quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Com Jesus, que 2012 seja melhor para você……


Como 2012 pode ser melhor do que o ano que termina? A pergunta procede porque precisamos avaliar as perdas e ganhos do ano que está terminando. Se alcançamos o que planejamos em seu início. Se perseveramos em proseguir rumo ao alvo proposto, ou se desistimos ou ainda, se tentando um atalho para conseguirmos mais facilmente chegar, lamentavelmente tenhamos errado e fracassado dessa maneira. Parece assim que o nosso saldo é desfavorável. Chegamos assim ao fim de 2011 com a sensação de que as coisas realmente não andaram bem. Mas quero lembrar do grande exemplo do 16º presidente dos Estados Unidos. Você sabe quem foi ele? Abraham Lincoln. Ele sofreu inumeráveis derrotas pessoais antes de, aos 51 anos de idade, chegar ao topo de dirigente máximo da nação. Qual o seu segredo? Perseverança, persistência. Ele não desistiu até alcançar seu objetivo. Quem ler a biografia de Lincoln descobrirá como ele não se deixou abater em meio a todas as dificuldades que lhe sobrevieram. Estamos dispostos a fazer o mesmo para da mesma forma sermos vitoriosos?

Precisamos dos exemplos de homens da estirpe de Abraham Lincoln. Precisamos disso numa época de poucos exemplos confiáveis. De pessoas sem ideais e sem motivações.

Recordo agora de um exemplo bíblico notável. Josué, o sucessor de Moisés. Ele andara todo o tempo à sombra do grande líder do povo israelita. Ele viu e ouviu muitas coisas maravilhosas. A maneira como tinha comunhão com Deus, que Lhe falava bem intimamente. Até que Deus diz a Seu servo de que aquele jovem haveria de substituí-lo no comando da nação (Dt 31.14). Josué certamente, possuidor dos mesmos sentimentos e expectativas de todos nós, deve ter ficado um tanto quanto apreensivo. Ele haveria de ser o líder de um povo que somava aproximadamente 3 milhões de pessoas. Será que ele estaria habilitado para tão grande tarefa? Será que o povo o respeitaria e o seguiria em sua liderança, assim como fora com Moisés? O que ele deveria fazer?

Deus em Sua graça e misericórdia, esteve com Josué e Lhe falou assim: “Moisés, meu servo, é morto; levanta-te, pois, agora, passa este Jordão, tu e todo este povo, à terra que eu dou aos filhos de Israel. Todo o lugar que pisar a planta do vosso pé, vo-lo tenho dado, como eu disse a Moisés. Desde o deserto e do Líbano, até ao grande rio, o rio Eufrates, toda a terra dos heteus, e até o grande mar para o poente do sol, será o vosso termo. Ninguém te poderá resistir, todos os dias da tua vida; como fui com Moisés, assim serei contigo; não te deixarei nem te desampararei. Esforça-te, e tem bom ânimo; porque tu farás a este povo herdar a terra que jurei a seus pais lhes daria. Tão-somente esforça-te e tem mui bom ânimo, para teres o cuidado de fazer conforme a toda a lei que meu servo Moisés te ordenou; dela não te desvies, nem para a direita nem para a esquerda, para que prudentemente te conduzas por onde quer que andares. Não se aparte da tua boca o livro desta lei; antes medita nele dia e noite, para que tenhas cuidado de fazer conforme a tudo quanto nele está escrito; porque então farás prosperar o teu caminho, e serás bem sucedido. Não to mandei eu? Esforça-te, e tem bom ânimo; não temas, nem te espantes; porque o Senhor teu Deus é contigo, por onde quer que andares” (Js 1.2-9).

Isso foi uma injeção de motivação para Josué com toda certeza. Ele, se tinha alguma dúvida ou temor, nesse momento em que recebia a Palavra do Senhor para si, teve tudo aquilo dissipado de seu coração. Tanto é assim que a liderança que ele exerceu em Israel, proporcionando a conquista da terra de Canaã, coloca-o entre um dos grandes líderes do povo judeu. O conselho que recebera de Deus se baseava no esforço pessoal que deveria empreeender com bom ânimo (v.6,7,9) e na observância estrita do livro da lei, a Palavra de Deus (vv. 7,8).

É isso que igualmente eu e você deveremos fazer para que tenhamos um ano de 2012 com a marca do sucesso. Sucesso esse calcado nos parâmetros divinos. Não um sucesso de acordo com padrões mundanos.

Deveremos nos esforçar pessoalmente para conquistarmos posições. Para termos as vitórias. Se falo de vitórias é porque existem lutas. E a vida do cristão está carregada de lutas e tribulações. Não somos adeptos da famigerada Teologia da Prosperidade que apregoa miseravelmente de que teremos bençãos e mais bençãos e que nega toda a perspectiva de sofrimento. Jesus mesmo disse que no mundo teríamos muitas aflições (Jo 16.33). Assim, é nosso dever viver a vida cristã com fé, com os olhos fixos no Autor e Consumador desta fé (Hb 12.1,2) para que sejamos realmente vitoriosos como Deus quer e não como desejam os homens.

O outro cuidado que deveremos ter nesse novo ano que se inicia é de sermos realmente cumpridores da Palavra (Tg 1.22). O Senhor Deus aconselhara a Josué para que tivesse o cuidado devido e obedecesse à Sua Palavra, porque se assim o fizesse, ele se conduziria com prudência em tudo o que se propusesse a fazer. Ele teria o verdadeiro sucesso, sucesso este que provém da estrita observância a todo o conselho de Deus. Ou seja este seria o fator da verdadeira prosperidade. Obediência ao Senhor traz prosperidade para nossa vida. Essa prosperidade pode até incluir sim, bens materiais. Porém, novamente quero aqui advertir mais uma vez contra a insidiosa Teologia da Prosperidade, que coloca muitas vezes em primeiro lugar o dinheiro, a casa, o carro, etc. Prosperidade verdadeira se resume em andar com Deus. Nada mais e nada menos do que isso.

Que você entre então em 2012 com esse belo exemplo de Josué. Seja esforçado, batalhador, mas também, seja obediente aos mandamentos do Senhor. Não busque a prosperidade segundo padrões mundanos ou carnais, mas busque segundo a Palavra de Deus. Lembre-se sempre que jamais estaremos isentos de tribulações enquanto aqui estivermos. Note o que Paulo disse em 2Tm 3.12: “E também todos os que piamente querem viver em Cristo Jesus padecerão perseguições.” Isso é o que espera a todo crente em Jesus Cristo que decide realmente ser-Lhe fiel. Mas saiba igualmente o que disse o apóstolo Pedro: “Amados, não estranheis a ardente prova que vem sobre vós para vos tentar, como se coisa estranha vos acontecesse; Mas alegrai-vos no fato de serdes participantes das aflições de Cristo, para que também na revelação da sua glória vos regozijeis e alegreis. Se pelo nome de Cristo sois vituperados, bem-aventurados sois, porque sobre vós repousa o Espírito da glória e de Deus; quanto a eles, é ele, sim, blasfemado, mas quanto a vós, é glorificado. Que nenhum de vós padeça como homicida, ou ladrão, ou malfeitor, ou como o que se entremete em negócios alheios; Mas, se padece como cristão, não se envergonhe, antes glorifique a Deus nesta parte” 1Pe 4.12-16). Sofrer pelo Nome de Cristo, pelo fato de sermos seus seguidores fiéis, é muito mais glorioso do que o recebimento de bençãos materiais. O peso eterno que nos advém pela fidelidade e a consequente perseguição, é incalculável e de muito maior valor diante do Senhor da Glória!

Entre então em 2012 com essa santa expectativa. Procure compreender ainda mais os caminhos de Deus. Seja um discípulo efetivo do Senhor Jesus. O nosso exemplo maior provém dEle mesmo, visto que somos seus seguidores. Se fizermos isto e atentarmos para o que diz toda a Palavra de Deus, e ainda, observamos bons exemplos em homens como o notável Abraham Lincoln (que era cristão), certamente o ano que está chegando será melhor do que o ano que está no seu ocaso.

Pense nisso e feliz 2012 tendo Jesus Cristo como o centro de sua vida!

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Festival Promessas: Deus está neste negócio?


Não consigo deixar de pensar biblicamente.

Não consigo deixar de pensar no Deus da Bíblia.

Não consigo deixar de pensar na forma de agir desse Deus.

Um Deus que as Escrituras do AT e NT dizem que é: Pessoal (Êx 3.14,15); Infinito (Sl 90.2); Criador (Gn 1.1); Sustentador (Ne 9.6); Amor (1Jo 4.7-21); Santo (1Pe 1.15,16); Único (Is 45.5,6) e Trino (2Co 13.13).

Nosso Deus está para muito além das concepções humanas. Ou de especulações de cunho teológico que reduzem aspectos de Sua Augusta Pessoa (vide o exemplo da Teologia Relacional ou Teísmo Aberto).

Portanto, se cremos num Deus possuidor de tantas características singulares em Sua Bendita Pessoa e também tantos atributos - Infinitude, Eternidade, Imutabilidade, Onipresença, Soberania, Onisciência, Onipotência dentre outros - e que agiu, age e agirá no Universo que Ele mesmo soberana e poderosamente criou, onde TUDO - absolutamente TUDO - está em Suas mãos, até mesmo seu principal opositor, Satanás, que nada pode fazer se Ele, o Senhor dos Exércitos não permitir (Jó 1.11,12; 2.5,6). Este grande e maravilhoso Deus que já reina nos corações de tantos quantos Lhe temem. E que finalmente reinará (com o banimento final de Satanás, do mal, do pecado e da morte) no fim dos tempos, onde Seu Filho, nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, Lhe entregará o reino e Ele então - DEUS - será tudo em todos!

Diante desses fatos portentosos e desse inigualável Ser Divino, um Deus que continua a trabalhar por meio de Seu Santo Espírito nas vidas dos pecadores para trazê-los à comunhão Consigo por meio de nosso Senhor Jesus Cristo (Jo 16.8-11) como eu poderia pensar de que Ele absolutamente não estaria agindo num evento como esse, o Festival Promessas?

Este evento dividiu opiniões entre os servos de Deus. Eu mesmo dialoguei com alguns via Facebook que não concordaram com a realização do evento. Foi falado de que era um mero show gospel e não um culto de pregação da Palavra para a conversão dos ouvintes ao Evangelho; foi citada a aliança entre a Rede Globo e os cantores que participaram do evento e que foi visto negativamente como algo espúrio, algo abominável. Além disso, li num blog de um estimado pastor que admiro por sua postura e seus textos de que ele não assistira o Festival Promessas porque: 1) A motivação da Globo seria exclusivamente financeira; 2) Para igualar-se com a Rede Record, tentando trazer para seu lado milhões de evangélicos decepcionados com a TV de Edir Macedo; 3) A crítica contra o show business evangélico; 4) A assim denominada indústria de entretenimento gospel.

Eu quero dizer aqui que concordo com as premissas do autor. Também sou contra fazer de Deus e das coisas de Deus objeto de lazer e descontração. Também não concordo com os shows gospel naquilo que eles tem de comercial, o apóstolo Paulo falou de homens privados da verdade, supondo que a piedade é fonte de lucro (1Tm 6.5). Quanto às brigas das emissoras, acho lamentável que o Evangelho e o Nome de Cristo estejam no meio desse negócio, algo que é totalmente mundano e abominável, bem como o desejo indisfarçável da Globo de conquistar o público evangélico para si, sabendo de antemão que muitos lucros obterá nessa conquista.

Entretanto, como mencionei várias vezes no bate-papo do Facebook com os amados que ali estavam no domingo à tarde logo após à exibição do Festival, mesmo em meio a todas essas contradições e ambiguidades, mesmo em meio ao amor ao dinheiro, ao lucro, conquista de audiências, enfim, eu quero ressaltar a MULTIFORME SABEDORIA E GRAÇA DE DEUS (Ef 3.9; 1Pe 4.10) que age em meio ao pecado e a mesquinhez e interesses escusos dos homens.

O povo de Israel no deserto foi testemunha dessa graça inigualável. Um povo que fora resgatado com mão forte da escravidão no Egito pelo Deus de Abraão, Isaque e Jacó, e que passara a ser o povo exclusivo de Deus, o povo da aliança. Que recebeu a Lei pelas mãos de Moisés, que comeram de um só manjar espiritual, beberam da mesma fonte espiritual, beberam de uma pedra espiritual e essa pedra era Cristo, todavia, não se agradou Deus da maioria deles (1Co 10.1-5). E a advertência segue-se, para que também não cobicemos coisas más, não sejamos idólatras, não pratiquemos a imoralidade e nem murmuremos (10.6-12). Tudo isto é para exemplo nosso, a fim de que não pratiquemos as mesmas coisas.

Mas temos o firme testemunho de que mesmo assim, Deus em Sua longanimidade continuou a conduzir os remanescentes do povo, os que haviam nascido no deserto mais Josué e Calebe e fez com que entrassem em Canaã conforme prometera. Deus continuou a trabalhar. Este povo de Israel precisava ser testemunha para as nações em redor das ações soberanas do Senhor e trazer muitos ao Seu conhecimento. Ele continua a agir hoje também. Por meio dessa graça que atuou no passado e continua a agir hoje, é sob esta graça que vejo o Festival Promessas. Não quero simplesmente criticar e elencar várias premissas negativas em relação ao evento, como disse, muitas delas válidas senão a maioria, como me reportei ao amado pastor e seu blog. Mas não consigo deixar de pensar em Deus agindo, trabalhando, de alguma forma misteriosa em tudo isso.

Lembremo-nos do que Jesus disse: "Não te maravilhes de te ter dito: Necessário vos é nascer de novo. O vento sopra onde quer, e ouves sua voz, mas não sabes de onde vem, nem para onde vai; assim é todo aquele que é nascido do Espírito" (Jo 3.7,8).

Assim age e continua a agir o Espírito Santo. Ele é o agente do novo nascimento. E assim como o vento que sentimos em nosso rosto, ouvimos seu ruído, mas não sabemos de onde veio e nem para onde foi assim é o agir do Espírito de Deus. Não quero deixar de entender isso, de olhar esse aspecto tão maravilhoso no Ser de Deus. Essa ação levada a cabo pelo Espírito Santo se dá exatamente em meio às lamentáveis fraquezas humanas.

Você pode dizer como uma amiga no Face falou para mim: Mas Cicero, não era um culto, era um show. O que você pode esperar de um show gospel?" Verdade, mas.....mediante tudo que escrevi agora pouco, pense melhor.....acaso o Espírito de Deus agiria somente dentro de uma igreja, em meio a um culto como comumente conhecemos ou Ele não é soberano para agir em meio a um show gospel também?

Essa mesma amiga (que prezo muito, é uma mulher de Deus) escreveu em seu blog que "a Igreja de Jesus nunca precisou da Globo para nada". Verdade. Disse também que "se os evangélicos cresceram não foi por conta da Globo e muito menos por conta do evangelho puro e simples de Jesus, mas porque pregam o "Euvangelho" que satisfaz o ego da grande multidão".

Novamente concordo com minha amiga. Hoje se prega um Evangelho antropocêntrico que é centrado no homem e não em Deus. Muitas vezes a glória é dada aos propagadores desse falso evangelho enquanto Deus fica com as honras menores por assim dizer. Acredito sim que há muita superficialidade em meio à suposta piedade do assim denominado "povo de Deus".

Mas continuo insistindo que, mesmo em meio a tudo isso, a graça multiforme do Senhor age. E continuará assim até o retorno de Jesus Cristo. Deus não vai deixar de trabalhar para salvar aos pecadores por causas de nossas inadequações como Igreja no entendimento e na prática do verdadeiro Evangelho. Posso citar aqui o exemplo notável de Neemias que não deixou o trabalho de reconstrução do muro em redor de Jerusalém por causa das conspirações e ameaças de seus inimigos, mas perseverou até a conclusão da obra. Assim é o nosso Deus e assim é todos quantos entendem e recebem isso.

Que possamos dizer como Neemias: "Agora, pois, ó Deus, fortalece as minhas mãos" (Ne 6.9b). Mesmo com as divulgadas más intenções da Rede Globo, ou a reconhecida questão de uma Igreja apegada a pressupostos questionáveis na sua vivência do Evangelho, continuemos a trabalhar também como o Senhor trabalha porque, não nos esqueçamos, somos cooperadores em Sua maravilhosa obra (1Co 3.9).

Convido-vos humildemente a pensar sobre isso! Em o Nome de Jesus!


quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Contra a lei da palmada, a lei da intromissão

Ora, é no mínimo revoltante constatar que os governistas querem legislar no âmbito da educação familiar, na criação de nossos filhos dizendo a mim e a você que não poderemos mais bater em nossos filhos quando for necessário. Que história é essa? Contra essa tal LEI DA PALMADA deveria ser votada a LEI DA INTROMISSÃO - "Todo governante a partir dessa data está proibido de votar alguma lei que viole o direito de cada um de educar os seus filhos como lhe convier, resguardado todo excesso, tais como, socos, pontapés, chibatadas ou utilização de qualquer intrumento que cause perfuração, ferimentos ou queimaduras. Fica garantido o direito de cada pai ou mãe de, se assim entender, usar a vara conforme a Palavra de Deus explicitamente ordena em Provérbios 13.24; 22.15; 23.13,14; 29.15,17. Ou, substituir a vara por palmadas. Está vetado portanto, a qualquer governante, opinar ou querer impor alguma lei sobre o direito de cada pai ou mãe de castigar seu filho dessa maneira se necessário for."

Acredito piamente que uma educação nos moldes bíblicos não deformará o caráter de ninguém. Esses educadores modernos acham que sabem mais do que DEUS que nos criou. Que nos revelou por escrito Sua Palavra dizendo exatamente quem somos, o que Ele fez por nós por meio de Seu Filho, Jesus Cristo, e como podemos viver de maneira agradável a Si e em comunhão e entendimento com nossos semelhantes.

É a Bíblia portanto, o nosso manual por excelência. Ela ensina como o ser humano deve viver. Dentre seus vários ensinamentos está a educação dos filhos. O Senhor Deus tencionou que pudéssemos criar a nossos filhos de acordo com Sua vontade. A Bíblia não nega quem realmente somos e trata com bastante clareza de muitos assuntos. A educação dos nossos filhos está dentro deste bojo.

Em Deuteronômio capítulo 6, diz o Senhor ao pai israelita de que ele não só deveria guardar a Sua Palavra (6.1-6) como igualmente ensinar a seus filhos (v.7, 20-25). Este ensino, era o referente aos mandamentos divinos que o Senhor havia promulgado por intermédio de Moisés. Começava cedo essa educação, por volta de três anos quando já sabiam falar. Orações e cânticos eram aprendidos por repetição tal como nos dias atuais. O pai ensinava ao menino a religião, a história de seu povo e uma profissão. A mãe ensinava à menina tudo o que se referia às tarefas do lar, a terem boas maneiras e um alto padrão moral. Esses eram os paradigmas habituais da educação no lar israelita. Mas a Bíblia não esconde o caso de pais que falharam em educar seus filhos, como foi o caso do sacerdote Eli (1 Sm 2.12-36) e do rei Davi (1 Re 1.5,6).

A disciplina aos filhos está bem definida na Palavra de Deus. A Bíblia exorta aos pais terem uma postura equilibrada. A Bíblia não endossa espancamentos. Ou xingamentos, agressões verbais contra nossos filhos. O que Deus ordena é que haja disciplina ponderada. O texto em Efésios 6.4 diz: "E vós, pais, não provoqueis a ira dos vossos filhos, mas criai-os na disciplina e instrução (admoestação) do Senhor" (Almeida Séc. 21).

Outro texto que não deixa dúvida de que a disciplina provém de Deus e temos de exercitá-la está em Hebreus 12.4-11, leiamos na íntegra: "No combate contra o pecado, ainda não haveis resistido a ponto de derramar sangue. Já vos esquecestes do ânimo de que ele vos fala como a filhos: Filho meu, não desprezes a disciplina do Senhor, nem fiques desanimado quando por ele és repreendido. Pois o Senhor disciplina a quem ama e pune a todo aquele que recebe como filho. É visando à disciplina que perseverais, Deus vos trata como a filhos. Pois qual é o filho a quem o pai não disciplina? Mas, se estais sem disciplina, da qual todos se têm tornado participantes, então, não sois filhos, mas filhos ilegítimos. Além disso, tínhamos nossos pais humanos para nos disciplinar, e nós os respeitávamos. Logo, não nos sujeitaremos muito mais ao Pai dos espíritos, e assim viveremos? Pois eles nos disciplinaram durante pouco tempo, como bem lhes parecia, mas Deus nos disciplina para nosso bem, para sermos participantes da sua santidade. Nenhuma disciplina parece no momento motivo de alegria, mas de tristeza. Depois, porém, produz um fruto pacífico de justiça nos que por ela têm sido exercitados" (Almeida Séc. 21).

Ora, o texto claramente diz que há efeitos benéficos em disciplinar um filho. Deus mesmo, como nosso amantíssimo Pai celestial, nos disciplina sem dúvida alguma. E isso para o nosso bem. E, analogamente, o texto fala que os pais humanos também devem disciplinar a seus filhos, seguindo o exemplo de nosso Deus Pai. E o texto diz mais ainda, que nossos pais nos disciplinavam como bem lhes parecia, ou seja, Deus concede liberdade nisso, desde que, logicamente, não sejamos violentos ao disciplinar nossos rebentos.

Quando Salomão em Provérbios fala do uso da vara, entendemos que Deus está assim delimitando os pais no sentido de usarem um objeto definido, ou seja, uma vara (de marmelo, de goiabeira, etc) para o devido castigo do desobediente. Tenho três filhos jovens, maiores, e posso dizer portanto, de que houve momentos na educação dos mesmos, quando menores, que não adiantava somente falar, somente aconselhar ou ralhar, mas a disciplina tinha de ser física, a fim de tratar a rebeldia deles de forma bíblica. Quando o texto diz: "A estultícia está ligada ao coração da criança, mas a vara da correção a afugentará dela" (Pv 22.15) está determinada a eficácia da disciplina física. A palavra "estultícia" significa "tolice", ou seja, geralmente as crianças são traquinas, "levadas da breca" como se diz comumente e por vezes passam dos limites (estabelecidos pelos próprios pais ou outros) e devem aprender a obedecer, porque se não forem disciplinadas, se não forem ensinadas desde tenra idade, acontecerá o que está escrito em Pv 29.15b ".....mas a criança entregue a si mesma envergonha sua mãe" na primeira parte do versículo é dito que tanto a vara como a repreensão darão sabedoria à criança.

Portanto, é inaceitável qualquer tentativa do Estado em querer determinar algo que é prerrogativa exclusiva dos pais!

O Estado com essa atitude, estará temerariamente fazendo a gênese de uma geração de tolos e de insensatos. É o que diz o texto de Pv 17.21,25: "O que gera um tolo, para sua tristeza o faz, e o pai do insensato não terá alegria"; "O filho insensato é tristeza para seu pai e amargura para quem o deu à luz" (Almeida Séc. 21).

O castigo de um pai, de forma bíblica, não vai matar um filho. Provérbios 23.13,14: "Não retires a disciplina da criança, pois se a fustigares com a vara, nem por isso morrerá. Tu a fustigarás com a vara, e livrarás a sua alma do inferno."

Desnecessário dizer que os filhos devem ser educados. Devem ser ensinados a fazer as coisas certas. Devem aprender a evitar o erro. E se porventura forem teimosos, renitentes, rebeldes, a vara deve entrar em ação, ou seja, a disciplina conforme a Bíblia ordena.

Se quiserem impor essa famigerada "lei da palmada", que o povo, principalmente o povo evangélico, ajude a propor a "lei da intromissão." Para que o Estado saiba que nós, pela graça de Deus, sabemos cuidar bem de nossos filhos. Se há pais, evangélicos ou não, que passam dos limites e agridem a seus filhos, devem ser punidos sim. Para eles o rigor da lei. Mas o que não pode ocorrer é a aprovação de uma lei iníqua que deseja punir quem disciplinar seu filho em consonância com a Palavra de Deus e de forma legítima, visto que são pais e possuem autoridade que emana do próprio Pai celeste.

Quantos de nós estarão dispostos a obedecer a Palavra de Deus? Acaso vamos nós ser desobedientes a nosso Pai celestial e assim estarmos sujeitos à sua vara de correção? Onde estão os obedientes? Os sensatos? Os sábios? Precisará Deus nos disciplinar?

Pensemos juntos isso!

domingo, 11 de dezembro de 2011

Deus e Sua aliança eterna com Israel, a nação que não passará


O povo de Israel é o povo da aliança. Eles são a oliveira verdadeira. Nós, gentios dentre todas as nações, considerados zambujeiros, ou seja, oliveiras silvestres, fomos enxertados no lugar dos ramos naturais que foram cortados. Passamos então, como a Igreja de Cristo, a fazer parte da raiz e da seiva da oliveira verdadeira, Israel (Rm 11.16-24).

Mas isso jamais elimina o fato de que Israel continua a ser o povo da aliança. O povo a quem o Senhor dos Exércitos estabeleceu uma aliança desde Abraão (Gn caps. 12,15 e 17). Este é o pacto central. Deus prometera a Abraão quatro bençãos: 1) Benção pessoal - Um grande nome; 2) Benção territorial - Vasta extensão de terra prometida aos seus descendentes; 3) Benção nacional - Uma grande nação; 4) Benção espiritual - Todas as nações seriam abençoadas na semente de Abraão.

E o apóstolo Paulo confirma isto ao dizer em Rm 9.5 que dos judeus, ou seja, dos descendentes de Abraão, procede o Messias, Jesus Cristo, Deus bendito eternamente que se fez carne por nós para nos trazer uma eterna salvação.

Depois ainda deparamos com a aliança mosaica (Êx caps. 20 a 23), onde as bençãos prometidas a Israel estavam sob a condição de obediência de toda a nação. Temos a aliança palestínica (Dt caps.28 a 30). Deus promete a terra da Palestina de forma perpétua a Israel, mas a permanência nela fica sob condição de obediência. Há também a aliança davídica (2Sm 7.10-16) onde o trono de Israel é prometido aos descendentes de Davi como possessão perpétua (Cristo, descendente de Davi, e o herdeiro legítimo, eterno e perfeito desse trono). Também declinamos aqui a aliança espiritual (Gl 3.8) onde a "justificação pela fé" seria oferecida através da semente de Abraão.

Nesta semana, estava meditando no texto de Jr 31.31-40, que fala de uma nova aliança. Esta nova aliança com Jeremias seria estabelecida a fim de substituir a aliança mosaica no que diz respeito às bençãos pessoais na nova dispensação em Israel. Retiro agora da Bíblia de Estudo Vida Nova o que se segue:

1) Essa nova aliança iria substituir a antiga aliança que Israel havia quebrado, a aliança mosaica (Jr 31.32; Hb 8.7,8).
2) Seria uma aliança de graça e não de obras (31.32; Hb 8.6).
3) Esta nova aliança promete o novo nascimento mediante o qual, a lei de Deus é escrita nos corações de Seu povo (31.33; 32.39; Hb 8.10; 10.16).
4) A nova aliança promete a conversão da nação de Israel a Deus (31.33,34; 32.38; Hb 8.10).
5) A nova aliança promete o perdão dos pecados (31.34; Hb 8.12; 10.17).
6) A nova aliança promete a vinda de bençãos de Deus sobre Israel (32.39,40).
7) A nova aliança é um pacto eterno (32.40).
8) Embora a nova aliança tivesse sido expressamente feita com os filhos de Israel, a epístola aos Hebreus aplica os benefícios da graça, que fluem dessa nova aliança, à Igreja. O atual ministério de nosso Senhor baseia-se em Seu ofício medianeiro de Seu melhor pacto (Hb 8.6). O privilégio dos crentes, durante nosso tempo, de entrar no Santo dos Santos através sangue de Jesus, diz respeito a essa nova aliança (Hb 10.14-22). A ceia do Senhor baseia-se sobre a nova aliança (Lc 2.20). Finalizando, isso não significa que a nova aliança deve ser entendida como declaração de que as promessas milenares a Israel não tenham de ser observadas. Essas promessas serão cumpridas (Rm 11.26).

Por isso abismado com a ousadia de líderes como o presidente do Irã, ou os terroristas do Hamas ou do Hezbollah, que querem a destruição da nação judaica. Eles anseiam varrer a Israel do mapa, assim como Hitler quase conseguiu ao matar seis milhões de judeus na Segunda Grande Guerra. O antisemitismo vem de longe. Na Idade Média, por exemplo, os judeus foram acusados pela peste negra que devastou a Europa, entre os anos de 1340 e 1350. Milhares foram mortos em mais de 350 cidades européias. Foram estrangulados, queimados vivos, afogados, linchados, enforcados. A Inquisição, o nefasto tribunal instituído pelo Catolicismo romano para caçar os "hereges" matou muitos judeus na Espanha e em Portugal. Nos sécs. 19 e 20, na Rússia, ocorreram os "pogroms", ou seja, ataques violentos e maciços contra os judeus e a destruição de suas casas, de seus negócios e de suas sinagogas. Milhares foram mortos nessas perseguições.

Esses são alguns dos poucos exemplos de como Satanás intentou e ainda continua agindo contra a presença do povo judeu no mundo. Mas o texto de Jeremias 31 deixa bem clara, de forma absolutamente cristalina para quem quiser ler, a eternidade da nação de Israel. Esta nação jamais passará. De forma linda e solene, o texto dos versículos 35 a 37 dizem-nos assim: "Assim diz o Senhor, que dá o sol para a luz do dia, e as ordenanças da lua e das estrelas para luz da noite, que agita o mar, bramando as suas ondas; o Senhor dos Exércitos é o seu nome. Se falharem estas ordenanças de diante de mim, diz o Senhor, deixará também a descendência de Israel de ser uma nação diante de mim para sempre. Assim disse o Senhor: Se puderem ser medidos os céus lá em cima, e sondados os fundamentos da terra cá em baixo, também eu rejeitarei toda a descendência de Israel, por tudo quanto fizeram, diz o Senhor."

Lemos de forma absolutamente esclarecedora, de que assim como não haverá de falhar o funcionamento do sol e da lua e também como é impossível serem medidos os céus ou sondados os fundamentos do planeta Terra, assim também a nação de Israel para sempre permanecerá.

Quando Deus fez as promessas ao patriarca Abraão, Ele tinha diante de Si a eternidade. Não fez as promessas ao Seu servo visando tão somente a dimensão do tempo e do espaço, pois o Santo habita justamente a eternidade, conforme escreve o profeta Isaías (57.15). Assim, nos quedamos maravilhados diante da profundidade do que Deus pactuou com Israel, e mesmo que Seu povo tenha sido rebelde, isso não anularia as promessas de forma alguma.

Alegremo-nos portanto, ó Igreja do Senhor, porque somos participantes destas bençãos. Estamos enxertados na oliveira verdadeira como disse anteriormente. E ainda ocorrerá a conversão nacional do judeus conforme se lê no livro do profeta Zacarias (12.10). Quando Jerusalém estiver cercadas pelos exércitos do Anticristo, o Leão da Tribo de Judá, Ele mesmo, nosso Senhor Jesus Cristo, dos altos céus irromperá e derrotará de forma instantânea aos inimigos de Seu povo, e o Israel daqueles dias se converterá nacionalmente ao Senhor Jesus, a quem hoje em sua grande maioria ainda não reconhecem como o Maschiach, como o Messias que tanto aguardam.

Os inimigos de Israel continuam ativos no mundo de hoje, como os grupos neonazistas, isso inclusive aqui no Brasil. Muitos não tem nenhum temor de Deus e se declaram inimigos dos judeus, responsabilizando-os pelas mazelas que existem e que afetam a humanidade. Inclusive muitos dizem que são totalmente a favor da causa palestina, execram a Israel dizendo que os israelenses matam covardemente ao povo palestino (sem considerarem o direito do Estado judeu de se defender dos foguetes e homens-bomba do Hamas, por exemplo) Muitas mentiras grassam pela mídia, isto tudo sendo obra do diabo. Mas tudo isso não passam de infames acusações contra o povo do qual descende o Salvador do mundo. Jesus mesmo disse isso: "Vós adorais o que não sabeis; nós adoramos o que sabemos porque a salvação vem dos judeus" (Jo 4.22).

Que possamos amar e interceder pelos judeus, para que conheçam a Jesus assim como fez o apóstolo Paulo, que sentia grande tristeza e contínua dor em seu coração, porque desejava a salvação de seus compatriotas (Rm 9.1-3).

Ame os judeus. Ame a Israel. Deus não anulou as promessas concernentes ao Seu povo e nem anulará jamais, mas cumprirá tudo no tempo determinado. Pense nisso.

sábado, 3 de dezembro de 2011

Sabedoria para discernir a cultura do mundo

O cristão vive no mundo, mas não é do mundo. O Senhor Jesus disse de forma categórica em Sua oração sacerdotal no cap. 17 do Evangelho de João: "Não são do mundo, como eu do mundo não sou" (v.16). E a Palavra de Deus traz recomendações expressas sobre o cuidado que todo crente deve ter com o ambiente em que vive, o mundo. A atmosfera espiritual desse mundo é contrária a Deus e Sua vontade. Está o seguidor de Jesus em um ambiente reconhecidamente hostil. E é nesse lugar que ele deve cumprir sua missão e seu testemunho conforme o Senhor Jesus notificou na Grande Comissão (Mt 28.19,20; Mc 16.15,16; At 1.8). Então necessário se faz que o crente e a Igreja por extensão tenha sabedoria para discernir o modus vivendi do mundo, sua cultura, para que ele não se contamine, espiritualmente falando, com o que há no mundo e possa assim levar a efeito a missão que lhe é atribuída pelo Senhor de toda a terra.

Necessária se faz uma compreensão das palavras gregas que o NT usa para o termo "mundo". Existem quatro vocábulos. O primeiro deles é ge significando "terra", "campo", "chão", no sentido puramente físico, contrastando terra e céus.

A segunda palavra é oikoumene que significa "terra habitada". Outro termo é aion, que significa essencialmente "tempo" mas por extensão também inclui o "espaço", indicando assim tudo aquilo que existe sob o condicionamento do tempo e do espaço. Existe aqui também a conotação de um aspecto ético-espiritual debaixo do poder do príncipe das trevas conforme Ef 2.2; Gl 1.4; 2Co 4.4.

Mas é o último vocábulo que queremos ressaltar e é a palavra kosmos que em sua origem indicava o mundo físico com sua consequente ordem e arranjo. Este termo aponta para o universo material como um sistema que Deus criou segundo os Seus propósitos (Mt 13.35; At 17.24). Também vem a transmitir a ideia do planeta Terra como o lugar da habitação dos homens (Jo 16.21; 1Jo 3.17) vindo então o fato da humanidade em sua plena totalidade (Jo 1.29; 3.16; 4.42). Para além desses sentidos, a palavra kosmos trata do sistema de valores alienado de Deus, que direciona o pensamento dos seres humanos para se oporem ao Senhor. Por isso o kosmos jaz no maligno (1Jo 5.19, cf Jo 12.31; 14.30), as trevas espirituais reinam nesse mundo (Jo 1.5; 12.46) e tudo isso por causa do pecado que entrou no mundo por causa da desobediência de Adão (Rm 5.12). Por isso o mundo está debaixo da condenação de Deus exatamente porque se opõe a Ele e a Seus propósitos (Jo 9.39).

Então, se o mundo em que ora vivemos é marcado pela maldição do pecado e está em profundas trevas espirituais, sendo a arena onde Satanás age contra Deus e Seus filhos, devemos como crentes em Jesus ter muita sabedoria ao viver nossas vidas nesse ambiente rarefeito e hostil. Estou convencido que muitas das derrotas e fragilidades do cristão individualmente e também da Igreja como Corpo de Cristo, advém de não se saber discernir com acuidade o mundo e sua cultura.

O Pacto de Lausanne contribui para que entendamos algo sobre cultura. O parágrafo 10 diz: "A cultura deve sempre ser julgada e provada pelas Escrituras. Porque o homem é criatura de Deus, parte de sua cultura é rica em beleza e em bondade; porque ele experimentou a queda, toda sua cultura está manchada pelo pecado, e parte dela é demoníaca. O Evangelho não pressupõe a superioridade de uma cultura sobre a outra, mas avalia todas elas segundo o seu próprio critério de verdade e justiça, e insiste na aceitação de valores morais absolutos, em todas as culturas."

"Cultura" é uma palavra que não se define de forma facilitada. Pode-se definir como os padrões ou paradigmas seguidos por um determinado grupo. A cultura compreende todos os aspectos da vida humana. No centro disso há uma cosmovisão, ou seja, um entendimento amplo do caráter do mundo e do lugar que se ocupa nesse mundo. Este entendimento ou compreensão tanto pode ser em um conceito religioso (relativo a Deus ou a deuses e espíritos e a nossa relação com eles) como pode expressar em um conceito secular da realidade, como seria o caso da sociedade regida pelos padrões de Karl Marx, por exemplo.

Isso posto, acho que podemos começar a entender a necessidade de se ter sabedoria. O apóstolo Pedro diz em sua primeira epístola: "Amados, exorto-vos, como peregrinos e forasteiros que sois, a vos absterdes das paixões carnais que fazem guerra contra a alma, mantendo exemplar o vosso procedimento no meio dos gentios para que, naquilo que falam contra vós outros como de malfeitores, observando-vos em vossas boas obras, glorifiquem a Deus no dia da visitação" (2.11,12 - ARA). Peregrinos e forasteiros. Realmente é o que somos neste mundo que está em rebelião contra Deus. Aqui não é nosso lugar porque não somos mais pertencentes, espiritualmente falando, deste mundo que nascemos e crescemos e onde vivemos até agora. Pedro aconselha a deixar as paixões da carne, nossos pecados, vivendo em santidade como Deus exige. Nessa mesma epístola, porém no capítulo primeiro, o apóstolo diz, sob a inspiração do Espírito Santo, para não mais nos amoldarmos aos desejos da carne (1.14), sermos santos, assim como Deus é santo, em todo o nosso proceder (1.16), e andar, ou seja, viver sob o temor de Deus durante o tempo que vivermos aqui nesse mundo, o tempo de nossa peregrinação (1.17).

Estas coisas, o temor a Deus e a santidade pessoal, fazem parte intrínseca de nossa característica enquanto filhos de Deus que somos. Conforme 2.12, Pedro nos diz que devemos ser um exemplo para os não-crentes, agindo com correção em tudo o que procedermos nessa vida. Ora, isso nada mais é que viver com sabedoria. E é vivendo dessa maneira que saberemos discernir continuamente a cultura desse mundo. Se como o Pacto de Lausanne nos ensina que parte da cultura humana é rica em beleza e em bondade, porém manchada pelo pecado e parte dela é inteiramente demoníaca (e é só lançarmos um olhar ao nosso redor e facilmente verificaremos isso), devemos exercer um discernimento contínuo para que não caiamos no pecado de amar o mundo e seus valores corrompidos. Tanto o apóstolo Tiago ensina que a amizade do mundo é sinônimo de inimizade contra Deus (Tg 4.4), como o apóstolo João (1Jo 2.15-17). E João deixa clara a verdade de que os maus desejos da natureza humana, a vontade de ter o que agrada aos olhos e o orgulho pelas coisas da vida, tudo isso não vem de Deus, mas são coisas próprias deste mundo decaído. E o que fizer a vontade do Senhor permanecerá, enquanto o mundo e tudo o que lhe é próprio vai passar.

O discernir envolve primeiramente o deixarmos ser discernidos pela Palavra de Deus. Se eu não permitir o trabalho do Espírito Santo em minha interioridade (Hb 4.12), terei dificuldade para ter a sabedoria necessária e então discernir o mundo em redor. A segunda percepção de discernimento que deveremos possuir é o discernimento entre o bem e o mal. Sermos maduros para discernir não somente o bem, mas também o mal (Hb 5.11-14). Deus é o supremo Bem, mas Satanás é a inconfundível expressão maior do Mal. A terceira percepção é o discernimento entre a verdade e o erro. Às vezes verdade e erro podem ser confundidos com o bem e o mal. A verdade conduzirá ao bem, mas o erro levará ao mal. Por isso diz o apóstolo: "Nós somos de Deus; aquele que conhece a Deus nos ouve; aquele que não é da parte de Deus não nos ouve. Nisto reconhecemos o espírito da verdade e o espírito do erro" (1Jo 4.6 - ARA).

A verdade e o erro possuem várias dimensões de discernimento como conceituais, éticos, espirituais e teológicos. Em todos eles se trava uma luta titânica onde os espíritos enganadores (1Tm 4.1), procuram atacar os cristãos para lhes induzir ao pecado e ao erro bem como o apego à sociedade mundana e seus valores. O mundo exerce um fascínio sobre o homem, quer seja cristão ou não-cristão e precavido deve o crente estar contra estes ataques diuturnos que sofre pelo Príncipe desse mundo e seus asseclas, ou seja, Satanás e os demônios. Ora, se o diabo tentou a Jesus com o fascínio das coisas desta vida (Mt 4.8.9; Lc 4.5-7), é óbvio que também iria tentar a todos os discípulos do Senhor com tudo que o mundo decaído oferece para fazer com que estejamos amortecidos em nossa fé e por conseguinte nos afastemos de Deus e Sua vontade.

Jesus nos ensina a discernir. É ele quem diz: "Hipócritas, sabeis interpretar o aspecto da terra e do céu e, entretanto, não sabeis discernir esta época?" (Lc 12.56). Ele dissera às multidões que eles tinham sabedoria para entender o tempo, o clima, se iria vir chuva ou se haveria calor. Todavia, não tinham sabedoria para discernir o que Deus estava fazendo entre eles na Pessoa de Jesus, o Messias. Podemos aplicar esta passagem para compreendermos que discernir a cultura do mundo é fundamental para que não sejamos enganados, aceitando em nossa vida ou na Igreja aquilo que não é para ser aceito. Meditemos nas exortações do profeta Isaías (5.8-25).

Que possamos assim então buscar na Palavra de Deus a sabedoria que deveremos ter para discernir a cultura deste mundo que realmente jaz no Maligno (1Jo 5.19). Nunca antes como hoje a Igreja e cada crente individualmente, necessita dessa sabedoria que deve vir unicamente do alto, e ela é pura, pacífica, moderada, tratável, cheia de misericórdia e de bons frutos, imparcial e também é sem hipocrisia (Tg 3.17).

Querido e amado discípulo de Cristo e servo de Deus, pense nisso!


quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Apocalipse, o grande livro da atualidade

Não precisarei tentar explicar neste post, qual escola de interpretação teria uma leitura correta do livro do Apocalipse. Não é esse o objetivo. Posso apontar a interpretação que considero a mais plausível, todavia sem ser exaustivo ou dogmático. Mas, o que quero demonstrar é que, sob muitos aspectos, o livro do Apocalipse, com justa e fundadas razões, pode ser considerado o grande livro da atualidade. Porque afirmo isso?

Por causa das aceleradas mudanças que hoje ocorrem no mundo. Mas, antes que continue, quero deixar clara minha particular visão quanto ao livro de Apocalipse. Existem como todo estudioso do assunto deve saber, pelo menos quatro escolas de interpretação do livro, preterista, idealista, futurista e historicista. A escola preterista entende que todo o simbolismo do Apocalipse se relaciona unicamente com os acontecimentos da época em que foi escrito. Nada no simbolismo dos selos, trombetas, e taças tem qualquer relação com o futuro. A escola idealista, que se relaciona bem de perto com a escola preterista, entende que o Apocalipse é meramente um quadro simbólico da luta constante entre o bem e o mal, entre o Cristianismo e o paganismo.

Somos seguidores da fusão das duas últimas duas escolas, a saber, historicista e futurista. Do capítulo 1 até o 3, o apóstolo João fala no tempo presente, o que está ali descrito em relação às sete igrejas (Ap 1.20-3.22). Do capítulo 4 em diante até o capítulo 19, segundo nosso entendimento escatológico, compreendemos que está sendo detalhado tudo o que ocorrerá no período da Grande Tribulação. Jesus disse a João: "Escreve as coisas que tens visto, e as que são, e as que depois destas hão de acontecer" (Ap 1.19) referindo-se claramente ao futuro, ou seja, ao aspecto eminentemente profético da maior parte do livro.

Isso posto, é possível entender claramente os tempos em que vivemos à luz do que diz o Apocalipse. Não tenho a menor intenção de tentar explicar aqui o significa o número 666, ou quem será o Anticristo, nada disso. Aprendi cedo que o que nos está claramente revelado na Bíblia, nisto devemos permanecer mas aquilo que nos é velado, pertence a Deus (Dt 29.29) e o próprio livro de Apocalipse nos adverte seriamente para não acrescentarmos ou tirarmos qualquer palavra da profecia do livro (22.18,19).

Apocalipse, o grande livro da atualidade, porque em primeiro lugar apresenta a perspectiva divina da história humana. É clara a intervenção de Deus por todo livro, demonstrando cabalmente Sua soberania. Creio que é por isso que o livro assim inicia: "REVELAÇÃO de Jesus Cristo, a qual Deus lhe deu, para mostrar aos seus servos as coisas que brevemente devem acontecer; e pelo seu anjo as enviou, e as notificou a João seu servo" (Ap 1.1). Só o Soberano e Eterno Deus poderia trazer esta revelação sobre o futuro, doutra forma nada haveríamos de saber.

Outro aspecto a ressaltar, é a posição central do Senhor Jesus Cristo por todo livro. Mas, principalmente, destaco Sua posição central no meio de Sua Igreja (1.12-20). Mediante isso, acho que acho que está já mais do que na hora de os homens que dizem servir a Jesus Cristo, que dizem conduzir seu rebanho ou ensiná-lo, já passa da hora de deixarem de ser eles mesmos o centro, o foco, a razão de ser do que faz a Igreja ser a Igreja do Senhor e enxergarem claramente de que o Único dono e Senhor da Igreja é o Senhor Jesus Cristo. Falo isto porque estamos em um tempo de personalismos e messianismos por toda parte.

Existe um otimismo que permeia todo o livro, porque antevê a vitória final do Senhor Jesus sobre a besta e o falso profeta (19.1-21). Mas este otimismo é contrastado ao retratar com fidelidade o pecado e o mal presente no mundo e no homem. Não há a menor hipótese de que este mundo vá melhorar com o decorrer do tempo (pela pregação do Evangelho, ou pelo humanismo, que tem uma visão extremamente otimista do ser humano). O Apocalipse demonstra que a humanidade destes tempos finais, em sua maioria, permanecerá em um estado de rebeldia contra Deus e Seu Ungido, o Senhor Jesus Cristo (Sl 2). Tanto é assim que, segundo o que está escrito em Ap 20.7-9 haverá um último ato de incrível rebelião contra o Todo-Poderoso Deus, mostrando em cores vivas a inegável e profunda condição decaída do ser humano.

Também, e chamo muito sua atenção para isso, existem referências no Apocalipse sobre imagens que falam (13.15), fogo que desce do céu (13.13), controle econômico do mundo inteiro (13.16,17), surgimento de uma grande e única religião mundial (13.14), devastação da terra por causa de causas físicas e também o aumento da temperatura solar, fato que os cientistas comprovam que ocorrerá (16.8), o completo colapso do centro da civilização em uma hora, ou seja, demonstrando que qualquer lugar da Terra, ou qualquer cidade que seja, com as armas de destruição em massa que existem, nucleares ou outras que talvez já existam e nem tenhamos conhecimento, pode ser imediatamente atacada e destruída (18.18-20) e, aquilo que repudio como uma grandiosa tendência de hoje, o clamor de muitos para que seja implementada a Nova Ordem Mundial com seu supremo governante, um líder que não só o Apocalipse prediz que surgirá, como também no livro de Daniel, nos escritos paulinos, na primeira epístola de João, a besta, o Anticristo.

Tudo isso hoje é plausível. Você duvida? Então olhe bem ao seu redor. Se você não é um completo alienado (e acredito que não seja) sabe que aquilo que o Apocalipse previu, é perfeitamente realizável nesta nossa geração, posto que no tempo do Império Romano, época em que o livro foi escrito, não havia a menor possibilidade de se realizar a grande maioria das coisas que acabamos de descrever.

Tudo o que ocorre hoje aponta para os acontecimentos dos capítulos 4 a 19. A Grande Tribulação. O período mais horrendo da história humana que ainda ocorrerá. Não houve ainda e nem haverá depois, obviamente, tal período tenebroso para o planeta Terra e os seres humanos. Esta é a grande verdade que o livro de Apocalipse declina.

O Apocalipse é o livro mais moderno que existe. Nenhuma outra escritura especifica em cores tão nítidas o que ocorrerá com este mundo. Mas tudo isso se encaixa no calendário divino para a humanidade, os propósitos eternos d'Aquele por quem e para quem são todas as coisas. Jesus prometeu voltar no Seu grande sermão profético em Mateus 24. E não quero aqui comentar se Ele voltará antes, no meio, ou após a Grande Tribulação, porque todos estes pontos de vista tribulacionais encontram apoio escriturístico. Logo, o que devemos fazer é ter como certa Sua vinda e vivermos como disse o apóstolo Pedro: "Mas o dia do Senhor virá como o ladrão de noite; no qual os céus passarão com grande estrondo, e os elementos, ardendo, se desfarão, e a terra, e as obras que nela há, se queimarão. Havendo, pois, de perecer todas estas coisas, que pessoas vos convém ser em santo trato, e piedade, aguardando, e apressando-vos para a vinda do dia de Deus, em que os céus, em fogo se desfarão, e os elementos, ardendo, se fundirão? Mas nós, segundo a sua promessa, aguardamos novos céus e nova terra, em que habita a justiça. Por isso, amados, aguardando estas coisas, procurai que dele sejais achados imaculados e irrepreensíveis em paz" (2Pe 3.10-14).

Faremos bem e honraremos a Deus considerando Sua Eterna e imutável Palavra em todos os aspectos de nossa vida. E o livro de Apocalipse, constitui-se de grande importância, levando o cristão a entender o plano de Deus para esse mundo, Suas intenções salvíficas para com a humanidade, Sua intenção em depurar o pecado e o universo de todo o mal, banindo Satanás para todo sempre e fazendo com que Seu Reino seja tudo em todos para todo o sempre.

Abaixo todo falso profeta, astrólogo, vidente, mago ou coisa parecida que enganosamente diz para as pessoas o que ocorrerá ao mundo. Apocalipse, um livro atual e que não deixa nenhuma dúvida sobre os planos infalíveis do Eterno. Nada se pode comparar a este livro em termos proféticos. O problema de filmes como Armageddon, 2012, Guerra dos Mundos, O Dia Depois do Amanhã, Independence Day, Impacto Profundo e outros menos cotados, é que muitas pessoas acabam acreditando nessas histórias supondo mesmo que a verdade está ali. Mas a indústria do entretenimento tem por objetivo fazer com suas obras sejam as mais realistas possíveis para que seu faturamento seja mais alto. E a cegueira da humanidade e o desprezo pelas Escrituras, notadamente o Apocalipse continuará a aumentar.

Que Deus possa conduzir Sua Igreja de tal forma que a mensagem pregada e ensinada do livro de Apocalipse conduza as almas a Jesus, não por medo do "fim do mundo" mas pela convicção do Espírito Santo de que "Bem-aventurado aquele que lê, e os que ouvem as palavras desta profecia, e guardam as coisas que nela estão escritas; porque o tempo está próximo" (Ap 1.3).

Vamos todos guardar as palavras desse abençoado livro, pensando e meditando nele e bem como em toda a Bíblia a cada dia. Amém.












sábado, 19 de novembro de 2011

Sentindo saudades do Egito e do Nem da Rocinha

Nos últimos dias os veículos de comunicação deram um grande destaque à prisão do traficante Antônio Francisco Bonfim Lopes, vulgo Nem, que era o chefe do tráfico de drogas na Favela da Rocinha no Rio de Janeiro. Nem foi preso, quando tentava fugir escondido no porta malas de um veículo de luxo e seus comparsas passaram-se por representantes do governo do Congo, país africano, e tentaram subornar aos policiais que abordaram o veículo. De forma admirável e enobrecedora, cumpriram seu dever não se deixando seduzir pelos valores que lhes foram ofertados (que chegou até a 1 milhão de reais) e efetuaram a prisão do traficante.

O meliante tinha sua base na muito conhecida Rocinha, favela que é a maior do Brasil. Seus "negócios" movimentavam 100 milhões de reais por ano e ele estava estabelecido há 10 anos no local sucedendo a outro famoso traficante vulgo Bentevi. Nem montou um esquema de beneficiamento e produção de drogas na favela e aliciava moradores para comprarem produtos químicos que seriam usados na fabricação, cerca de 200 pessoas na favela foram cooptadas pela quadrilha de Nem e faziam o serviço sem levantarem suspeitas. Além disso, havia o suborno que o traficante pagava a vários elementos da força policial, que sem nenhum senso de dignidade, vendiam sua honra aceitando as propinas financeiras para fazerem vista grossa para os negócios do traficante terem continuidade na favela sem ser incomodado.

Mas quero destacar a chamada "visão social" que o traficante mantinha. Segundo informações apuradas pelas autoridades e repórteres, Nem ajudava na manutenção de escolinhas de futebol na Rocinha, financiava bailes funk e outros eventos e em uma entrevista concedida a uma repórter da revista Época, dez dias antes de ser preso, disse que ajudava garotos para não entrarem no crime dando dinheiro para comida, aluguel, escola e para que saíssem da favela. Além disso, serviços como a distribuição de gás e tv por assinatura eram controlados pelo traficante.

Apesar do império que construiu à base de contravenções, extrema violência e impunidade escrachada, Nem mantinha essa fachada beneficiente e isto está sendo levado em consideração pelas autoridades. Com a prisão do traficante e de outros comparsas, os "benefícios" que muitos moradores tinham não estarão mais disponíveis. O povo de Israel teve saudades do Egito, sentindo falta das "panelas de carne" (Êx 16.2), murmurando contra Moisés pela sede e por havê-los tirado daquele país (Êx 17.3) e lembrando também dos peixes, pepinos, dos melões, das cebolas, dos alhos (Nm 11.5) e temendo pelos gigantes da terra de Canaã (Nm 13 e 14) e assim, tiveram o desejo do retorno ao Egito por causa da comida farta e gratuita que teriam mas também voltariam à antiga condição de escravos.

Semelhantemente, se o Estado não introduzir seus serviços para beneficiar a população (nem todos recebiam as benesses do traficante e a grande maioria sentiu alívio por sua prisão) esta poderá também reclamar e alegar que no tempo em que o traficante estava entre eles, apesar da violência e do medo, eles eram ajudados em suas necessidades.

Este é um lugar onde existem muitas necessidades a serem preenchidas. Escolas, creches, serviço de coleta de lixo, serviços de água e luz, transportes. É uma população enorme encravada na encosta de um morro na zona sul do Rio de Janeiro e ficou abandonada há décadas pelas autoridades e submissa aos chefões do tráfico. Agora é hora de reconstrução da cidadania que lhes foi negada em todo esse tempo.

Deus em sua misericórdia ouviu o clamor de muitos em todos esses anos que sofriam debaixo do jugo do tráfico de drogas e na semana passada, dia 10 de novembro, Nem foi preso. Também o Senhor ouviu o clamor do povo israelita (Êx 3.7,8) que sofriam debaixo da opressão dos egípcios e providenciou a sua libertação. Moisés escreveu: "E o Senhor nos tirou do Egito com mão forte, e com braço estendido, e com grande espanto, e com sinais e com milagres" (Dt 26.8). O livramento foi uma operação poderosa da parte do Senhor dos Exércitos que pelejava pelo Seu povo. Mas mesmo assim, diante das dificuldades naturais de uma travessia no deserto, ao invés de lembrarem do grande livramento que tiveram e confiarem em Deus para Lhes suprir o necessário, optaram infelizmente pela murmuração e, o que era pior, pelo retorno ao Egito.

Parece que o povo de Israel não lembrava mais de que, junto com toda a fartura que tinham, havia também o jugo da escravidão. É desejo de todos que não haja esse tipo de lembrança entre o povo da Rocinha em relação a Nem e seu bando. Verdade que recebiam os moradores os benefícios, mesmo que de uma fonte ilícita, mas no pacote havia juntamente violência, medo, lei do silêncio, confecção, tráfico e uso de drogas. Nossa oração é de que o governo do Estado do Rio de Janeiro e a prefeitura municipal do Rio possam projetar e implementar um amplo leque de benefícios para toda aquela população recém saída do "Egito", ou seja, a opressão do crime organizado na favela da Rocinha.

Que a Igreja do Senhor, que já atuava na região continue e implemente ainda mais seu trabalho. São várias as denominações que mantém congregações na Rocinha e agora com a libertação ocorrida, providência de Deus e resposta de oração, os filhos do Reino que ali estão possam ainda mais empenharem-se em alcançar aquelas vidas para o Senhor Jesus Cristo e mostrar a diferença que o Evangelho faz, pois é essa mensagem que verdadeiramente trará a emancipação para todos que estiverem debaixo de qualquer espécie de jugo opressor, principalmente o jugo do pecado, e serem colocados sob o jugo suave de Jesus (Mt 11.28-30). E que a mensagem seja pregada de tal forma para que jamais os que a aceitarem tenham o mínimo desejo de retornarem ao mundo (o Egito) porque lá reina um cruel e tirânico senhor, Satanás (figurativamente, faraó).

Pensemos todos nisto.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

A lamentável falta de reflexão teológica de muitos pastores


Acho profundamente lamentável a falta de reflexão bíblico-teológica entre os cristãos. Principalmente entre os pastores, aqueles que deveriam ser modelos nessa atividade. É claro que não estou generalizando, porque existem honrosas e notáveis exceções, mas entre os pastores evangélicos brasileiros, predomina o pragmatismo em seus ministérios de tal maneira, que muitos já chegaram ao cúmulo de acharem (e se pronunciarem publicamente a respeito) que não é necessária a reflexão teológica. Tocam seus ministérios no afã de cumprirem sua agenda pessoal ou, para cumprirem expectativas de terceiros, ou de sua congregação, e pouco ou quase nada existe de um trabalho exegético sério e que utilize as línguas originais da Bíblia a fim de prepararem sermões expositivos que tragam a real mensagem de Deus para o Seu povo.

Num tempo em que predominam os recursos audio-visuais, nossas igrejas tem lançado mão à farta dos avanços tecnológicos capitaneados pela revolução na informática e assim, nesse caldo high tech quase ninguém quer se dar ao trabalho de aprofundar seu conhecimento bíblico à maneira que já pode se dizer antiga, ou seja, debruçando-se sobre o texto, inquirindo sobre ele, pesquisando a fundo para saber o real sentido da passagem em apreço. Deveriam fazer assim, não pelo conhecimento em si, mas para conhecer a Deus muito mais a cada dia. Esse conhecimento se dá, com toda a excelência que nos é possível, através do aprofundamento bíblico. Os pastores deveriam ser os exemplos, não só de santidade, mas também igualmente de profundo interesse pelo texto bíblico, em estudá-lo com afinco, com reverência e fugindo do superficialismo que essa era informatizada está nos legando.

O mercado editorial evangélico no Brasil tem produzido literatura bíblica e teológica de alta qualidade. É inaceitável continuarmos na superfície do conhecimento de Deus que emana primariamente das Escrituras do Antigo e Novo Testamento. Essa produção de livros cristãos num universo de dezenas de editoras deveria ser objeto de maior atenção de crentes em geral e de pastores e obreiros em particular. Comprar livros dedicar-se à leitura e estudo dos mesmos, como ferramentas de auxílio ao entendimento bíblico, produz muitos frutos que glorificam sem dúvida ao Supremo Autor.

Gostaria sinceramente que nossos amados e denodados pastores pudessem deixar um pouco de lado sua preocupação com números, ou seu desejo de projeção ministerial e pudessem dedicar-se primariamente à oração e ao ministério da Palavra (At 6.4).

E que pudessem também, com zelo e desejo profundo e santo de transmitirem todo o conselho de Deus (At 20.27), que se propusessem a colocar em prática uma reflexão teológica que iria se refletir nos sermões que fossem pregados. Que mergulhassem na atividade exegética, que estudassem o grego e o hebraico, a fim de extrair do texto bíblico a real intenção de Deus para com o homem (Is 55.8,9).

O pragmatismo fez sua obra deletéria em meio aos pastores, obreiros e crentes em geral nos nossos dias, de tal maneira que existe um grande antiintelectualismo que impede a reflexão teológica que se faria necessária. Muitas igrejas e comunidades por isso não possuem mais a Escola Bíblica Dominical, por exemplo, porque, para determinados pastores, ela se constitui, como ouvi certa feita um pastor dizer, "coisa do velho paradigma". Ora, se não quisessem ter a Escola Dominical com esse nome, tudo bem, mas achar que o ensino da Bíblia é "coisa antiga", convenhamos. Em outras palavras, foi o que ele quis dizer, porque aquela igreja possuía uma boa EBD foi sumariamente extinta e nada parecido foi criado em seu lugar. Conclusão: A ambiência que os irmãos tinham naquela congregação para refletirem um pouco sobre a Palavra de Deus, para estudarem as doutrinas bíblicas, foi arrancado por causa da visão distorcida sobre a educação cristã que os insígnes obreiros daquela igreja tinham.  

Além disso, igrejas há em que os pastores não ensinam sistematicamente as doutrinas da fé cristã. Se limitam a pregar aos domingos, muitas vezes de forma não-expositiva, e o resultado é a gênese de cristãos desconhecedores dos elementares princípios da Palavra de Deus, a fundamentação necessária para crescerem. Por isso é que Paulo fala aos Efésios "Antes, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo" (4.15).

O pastor é aquele servo de Cristo que mais do que qualquer outro, deveria fazer da reflexão teológica uma ocupação constante. Isso deveria ser o centro de seu ministério. E nisso eles tem um grande exemplo nos pastores puritanos do século XVII. Sabe-se que tinham grande apreço pela pregação bíblica e expositiva e seus sermões duravam em torno de duas horas, segundo os historiadores. O que isso tem a nos ensinar? De que possuíam grande zelo pelo estudo bíblico, pela reflexão aprofundada (a maioria conhecia muito bem as línguas originais bíblicas) para trazerem às suas respectivas congregações a Palavra autorizada de nosso Senhor. O conselho de Deus, não o conselho dos homens!

Minha intenção não é ofender a ninguém. Até porque, não citei nomes. Mas ficam as observações. Por isso o nome Observatório Teológico deste blog. Não poderia ser de outra forma. Finalizo com as recomendações de Paulo, primeiramente para seu discípulo e jovem obreiro Timóteo e por extensão a todos que labutam no  hoje no sagrado encargo, no nobre chamado, de pregar e ensinar a Palavra de Deus, leiamos: "Persiste em ler, exortar e ensinar, até que eu vá. Não desprezes o dom que há em ti, o qual te foi dado, por profecia, com a imposição das mãos do presbitério. Medita estas coisas; ocupa-te nelas, para que o teu aproveitamento seja manifesto a todos. Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina. Persevera nestas coisas; porque,  fazendo isto, te salvarás, tanto a ti mesmo, como aos que te ouvem" (1Tm 4.13-16).

A todos os crentes em Jesus e principalmente aqueles encarregados da Palavra, amados pastores, pensem muito sobre tudo isso.

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Chegamos a 7 bilhões de habitantes, os impactos disso e o que diz a Palavra de Deus

O britânico Thomas Malthus autor de Ensaio sobre o princípio da população (1798) teve a percepção que, como a população humana estava crescendo em progressão geométrica e a produção de alimentos aumentava em progressão aritmética, ao fim de um determinado período de tempo, esta conjugação resultaria em fome e aumento de mortalidade. Ele viveu em um tempo onde a população mundial chegara a 1 bilhão de habitantes. Segundo a ONU, chegamos nesse 31 de outubro à marca de 7 bilhões de habitantes no mundo. Será que, conforme Malthus, teremos ainda espaço, recursos e comida para todos os terráqueos?

Dá para imaginarmos o que significam esses números? Significa que devem haver mais alimentos, mais moradia, mais saúde, mais saneamento básico, mais escolas, mais meios de transportes, enfim, um aumento exponencial de tudo o que seja necessário à vida dos seres humanos e isso gerará um impacto sobre o planeta e seus recursos, sem nenhuma dúvida.

Depois da época de Malthus, 130 anos se passaram até o mundo chegar a 2 bilhões de pessoas. No século XX, grandemente se acelerou o ritmo de crescimento da população mundial, principalmente pela queda da mortalidade infantil e às várias conquistas da medicina. Em 1960, 3 bilhões, em 1974, 4 bilhões, em 1987, 5 bilhões, em 1998, 6 bilhões. A se confirmarem as projeções da ONU, mantido o ritmo de crescimento atual, a Terra terá 8 bilhões de habitantes em 2025 e 9 bilhões em 2043.

É de se refletir que sejam garantidas a todos e para essas gerações por vir, condições dignas de vida e pleno acesso aos bens de consumo. Existe a preocupante questão da degradação do meio ambiente. Devido à busca incessante por matérias-primas, o descarte do lixo, a poluição causada pelos combustíveis fósseis, o mundo tem se tornado um tanto quanto inóspito para se viver em muitos lugares. Os rios e mares estão sendo contaminados pelas ações humanas. Tudo isso junto compromete o bem estar da presente geração como daquelas que ainda virão.

Todavia, a Bíblia claramente afirma que Deus criou o mundo e disse ao final que tudo era muito bom (Gn 1.31). O mundo foi criado por Deus e plenamente suprido para nele habitar o homem e seus descendentes. Toda a provisão para habitar o planeta, está amplamente garantida pelo Criador de todas as coisas. Após o Dilúvio, Noé e sua família deixarem a Arca e o Senhor Deus disse: "Mas vós frutificai e multiplicai-vos; povoai abundantemente a terra, e multiplicai-vos nela" (Gn 9.7). Podemos então concluir, que o planeta tem a capacidade de comportar toda essa população atual de 7 bilhões de habitantes e muito mais.

"Porque assim diz o Senhor que tem criado os céus, o Deus que formou a terra, e a fez; ele a confirmou, não a criou vazia, mas a formou para que fosse habitada: Eu sou o Senhor e não há outro" (Is 45.18). A Bíblia de Jerusalém verte essa passagem dizendo que Deus não criou a Terra como um deserto, mas modelou-a para ser habitada. Não podemos aceitar o que os proponentes de uma Nova Ordem Mundial pregam de que os recursos do planeta se esgotarão se a população continuar a crescer desmesuradamente, por isso defendem medidas para diminuir ou estacionar o crescimento da população como o aborto, por exemplo. Mais, eles erigiram um monumento no estado americano da Georgia, conhecido como Pedras-Guia da Georgia, com 10 "mandamentos" e o primeiro deles justamente fala sobre "Manter a população humana abaixo de 500 milhões de pessoas, e em perpétuo equilíbrio com a natureza."


Creio que está bem clara a intenção dessas pessoas que amam os projetos dos iluminattis e cia. limitada de matar as pessoas objetivando a redução da população e assim esses 500 milhões de seres humanos poderiam viver muito bem num mundo menos povoado, segundo a lógica satânica que seguem. O último "mandamento" que consta nas Pedras-Guia diz o seguinte: "Não ser um câncer sobre a Terra — Deixar espaço para a natureza."


Ou seja, consideram os seres humanos como uma doença, um câncer, que deve ser extirpado para dar lugar à natureza. E aqui está o radicalismo, o extremo, a que pode chegar o movimento ambientalista, em seu afã de proteger a natureza a ponto de colocá-la acima do próprio ser humano.

Na China vigora a política de cada casal ter somente um filho, isso foi forçado sobre a população chinesa pelo governo comunista. Na China, já existia a preferência por crianças do sexo masculino por razões culturais milenares. Por isso, essa medida forçada do governo agravou o problema grave de infanticídio de meninas ou sua exposição nas ruas. Hoje a população chinesa está na casa de 1 bilhão e 300 milhões de pessoas. Este é um exemplo do controle forçado da população em um único país. Mas a intenção dos ocultistas iluminados da Nova Era é de estender isso para o mundo inteiro. Para eles tem gente demais no planeta e planejam reduzir essa população fomentando guerras, contaminação de alimentos ou da água e assim permitindo ou criando novas doenças e isso não se constitui em escatologia aterrorizante, mas é uma realidade que eles tentarão aplicar de várias formas.

Apesar de os padrões dominantes de produção e consumo, conforme diz o texto da Carta da Terra (http://www.cartadaterrabrasil.org/prt/text.html), estarem causando devastação ambiental e esgotamento dos recursos e massiva extinção de espécies, e apesar de concordarmos que o meio ambiente global tem recursos finitos, e é uma preocupação comum de todos os povos, todavia, não podemos considerar como um "dever sagrado" a proteção da vitalidade, da diversidade e da beleza da Terra. Porque isto está na mente de Satanás e os que lhe seguem para eliminar quase toda a população de sobre a face do planeta.

Mesmo que este mundo já tivesse 10 bilhões de habitantes, o Criador e Sustentador de tudo haveria de prover recursos para todos. Obviamente que existe a parcela de responsabilidade de todos nós em conservar os recursos, mas sem chegarmos às raias da idolatria pelas coisas criadas. Os cristãos devem sim, ser preservadores da vida e do meio ambiente em que vivem. Mas devem proclamar em alto e bom som que há um Deus que é Senhor sobre tudo, e que finalmente reinvindicará esse mundo para si de forma final e conclusiva, quando Seu Filho, o Senhor Jesus Cristo, voltar pela segunda vez. O cativeiro que esta criação sofre por causa do pecado do homem será retirado (Rm 8.20-22) e o Senhor Jesus em Seu Governo milenial, restaurará a glória original deste mundo como foi a princípio, antes do pecado.

O aumento da população do mundo deve conclamar a Igreja do Senhor a continuar a proclamar o Evangelho e o senhorio de Jesus sobre tudo: "Porque nele foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades. Tudo foi criado por ele e para ele. E ele é antes de todas as coisas, e todas as coisas subsistem por ele. E ele é a cabeça do corpo, da igreja; é o princípio e o primogênito dentre os mortos, para que em tudo tenha a preeminência. Porque foi do agrado do Pai que toda a plenitude nele habitasse, e que, havendo por ele feito a paz pelo sangue da sua cruz, por meio dele reconciliasse consigo mesmo todas as coisas, tanto as que estão na terra, como as que estão nos céus" (Cl 1.16-20).  

Glorifiquemos pois ao Senhor, visto que Seus planos para a humanidade e para este planeta jamais poderão ser alterados. Nossa responsabilidade permanece, enquanto o Espírito Santo por meio da Igreja que proclama fielmente a mensagem salvífica entre todos os povos, vai operando para salvar o ser humano do pecado e da perdição eterna.

Pense nisso.  

domingo, 30 de outubro de 2011

O Halloween e a Reforma Protestante


A origem do Halloween está nos povos celtas, que habitavam parte do norte da Europa e as Ilhas Britânicas. O verão em seu calendário terminava em 31 de outubro e iniciava-se o feriado de Samhain, o Ano novo céltico. Celebrava-se também o final da terceira e última colheita do ano e o início do armazenamento de provisões para o longo inverno, e o início do retorno do rebanho aos pastos. Tinha essa festa outros nomes: Samhein, La Samon, ou ainda, Festa do Sol.

A lenda de origem celta contava que os espíritos de todos que morreram ao longo daquele ano voltariam à procura de corpos vivos para possuir e usar pelo próximo ano. O povo celta cria que era a única chance de vida após a morte. Eles acreditavam que o mundo dos espíritos dos mortos interagia com o mundo dos vivos. Como estes não queriam ser possuídos na noite do dia 31 de outubro, apagavam as tochas e fogueiras de suas casas, vestiam fantasias e faziam um desfile barulhento em torno do lugar onde moravam, sendo tão destrutivos quanto possível a fim de assustar os espíritos dos mortos que os procuravam para possuí-los.

A festa de Halloween foi introduzida nos EUA por imigrantes irlandeses e passou a ser conhecido como o Dia das Bruxas. O nome halloween, segundo alguns praticantes de ocultismo, tem sua origem no termo hallowinas – nome dado às guardiãs femininas do saber oculto das terras do norte da Europa. Quanto às bruxas, várias lendas informam que elas se reuniam duas vezes ao ano, durante a mudança das estações: Em 30 de abril e em 31 de outubro. Chegavam em vassouras voadoras para a festa coordenada pelo próprio Satanás e amaldiçoavam e enfeitiçavam qualquer pessoa que vissem.

Os praticantes de magia negra, os altos sacerdotes do paganismo, consideram o dia 31 de outubro uma das suas principais comemorações durante o ano e nesse dia eles glorificam literalmente a Satanás através de rituais e cerimônias.

Tudo isso falamos para destacar o misticismo forte que está impregnado em nossa sociedade, e mais que isto, o amor às “coisas ocultas das trevas” (1Co 4.5) que muitos manifestam. Gostaria de me ater a esse misticismo correlacionando os pressupostos da Reforma Protestante e que trouxeram a igreja cristã de volta ao seu eixo bíblico, de onde nunca deveria ter se afastado, com o que ocorre hoje em nossa nação com tantas práticas inventadas por certos líderes de ministérios que se dizem cristãos evangélicos mas que são uma massa difusa de ensinos estranhos ao espírito da Reforma.

Essa cultura de misticismo infelizmente está impregnando a cada dia a igreja de Cristo porque o que vemos surgir em nosso cenário é o retorno às práticas medievais de indulgências, de amuletos, de encantos e isso consiste em crendices sem nenhum respaldo escriturístico. E aqui, não vou deixar de dar “os nomes aos bois”. Igrejas como a Universal do Reino de Deus (IURD), Internacional da Graça de Deus e Mundial do Poder de Deus, encabeçam a lista de comunidades ditas cristãs mas que se afastam a cada dia do que dizem as Escrituras.

Adotam e praticam coisas como: Utilizar sal grosso e ungir portas e janelas das residências com azeite para impedir o acesso dos demônios; uso de fitinhas no braço e medalhas com símbolos bíblicos; ingestão de copos de água “abençoada”; uso de objetos trazidos da Terra Santa, Israel, com o intuito de obterem a benção de Deus; unção de roupas, carteiras de trabalho e outros objetos (rosa ungida, sabonete de descarrego, etc) também para atraírem a bênção do Senhor; vendas em suas igrejas de objetos que, se adquiridos, ou, se eles forem ofertantes e dizimistas fiéis para esses ministérios, vão canalizar a bênção de Deus para si. Alguns exemplos desses objetos: Toalhinha milagrosa, martelo da justiça, meias de 153 reais (apenas três exemplos recentes da Igreja Mundial do Poder de Deus)!!!

A IURD costuma usar a terminologia da Umbanda e dono Espiritismo quando lidam com casos de possessos por demônios. Expressões como tirar um encosto, desmanche de trabalhos, e referências a demônios como pomba-gira, caboclo, exu, tranca-rua, zé-pilintra, etc. Além de tudo isso, também creem na famigerada doutrina das maldições hereditárias.

Nossa cosmovisão brasileira é sincretizada. Temos aqui a influência do cristianismo europeu pré-reformado que era carregado de práticas supersticiosas. O animismo indígena também se incorporou à nossa cultura bem como o fetichismo dos negros escravos africanos. O animismo ensina que existe uma alma ou poder a permear cada objeto e o fetichismo é a prática de cultuar ou venerar um objeto que representa um ser humano, uma coisa, uma divindade ou um ritual.

Tudo isso relatei aqui para dizer que a igreja evangélica brasileira precisa mais do que nunca se ater a uma prática e a uma fé genuinamente bíblica e cristocêntrica. Não é possível que nesses dois mil anos de história do Cristianismo, onde Deus demonstrou largamente, através de Seus atos soberanos de que seus filhos deveriam voltar-se para a Sua Palavra imutável, esses segmentos da Igreja do Senhor continuem a usar de práticas tão estranhas à vontade de Deus como expostas nas Escrituras do AT e NT.

Um desses atos soberanos divinos (e no meu entender, o mais profundo e eficaz) foi o da Reforma Protestante no século 16.

Sola Gratia, Sola Fide, Solus Christus, Sola Scriptura além do sacerdócio universal de todos os crentes, são os princípios inegociáveis da Reforma dos quais não podemos jamais nos afastar. Os pastores e líderes das igrejas citadas (existem muitas outras no Brasil, porém essas três são as principais, até mesmo por causa da projeção midiática que possuem) lançam mão desses artifícios supersticiosos e pagãos para alcançarem as pessoas e geraram um modus ecclesiae que pouco ou quase nada possui de legitimamente bíblico e cristocêntrico.

A festa de Halloween é a exaltação da superstição e da mística pagãs. A mídia também trabalha fortemente nessa direção com filmes como Harry Potter, Atividade Paranormal e outros da mesma estirpe. Pergunto: Nessas igrejas orientadas por superstições e práticas antibíblicas, que mensagem aqueles que são oriundos do paganismo ouvirão? Se converterão a Cristo verdadeiramente? Ou nada mais será que uma adesão a um ambiente que tem cara e jeito de cristão mas a essência é mágica e supersticiosa?

Cristo em sua morte e ressurreição derrotou aos principados e potestades do mal. A vitória está consumada (Cl 2.14,15). Mas vemos infelizmente indivíduos, igrejas e movimentos que se afastam cada vez mais daquilo que é bíblico e cristocêntrico. Os reformadores, levantados que foram pelo Deus soberano, trouxeram de volta a centralidade das Escrituras, da graça, de Cristo e da fé. Não vamos abandonar esses pressupostos, sob pena de perdermos a essência da fé cristã porque ficará transformada em uma caricatura além de desprovida também de poder (Rm 1.16), não terá nenhuma capacidade de libertar aqueles que estão ainda mergulhados nas trevas espessas do ocultismo como acontece com os praticantes e amantes da feitiçaria e do ocultismo do Halloween e de tudo o que ele representa.

Você, que ainda não é um legítimo cristão bíblico, e que não endossa todos os princípios da Reforma Protestante, procure pensar muito bem em tudo isso, em tudo o que acabou de ler, para o seu próprio bem.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

A globalização e a proximidade com pessoas de outras religiosidades, vamos lhes anunciar a Jesus?

Com a globalização ocorrendo em todos os níveis, hoje temos a possibilidade de encontrar pessoas de muitas nacionalidades bem perto de nós e que por conseguinte, possuem as mais variadas expressões de fé.

Assim, o cristão consciente das ordens de Jesus, concernente à proclamação do Evangelho, ou seja, a Grande Comissão (Mt 28.19,20; Mc 16.15,16; Lc 24.46-49; At 1.8) deverá perceber que ao seu redor, quer seja em sua vizinhança, trabalho ou escola, pode estar uma pessoa entregue à crenças diametralmente opostas ao genuíno Cristianismo bíblico.

Não nos espantemos, porque poderemos estar na companhia de um budista, de um hinduísta, ou, de um muçulmano. Há alguns anos era difícil encontrar algum monge budista perambulando por aí, por exemplo, ou mulheres muçulmanas cobertas com seu véu, mas hoje, devido à globalização e à pluralização, é real essa possibilidade.

A pergunta que gostaria de fazer é: Conhecemos algo dessas novas crenças em nosso meio, o suficiente para poder entrar em diálogo com as pessoas envolvidas nelas e apresentar-lhes a verdade do Evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo?

Muitos cristãos alegam que não deveríamos perder tempo para conhecer as crenças de outras religiões. Que basta conhecermos o que diz a Bíblia que poderemos evangelizar essas pessoas. Essa afirmação esconde na realidade um preconceito contra outras ideias religiosas e uma indisposição para o diálogo.

Isto porque toda evangelização envolve interação entre o proclamador da mensagem do Evangelho, ou seja, eu e você, e o ouvinte dessa mensagem, que certamente nos fará muitos questionamentos, ou pura e simplesmente, apresentará argumentos opostos à mensagem da salvação por meio do sacrifício de Jesus Cristo.

E sempre devemos lembrar de que fomos tirados do mundo, salvos e limpos do pecado, libertos das algemas de Satanás, para agora, sermos enviados de volta ao mundo na condição de seguidores de Jesus Cristo, portanto refletindo seu caráter e nisso, tendo todo amor e tolerância para com os que pensam diferentes de nós, que seguimos a Cristo.

Na verdade, embora tenha mencionado três exemplos de religiões, Budismo, Hinduísmo e Islamismo, muitos outros adeptos de outras religiosidades estão em nosso meio. Entre a comunidade japonesa e chinesa, encontramos o Xintoísmo, o Confucionismo e o Taoísmo, além do Budismo, naturalmente.

O Hinduísmo, na verdade, já tem suas expressões entre nós. Os hare-krishnas, com seu visual exótico consegue atrair muitas pessoas que ficam fascinadas com tudo o que é diferente. Vendem seus livros nas praças e ruas e cantam seus mantras em honra a Krishna, com o intuito de chamarem a atenção para sua fé. O que sabemos sobre suas crenças para podermos lhes evangelizar de forma mais eficaz?

É necessário mais do que nunca que o crente em Jesus se interesse em conhecer um pouco sobre o que pessoas de outra fé creem. Não conhecer o pensamento, a cosmovisão do outro não proporcionará um ambiente adequado para que a mensagem do Evangelho seja semeada e venha a germinar.

Além disso, conhecer as principais doutrinas de outras religiões forçosamente levará o cristão a estudar com mais afinco a Palavra de Deus, proporcionando o aprofundamento nas doutrinas bíblicas e reforçando sua apologética frente a outras expressões enganosas de religiosidade.

O apóstolo Pedro nos faz uma mui sábia recomendação: "Antes, santificai ao Senhor Deus em vossos corações, e estai sempre preparados para responder com mansidão e temor a qualquer que vos pedir a razão da esperança que há em vós" (1Pe 3.15), ou seja, devemos saber explanar nossa fé com precisão. O apóstolo Judas nos recomenda também: "Amados, procurando eu escrever-vos com toda a diligência acerca da salvação comum, tive por necessidade escrever-vos, e exortar-vos a batalhar pela fé que uma vez foi dada aos santos" (Jd 3).

Aqui encontra-se a nossa tarefa apologética, a defesa da fé. Porque ao evangelizarmos pessoas de outras religiões, a fé cristã pode ser atacada, caluniada ou difamada, mas o crente conhecedor das Escrituras, pode, com a ajuda do Espírito Santo, apresentar a excelência do Evangelho ao seu ouvinte, não com o intuito de provar para este a superioridade do Cristianismo, mas com o nobre desejo de expor a mensagem de que em Jesus ele pode ser liberto dos engodos de sua prática religiosa, como disse Paulo ao pregar aos gentios em Listra: "... . Nós também somos homens como vós, sujeitos às mesmas paixões, e vos anunciamos que vos convertais dessas vaidades ao Deus vivo, que fez o céu, e a terra, o mar, e tudo quanto há neles" (At 14.15b).

O conceito de que missões só se faz em campos transculturais carece de melhor fundamento. Em verdade, como dissemos, com a grande mobilidade hoje de ideias e pessoas, podemos sim encontrar adeptos até de religiões que pouco ou quase nada ouvimos falar. É nosso dever nos atualizarmos sobre isso, porque nosso compromisso para com Jesus exige isso, pelo fato de estarmos incumbidos de pregar a mensagem salvadora do Evangelho. A tarefa é nossa e é inadiável.

Temos de viver missionariamente onde estivermos. Quer seja no quintal de nossa casa, conversando com um vizinho não-cristão, na escola ou curso onde estudamos, com companheiros de classe (alguns até mesmo se declarando sem religião, ou ateus), em nosso trabalho, a caminho ou retornando do mesmo, enfim, em qualquer lugar, em qualquer contexto, encontraremos pessoas com concepções de fé opostas ao verdadeiro Evangelho. Para não falar dos assim chamados cristãos nominais, aqueles que se dizem "cristãos" mas que nós sabemos que esse "cristianismo" que vivem ou apregoam, constitui-se meramente em uma caricatura grotesca do verdadeiro Cristianismo.

Por isso Jesus disse que a seara era grande (Mt 9.37). Satanás continua a enganar o ser humano com propostas de religiosidade cada vez mais distantes da verdadeira fé que deve ser depositada no Deus vivo e verdadeiro (1Ts 1.9; Jo 17.3). Nós devemos ter isso bem vivo em nossas mentes, ou seja, o caráter enganador do diabo. E procurar enxergar nos adeptos de outras religiosidades um potencial campo missionário. Não podemos ignorar isto.

Aqui ficam bem patentes as palavras do apóstolo Paulo em Romanos 10.13-17: "Porque todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo. Como, pois, invocarão aquele em quem não creram? E como crerão naquele de quem não ouviram? E como ouvirão, se não há quem pregue? E como pregarão, se não forem enviados? Como está escrito: Quão formosos os pés dos que anunciam o evangelho de paz; dos que trazem alegres novas de boas coisas. Mas nem todos tem obedecido ao evangelho; pois Isaías diz: Senhor, quem creu na nossa pregação? De sorte que a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela Palavra de Deus."

Vamos pensar seriamente nisso a partir de hoje e procuremos proclamar a salvação em Jesus com muito amor por esses que estão acorrentados e enganados pelo Inimigo de nossas almas, amém!