domingo, 20 de fevereiro de 2011

O planeta Terra, o homem e o Soberano Deus


Salmo 104.24: "Ó Senhor, quão variadas são as tuas obras! Todas as coisas fizeste com sabedoria; cheia está a terra das tuas riquezas."

Admiro-me profundamente com a variedade e com a beleza da criação de Deus. Desde uma pequenina formiga (como exemplo de uma criatura que podemos ver a olho nu, sem mencionar os inumeráveis seres microscópicos existentes) até as estrelas que podemos ver no céu noturno (de novo, sem mencionar aqueles astros que não podemos ver e que estão a distâncias inimagináveis), fico maravilhado com toda esta riqueza e pluralidade. Não há, decididamente, monotonia naquilo que o Senhor criou. Também não há caos, desordem, mas harmonia, equilíbrio e desígnio evidentes.

Que dizer então sobre este assunto palpitante de nossos dias, a degradação da natureza, obra de Deus, pelo homem? Conseguiria o ser humano, que foi designado gerente, administrador, mordomo da criação de Deus (Gn 1.28; 2.15,19,20) destruir aquilo que não é seu, que declaradamente não lhe pertence (Sl 103.19)?

A sociedade tecnocrática em que vivemos já extinguiu muitos recursos do planeta para a produção de bens de consumo. Igualmente, o meio-ambiente continua a ser degradado pelos resíduos dos processos industriais ou de geração de energia. Mas continuo a indagar se o homem, deixado por si mesmo, neste ritmo atual de sua vivência no planeta, conseguiria destruir aquilo que Deus de forma tão linda, poderosa e gloriosa criou?

O discurso sobre o aquecimento global é um exemplo ímpar do que estamos tratando. Somos bombardeados diariamente com a informação de que a Terra está ficando mais quente por causa das ações levadas a cabo pela humanidade, principalmente a partir da Revolução Industrial no século 18. Será mesmo verdade que o planeta está ficando mais quente por causa das atividades humanas? A Bíblia deixa bem evidente de que o Senhor criou o mundo e tudo o que nele há e exerce domínio e controle sobre tudo. O Salmo 104.5 diz: "Lançou os fundamentos da terra; ela não vacilará em tempo algum." O comentário da Bíblia de Genebra sobre esta passagem, assim diz: "O mundo é estável e bem ordenado, e não caótico. Deus o criou assim, e o controle permanente que ele tem dele é um consolo para os que reconhecem isso."

Eu creio firmemente na sustentação e no ordenamento de Deus sobre o todo de Sua obra criada. Encontro sérias dificuldades para crer de que o homem poderá finalmente extinguir todos os recursos ou a vida mesmo do planeta Terra.

Francis Schaeffer escreveu um livro intitulado Poluição e Morte do Homem (JUERP) e denuncia que é fato a exploração da natureza feita de forma abusiva pelo homem. E de que essa exploração tem motivos egoístas e arrogantes. Schaeffer ensina que o homem vê a natureza criada por Deus como algo sem valor e sem direitos. E se o homem fala de proteger o equilíbrio ecológico da natureza, o faz baseado em um aspecto puramente prático para ele, não porque a natureza seja vista como tendo algum valor real em si mesma.

Assim, o homem pecador não reconhece a bondade e a providência do Senhor em ter criado tudo e em sustentar tudo visando em primeiro lugar Sua própria glória, mas também visando o bem do homem em sua vida terrena, objetivando uma vida sustentável sobre a superfície deste planeta.

Nesta linha de pensamento, queremos declarar altissonantemente a verdade da soberania de Deus sobre o todo de Sua criação. Leiamos o que está escrito em Isaías: "Porventura não sabeis? Porventura não ouvis, ou desde o princípio não se vos notificou, ou não atentaste para os fundamentos da terra? Ele é o que está assentado sobre o círculo da terra, cujos moradores são para ele como gafanhotos; é ele que estende os céus como cortina, e os desenrola como tenda, para neles habitar." "Assim diz o Senhor, o Santo de Israel, aquele que o formou: Perguntai-me as coisas futuras; demandai-me acerca de meus filhos, e acerca da obra de minhas mãos. Eu fiz a terra, e criei nela o homem; eu o fiz; as minhas mãos estenderam os céus, e a todos os seus exércitos dei as minhas ordens." (40.21,22; 45.11,12).

Aqui está a certeza plena pela Palavra eterna do Deus que não pode mentir, de que Ele criou a tudo e a tudo sustenta. De que Ele criou a tudo e a tudo dispõe como bem Lhe apraz. Não há verdade naqueles que dizem, naqueles que apregoam uma retórica de que o homem finalmente destruirá o planeta, de que as geleiras dos pólos totalmente se derreterão, de que as florestas se converterão em desertos áridos, os que assim falam se esquecem ou ignoram Aquele que detém n'Ele mesmo todo o poder no universo.

É certo de que algumas espécies animais já foram extintas pelo homem, (por exemplo, o tigre-da-Tasmânia, um carnívoro parecido com um cachorro, na Austrália) e também vastas extensões de florestas, podemos citar a Mata Atlântica no Brasil, com uma grande biodiversidade e que se estendia de forma abundante de norte a sul da região litorânea do país, mas que hoje está com uma área reduzidíssima justamente devido à ação predatória do homem. A água, uma das maiores dádivas do Senhor para a vida humana no planeta, está sendo constantemente poluída pelos dejetos químicos e pelos esgotos sem tratamento lançados diariamente nos rios e lagos ao redor do mundo.

Apesar disso tudo e muito mais, afirmarmos que o homem destruirá a vida na Terra, reiteramos, é tolice. Óbvio que o meio ambiente se ressente pelo que já tem sido feito pela mão do homem. Mas declarar que o homem, mero mordomo, destruirá a propriedade e os bens do Senhor absoluto de tudo o que existe, é desconhecer por completo o caráter de Deus.

Jesus disse em uma parábola em Marcos 12 para os principais dos sacerdotes, escribas e anciãos sobre os agricultores maus, em que um proprietário plantou uma vinha, fez uma cerca ao redor dela, cavou um tanque para espremer as uvas e construiu uma torre. Após isso, arrendou-a a alguns agricultores e saiu de viagem. No tempo propício, mandou um servo aos agricultores para receber deles do fruto da vinha. Os agricultores espancaram o referido servo e o mandaram embora de mãos vazias. O proprietário novamente lhes mandou outro servo e fizeram a este a mesma coisa. Enviado outro, a este os agricultores mataram. Outros ainda foram enviados, alguns foram espancados e outros foram mortos. Então, o proprietário resolve mandar-lhes seu filho amado, dizendo: respeitarão a meu filho. Mas os agricultores ao vê-lo, disseram: Este é o herdeiro, vamos matá-lo e a herança será nossa. Ato contínuo, o agarraram, mataram e o lançaram para fora da vinha. Jesus finaliza dizendo: "Portanto, o que o senhor da vinha fará? Irá e matará os agricultores; e dará a vinha a outros" (Mc 12.9 - Almeida Séc. 21).

É sob esta palavra que vejo a situação do ser humano que usufrui da vinha (o planeta Terra), que por causa do pecado, destrói e faz mal uso da beleza e da criação de Deus, que egoisticamente distribui mal os recursos, que não compartilha a terra para todos, terra esta que muito pode produzir e matar a fome de tantos e tantos. Que dilapida os recursos existentes de forma irracional, predatória. A nação de Israel antes do exílio em Babilônia, pecava constantemente contra o Senhor e este lhe enviou seus servos (os profetas) para alertar-lhes sobre a vida rebelde que viviam, alguns foram escarnecidos, outros espancados e mortos. Até que o próprio filho do proprietário (Jesus Cristo) foi enviado e este também foi espancando, escarnecido e morto.

Agora, na consumação dos tempos, aguardamos o retorno do Senhor, na Pessoa bendita de Seu Filho para consumar Sua justa ira e vingança contra os agricultores (a raça humana pecadora e desobediente ao Evangelho). O discurso dos ecologistas da Nova Era de que a Terra é um organismo vivo e que toda a vida deve ser preservada, é feito sob a égide do panteísmo hindu e budista. Não é um discurso feito segundo a Palavra de Deus que apregoa claramente de que a causa da ruína dos bens e recursos do planeta se dá por causa do fato do homem ser um rebelde contra o seu Criador. E com isso tem destruído e poluído o ambiente e principalmente prejudicado ao seu próximo. A pobreza e desgraça de muitos seres humanos hoje em dia no mundo está interligada com o mau uso dos recursos abundantes que Deus deu ao homem, mas que a ganância faz com que alguns poucos se privilegiem enquanto outros muitos ficam à margem do que Deus gratuitamente concede a todos sem distinção.

Sabemos pela mesma Palavra de Deus, de que a Terra e as obras que nela há, estão reservadas para o fogo: "Mas o dia do Senhor virá como o ladrão de noite; no qual os céus passarão com grande estrondo, e os elementos, ardendo, se desfarão, e a terra, e as obras que nela há, se queimarão" (1Pe 3.10). Ou seja, Deus mesmo é quem iniciará este processo, porque haverá uma renovação: "Mas nós, segundo a sua promessa, aguardamos novos céus e nova terra, em que habita a justiça" (1Pe 3.13). A preservação e administração dos bens e recursos do planeta é ordem divina porque o homem é um mordomo, Deus o estabeleceu sobre o todo da criação para gerenciar. Agora, o mesmo Deus, Senhor de tudo que há, pode e certamente fará, a renovação desta terra e desta criação amaldiçoados pelo pecado humano.

Glorifiquemos pois Aquele que tudo criou como bem lhe aprouve e que nos constitui mordomos de toda a obra criada. O homem deve ser humilde porque nada é seu. Nada lhe pertence. A ele cabe administrar visando o bem de seus semelhantes e a inteligente utilização dos recursos naturais. Ao mesmo tempo, sabemos que tudo está numa categoria provisória, pois conforme lemos, o Senhor irá renovar tudo a seu tempo. A glória desta segunda criação será com certeza maior do que a primeira, antes da Queda do homem no pecado, porque estaremos todos, que fomos salvos por Jesus Cristo, habitando para sempre com Ele num eterno e perfeito estado e com um planeta restaurado ao seu estado paradisíaco, idílico e eterno.

Pense nisso.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

A dura vida dos "homeless" (sem teto) em Londres


Londres, capital da Inglaterra, cidade famosa mundialmente, ponto turístico sempre visitado por 10 entre 10 turistas que vão à Europa, pode ter todo um glamour - e com justa razão, pelo fato de ser sede da monarquia inglesa, por exemplo, mas também possui sua cota de injustiças e misérias no fato de que os imigrantes sem teto naquele país, conhecidos como homeless, são pessoas de vários países que vão para a Inglaterra e por várias razões, não conseguem emprego ou ficam desempregadas e passam então a perambular pelas ruas. Começam então a ter uma vida de submundo pois envolvem-se com o alcoolismo, drogas e prostituição. Além do próprio desemprego, que sempre será a causa principal para que se atirem a esta vida marginal em que muitos deles jamais teriam em seus países de origem.

Morar e trabalhar em Londres para muitos deles é sempre muito problemático pois a maioria é constituída de imigrantes ilegais. Sendo assim, a vida se lhes configura muito difícil numa cidade onde o padrão de vida é alto e tudo é muito caro.

Escrevo este post porque me admirei com o trabalho de um ministério cristão em Londres que procura alcançar este contigente de pessoas para Cristo. Demonstrando amor, procurando estar junto a eles. Não temendo lhes abraçar e sentando junto com homens e mulheres ouvindo com atenção suas histórias e lhes compartilhando o Evangelho que liberta verdadeiramente. É fantástico este trabalho porque a simplicidade do contato humano, tão ausente em outros contextos, ali se faz presente e é de grande auxílio para aqueles seres humanos, ajudando-os a sentirem-se acolhidos e em amor.

A neve das ruas em Londres torna a vida dos homeless muito difícil. Muitos então se envolvem com o alcoolismo e sabe-se do fato de que a bebida alcoólica em excesso faz com que uma substância química presente no sangue seja reduzida e assim contribui para a redução da temperatura corporal. Eles alegam beber para se aquecer mas na verdade cada vez mais reduzem a referida substância que os ajudaria a manterem-se aquecidos e com isso mais facilmente vão a óbito no rigoroso inverno londrino. Isto é uma terrível verdade.

Mas o que nos alegra sobremaneira é como Deus se preocupa com todos. Como Ele chama, prepara e envia seus filhos para que Lhe sirvam em meio a pessoas que de outra forma estariam condenadas ao ostracismo, à indiferença, à marginalidade. Pierre Cazanga Ribeiro é um desses homens de Deus que desenvolve um trabalho magnífico em meio aos homeless de Londres. Ele possui uma equipe com pessoas de várias nacionalidades e todas as terças-feiras eles oram pela libertação e salvação dessas pessoas. Nas ruas elas são contatadas e um elo de confiança é formado. Nas quartas-feiras comparecem ao local onde são distribuídos alimentos, roupas e material de higiene pessoal.

Muitos chegam sem emprego, embriagados, drogados alguns outros. Há até alguns que aparentam estar endemoninhados, a grande maioria está desesperançada. Pensam na vida que estão levando e procuram por uma resposta. Pierre e seus companheiros de ministério os servem, eles se sentam junto a eles e comem com eles. A amizade deve ser cultivada para que então Jesus Cristo, o Único que pode libertá-los de suas prisões espirituais, seja-lhes anunciado.

Achei maravilhoso ao ler no blog do Pierre (http://pierreribeiro.blogspot.com/) o que ele mesmo escreveu sobre a experiência de ministrar a estas pessoas, leiamos:

Depois de vários dias trabalhando com os "homeless" (pessoas sem casa) pude observar que em todas as nossas reuniões, sempre quando eu chegava eles se levantavam para falar comigo. Algumas vezes se formava uma pequena fila. Eles eram seres humanos, carentes de seres da mesma espécie. Nós comíamos junto com eles e aproveitávamos todos os momentos para falar sobre o infinito amor de Deus. "Comer com" é diferente de "Dar comida para". Nós, seres humanos, precisamos de momentos simples que também são muito significativos para os outros pertencentes a espécie humana. Jesus "comia com" e tive esta experiência.


Realmente é coisa diferenciada se sentamos juntos e comemos com eles porque assim, como disse o próprio Pierre,

Éramos iguais: estávamos debaixo do mesmo teto, no mesmo nível, sentados na mesma mesa, comendo a mesma comida, nosso cheiro se misturava... Foi um momento inesquecível. Observei que estive me ocupando mais com coisas e menos com a simplicidade das pessoas. Olhava para o exterior e menos para o interior. Afinal, Jesus Cristo morreu pelas pessoas! Na simplicidade é possível ver o amor do Pai.

Gostaria que muitos de nós, a começar de mim, pudessem começar a olhar com outros olhos as pessoas. Pessoas pelas quais Cristo morreu, assim como morreu por todos nós. Tenho por certo que estes ministérios tão maravilhosos e necessários para aqueles sem-teto das ruas de Londres, tem outro objetivo qual seja o de nos levar a ministrar da mesma maneira e com a mesma simplicidade e amor. Estamos cheios de orgulho, amor próprio, frivolidades, egoísmos. Definitivamente não estamos olhando para as pessoas com o mesmo olhar de compaixão de Jesus e que Pierre e seus companheiros de forma tão linda e tremenda têm demonstrado entre os homeless de Londres.

Finalizo com estas palavras contundentes de Pierre Cazanga Ribeiro, missionário brasileiro entre os sem-teto de Londres, Inglaterra:

Na verdade, eu não mantinha um contato significativo com a pessoa e pensava que estava fazendo um bem para ela. Eu estava enganado. As pessoas precisam de contato. O contato manifesta nossa humanidade e nos coloca no mesmo nível, sem máscaras. Precisamos exercer nossa humanidade para manifestar nossa espiritualidade.

Que eu e você possamos pensar muito sobre tudo isso.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Os propósitos de Deus não podem ser mudados


Deus têm propósitos para suas criaturas e estes não podem ser mudados. Esta afirmação faço baseado na imutabilidade do Deus que é eterno, do Deus que tudo pode realizar, d'Aquele que é conhecedor de todas as coisas. Isto não significa que esteja sendo violado o livre-arbítrio humano. Que me desculpem muitos amados irmãos que não acreditam na livre-agência do homem, mas nós podemos sim decidir se vamos servir ao Senhor ou se iremos rejeitar seus propósitos para nós. Acontece que o Senhor é tão bom, que mesmo em nossos caminhos errados, Ele trabalha de tal forma que, ao final, Sua vontade possa prevalecer.

O texto de Efésios 1.10-12 diz assim: "De tornar a congregar em Cristo todas as coisas, na dispensação da plenitude dos tempos, tanto as que estão nos céus como as que estão na terra; Nele, digo, em quem também fomos feitos herança, havendo sido predestinados, conforme o propósito daquele que faz todas as coisas, segundo o conselho de sua vontade; Com o fim de sermos para louvor da sua glória, nós os que primeiro esperamos em Cristo." O apóstolo Paulo por inspiração do Espírito Santo, traz à lume neste texto de que tudo ao final convergirá para Cristo. Ele é o centro e o alvo final dos propósitos do Deus Eterno. Se é assim na grande consumação dos séculos e prosseguindo pela eternidade afora, então, nossas ações de cada dia, todas as nossas atitudes também estão sendo pautadas pelo Senhor. Ele cumprirá cabalmente seus propósitos, quer aceitemos isto ou não. Uma das passagens que demonstra de fato como Deus têm poder para convergir tudo visando Sua glória e Sua santa e eterna vontade, está em Pv 21.1: "O coração do rei é como a corrente de águas nas mãos do Senhor: ele dirige para onde quer" (Almeida Séc. 21).

Portanto, em tudo o que levamos a cabo em nossas vidas, deveremos entender pela Palavra de Deus, que Ele de fato tem planos. Planos ou propósitos perfeitos e inigualáveis. Através do profeta Isaías, o Senhor declara taxativamente de que os caminhos d'Ele não são os nossos e que os Seus caminhos são infinitamente mais elevados que os nossos (55.8,9).

Por vezes até achamos que poderemos sobrepujar os propósitos de Deus para nossas vidas. Mas isto logo se configurará uma insensatez visto que somos pecadores, falíveis, finitos, humanos pois. A alternativa melhor que se nos apresenta é de que entendamos os propósitos que Ele delineou para nosso bem e aceitemos então o que o Senhor tem de melhor para nós, ou seja, a Sua vontade, boa perfeita e agradável (Rm 12.2).

Os propósitos de Deus não podem ser mudados. Mas o nosso coração sim. Para que se adequar à vontade d'Ele. Para não sucumbir em planos errôneos. Para extirpar de nossa vida as vaidades e ilusões em que mergulhamos e depois encontramos dificuldades para delas sairmos. Precisamos da ajuda do Senhor. Como disse Davi no Salmo 25.9,10: "Guiará os mansos em justiça e aos mansos ensinará o seu caminho. Todas as veredas do Senhor são misericórdia e verdade para aqueles que guardam a sua aliança e os seus testemunhos."

Se você puder, agora mesmo, pare um pouco e pense sobre isso. Que Jesus Cristo abençoe ricamente sua vida. Amém!

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

O que está acontecendo no Egito?

O Egito é o país mais populoso do mundo árabe com mais de 80 milhões de habitantes. Constitui-se também um dos mais pobres porque 40% de sua população vive com menos de dois dólares por dia, população esta que aumentou muito desde 1975 mas os recursos do país são escassos. É um país jovem, 1 egípcio em cada 3, tem menos de 15 anos. Possuem posição estratégica no Oriente Médio, faz fronteira no lado sul de Israel, com o qual mantém um acordo de paz desde 1979, após muitas guerras travadas com o estado judeu. Desde 1981 é governado por Hosni Mubarak, de 82 anos. Por causa do clamor popular na Tunísia que levou à deposição de seu presidente, que estava no poder há 23 anos, manifestantes egípcios se organizaram através de redes sociais como o Twitter e o Facebook e desde o dia 18 de janeiro saem às ruas da capital Cairo e tentam depor o presidente Mubarak.

O povo anseia por reformas que possam proporcionar-lhes melhores condições de vida. Mubarak possui um patrimônio pessoal avaliado em muitos bilhões de dólares que amealhou nestes 30 anos no poder. Estas manifestações foram inicialmente organizadas pelo Movimento 6 de Abril por meio da internet. Este grupo, surgido no Facebook, aumentou sua influência como movimento político em 2008. Os cidadãos egípcios saíram às ruas em protesto contra a corrupção, aumento de preços e o desemprego. Todos se uniram contra o regime, jovens e velhos, ricos e pobres, seculares e religiosos. Mas não há ainda um líder ou um grupo que coordene todo este movimento popular, pois a oposição a Mubarak é totalmente fragmentada.

A Irmandade Muçulmana é um grupo religioso egípcio que é temido porque almeja implantar no país um regime fundamentalista nos moldes do Irã. Vive na semi-clandestinidade e não possui status de partido político. Existem agremiações políticas seculares mas que são muito pequenas e não têm uma base eleitoral relevante. Desde o início dos protestos no Egito, somente duas organizações se destacaram: o já referido Movimento 6 de Abril e a Associação para a Mudança Nacional, que foi fundada por Mohamed ElBaradei, que foi diretor da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) e ganhador do Prêmio Nobel da Paz. ElBaradei poderá se destacar como liderança que efetivamente organizará e aglutinará a oposição a Hosni Mubarak.

Existe o temor, principalmente em Israel, de que extremistas muçulmanos assumam o poder no Egito e com isso o acordo de paz, em vigor desde 1979, quando Anuar El Sadat era o presidente, possa ser anulado. Se esta previsão se concretizar, o Oriente Médio não será nunca mais como vemos hoje. O relativo equilíbrio entre Israel e seus vizinhos chegará ao fim. Os dois únicos países árabes que reconhecem Israel como estado politicamente organizado são o Egito e a Jordânia. Os outros países vivem em constante beligerância contra o estado judeu.

O Egito é uma nação milenar. É amplamente citada nas páginas das Escrituras. Desde tempos muito remotos, seu território é habitado, principalmente nas margens férteis do Rio Nilo. Deixou um legado de uma civilização com uma sociedade altamente organizada de tal forma que ainda hoje admiramos as imponentes pirâmides, que bem atestam seu passado glorioso. A história e a própria Bíblia demonstram o poderio dos faraós, como também a religião idolátrica do antigo Egito. Foi nesta nação, como tão bem sabemos, que o povo de Israel permaneceu escravo por 400 anos. E dali, Deus levantou seu servo Moisés como libertador para levar seu povo de forma poderosa para a Terra Prometida, derrotando cabalmente a Faraó e seu exército na conhecida passagem pelo Mar Vermelho (Ex 14).

Mas o Senhor pronunciou uma palavra profética para esta milenar nação. Está em Isaías capítulo 19. Ali, dos versos 1 ao 17, vemos de forma clara o julgamento de Deus. E do verso 18 até o 25, anuncia-se a maravilhosa conversão dos egípcios ao Senhor. O verso 22 faz um apropriado resumo destes dois momentos: “Ferirá o Senhor os egípcios, ferirá, mas os curará; converter-se-ão ao Senhor, e ele lhes atenderá as orações e os curará” (ARA).

Com isso, queremos dizer que não está o Senhor alheio ao que se passa nestes dias com esta nação. Não está o Senhor alheio aos acontecimentos. Mas tudo vai se conduzindo conforme seus propósitos eternos. Sim, o juízo do Senhor se abaterá sobre esta nação, assim como outras nações e povos sobre a terra (Is 24.1-23). Mas, ao final, a misericórdia e o amor de Deus, expressos por meio de Seu Filho, Jesus Cristo, finalmente alcançarão aos egípcios no tempo do fim.

Por ora, devemos orar para que haja sempre o testemunho do Evangelho entre o povo do Egito. O Egito na Bíblia simboliza o mundo. Jesus nos chamou do mundo, nos salvou, nos libertou, nos fez novas criaturas e agora, Ele nos envia ao mundo para testemunharmos d’Ele, conforme a vontade do Pai (Jo 17.14-20). Por isso, devemos clamar ao Senhor para que o testemunho dele no Egito (e no mundo, por analogia) seja plenamente expresso.

O que está acontecendo no Egito hoje, bem pode significar um incremento no trabalho dos servos de Deus que ali já se encontram anunciando o Evangelho e outros que para lá o Senhor possa enviar. Olhemos para os acontecimentos com o olhar de fé, com uma visão espiritual adequada, vendo aquela imensa multidão que clama por libertação do jugo de um governo que está a três décadas no poder, como o clamor na verdade de oprimidos espirituais, porque o que aquele povo, pelos quais o Senhor Jesus entregou Sua vida no fundo precisa e anseia é de libertação do jugo e dos laços daquele que hoje os mantém cativos e oprimidos, Satanás e seus demônios (Ef 2.1-3).

Pense sobre isso e oremos todos pela paz no Egito e pela pregação do Evangelho de forma livre e desimpedida. Amém!