terça-feira, 17 de setembro de 2013

Desejando o equilíbrio da Bíblia, somente......

ME VEJO COMO um crente das Escrituras bíblicas. Como alguém apegado ao que a Bíblia diz. Não posso compreender os cristãos que defendem bandeiras com "unhas e dentes" como o calvinismo, arminianismo, pentecostalismo e outros "ismos" sejam eles quais forem. Declaro que sou um cristão evangélico pentecostal, certamente. Mas isso não significa um apego demasiado aos cânones pentecostais. Prefiro antes o bom equilíbrio defendido nas Escrituras. 

DEFENDER DE FORMA virulenta e agressiva seus pontos de vista é algo que não se coaduna com o Espírito de Cristo. Porque nessas ações, via de regra, ferimos ao nosso semelhante. Jesus disse que devemos amar ao próximo como a nós mesmos (Mc 12.31). Também Ele disse que deveríamos aprender a lição da mansidão e da humildade com Ele mesmo (Mt 11.29). O apóstolo Paulo declara de forma indubitável a mansidão de que todos devemos ser possuidores (2Tm 2.24).

TENHO TIDO UMA certa dificuldade com determinadas pessoas que defendem pontos de vista com veemência e agressividade. Eu mesmo, confesso, já fui partícipe desse ato e em mais de uma vez. Mas reflito agora e penso que, a esta altura da vida (beirando os 50 anos), deverei ser tomado de atitudes de tolerância, mas sem que isso venha significar todavia, de que renuncie aos ensinamentos da Palavra eterna de Deus.

JUSTAMENTE AQUI encontra-se o nó górdio da questão toda. Obedecer aos mandamentos de Deus e ser, ao mesmo tempo, paciente, manso e tolerante com a opinião dos alheios. Vejo cristãos tomados de cóleras incompatíveis com seu chamado em Cristo, quando, se preciso for, vão até às últimas consequências para defender seus particulares pontos de vista bíblicos sem considerar de que seu antagonista é tanto ser humano como ele, visto que, nenhum de nós e por razões biblicamente óbvias (uma natureza humana  pecaminosa) deverá estar isento da graça, do amor e da misericórdia de um Pai eterno que vela por todos nós.

NAS REDES SOCIAIS como o Facebook, por exemplo, há cristãos calvinistas, que defendem de uma forma repetitiva, chata, monótona, os pontos de vista soteriológicos de Calvino, dando muitas vezes a entender de que eles estão corretíssimos na questão toda. O mesmo acontece com arminianos, pentecostais, antipentecostais, defensores dos usos e costumes, cristãos judaizantes, defensores de uma única versão bíblica, defensores veementes de todas as versões, enfim, exemplos podem se multiplicar em muitos temas a perder de vista.

QUERO DEIXAR bem claro que, obviamente, todos nós temos nossos pontos de vista particulares sobre variados temas. Mas notemos o seguinte: 1) A Bíblia diz que deveremos ter uma vida transformada pela renovação de nossa mente ou entendimento (Rm 12.2; Ef 4.23); 2) Esta mente, por conseguinte, deverá ser a mente de Cristo (1Co 2.16). Isso posto, significa que deveremos estar apegados à Bíblia para forjar nosso entendimento do mundo, nossa cosmovisão e igualmente das próprias doutrinas bíblicas de uma forma equilibrada, onde deveremos dar o devido valor ao labor teológico. E aqui entra com muita propriedade a Hermenêutica sacra, a fim de que compreendamos as coisas de Deus, comparando Escritura com Escritura tão somente. O apóstolo Pedro declarou que haviam aqueles que distorciam as palavras do apóstolo Paulo eram indoutos e inconstantes (2Pe 3.15,16).

APRENDEMOS COM A HERMENÊUTICA que devemos interpretar a experiência pessoal à luz das Escrituras e não as Escrituras à luz da experiência pessoal. Também aprendemos que a fé salvadora e o Espírito Santo são-nos necessários para compreendermos e interpretarmos bem as Escrituras. Que fique claro que devemos ter posicionamentos o mais estritamente bíblicos possíveis. Mas todos sabemos que isto pode resultar em interpretações divergentes sobre um mesmo assunto. São vários assuntos na Bíblia que podem gerar desconfortos nas relações entre os irmãos do Corpo de Cristo. Mas a Bíblia diz assim: "E não entristeçais o Espírito Santo de Deus, no qual estais selados para o dia da redenção. Toda a amargura, e ira e cólera, e gritaria, e blasfêmia e toda malícia sejam tiradas dentre vós, antes sede uns para com os outros benignos, misericordiosos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus vos perdoou em Cristo." (Ef 4.30-32).

NO QUE DEPENDER DE NÓS, deveremos ter paz com todas as pessoas (Rm 12.18). Inclusive e principalmente com nossos irmãos em Cristo. Também em Romanos, Paulo diz-nos assim: "Tens tu fé? Tem-na em ti mesmo diante de Deus. Bem-aventurado aquele que não se condena a sim mesmo naquilo que aprova" (14.22). Já li por muitas vezes (e continuo lendo) no Facebook, irmãos e irmãs em Cristo, defendendo suas opiniões, em alguns casos com agressividade, em outros com sarcasmo e em outras vezes de forma absolutamente desagradável, por serem chatos, devido à insistência em repisar os mesmos temas. Como disse, me envolvi em algumas polêmicas, mas confesso que não me senti bem e em nada me edificou, ao contrário, em alguns casos, fiquei com asco de alguns irmãos, confesso.

NA EPÍSTOLA DE JUDAS está escrito assim: "Amados, procurando eu escrever-vos com toda a diligência acerca da comum salvação, tive por necessidade escrever-vos e exortar-vos a batalhar pela fé que uma vez foi dada aos santos" (3). E no versículo seguinte, Judas diz que o motivo dele escrever assim é porque alguns homens ímpios haviam se infiltrado entre os irmãos, dizendo que após terem se tornado cristãos, poderiam andar da maneira que quisessem, distorcendo assim a graça de Deus em Cristo por meio do Evangelho. Portanto, tornava-se necessário a defesa da fé cristã como autenticamente registrada nas Escrituras a fim de que o Evangelho da graça de Cristo não se tornasse dissoluto, desfigurado, irrelevante, sem poder algum de transformação das vidas e corações.

COMO DISSE ANTERIORMENTE e também no título dessa breve reflexão, é desejável o equilíbrio que a Bíblia preconiza. E é fator de equilíbrio sim quando, sem sermos belicosos, sem tomarmos partidos (vide 1Co 1.12,13; 3.1-6), procuramos "batalhar pela fé" no sentido de fazermos o que está escrito em 2Co 10.3-6, principalmente considerando que não andamos e militamos na "carne", ou seja, não vivemos nossa vida em Cristo segundo os padrões do homem natural, as armas de nossa guerra contra as malignas hostes (que são nossos verdadeiros inimigos) são poderosas de fato, somente no Senhor, armas que derrubam todos os argumentos e pretensões contra o conhecimento de Deus.

O QUE MAIS DESEJO é viver de forma a mais equilibrada e sóbria possível, tendo como meu padrão de conduta as Sagradas Escrituras. Evitarei polêmicas desnecessárias. E se, entretanto, precisar proclamar em alto e bom som (falando ou escrevendo) a verdade do Evangelho (como o apóstolo Paulo mesmo fez ao confrontar o apóstolo Pedro, vide Gl 2,11-21) isto deverá ser feito, note o que Paulo diz: "Por isso exortai-vos uns aos outros, e edificai-vos uns aos outros, como também o fazeis" (1Ts 5.11), e também o escritor da Epístola aos Hebreus declara: "Antes, exortai-vos uns aos outros todos os dias, durante o tempo que se chama Hoje, para que nenhum de vós se endureça pelo engano do pecado" (3.13).

TERMINO ESTA REFLEXÃO breve com mais dois textos da Epístola aos Hebreus. A primeira passagem diz: "Segui a paz com todos, e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor" (12.14) e a outra é: "Rogo-vos, porém, irmãos, que suporteis a palavra desta exortação; porque abreviadamente vos escrevi" (13.22). Sejamos cristãos que reflitam o verdadeiro Espírito de Jesus Cristo, não pendendo para discussões que poderão gerar contendas sem fruto algum que contribua para nossa mútua edificação.

DESEJE O EQUILÍBRIO BÍBLICO - pense nisso !!!













sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Reflexões necessárias sobre o nosso livre-arbítrio

NÃO CONSIGO entender aqueles que, dizendo-se servos de Deus e conhecedores das Escrituras, neguem o fato incontestável de que o ser humano é possuidor de certa medida de liberdade. Ou, o livre-arbítrio, livre agência, liberdade para escolher entre praticar o bem ou praticar o mal.

TUDO ISSO é realidade porque o homem é um ser moral. E é como um ser moral que ele foi criado à imagem e à semelhança de um supremo Ser moral, seu Criador, o Deus trino (Gn 1.26).

EM VÁRIAS OPORTUNIDADES me deparei na rede social mais concorrida do planeta, o Facebook, afirmações contundentes acerca da suposta ausência de livre-arbítrio no ser humano. E pela insistência e veemência dos protagonistas de tamanha inverdade, não dá para deixar de pensar, refletir e escrever algo a esse respeito como faço agora nessas poucas linhas (e isso por si mesmo já demonstra de como tenho essa liberdade, dada pelo Senhor Deus de assim o fazer).

É UM ENGANO imaginar de que nenhuma liberdade temos em escolhermos nossos caminhos. E aqui não serei extensivo, prolixo, pródigo, em declinar vários versículos bíblicos para apoiar o fator decisivamente bíblico de que temos sim livre-arbítrio e de que é algo concedido por Deus às suas criaturas morais (anjos e seres humanos). Convém notarmos que, quando falamos no livre-arbítrio humano, na liberdade do homem em fazer escolhas morais, não se pode esquecer que o único ser verdadeiramente livre é Deus, por ser Eterno, Auto-existente, Criador, Todo-Poderoso. Diante disso, entendemos que, naturalmente, a liberdade humana tem um limite, o limite de um Ser absoluto embora amoroso e benigno em conceder aos seres morais que Ele mesmo criou a liberdade de fazer escolhas conscientes de suas conseqüências (Ec 11.9).

ME REPORTAREI SOMENTE a quatro passagens bíblicas: Gênesis 4.6,7; Josué 24.15; Eclesiastes 11.9 e Mateus 26.39. Em todas essas passagens, há uma descrição clara e insofismável da realidade do arbítrio humano. A realidade de que temos liberdade para fazer escolhas e isto com consciência das conseqüências, quer sejam boas, ou más. Podemos escolher entre servir a Deus ou servir às nossas paixões e desejos. Não confere com o testemunho das Escrituras de que sejamos tais como marionetes, aqueles bonecos que somente executam seus movimentos porque alguém os tem controlados por cordas. Não é assim que o Senhor Deus agem com as criaturas inteligentes e morais que Ele criou.  

VAMOS LER na íntegra as quatro passagens sugeridas, Gênesis 4.7,8: E o Senhor disse a Caim: Por que te iraste? E por que descaiu o teu semblante? Se bem fizeres, não é certo que serás aceito? E se não fizeres bem, o pecado jaz à porta, e sobre ti será o seu desejo, mas sobre ele deves dominar.” Josué 24.15: Porém, se vos parece mal aos vossos olhos servir ao Senhor, escolhei hoje a quem sirvais; se aos deuses a quem serviram vossos pais, que estavam além do rio, ou aos deuses dos amorreus, em cuja terra habitais; porém eu e a minha casa serviremos ao Senhor. Eclesiastes 11.9: Alegra-te, jovem, na tua mocidade, e recreie-se o teu coração nos dias da tua mocidade, e anda pelos caminhos do teu coração, e pela vista dos teus olhos; sabe, porém, que por todas estas coisas te trará Deus a juízo. Mateus 26.39: “E, indo um pouco mais para diante, prostrou-se sobre o seu rosto, orando e dizendo: Meu Pai, se é possível, passe de mim este cálice; todavia, não seja como eu quero, mas como tu queres.

LEMOS NESSAS QUATRO PASSAGENS bíblicas acerca de indivíduos e grupos. Três passagens, em Gênesis, Eclesiastes e Mateus, declinam sobre vontades individuais e em uma passagem, no livro de Josué, lemos sobre a vontade de um grupo. Em Gênesis o Senhor Deus fala a Caim para que ele praticasse o bem. Caso assim não o fizesse, o pecado e o mal estariam à porta de seu coração, ou seja, sua vida, para entrar e tomar posse dele. Deus apela, portanto à vontade livre ao qual Ele dotara Caim para que obedecesse ao chamamento para o bem, ou seja, não consumar o que estava propondo em seu coração contra seu irmão Abel, e deixasse ir de si toda a ira assassina que estava a alimentar.

NO LIVRO de Eclesiastes vamos ler acerca do jovem para que se alegre e ande pelos caminhos de seu coração e pela vista de seus olhos, ou seja, conforme à sua própria vontade, usando sua liberdade. Mas, em seguida, o Senhor adverte que este mesmo jovem comparecerá diante dEle para a devida prestação de contas. O que notamos aqui é um apelo ao bom senso para que a pessoa reflita sobre seus próprios caminhos à luz do vindouro juízo, pois todos haveremos de prestar contar ao Senhor de nossos atos (Ec 12.14). A liberdade humana não deveria ser usada para fazer o que é errado aos olhos do Senhor.

A PASSAGEM do livro de Josué demonstra como o Senhor através de Seu servo Josué indaga o povo de Israel para que ele escolhesse com toda liberdade sobre a quem ele, o povo, queria servir, se a Ele, o Senhor que os tirara do Egito e lhes introduzira na terra de Canaã, ou se eles queriam servir aos deuses de seus antepassados. O povo sabiamente faz a escolha que Josué mesmo fizera, ou seja, de que ele e sua casa serviriam ao Senhor (vv. 15-18).

O VERSÍCULO em Mateus que citamos demonstra como o próprio Filho de Deus, o Senhor Jesus Cristo, em oração, pergunta ao Pai se era possível passar dEle o cálice do sofrimento, agonia e morte, mas em seguida Ele declara que não desejava fazer a própria vontade, mas vontade perfeita do Pai. Humanamente falando, Jesus, como todos nós, sentiu as agruras da morte que se aproximava, mas Ele sabia perfeitamente, estava plenamente cônscio de que viera ao mundo para morrer pelos nossos pecados (Jo 12.27-33). Portanto, voluntariamente, Ele se submeteu ao Senhor Deus e Pai, porque sabia que isto era o correto a se fazer. A Bíblia diz que a vontade Deus é boa, perfeita e agradável (Rm 12.2).

COMO ENTÃO poderemos em sã consciência aceitar opiniões humanas de a graça de Deus é irresistível, de que não podemos resistir a ela, de que, mesmo que não queiramos, deveremos servir a Deus contra nossa própria vontade, de que Deus predestinou à revelia da vontade humana, sem considerar a liberdade de que Ele mesmo nos dotou, predestinar alguns para salvação eterna e outros para a perdição eterna?

A SALVAÇÃO ETERNA do homem é obra inteiramente divina. Mas a partir disto julgarmos que, Deus nos obrigará a aceitar a obra consumada do Calvário sem que disso sejamos persuadidos pelo Espírito Santo (Jo 16.8-11) é por demais contraditório à luz não só das passagens que mencionei mas de todo o contexto das Sagradas Escrituras.

A BÍBLIA DIZ: “O que cedo busca o bem, busca favor, mas o que procura o mal, esse lhe sobrevirá"(Pv 11.27). Também podemos ler no Salmo 119.59: “Considerei os meus caminhos, e voltei os meus pés para os teus testemunhos." Os verbos “buscar”, “considerar” e “voltar” falam de uma voluntariedade que conspira contra toda opinião contrária que afirma que Deus força as pessoas a servi-Lo contra a própria vontade. Iguais a essas passagens existem inúmeras outras que você mesmo pode conferir, aqui vão algumas, Dt 26.17; 2Cr 34.2; Sl 18.21; Sl 119.15; Pv 4.26; 7.25; 10.9; 16.7, 25 e inúmeras outros versículos que demonstram a voluntariedade da submissão humana aos caminhos de Deus, sem constrangimento algum da parte dEle em nos obrigar a servi-Lo, muito embora Ele mesmo nos advirta das conseqüências eternas e desagradáveis para a alma que optar em viver de si para si mesmo.

O HOMEM CEIFA O QUE SEMEIA (Gl 6.7,8). Sendo assim, de forma amorosa e benigna, a exortação divina nas Escrituras é no sentido de apelar ao homem para que seja inteligente, para que reflita, pense, pondere muito bem seus próprios caminhos e se volte para o Senhor. Para que considere a obra de Cristo em seu favor. Para que compreenda que deverá deixar as obras infrutíferas de sua natureza corrompida pelo pecado e, de forma absolutamente consciente, submeta-se ao senhorio divino em sua vida.

DEUS DESEJA que o homem faça o bem. Se ele assim o fizer, isso resultará em seu próprio benefício. Mas, se ele se recusar, e teimar em andar conforme sua própria vontade má, desagradável a Deus e imperfeita, sofrerá com isso, efeitos já na vida presente e, no porvir, eterna separação de Deus e de Seu Reino (2Ts 1.6-9).

PORTANTO, a presente reflexão é no sentido de refutar os defensores da inexistência do livre-arbítrio humano. E para advertir a você que nos dá a honra de ler estas breves linhas, para que compreenda de que você é um ser moral, detentor de vontade própria, mas que em nenhum momento será coagido pelo Eterno a obedecer-Lhe Sua vontade. Saiba que em amor, Ele continuará a atraí-lo. O profeta Oséias escreve: Atraí-os com cordas humanas, com laços de amor...” (11.4).


CONVIDO POIS você para que pense sobre tudo isso que acabou de ler. Que o Senhor Eterno e Salvador lhe abençoe !!!