. Mas o Senhor Jesus Cristo já despojou de seu poderio ao mesmo e suas hostes de forma triunfal (Cl 2.15).

Pense nisso.

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Devoções populares, ignorância espiritual crescente


"Nada sabem os que conduzem em procissão as suas imagens de escultura, feitas de madeira, e rogam a um deus que não pode salvar"

Isaías 45.20b

Assisti ontem a um documentário da National Geographic Channel sobre os santos populares dentro da programação referente à semana da Páscoa. Fiquei estarrecido com o nível de ignorância espiritual das pessoas e a inclinação para a idolatria evidente nos corações não regenerados pelo Evangelho. O cenário eram dois países da América Latina, México e Argentina. Mas bem que poderiam citar o Brasil, pois aqui a religiosidade popular é, lamentavelmente, muito forte.

O programa da NatGeo mostrou os "santos" mexicanos Jesús Malverde e menino Fidencio. Na Argentina apresentaram o Gauchito Gil e Gilda. Vamos a um pequeno resumo de todos eles. Os números na foto correspondem aos seus nomes.

Jesús Malverde (1) foi um bandido que viveu no início do século XX e que roubava de fazendeiros e pessoas abastadas, distribuindo depois o dinheiro entre os pobres de sua região. Após sua morte em 1909 pelo governo que mandou enforcá-lo, começaram a lhe atribuir milagres. É considerado o patrono dos narcotraficantes mexicanos e seu templo fica em Culiacán no estado de Sinaloa no México para onde acorrem as pessoas para pedir um milagre e deixam flores, velas, bilhetes e fotos. Até mesmo recipientes com camarão são deixados no altar em agradecimento por uma boa pesca.

O culto ao menino Fidencio (2), também no México, é um dos mais populares. Fidencio, nascido em 1898, era conhecido como "menino" devido sua voz ser afinada. Usava métodos de cura como um banho em um lamaçal que segundo os devotos possui propriedades curativas e também fazia uso de um balanço onde balançava os doentes até curá-los. Anos antes de sua morte em 1938, anunciou aos seus seguidores de que voltaria. Seus devotos acreditam piamente de que ele realmente retorna, na forma de espírito, cada vez que é invocado. Hoje seus seguidores buscam a cura através do espírito de Fidencio. Ou seja, seu culto é uma forma de espiritismo.

Na Argentina, o Gauchito Gil (3) é um "santo" dos mais populares. A lenda diz que ele teria nascido em 1847 e falecido em 1874 na província argentina de Corrientes. Participou da Guerra do Paraguai e também da guerra civil entre os federais e os unitários argentinos. Após ter desertado do exército, segundo se conta, por ordem de Deus que pediu para que não mais derramasse o sangue de seus compatriotas, tornou-se um "gaúcho" que conduzia o gado e praticava roubos, repartindo os despojos com os mais pobres. Foi preso e morto pelas autoridades. Desde então por alguns é considerado um gaúcho marginal e por outros um verdadeiro "santo". Sua festa é no dia 08 de janeiro data de sua morte onde milhares acorrem ao local onde está supostamente enterrado e erigido um santuário em sua homenagem. Seu culto cresce a cada ano na Argentina e já tem chegado ao Brasil e Uruguai.

A devoção a Gilda (4) é outra criação argentina. Maria Alejandra Bianchi, seu nome verdadeiro, era uma ex-professora, nascida em 1961 e que tornou-se uma cantora de cumbia, estilo de música nacional da Colômbia mas que espalhou-se pelos países da América Latina. Gilda gravou quatro discos e várias de suas músicas transcederam o universo da cumbia e foram incorporadas por setores da classe média e até mesmo cantadas por torcidas organizadas de times de futebol argentino. Gilda faleceu em 1996 no auge de sua carreira em um acidente automobilístico e enquanto vivia as pessoas lhe atribuíam milagres e curas os quais ela se negava a aceitá-los. Após sua morte, a fama de Gilda como "santa" cresceu e é hoje o novo símbolo da religião popular entre os argentinos. Milhares de devotos acorrem ao santuário erigido no local do acidente ou à sua sepultura em um cemitério em Buenos Aires.

O que dizer diante de tudo isso? O ser humano tem sede do que lhe transcende. Em Eclesiastes 3.11 (ARA) está escrito: "...também pôs a eternidade no coração do homem". Os estudiosos constataram que a religiosidade é um fenômeno universal. O ser humano é religioso. Foi constituído de tal forma que anseia e sempre ansiará por aquilo que está acima de si. Quando Deus criou o homem conforme lemos em Gênesis, é dito que ele fora criado conforme à imagem e a semelhança de Deus. Isto lhe proporciona a comunicação com seu Criador. É a única criatura que pode fazer isso. Após sua queda no pecado, o homem ficou alijado de uma comunhão íntima com o Senhor, criador de todas as coisas, mas o senso de algo acima de si, superior a si mesmo, permanece.

As civilizações e povos primitivos dão prova abundante disso. Sempre se encontram vestígios das antigas civilizações humanas de elementos de religiosidade. O homem primitivo possuía a ideia de uma Providência divina superior a ele e dona de seu destino. A fim de estabelecer relações com esta entidade suprema, começa a praticar rituais. Se não o fizer, o homem trai sua própria essência, posto que assim saiu das mãos de Deus, com sede do transcendental e do eterno.

O monoteísmo original, foi praticado pelos povos por vários séculos após a criação e queda do homem. O animismo (crença de que um espírito ou divindade reside dentro de cada objeto), a magia, o totemismo (conjunto de ideias e práticas baseadas na crença da existência de um parentesco místico entre seres humanos e objetos naturais como animais e plantas, totem é qualquer objeto, animal ou planta que seja adorado como Deus por uma sociedade organizada), o culto aos antepassados, são todos exemplos de formas degeneradas de religiosidade. Vemos que o homem é religioso porque realmente Deus o criou para que tivesse comunhão com Ele.

A consciência religiosa portanto, faz parte de nossa própria constituição. Mas o pecado alterou essa capacidade. Ela foi degenerada e quando os povos primitivos dispersos nas diversas regiões do mundo começaram a personificar ou a dar nomes próprios a Deus, conforme seus próprios idiomas, surge então o politeísmo porque começa-se a distinguir várias divindades a partir deste fato.

Portanto, entende-se essas devoções populares no México, na Argentina e outros lugares como em nossa própria pátria (poderíamos incluir na lista acima, a devoção ao Padre Cícero e outros, por exemplo) como degenerações do sentimento religioso de que é possuidor cada ser humano. Todos possuem uma sede espiritual. Todos anseiam em ter comunhão com um poder superior a si mesmo. Neste afã, vão procurar mitigar esta sede em fontes poluídas, entrando aí o engano de demônios conforme a Palavra de Deus adverte (2Ts 2.9-12; 1Tm 4.1). Jesus disse que Satanás é o pai da mentira (Jo 8.44) e de que ele, sendo o príncipe deste mundo (Jo 14.30) seria obviamente atuante em enganar os seres humanos, mantendo os mesmos longe da verdadeira adoração a Deus.

Estes "santos" são apenas alguns exemplos, porque os mexicanos mantém outras devoções. Uma delas é a adoração a La Santa Muerte por exemplo, uma estátua de um esqueleto coberta com um capuz e com foice nas mãos, ou seja, a tradicional figura da morte. Os altares e o culto da Santa Muerte podem ser encontrados em todo o México.

Mas os verdadeiros cristãos, cremos, temos a iluminação do Espírito de Deus que nos conduz à toda a verdade como Jesus Cristo nos ensinou (Jo 16.13). Ele, Jesus, é a própria verdade (Jo 14.6). Ele, Jesus, é o libertador do homem (Lc 4.19), o restaurador da cegueira espiritual. Foi Ele, Cristo Jesus quem declarou que a vida eterna consistia em conhecer ao Deus verdadeiro e a Jesus Cristo a quem Ele, Deus Pai, havia enviado para libertar o homem do pecado e cegueira espiritual (Jo 17.3).

Este Evangelho deve ser anunciado a todas as pessoas. Este Evangelho em si é poderoso o suficiente para libertar o homem das amarras do pecado (Rm 1.16). Os verdadeiros cristãos devem continuar a anunciar ao Nome do Senhor. Proclamar que, através de sua morte vicária na cruz do Calvário, pode salvar totalmente os que se chegam a Ele (Hb 7.25).

Assim acontecerá a todo aquele que crer na mensagem santa e verdadeira do Evangelho de Jesus. Não é um Evangelho adulterado, um "outro" Evangelho (Gl 1.6-9), que vai salvar o homem da idolatria dos santos populares. Aliás, o conceito de "santo" preconizado na Palavra de Deus é muito diferente do que apregoam os falsos profetas por aí. Santo é todo aquele que foi salvo por Jesus e procura a cada dia viver em obediência aos princípios bíblicos. Fica totalmente fora qualquer invencionice dos homens pecadores inspirados por espíritos malignos que tem o intuito de manter as almas ignorantes sobre a revelação de Deus em Jesus Cristo conforme a Bíblia, a Palavra de Deus cabalmente demonstra.

O apóstolo Paulo escreveu assim aos crentes em Tessalônica: "Porque eles mesmos anunciam de nós qual a entrada que tivemos para convosco e como DOS ÍDOLOS VOS CONVERTESTES A DEUS, PARA SERVIR O DEUS VIVO E VERDADEIRO" (1Ts 1.9).

Sim, eles se converteram através do Evangelho da idolatria e agora desfrutavam da comunhão com Deus e da verdadeira adoração.

Satanás teve a ousadia de exigir que Jesus o adorasse. Mas o Senhor magnificamente e de maneira honrosa a Deus Pai disse-lhe: "Vai-te Satanás, porque está escrito: Ao Senhor teu Deus adorarás, e só a ele servirás" (Mt 4.8-10; Lc 4.6-8).

Esses, quer estejam no México, Argentina, Brasil ou qualquer outro país, necessitam da liberdade para servirem ao único Deus vivo e verdadeiro, aquele que disse: "Eu sou o Senhor e não há outro; fora de mim não há Deus.....Para que se saiba desde o nascente do sol, e desde o poente, que fora de mim não há outro; eu sou o Senhor e não há outro.....Olhai para mim e sereis salvos, vós, todos os termos da terra; porque eu sou Deus e não há outro" (Is 45.5a,6,22).

Convido você nesta sexta-feira da Paixão de Cristo a pensar sobre isso. Que o Senhor Jesus que deu sua vida por nós nos liberte de todas as algemas do Maligno. Amém!










segunda-feira, 11 de abril de 2011

O bem sucedido movimento pentecostal - 100 anos da AD no Brasil


O movimento pentecostal no Brasil e no mundo caracteriza-se por uma palavra: crescimento. Não é à toa que a Assembléia de Deus constitui-se na maior igreja evangélica em nosso país. Desde os primórdios isso se torna notório por causa da compreensão das verdades pentecostais e sua aplicabilidade na vida cristã. O ardor pentecostal, o zelo evangelizador, a permanência nas verdades bíblicas fizeram com que a Assembléia de Deus crescesse extraordinariamente. Muitos brasileiros conheceram ao Senhor Jesus Cristo por causa de pioneiros como os suecos Daniel Berg, Gunnar Vingren e tantos outros que entregaram suas vidas à causa do Evangelho pelo poder do Espírito Santo.

Estes dois pioneiros mencionados chegaram a Belém do Pará em 19 de novembro de 1910. Traziam a doutrina pentecostal evidenciada no batismo no Espírito Santo com a evidência inicial de falarem em novas línguas e por causa disso, não puderam permanecer na Igreja Batista denominação a qual pertenciam nos Estados Unidos. Então, Berg, Vingren e outros irmãos que aceitaram a fé pentecostal em 18 de junho de 1911 saíram e passaram a reunir-se na casa de uma irmã por nome Celina Albuquerque e fundaram uma nova igreja com o nome de Missão da Fé Apostólica que passa mais tarde, em 18 de janeiro de 1918, por sugestão de Gunnar Vingren, a denominar-se Assembléia de Deus.

O expansionismo missionário fez com que em poucos anos a partir da década de 20, a AD pregasse o Evangelho crescendo muito no próprio estado do Pará, Amazonas, região Nordeste e por volta de 1922 chegasse à região Sudeste através de paraenses que debaixo da direção divina, mudaram para o Rio de Janeiro para implantar a fé pentecostal onde quer que o Senhor os orientasse.

A experiência pentecostal desafia a muitos que possuem alguma forma de santidade mas que negam o poder (2 Tm 3.5). Infelizmente, julgam serem desnecessárias as experiências espirituais. Não compreendem que a Igreja Primitiva aprendeu mais sobre o Espírito Santo depois que experimentou o seu poder e os dons. E mais ainda, também declaramos que as experiências com o Espírito Santo podem fazer clara diferença no conhecimento das Escrituras.

Desde seus primórdios, claramente a AD perseverou na doutrina dos apóstolos (At 2.42). Esta doutrina de forma a não deixar dúvidas, enfatizava a oração, a vida de santidade, as boas obras e o recebimento do dom do Espírito Santo (At 2.38,39). A pregação de Pedro nesta passagem deixa clara a doutrina bíblica do batismo no Espírito Santo. Ele menciona o arrependimento dos pecados, o consequente perdão dos mesmos, o batismo em águas e em seguida o recebimento do dom do Espírito. No livro de Atos vemos de forma consciente o batismo com o Espírito Santo sendo desejado, buscado e recebido. Consequentemente, entendemos que o batismo com o Espírito Santo não era um dom automaticamente concedido aos crentes em Cristo, mas deveria zelosamente ser buscado.

Sendo assim, esta gloriosa doutrina bíblica colocada em prática foi a causa do enorme crescimento da AD. Já existiam outras insígnes igrejas evangélicas no Brasil (como a própria Igreja Batista donde Berg e Vingren eram oriundos) mas que não alcançaram um tão grande número de conversões como a AD. Porque será que isto não ocorreu?

A Igreja Anglicana foi fundada em 1822. Em 1824 é fundada a Igreja Luterana. Em 1858 foi a Igreja Congregacional. Em 1862 foi a vez da Igreja Presbiteriana. Em 1871 foi a vez de metodistas e batistas fundarem suas primeiras igrejas em solo brasileiro. Note que são seis grandes denominações evangélicas diferentes (sem mencionar algumas outras menores) que já existiam muito antes da AD e que tinham um número inexpressivo de convertidos à Jesus Cristo.

Sem desmerecer nenhuma delas, o que quero apenas ressaltar é o fato de que o crescimento numérico das Assembléias de Deus no Brasil não foi por causa de estratégias humanas. Não foi porque os pastores e irmãos pioneiros adotaram uma estratégia de crescimento de igrejas baseada em estudos e pesquisas. Tudo isso tem o seu devido lugar e valor. Também não permaneceram imóveis, satisfeitos em apenas abrir uma igreja ou ponto de pregação. É certo que muitos dos cristãos evangélicos anteriores ao estabelecimento da AD no Brasil, evangelizavam e distribuíam Bíblias, esforçando-se para ganhar almas para Cristo. Mas o crescimento, as conversões, as milhares de almas salvas não pode ser atribuído a mérito humano algum, mas somente pelo poder de Deus. E foi no poder do Espírito Santo e com muita ousadia que esses crentes pioneiros pentecostais desbravaram muitas regiões de nossa pátria em busca das almas preciosas pelas quais Jesus morreu e ressuscitou.

O Espírito Santo no dia de Pentecostes (At 2) por meio de Seu poder, capacitou os discípulos a pregarem o Nome de Jesus ressuscitado. Isto por si só foi a causa do crescimento exponencial dos seguidores de Cristo, note: "E a multidão dos que criam no Senhor, tanto homens como mulheres, crescia cada vez mais. De sorte que transportavam os enfermos para as ruas, e os punham em leitos e em camilhas para que ao menos a sombra de Pedro, quando este passasse, cobrisse alguns deles. E até das cidades circunvizinhas concorria muita gente a Jerusalém, conduzindo enfermos e atormentados de espíritos imundos; os quais eram todos curados" (At 5.14-16). Percebamos igualmente o cumprimento do que o Senhor Jesus falara em Mc 16.15-18 sobre os sinais que acompanhariam aos que cressem, além de falarem em novas línguas, eles também orariam ao Senhor, iriam impor as mãos sobre os enfermos e estes em o Nome de Jesus seriam curados.

Tudo isto ficou patente no século 20 com a fundação das AD no Brasil. A ênfase dada ao poder do Espírito Santo, a liberdade de ação dada à terceira Pessoa da Trindade, permitiu a repetição em nossos tempos da manifestação gloriosa de Seu poder como nos tempos apostólicos. Salvação de almas, batismo com o Espírito Santo, curas e maravilhas pelo poder de Deus demonstravam de forma gloriosa que o avivamento chegara em nossas terras para resgatar a plenitude da experiência pentecostal em nossos tempos.

As Assembléias de Deus, tanto no Brasil como nos Estados Unidos, vieram à existência como resultado do reavivamento pentecostal que teve lugar em fins do século 19 e início do século 20. Era a resposta de Deus ao modernismo teológico que estava grassando entre as igrejas na América do Norte. De forma absolutamente poderosa e sobrenatural, o Espírito de Deus passou a mover-se em pequenas reuniões de crentes sinceros e perseverantes em buscar mais de Deus para suas vidas. Este reavivamento começou a partir de 1906 a expandir-se para outros lugares a partir da Rua Azusa em Los Angeles, Califórnia. O derramar do poder do Espírito alcançou muitos cristãos, dentre esses Daniel Berg e Gunnar Vingren, que, sendo obedientes à visão celestial a exemplo do apóstolo Paulo (At 26.19), procuraram cumprir sem demora a missão a que Deus lhes comissionara, lhes revelara, e partiram em um navio para a distante nação brasileira.

Entendemos sem dúvida alguma que somente pela fé na doutrina pentecostal, tão claramente vista em prática por todo livro de Atos dos Apóstolos que a AD logrou alcançar um tão grande número de almas. Foi o poder de Deus quem fez isto. O batismo com o Espírito Santo concede o poder para servir e em adição a isso proporciona a entrada para uma adoração mais profunda a Deus além de a porta dos vários ministérios espirituais chamados dons do Espírito (1 Co 12). Notemos o seguinte: O batismo no Espírito Santo era a experiência normal de todos os crentes no primeiro século da Era Cristã. E tanto esta experiência como os dons do Espírito não cessaram após a época apostólica. Aqueles crentes evangélicos que afirmam isto, ou desconhecem a história da Igreja, ou são realmente incrédulos no que tange ao poder do Espírito de Deus.

Louvamos a Deus pela comunidade pentecostal em nossa nação. Graças a Deus pela persistência dos pioneiros da AD no Brasil. Que à custa de sacrifícios e copiosas lágrimas, que em muitas e insistentes vigílias de oração, legaram-nos inúmeras bençãos quais sejam vidas transformadas por Jesus, curas de enfermidades físicas e espirituais, continuamente despojando dia-a-dia o inferno e a Satanás e suas hostes.

Acima de tudo, que o Nome de Nosso Senhor Jesus Cristo seja glorificado nestes 100 anos da AD no Brasil. Muito acima das falhas humanas, do legalismo, denominacionalismo, formalismo ou orgulho e vaidades humanas.

Que todos pensemos em tudo o que o Senhor fez em nossa pátria nestes 100 anos por meio da pregação autenticamente pentecostal. Toda a honra e toda glória sejam dadas ao Senhor.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Louco animal humano!

Estarrecedor. Chocante. Absurdamente maligno. Revoltante. O que todo o Brasil e o mundo presenciaram na manhã de ontem, 7 de abril de 2011, ficará registrado nas memórias de todos como uma das mais abjetas demonstrações de desamor, crueldade e frieza pelos seus semelhantes que alguém possa ter.

O indivíduo por nome Wellington Menezes de Oliveira de 23 anos planejou e executou infelizmente seu intento maligno de tirar a vida de seus semelhantes. Consumou sua sede de sangue e destruição em 12 adolescentes e deixou feridos outros 11 sendo 4 deles em estado grave. E faria mais vítimas, se não fora a providencial intervenção do bem na figura do policial-militar que o interceptou no corredor da escola, ferindo-o com um tiro na perna e o jovem assassino, ato contínuo, resolve dar cabo à própria vida atirando contra o crânio.

A pergunta mais evidente é: Por quê? Porque alguém cometeria um ato tresloucado como esse? Porque odiosamente empregou sua inteligência no planejamento de uma ação que consistia unicamente de semear a morte e infligir sofrimento? Sofrimento este naqueles que lutam agora para sobreviver aos disparos em uma sala de cirurgia ou em uma UTI devido à gravidade dos ferimentos (o homicida disparou seus dois revólveres preferencialmente sobre a cabeça das vítimas e tórax).

O louco animal humano interrompeu brutalmente a trajetória dessas vidas ao consumar sua sandice animalesca. Impediu sonhos de se concretizarem. Cortou violentamente os laços indeléveis de amor e afeto que haviam entre suas vítimas e respectivos familiares e amigos, deixando a dor da separação e a saudade sufocante. O louco animal humano acertou seus tiros em várias pessoas, mas os impactos de seus disparos foram para muito além de suas inocentes vítimas, alunos de uma escola municipal em Realengo no Rio de Janeiro: atingiu cruelmente os corações dos parentes e de todos nós igualmente.

Louco animal humano! Como explicar tamanha aberração? Somente a Palavra de Deus, a Bíblia Sagrada, tem a capacidade ímpar de dizer claramente e sem rodeios sobre o mal congênito do coração do homem. No original hebraico, o Antigo Testamento apresenta o pecado em pelo menos treze termos e no grego do Novo Testamento são empregadas onze palavras que também demonstram a realidade do pecado na vida humana.

Ou seja, conseguimos compreender que o pecado afeta totalmente todo o espectro da vida do homem. Separa ele de Deus, torce a verdade lhe conduz à maldade, à autodestruição e à destruição de seu próximo. Tudo isso vimos neste serial killer. Ele deixou uma carta onde mais evidenciada ficou sua loucura, com pensamentos desconexos e um notório desprezo pela vida de seus semelhantes dizendo, dentre outras coisas, que os animais tinham mais valor que os seres humanos.

Aí está portanto, no ato de reconhecida loucura ocorrido ontem para não deixar dúvida alguma acerca do que é capaz de fazer alguém que, sem Deus, entrega-se a seus próprios malignos pensamentos e ideias, abrindo assim as portas de sua vida a Satanás e, inspirado por este e seus demônios, executa o intento de seu mau e corrompido coração, concordando assim com o que diz o profeta Jeremias: "Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e perverso; quem o conhecerá?" (17.9). De igual maneira, as palavras de Nosso Senhor Jesus Cristo são confirmadas: "Porque do interior do coração dos homens saem os maus pensamentos, os adultérios, as prostituições, os homicídios, os furtos, a avareza, as maldades, o engano, a dissolução, a inveja, a blasfêmia, a soberba, a loucura. Todos estes males procedem de dentro e contaminam o homem" (Mc 7.21-23).

Fica pois evidente a liberdade em Cristo, liberdade da miséria do pecado (Jo 8.34,36), liberdade do mal, liberdade da loucura de um coração tomado pela perversidade.

Pense nisso se você ainda não obteve esta liberdade e se ainda insiste de que o homem é bom e nada há de que tenha do que se arrepender.