quinta-feira, 14 de maio de 2015

Ainda hoje o Senhor Deus opera milagres?

Essa é uma pergunta difícil de responder. Visto que, se disser que não há mais milagres hoje como nos tempos bíblicos, estarei de mãos dadas com os céticos de plantão. Por outro lado, se disser que pululam aqui e ali milagres contínuos e extraordinários, também não estarei sendo correto em minha opinião visto que é evidente que não se operam tantos milagres como naqueles tempos. Não que Deus tenha mudado, visto ser Ele imutável (Ml 3.6; Hb 13.8). Mas os homens sim, mudam e continuam a mudar.

Como deveríamos, sendo crentes em Jesus Cristo, nos posicionar diante de tal pergunta crucial?

Certamente que para aqueles que conhecem ao Deus das Escrituras, é perfeitamente aceitável o fato de que o Senhor opera quando, como e onde quiser. Mas os incrédulos neste Deus Trino, Poderoso, Onipotente, Criador dos céus e da terra continuarão a olhar e não crer.

Porém, o pior é quando aqueles que se dizem seguidores de Jesus Cristo, negam o agir de Deus na história da Igreja e ousam afirmar a cessação dos milagres após o período apostólico. John C. Whitcomb, professor de Teologia e Antigo Testamento no Seminário Teológico Grace em Winona Lake, Indiana, EUA, escreveu um pequeno livreto de 16 páginas sob o título “Deseja Deus que os Crentes Operem Milagres Hoje?”  para tentar refutar a operacionalidade dos milagres divinos atualmente. No último parágrafo ele escreve: “Portanto, a história da Igreja confirma as evidentes inferências das Escrituras, que os sinais de milagres, de todos os tipos, cessaram com a morte dos apóstolos.”

Entretanto, Jack Deere, professor do Seminário Teológico de Dallas, Texas, também nos Estados Unidos, publicou um livro intitulado “Surpreendido Pelo Poder do Espírito” (CPAD) em que argumenta de forma categórica a sustentabilidade do operar de Deus no decorrer da história. Ele declara que foi um cético antes de passar a crer no agir sobrenatural de Deus ainda hoje: “Eu lia os evangelhos e o livro de Atos através das lentes da hermenêutica anti-sobrenatural, e, cada vez que chegava a uma história de milagre, elas me permitiam enxergar sua veracidade, mas filtravam qualquer aplicação que tivessem para os dias atuais. Como justificar a hermenêutica anti-sobrenatural? Onde, nas Escrituras, somos informados de que devemos ler a Bíblia dessa maneira? Onde, nas Escrituras, somos orientados a copiar os elementos não-miraculosos e a descartar a atualidade dos milagres?” (p.114).

E no capítulo seguinte de seu precioso livro, Deere apresenta algumas razões pelas quais Ele curava no passado e continua a curar em nossos dias visto que a Igreja pode ter mudado, mas o Senhor Deus continua o mesmo (Ml 3.6; Hb 13.8): 1) Deus cura movido pela compaixão e pela misericórdia; 2) Deus cura para glorificar a Si mesmo e a Seu Filho; 3) Deus cura em resposta à fé; 4) Deus cura em resposta às Suas próprias promessas (pp. 120-130).

Não há razão para argumentarmos de que o Senhor não opere mais milagres hoje. Isto está fora de questão. Precisamos argumentar em direção ao fato de que a compaixão do Senhor Jesus Cristo conforme demonstrada nos evangelhos, continua hoje tão válida quanto aqueles dias. Seu caráter bem como sua compaixão são perenes. Por isso escreveu o autor da Epístola aos Hebreus: “Jesus Cristo é o mesmo, ontem, e hoje, e eternamente” (13.8). 

Como bem argumentou Jack Deere: “Nenhuma dessas razões está alicerçada sobre as circunstâncias históricas que caracterizaram a Igreja do primeiro século de nossa era. Elas encontram-se arraigadas ao caráter e aos propósitos eternos de Deus. Se o Senhor curava no primeiro século da era cristã por estar motivado pela sua compaixão e misericórdia pelos que sofriam, por que retiraria Ele essa compaixão pelo simples fato de os apóstolos não se encontrarem mais entre nós? Não sente Ele mais compaixão pelos leprosos? Será que não se comove diante de um aidético? Se Jesus e os apóstolos curaram no primeiro século a fim de trazer glória a Deus, por que não iria permitir hoje que seu Filho fosse glorificado através do ministério da cura? Os propósitos bíblicos para a cura continuam válidos até hoje, À medida que nos alinhamos a eles, passamos a comprovar que, realmente, Jesus Cristo é o mesmo ontem, hoje e eternamente. Ele continua a curar” (p. 131).

Assim diante das assertivas de Deere, firmo minha posição crendo no poder de Deus operante ainda hoje. Embora a igreja hodierna não seja como a igreja primitiva, sendo mais secularizada e por isso mais refratária a esperar grandes coisas de Deus, sem generalizações todavia, isso não significa que o Senhor não continue a operar milagres e curas das mais variadas enfermidades. Creio firmemente na operação de maravilhas da parte do Senhor. Creio que Ele pode operar o milagre da restauração de cegos e paralíticos de nascença bem como no poder dEle em ressuscitar mortos se assim Lhe aprouver.

Creio pessoalmente que Deus opera milagres ainda hoje. Aparentemente pode parecer, diante de minha finitude, que não sejam operados em profusão. Mas pela extensão da miséria que o pecado produziu e têm produzido nos seres humanos e pelo fato incontestável do caráter do Senhor do Universo, temos de aceitar que, certamente, Ele está ativo no mundo de hoje, operando prodigiosamente quando e como quiser. Os títulos de dois dos livros mais famosos de um grande pensador cristão como foi Francis Schaeffer não nos deixam esquecer disto: O Deus Que Intervém (no original em inglês “The God Who Is There”) e O Deus Que Se Revela (“He Is There and He Is Not Silent”).

Deus Pai foi glorificado por meio da obra consumada na cruz por Seu Filho amado, o Senhor Jesus Cristo e continua a ser glorificado hoje através de milagres que pode e efetivamente têm operado (principalmente a conversão de pecadores empedernidos), visando o bem-estar dos homens, mas acima de tudo, para ser glorificado por todos que nEle creem. 

Pense nisso .....      


sábado, 21 de fevereiro de 2015

A íntima relação entre um método hermenêutico adequado e uma igreja saudável


É inegável sob todos os aspectos, de que vivenciamos na igreja evangélica de nossos dias e em nosso país, uma crise espiritual que afeta de forma inequívoca a integridade bíblica que lhe deveria ser peculiar. 


Contemplamos estarrecidos as bizarrices e desvios doutrinários que foram introduzidos na Igreja e perguntamos: A falta de saúde da igreja evangélica brasileira não estaria relacionada à uma prática hermenêutica enferma? O que contemplamos no cenário eclesiástico evangélico acaso não aponta para um doente na UTI (a Igreja) que precisa de rápidos e atentos cuidados para que ela recupere em tempo sua vitalidade bíblica? É sobre isso que discorreremos a seguir.

Nunca foi intenção de Deus de que Seu povo em todas as épocas da narrativa bíblica, ficasse sem Sua orientação e cuidado. Desde o Éden, passando pelos patriarcas hebreus, na formação da nação israelita e no período monárquico, após o exílio e chegando aos tempos neotestamentários, o Senhor procurou conceder aos Seus servos a segurança e firmeza de estatutos e mandamentos que lhes proporcionassem uma espiritualidade sã. Sua revelação proposicional contém em si mesma a vitalidade necessária que, em todas as épocas da história do povo de Deus balizou a relação com o Todo-Poderoso.

É aqui que que se compreende a necessidade de que os cristãos precisam interpretar corretamente a Palavra que lhes foi revelada visto que ela mesma atesta que há pontos de difícil interpretação (2Pe 3.16). Por isso mesmo, a Igreja na contemportaneidade, mais do que em todas as épocas antecedentes, tendo em suas mãos o cânon em sua forma final, precisa de um modelo de interpretação bíblica capaz de levar o cristão a compreender o sentido original pretendido pelos autores bíblicos.

Não é uma tarefa leve. Tampouco é uma tarefa como outra qualquer. Especialmente em se tratando da revelação divina, as palavras de Deus outorgadas a mais de quarenta autores no decorrer de muitos séculos, urge que o cristão compreenda que são palavras divinas veiculadas em três idiomas humanos diferenciados (hebraico, aramaico e grego) incluindo aí igualmente as formas gramaticais, as figuras de linguagem, os tipos de textos tais como poesia, história, profecia, etc. . Há abismos reconhecidos para a compreensão da Palavra de Deus e eles podem ser cronológicos, geográficos, culturais, literários, linguísticos e destacaria dentre estes, o abismo espiritual ou sobrenatural visto que, embora escrito em linguagem humana por autores humanos, o Livro é de Deus, um Ser infinito e que não pode ser plenamente compreendido por seres finitos.

A interpretação portanto, de um compêndio dessa magnitude não pode ser leviana a ponto de se mistificá-la, com a tentativa vã de se encontrar “sentidos ocultos” em seu texto. Aqui estamos a repudiar a alegorização, a intuição, ou ainda uma interpretação existencialista que rejeita e mistifica a sobrenaturalidade fortemente presente nas narrativas bíblicas. Igualmente digna de rejeição são as interpretações de cunho humanista que, além de menosprezarem os milagres bíblicos, demonstram pela Bíblia somente um interesse literário e acadêmico. Também não se pode deixar de frisar a metodologia histórico-crítica que racionalizou sua hermenêutica a tal ponto que veio posteriormente a dar origem ao liberalismo teológico onde o predomínio não é da revelação sobre a razão, mas sim da razão sobre a revelação escrita de Deus.

Todas essas correntes há pouco resumidamente descritas farão com que a Igreja padeça de enfermidades espirituais que a descaracterizarão e que por fim podem lhe ser fatais.

Falamos anteriormente que Deus nunca deixou de se revelar ao Seu povo. E se Ele assim agiu, é certo que Ele mesmo trabalhou providencialmente para que um método único e verdadeiramente adequado fosse utilizado, que não corteja os extremos do misticismo ou do racionalismo e que se aplicado devidamente vai gerar sáude e vitalidade nas vidas dos cristãos e na fraternidade da Igreja. Falamos do método histórico-gramatical de interpretação das Escrituras. Seus princípios são linguística e historicamente coerentes assim como o caráter divino-humano das Sagradas Escrituras. Ela foi usada de maneira plena pelos reformadores que assim puderam repudiar veementemente a interpretação alegorista medieval da Bíblia. Outrossim, houve igualmente o destaque da importância fundamental da pessoa do Espírito Santo na interpretação bíblica em seu papel de iluminar o intérprete na compreensão das Escrituras.

Os idiomas originais passaram a ser devidamente considerados e estudados bem como a análise histórico-cultural dos textos bíblicos analisados. Convém frisar que este é um método que exigirá do intérprete e estudioso a dupla consideração perene de que, ao tratar de um livro que é divino-humano, ele haverá de manter uma atitude de oração e santo temor e trabalhar arduamente no entendimento do texto. O Espírito Santo vai iluminá-lo enquanto ele busca o “sensus plenior” (sentido pleno) da passagem em apreço diante de si.

Ora, isto é completamente diferente da pura mistificação no trato com as Escrituras ou à racionalidade esterelizante e tendente à incredulidade.

Portanto, creio na relação estreita entre o método hermenêutico histórico-gramatical que pelas suas características levará a uma exegese textualmente adequada e a uma prática de vida de fé que expressará a vontade do Deus Trino gerando assim uma Igreja cristã plena de bons frutos e saudavelmente bíblica.


Nosso país carece de igrejas com essa têmpera, solidificadas na fé, com uma teologia salutar e com uma pregação que veicule o autêntico Evangelho. Tudo isto só irá se sobressair se o método histórico-gramatical de interpretação tiver o seu devido e merecido lugar no trato que os homens e mulheres de Deus tiverem com as Escrituras, na diligência empregada no estudo do texto e contexto histórico e na confiança na ação iluminadora do Espírito de Deus.   

Pense nisso ....

sábado, 24 de janeiro de 2015

O Estado Islâmico, a violência humana e o juízo do Senhor

O RESPEITO do ser humano ´pelos seus semelhantes encontra amplo respaldo bíblico. Tanto pelo fato de termos sido criados à imagem e semelhança de Deus (Gn 1.26; 9.6), como pelo fato de que o Decálogo, depois de declinar sobre as obrigações do homem para com Deus, ensina do quinto ao décimo mandamento, acerca das obrigações do homem para com o seu próximo (Êx 20.12-17; 5.16-21). Jesus disse que amar a Deus tanto quanto amar ao próximo eram os dois mandamentos primordiais da Palavra de Deus (Mt 22.36-40; Mc 12.28-34; Lc 10.25-27).

TENHO FICADO enojado com a atitude de amplo desrespeito que os militantes muçulmanos radicais do EI (Estado Islâmico) têm ostensivamente demonstrado para com outros seres humanos, pelas maldades e atrocidades cometidas contra aqueles que pensam diversamente deles. 

AS MUITAS NOTÍCIAS que chegam pela web e demais meios de comunicação que declaram que eles fuzilaram e/ou decapitaram mais alguns prisioneiros, sequestraram, escravizaram e estupraram mulheres, crucificaram cristãos que negaram conversão ao Islamismo, doutrinaram crianças, no ensino da jihad (guerra santa contra os infiéis) inclusive fazendo com que algumas delas atirassem em prisioneiros, enfim, tudo isso causa um tremendo mal-estar em todos nós que temos o temor de Deus em nosso coração.

É VERDADE que muitos atos de desumanidade, de desrespeito pelo próximo, de ódios incontidos, tem sido testemunhados na longa história do homem sobre a terra. Desde quando, no relato bíblico, lemos que Caim matou a seu irmão Abel (Gn 4.8), a história da violência do homem contra o homem tem sido variada e constante. Obviamente, isto declara em alto e bom som de que houve uma Queda e que o homem passou a olhar seu semelhante, imagem e semelhança de seu Criador, como um inimigo a ser aniquilado

O QUE ME DEIXA deveras chocado é alguns se ufanarem de que vivemos em tempos modernos, progressistas, civilizados, como se a violência tivesse ficado no passado, limitada aos tempos antigos e que hoje o homem alcançou um patamar de superioridade moral em relação a seus antepassados. Quem pensa assim ou é louco ou é um grande demagogo. Todos os dias a mídia vomita sobre nós a cruel realidade de que os atuais seres humanos que habitam este planeta matam-se uns aos outros como se animais fossem.

DESDE OS PRINCÍPIOS da jornada do homem neste mundo, após a Queda, a violência tornou-se sua marca registrada. Em Gênesis 6.11 lemos: "A terra, porém, estava corrompida diante da face de Deus; e encheu-se a terra de violência." A causa do mundo de então estar carregado de violência lemos no verso 5: "E viu o Senhor que a maldade do homem se multiplicara sobre a terra e que toda a imaginação dos pensamentos de seu coração era só má continuamente." A maldade era algo fixo e constante nas mentes e nos corações dos antediluvianos.

O FILÓSOFO FRANCÊS Jean-Jacques Rousseau acreditava na bondade inata do ser humano. Ensinava que o homem nascia bom e que a sociedade o corrompia. Mas a Bíblia sempre ensinou, muito antes de Rousseau, que o pecado corrompeu todas as estruturas do indivíduo, de tal maneira que a inclinação de seu coração era para praticar o mal continuamente (Is 1.5,6). Jesus declarou de forma absolutamente enfática: "Porque do interior do coração dos homens saem os maus pensamentos, os adultérios, as fornicações, os homicídios, os furtos, a avareza, as maldades, o engano, a dissolução, a inveja, a blasfêmia, a soberba, a loucura. Todos estes males procedem de dentro e contaminam o homem" (Marcos 7.21-23).   

A INSOFISMÁVEL CERTEZA que todos nós podemos obter desta presente situação, em que cabeças de seres humanos são decapitadas praticamente todos os dias em nome de uma ideologia demoníaca que se diz religiosa é que o ser humano não perdeu sua capacidade de infligir sofrimentos a outrem e de querer impor pela violência sua vontade aos outros que diferentemente pensam.

FOI POR ISSO que declarei acima que me enojo com as ações desses fascínoras travestidos de "religiosos". Que matam, estupram e humilham em nome de uma falsa religiosidade, de um falso deus, de uma falsa visão de mundo onde somente eles, acreditam, serão os senhores e todos os demais que não concordarem serão sumariamente mortos ou escravizados. 

SOU A FAVOR de que uma coalizão internacional ataque e elimine estes assassinos. Acredito que você poderá neste instante julgar minha opinião, visto que estou apresentando a violência humana como um fato com respaldo bíblico. Mas o que acontece é que estes bandidos não aceitam nenhuma espécie de trégua ou negociação. Como disse antes, eles querem impor sua vontade a todos, querem inaugurar seu "califado" ou reino islâmico (já conquistaram muitas áreas no Iraque e na Síria e dizem que invadirão Israel e a Europa, antes de chegarem por aqui). 

PARA ALCANÇAREM seu nefasto objetivo, matarão a todos que se lhes opuserem sem dó nem piedade. Escravizarão e estuprarão as pobres mulheres que capturarem. Imporão a sharia, a lei religiosa islâmica e esta não se caracteriza pela misericórdia, de forma alguma. Diante disso, convém lembrarmos que Hitler agiu da mesma forma na Europa, provocando a Segunda Guerra Mundial, pois sua ideologia, também era violenta e assassina. Foi necessária a união dos países aliados para fazê-lo parar antes que continuasse a massacrar judeus e outros povos.

ESTAMOS EM UM MUNDO que sofre os efeitos da Queda. Sendo assim, as atrocidades dos terroristas do Estado Islâmico são uma constante. A Palavra de Deus é desrespeitada a todo instante. O caráter sagrado da vida humana é aviltado e espezinhado vez após vez. Tristeza, choro e dor estão mais do que nunca na ordem do dia.

VOS APRESENTEI a violência humana como um fato ´testemunhado nas Escrituras. Mas a mesma Palavra de Deus igualmente nos apresenta o triunfo final da vontade de Deus quando Jesus vier.

AS COISAS NÃO FICARÃO assim para sempre. O Senhor reina soberano. Parece que Ele está alheio ao que se passa. Mas o texto sagrado informa que há um dia em que, finalmente, o Senhor se levantará para dar um basta e julgar os pecados dos homens. São várias as passagens, mas citarei somente duas: "Ele mesmo julgará o mundo com justiça; exercerá juízo sobre povos com retidão" (Salmo 9.8) e também Atos 17.31: "Porquanto tem determinado um dia em que com justiça há de julgar o mundo, por meio do homem que destinou; e disso deu certeza a todos, ressuscitando-o dentre os mortos." 

ESTIMULEMO-NOS UNS AOS OUTROS no tocante à esperança do juízo vindouro. Deus determinou um dia em que tudo isto que hoje nos causa aflição passará. Tomemos cuidado inclusive com os que apregoam que Deus não se importa conosco. Quem conhece ao Senhor e Sua Palavra compreende os acontecimentos deste derradeiro tempo em que vivemos como cumprimento da Palavra de Deus (Mt 24) sabendo que, mais do que nunca a volta de Jesus é iminente.

GUARDEMOS A PALAVRA DE DEUS em nosso coração (Sl 119.11), vigiemos e sejamos sóbrios (1Ts 5.6), sejamos santos (1Pe 1.15,16), andemos em Espírito (Gl 5.16), anunciemos o Evangelho (Mt 28.20; Mc 16,15,16; At 1.8). 

DEUS NÃO PERMITIRÁ que Sua Palavra seja desobedecida por muito mais tempo. Leia o que está escrito em Jeremias 22:3: "Assim diz o Senhor: Exercei o juízo e a justiça, e livrai o espoliado da mão do opressor; e não oprimais ao estrangeiro, nem ao órfão, nem à viúva; não façais violência, nem derrameis sangue inocente neste lugar." 

E AINDA: "O Senhor prova o justo; porém ao ímpio e ao que ama a violência odeia a sua alma."
Salmo 11.5.

ESSA É A VONTADE do Senhor. Pense nisso.


sábado, 3 de janeiro de 2015

É a semelhança de Cristo que devemos buscar

Gostaria de refletir com vocês neste primeiro final de semana de 2015 sobre a importância de procurarmos ser, a cada dia, mais semelhantes ao Senhor Jesus Cristo. A experiência, quer seja por mim mesmo vivenciada ou observada em outros, demonstra que a aridez espiritual, o anti-intelectualismo, a mornidão, o comodismo e a frivolidade combinam-se para afastar o cristão da semelhança que deveria necessariamente ter com Cristo.

Bem podemos supor que alguns cristãos imaginam que praticar sua particular forma litúrgica, ser assíduo aos cultos, exercer a caridade enfim, fazendo ou deixando de fazer algo necessariamente fará com que sejam parecidos com nosso Senhor Jesus Cristo.

Muitos buscam todas as novidades eclesiásticas ou do mundo gospel. Outros, mais intelectualizados, deleitam-se em acumular mais e mais títulos ou diplomas acadêmicos. E, ingenuamente, alguns outros ainda que, não sejam nem buscadores de novidades nem acumuladores de diplomas, entretanto julgam que basta orar e ler a Bíblia para que sejam então "iguaizinhos" a Jesus. Surge nesse instante a pergunta: Então, que "semelhança" seria essa que buscaríamos para sermos como Cristo?   

Primeiramente, NÃO É UMA SEMELHANÇA FÍSICA. Ser parecidos, semelhantes com Jesus nada tem a ver com a imagem popular do Salvador com cabelo e barba compridos e vestes talares.

Em segundo lugar, NÃO É UMA SEMELHANÇA QUE IMITE OS COSTUMES JUDAICOS. Alguns podem julgar que, sendo Jesus Cristo um judeu nato, então teria de me revestir da cultura judaica para ser semelhante a Ele. Nada mais longe da verdade.

O que nos resta então? A consideração de que é o caráter, a personalidade e os atributos de Cristo que deveriam ser objeto de nossa mais veemente e insistente procura, pois ser semelhante ou igual a Jesus é imitar Sua Pessoa em toda sua inteireza e extensão. E isso nada tem a ver com a assimilação de algum modelo de vida cristã conforme as tradições dos homens.

Uma das coisas notáveis que percebemos no caráter da Pessoa de Cristo era seu alto apreço pela Palavra de Deus. Juntamente com uma vida plena de oração, fervorosa e constante, temos nEle um exemplo ideal e absoluto de como agradaremos ao Pai. E, ao fazermos assim, gradativamente seremos semelhantes a Ele.

A Bíblia diz em 1 João 3.2: "Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não é manifestado o que havemos de ser. Mas sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele; porque assim como é o veremos." Essa passagem fala claramente acerca do retorno de Cristo quando seremos transformados em nosso corpo físico, (1Co 15.52,53). Adquiriremos a incorruptibilidade e a imortalidade instantaneamente. Mas é preciso que saibamos que antes que este evento maravilhoso, único e singular ocorra, o Espírito Santo continua a trabalhar exatamente nesse instante em você e em mim para que sejamos em nosso caráter iguais a Cristo.

Que isso não seja negligenciado nem confundido com ideias humanas sem fundamento sobre o que consiste de fato ser semelhante a Jesus. A vida dEle, em Suas imortais palavras e atos deve ser  lida, refletida e praticada conforme os quatro evangelhos se nos mostram.

Além disso, vemos também o caráter de Jesus refletido na vida de Paulo, de Pedro, João e tantos outros nas páginas do Novo Testamento e bem faremos em atentar como eles permitiram e vivenciaram a semelhança de Cristo enquanto exerciam seus respectivos chamados e ministérios.

Nos dias de hoje também encontramos, aqui e ali, servos de Deus que são "iguaizinhos a Cristo", ou seja, demonstram em palavras e obras o caráter do Nazareno, demonstrando que é perfeitamente plausível viver como Jesus viveu nesse mundo, ou seja, procurando fazer a cada dia a vontade do Pai ( Jo 4.34 ).

A semelhança com Cristo inclui a transformação do caráter e nisso está implícita a conformação com Sua morte conforme Rm 6.5. Sendo assim, levaremos nossa cruz, pois Ele mesmo nos ordenou que fizessemos isto (Mt 16.24; Mc 8.34; Lc 14.27). É algo que deve ser levado muito a sério. A. W. Tozer nos explica sobre o significado de levar a cruz: "A cruz é aquela adversidade extra que surge como resultado de nossa obediência a Cristo. Esta cruz não é forçada sobre nós; nós voluntariamente a tomamos com pleno conhecimento das consequências. Nós decidimos obedecer a Cristo e fazendo essa escolha, decidimos carregar a cruz. Carregar a cruz significa ligar-se à Pessoa de Cristo, ser fiel à soberania de Cristo e obediente aos seus mandamentos." 

Não deseja você nesse novo ano, nessa mudança de calendário, ter como alvo supremo de sua existência a semelhança de Cristo? O apóstolo Paulo fala claramente sobre termos a imagem de Cristo em nós, leiamos pois Romanos 8.29: "Porque os que dantes conheceu também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho; a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos."  

Que o Senhor fale ao seu coração e ao seu intelecto de que uma das coisas mais importantes para todo aquele que lhe serve é se tornar cada dia mais parecido com Cristo. Essa busca pela semelhança com Cristo é a vontade perfeita divina, essa é a necessidade primordial de cada crente em Jesus.

Somente assim poderemos impactar nossa própria geração para a glória de Deus.

Pense nisso ...... e que Deus te abençoe nesse novo ano com a semelhança em Jesus!