sábado, 24 de janeiro de 2015

O Estado Islâmico, a violência humana e o juízo do Senhor

O RESPEITO do ser humano ´pelos seus semelhantes encontra amplo respaldo bíblico. Tanto pelo fato de termos sido criados à imagem e semelhança de Deus (Gn 1.26; 9.6), como pelo fato de que o Decálogo, depois de declinar sobre as obrigações do homem para com Deus, ensina do quinto ao décimo mandamento, acerca das obrigações do homem para com o seu próximo (Êx 20.12-17; 5.16-21). Jesus disse que amar a Deus tanto quanto amar ao próximo eram os dois mandamentos primordiais da Palavra de Deus (Mt 22.36-40; Mc 12.28-34; Lc 10.25-27).

TENHO FICADO enojado com a atitude de amplo desrespeito que os militantes muçulmanos radicais do EI (Estado Islâmico) têm ostensivamente demonstrado para com outros seres humanos, pelas maldades e atrocidades cometidas contra aqueles que pensam diversamente deles. 

AS MUITAS NOTÍCIAS que chegam pela web e demais meios de comunicação que declaram que eles fuzilaram e/ou decapitaram mais alguns prisioneiros, sequestraram, escravizaram e estupraram mulheres, crucificaram cristãos que negaram conversão ao Islamismo, doutrinaram crianças, no ensino da jihad (guerra santa contra os infiéis) inclusive fazendo com que algumas delas atirassem em prisioneiros, enfim, tudo isso causa um tremendo mal-estar em todos nós que temos o temor de Deus em nosso coração.

É VERDADE que muitos atos de desumanidade, de desrespeito pelo próximo, de ódios incontidos, tem sido testemunhados na longa história do homem sobre a terra. Desde quando, no relato bíblico, lemos que Caim matou a seu irmão Abel (Gn 4.8), a história da violência do homem contra o homem tem sido variada e constante. Obviamente, isto declara em alto e bom som de que houve uma Queda e que o homem passou a olhar seu semelhante, imagem e semelhança de seu Criador, como um inimigo a ser aniquilado

O QUE ME DEIXA deveras chocado é alguns se ufanarem de que vivemos em tempos modernos, progressistas, civilizados, como se a violência tivesse ficado no passado, limitada aos tempos antigos e que hoje o homem alcançou um patamar de superioridade moral em relação a seus antepassados. Quem pensa assim ou é louco ou é um grande demagogo. Todos os dias a mídia vomita sobre nós a cruel realidade de que os atuais seres humanos que habitam este planeta matam-se uns aos outros como se animais fossem.

DESDE OS PRINCÍPIOS da jornada do homem neste mundo, após a Queda, a violência tornou-se sua marca registrada. Em Gênesis 6.11 lemos: "A terra, porém, estava corrompida diante da face de Deus; e encheu-se a terra de violência." A causa do mundo de então estar carregado de violência lemos no verso 5: "E viu o Senhor que a maldade do homem se multiplicara sobre a terra e que toda a imaginação dos pensamentos de seu coração era só má continuamente." A maldade era algo fixo e constante nas mentes e nos corações dos antediluvianos.

O FILÓSOFO FRANCÊS Jean-Jacques Rousseau acreditava na bondade inata do ser humano. Ensinava que o homem nascia bom e que a sociedade o corrompia. Mas a Bíblia sempre ensinou, muito antes de Rousseau, que o pecado corrompeu todas as estruturas do indivíduo, de tal maneira que a inclinação de seu coração era para praticar o mal continuamente (Is 1.5,6). Jesus declarou de forma absolutamente enfática: "Porque do interior do coração dos homens saem os maus pensamentos, os adultérios, as fornicações, os homicídios, os furtos, a avareza, as maldades, o engano, a dissolução, a inveja, a blasfêmia, a soberba, a loucura. Todos estes males procedem de dentro e contaminam o homem" (Marcos 7.21-23).   

A INSOFISMÁVEL CERTEZA que todos nós podemos obter desta presente situação, em que cabeças de seres humanos são decapitadas praticamente todos os dias em nome de uma ideologia demoníaca que se diz religiosa é que o ser humano não perdeu sua capacidade de infligir sofrimentos a outrem e de querer impor pela violência sua vontade aos outros que diferentemente pensam.

FOI POR ISSO que declarei acima que me enojo com as ações desses fascínoras travestidos de "religiosos". Que matam, estupram e humilham em nome de uma falsa religiosidade, de um falso deus, de uma falsa visão de mundo onde somente eles, acreditam, serão os senhores e todos os demais que não concordarem serão sumariamente mortos ou escravizados. 

SOU A FAVOR de que uma coalizão internacional ataque e elimine estes assassinos. Acredito que você poderá neste instante julgar minha opinião, visto que estou apresentando a violência humana como um fato com respaldo bíblico. Mas o que acontece é que estes bandidos não aceitam nenhuma espécie de trégua ou negociação. Como disse antes, eles querem impor sua vontade a todos, querem inaugurar seu "califado" ou reino islâmico (já conquistaram muitas áreas no Iraque e na Síria e dizem que invadirão Israel e a Europa, antes de chegarem por aqui). 

PARA ALCANÇAREM seu nefasto objetivo, matarão a todos que se lhes opuserem sem dó nem piedade. Escravizarão e estuprarão as pobres mulheres que capturarem. Imporão a sharia, a lei religiosa islâmica e esta não se caracteriza pela misericórdia, de forma alguma. Diante disso, convém lembrarmos que Hitler agiu da mesma forma na Europa, provocando a Segunda Guerra Mundial, pois sua ideologia, também era violenta e assassina. Foi necessária a união dos países aliados para fazê-lo parar antes que continuasse a massacrar judeus e outros povos.

ESTAMOS EM UM MUNDO que sofre os efeitos da Queda. Sendo assim, as atrocidades dos terroristas do Estado Islâmico são uma constante. A Palavra de Deus é desrespeitada a todo instante. O caráter sagrado da vida humana é aviltado e espezinhado vez após vez. Tristeza, choro e dor estão mais do que nunca na ordem do dia.

VOS APRESENTEI a violência humana como um fato ´testemunhado nas Escrituras. Mas a mesma Palavra de Deus igualmente nos apresenta o triunfo final da vontade de Deus quando Jesus vier.

AS COISAS NÃO FICARÃO assim para sempre. O Senhor reina soberano. Parece que Ele está alheio ao que se passa. Mas o texto sagrado informa que há um dia em que, finalmente, o Senhor se levantará para dar um basta e julgar os pecados dos homens. São várias as passagens, mas citarei somente duas: "Ele mesmo julgará o mundo com justiça; exercerá juízo sobre povos com retidão" (Salmo 9.8) e também Atos 17.31: "Porquanto tem determinado um dia em que com justiça há de julgar o mundo, por meio do homem que destinou; e disso deu certeza a todos, ressuscitando-o dentre os mortos." 

ESTIMULEMO-NOS UNS AOS OUTROS no tocante à esperança do juízo vindouro. Deus determinou um dia em que tudo isto que hoje nos causa aflição passará. Tomemos cuidado inclusive com os que apregoam que Deus não se importa conosco. Quem conhece ao Senhor e Sua Palavra compreende os acontecimentos deste derradeiro tempo em que vivemos como cumprimento da Palavra de Deus (Mt 24) sabendo que, mais do que nunca a volta de Jesus é iminente.

GUARDEMOS A PALAVRA DE DEUS em nosso coração (Sl 119.11), vigiemos e sejamos sóbrios (1Ts 5.6), sejamos santos (1Pe 1.15,16), andemos em Espírito (Gl 5.16), anunciemos o Evangelho (Mt 28.20; Mc 16,15,16; At 1.8). 

DEUS NÃO PERMITIRÁ que Sua Palavra seja desobedecida por muito mais tempo. Leia o que está escrito em Jeremias 22:3: "Assim diz o Senhor: Exercei o juízo e a justiça, e livrai o espoliado da mão do opressor; e não oprimais ao estrangeiro, nem ao órfão, nem à viúva; não façais violência, nem derrameis sangue inocente neste lugar." 

E AINDA: "O Senhor prova o justo; porém ao ímpio e ao que ama a violência odeia a sua alma."
Salmo 11.5.

ESSA É A VONTADE do Senhor. Pense nisso.


sábado, 3 de janeiro de 2015

É a semelhança de Cristo que devemos buscar

Gostaria de refletir com vocês neste primeiro final de semana de 2015 sobre a importância de procurarmos ser, a cada dia, mais semelhantes ao Senhor Jesus Cristo. A experiência, quer seja por mim mesmo vivenciada ou observada em outros, demonstra que a aridez espiritual, o anti-intelectualismo, a mornidão, o comodismo e a frivolidade combinam-se para afastar o cristão da semelhança que deveria necessariamente ter com Cristo.

Bem podemos supor que alguns cristãos imaginam que praticar sua particular forma litúrgica, ser assíduo aos cultos, exercer a caridade enfim, fazendo ou deixando de fazer algo necessariamente fará com que sejam parecidos com nosso Senhor Jesus Cristo.

Muitos buscam todas as novidades eclesiásticas ou do mundo gospel. Outros, mais intelectualizados, deleitam-se em acumular mais e mais títulos ou diplomas acadêmicos. E, ingenuamente, alguns outros ainda que, não sejam nem buscadores de novidades nem acumuladores de diplomas, entretanto julgam que basta orar e ler a Bíblia para que sejam então "iguaizinhos" a Jesus. Surge nesse instante a pergunta: Então, que "semelhança" seria essa que buscaríamos para sermos como Cristo?   

Primeiramente, NÃO É UMA SEMELHANÇA FÍSICA. Ser parecidos, semelhantes com Jesus nada tem a ver com a imagem popular do Salvador com cabelo e barba compridos e vestes talares.

Em segundo lugar, NÃO É UMA SEMELHANÇA QUE IMITE OS COSTUMES JUDAICOS. Alguns podem julgar que, sendo Jesus Cristo um judeu nato, então teria de me revestir da cultura judaica para ser semelhante a Ele. Nada mais longe da verdade.

O que nos resta então? A consideração de que é o caráter, a personalidade e os atributos de Cristo que deveriam ser objeto de nossa mais veemente e insistente procura, pois ser semelhante ou igual a Jesus é imitar Sua Pessoa em toda sua inteireza e extensão. E isso nada tem a ver com a assimilação de algum modelo de vida cristã conforme as tradições dos homens.

Uma das coisas notáveis que percebemos no caráter da Pessoa de Cristo era seu alto apreço pela Palavra de Deus. Juntamente com uma vida plena de oração, fervorosa e constante, temos nEle um exemplo ideal e absoluto de como agradaremos ao Pai. E, ao fazermos assim, gradativamente seremos semelhantes a Ele.

A Bíblia diz em 1 João 3.2: "Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não é manifestado o que havemos de ser. Mas sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele; porque assim como é o veremos." Essa passagem fala claramente acerca do retorno de Cristo quando seremos transformados em nosso corpo físico, (1Co 15.52,53). Adquiriremos a incorruptibilidade e a imortalidade instantaneamente. Mas é preciso que saibamos que antes que este evento maravilhoso, único e singular ocorra, o Espírito Santo continua a trabalhar exatamente nesse instante em você e em mim para que sejamos em nosso caráter iguais a Cristo.

Que isso não seja negligenciado nem confundido com ideias humanas sem fundamento sobre o que consiste de fato ser semelhante a Jesus. A vida dEle, em Suas imortais palavras e atos deve ser  lida, refletida e praticada conforme os quatro evangelhos se nos mostram.

Além disso, vemos também o caráter de Jesus refletido na vida de Paulo, de Pedro, João e tantos outros nas páginas do Novo Testamento e bem faremos em atentar como eles permitiram e vivenciaram a semelhança de Cristo enquanto exerciam seus respectivos chamados e ministérios.

Nos dias de hoje também encontramos, aqui e ali, servos de Deus que são "iguaizinhos a Cristo", ou seja, demonstram em palavras e obras o caráter do Nazareno, demonstrando que é perfeitamente plausível viver como Jesus viveu nesse mundo, ou seja, procurando fazer a cada dia a vontade do Pai ( Jo 4.34 ).

A semelhança com Cristo inclui a transformação do caráter e nisso está implícita a conformação com Sua morte conforme Rm 6.5. Sendo assim, levaremos nossa cruz, pois Ele mesmo nos ordenou que fizessemos isto (Mt 16.24; Mc 8.34; Lc 14.27). É algo que deve ser levado muito a sério. A. W. Tozer nos explica sobre o significado de levar a cruz: "A cruz é aquela adversidade extra que surge como resultado de nossa obediência a Cristo. Esta cruz não é forçada sobre nós; nós voluntariamente a tomamos com pleno conhecimento das consequências. Nós decidimos obedecer a Cristo e fazendo essa escolha, decidimos carregar a cruz. Carregar a cruz significa ligar-se à Pessoa de Cristo, ser fiel à soberania de Cristo e obediente aos seus mandamentos." 

Não deseja você nesse novo ano, nessa mudança de calendário, ter como alvo supremo de sua existência a semelhança de Cristo? O apóstolo Paulo fala claramente sobre termos a imagem de Cristo em nós, leiamos pois Romanos 8.29: "Porque os que dantes conheceu também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho; a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos."  

Que o Senhor fale ao seu coração e ao seu intelecto de que uma das coisas mais importantes para todo aquele que lhe serve é se tornar cada dia mais parecido com Cristo. Essa busca pela semelhança com Cristo é a vontade perfeita divina, essa é a necessidade primordial de cada crente em Jesus.

Somente assim poderemos impactar nossa própria geração para a glória de Deus.

Pense nisso ...... e que Deus te abençoe nesse novo ano com a semelhança em Jesus!