quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Apocalipse, o grande livro da atualidade

Não precisarei tentar explicar neste post, qual escola de interpretação teria uma leitura correta do livro do Apocalipse. Não é esse o objetivo. Posso apontar a interpretação que considero a mais plausível, todavia sem ser exaustivo ou dogmático. Mas, o que quero demonstrar é que, sob muitos aspectos, o livro do Apocalipse, com justa e fundadas razões, pode ser considerado o grande livro da atualidade. Porque afirmo isso?

Por causa das aceleradas mudanças que hoje ocorrem no mundo. Mas, antes que continue, quero deixar clara minha particular visão quanto ao livro de Apocalipse. Existem como todo estudioso do assunto deve saber, pelo menos quatro escolas de interpretação do livro, preterista, idealista, futurista e historicista. A escola preterista entende que todo o simbolismo do Apocalipse se relaciona unicamente com os acontecimentos da época em que foi escrito. Nada no simbolismo dos selos, trombetas, e taças tem qualquer relação com o futuro. A escola idealista, que se relaciona bem de perto com a escola preterista, entende que o Apocalipse é meramente um quadro simbólico da luta constante entre o bem e o mal, entre o Cristianismo e o paganismo.

Somos seguidores da fusão das duas últimas duas escolas, a saber, historicista e futurista. Do capítulo 1 até o 3, o apóstolo João fala no tempo presente, o que está ali descrito em relação às sete igrejas (Ap 1.20-3.22). Do capítulo 4 em diante até o capítulo 19, segundo nosso entendimento escatológico, compreendemos que está sendo detalhado tudo o que ocorrerá no período da Grande Tribulação. Jesus disse a João: "Escreve as coisas que tens visto, e as que são, e as que depois destas hão de acontecer" (Ap 1.19) referindo-se claramente ao futuro, ou seja, ao aspecto eminentemente profético da maior parte do livro.

Isso posto, é possível entender claramente os tempos em que vivemos à luz do que diz o Apocalipse. Não tenho a menor intenção de tentar explicar aqui o significa o número 666, ou quem será o Anticristo, nada disso. Aprendi cedo que o que nos está claramente revelado na Bíblia, nisto devemos permanecer mas aquilo que nos é velado, pertence a Deus (Dt 29.29) e o próprio livro de Apocalipse nos adverte seriamente para não acrescentarmos ou tirarmos qualquer palavra da profecia do livro (22.18,19).

Apocalipse, o grande livro da atualidade, porque em primeiro lugar apresenta a perspectiva divina da história humana. É clara a intervenção de Deus por todo livro, demonstrando cabalmente Sua soberania. Creio que é por isso que o livro assim inicia: "REVELAÇÃO de Jesus Cristo, a qual Deus lhe deu, para mostrar aos seus servos as coisas que brevemente devem acontecer; e pelo seu anjo as enviou, e as notificou a João seu servo" (Ap 1.1). Só o Soberano e Eterno Deus poderia trazer esta revelação sobre o futuro, doutra forma nada haveríamos de saber.

Outro aspecto a ressaltar, é a posição central do Senhor Jesus Cristo por todo livro. Mas, principalmente, destaco Sua posição central no meio de Sua Igreja (1.12-20). Mediante isso, acho que acho que está já mais do que na hora de os homens que dizem servir a Jesus Cristo, que dizem conduzir seu rebanho ou ensiná-lo, já passa da hora de deixarem de ser eles mesmos o centro, o foco, a razão de ser do que faz a Igreja ser a Igreja do Senhor e enxergarem claramente de que o Único dono e Senhor da Igreja é o Senhor Jesus Cristo. Falo isto porque estamos em um tempo de personalismos e messianismos por toda parte.

Existe um otimismo que permeia todo o livro, porque antevê a vitória final do Senhor Jesus sobre a besta e o falso profeta (19.1-21). Mas este otimismo é contrastado ao retratar com fidelidade o pecado e o mal presente no mundo e no homem. Não há a menor hipótese de que este mundo vá melhorar com o decorrer do tempo (pela pregação do Evangelho, ou pelo humanismo, que tem uma visão extremamente otimista do ser humano). O Apocalipse demonstra que a humanidade destes tempos finais, em sua maioria, permanecerá em um estado de rebeldia contra Deus e Seu Ungido, o Senhor Jesus Cristo (Sl 2). Tanto é assim que, segundo o que está escrito em Ap 20.7-9 haverá um último ato de incrível rebelião contra o Todo-Poderoso Deus, mostrando em cores vivas a inegável e profunda condição decaída do ser humano.

Também, e chamo muito sua atenção para isso, existem referências no Apocalipse sobre imagens que falam (13.15), fogo que desce do céu (13.13), controle econômico do mundo inteiro (13.16,17), surgimento de uma grande e única religião mundial (13.14), devastação da terra por causa de causas físicas e também o aumento da temperatura solar, fato que os cientistas comprovam que ocorrerá (16.8), o completo colapso do centro da civilização em uma hora, ou seja, demonstrando que qualquer lugar da Terra, ou qualquer cidade que seja, com as armas de destruição em massa que existem, nucleares ou outras que talvez já existam e nem tenhamos conhecimento, pode ser imediatamente atacada e destruída (18.18-20) e, aquilo que repudio como uma grandiosa tendência de hoje, o clamor de muitos para que seja implementada a Nova Ordem Mundial com seu supremo governante, um líder que não só o Apocalipse prediz que surgirá, como também no livro de Daniel, nos escritos paulinos, na primeira epístola de João, a besta, o Anticristo.

Tudo isso hoje é plausível. Você duvida? Então olhe bem ao seu redor. Se você não é um completo alienado (e acredito que não seja) sabe que aquilo que o Apocalipse previu, é perfeitamente realizável nesta nossa geração, posto que no tempo do Império Romano, época em que o livro foi escrito, não havia a menor possibilidade de se realizar a grande maioria das coisas que acabamos de descrever.

Tudo o que ocorre hoje aponta para os acontecimentos dos capítulos 4 a 19. A Grande Tribulação. O período mais horrendo da história humana que ainda ocorrerá. Não houve ainda e nem haverá depois, obviamente, tal período tenebroso para o planeta Terra e os seres humanos. Esta é a grande verdade que o livro de Apocalipse declina.

O Apocalipse é o livro mais moderno que existe. Nenhuma outra escritura especifica em cores tão nítidas o que ocorrerá com este mundo. Mas tudo isso se encaixa no calendário divino para a humanidade, os propósitos eternos d'Aquele por quem e para quem são todas as coisas. Jesus prometeu voltar no Seu grande sermão profético em Mateus 24. E não quero aqui comentar se Ele voltará antes, no meio, ou após a Grande Tribulação, porque todos estes pontos de vista tribulacionais encontram apoio escriturístico. Logo, o que devemos fazer é ter como certa Sua vinda e vivermos como disse o apóstolo Pedro: "Mas o dia do Senhor virá como o ladrão de noite; no qual os céus passarão com grande estrondo, e os elementos, ardendo, se desfarão, e a terra, e as obras que nela há, se queimarão. Havendo, pois, de perecer todas estas coisas, que pessoas vos convém ser em santo trato, e piedade, aguardando, e apressando-vos para a vinda do dia de Deus, em que os céus, em fogo se desfarão, e os elementos, ardendo, se fundirão? Mas nós, segundo a sua promessa, aguardamos novos céus e nova terra, em que habita a justiça. Por isso, amados, aguardando estas coisas, procurai que dele sejais achados imaculados e irrepreensíveis em paz" (2Pe 3.10-14).

Faremos bem e honraremos a Deus considerando Sua Eterna e imutável Palavra em todos os aspectos de nossa vida. E o livro de Apocalipse, constitui-se de grande importância, levando o cristão a entender o plano de Deus para esse mundo, Suas intenções salvíficas para com a humanidade, Sua intenção em depurar o pecado e o universo de todo o mal, banindo Satanás para todo sempre e fazendo com que Seu Reino seja tudo em todos para todo o sempre.

Abaixo todo falso profeta, astrólogo, vidente, mago ou coisa parecida que enganosamente diz para as pessoas o que ocorrerá ao mundo. Apocalipse, um livro atual e que não deixa nenhuma dúvida sobre os planos infalíveis do Eterno. Nada se pode comparar a este livro em termos proféticos. O problema de filmes como Armageddon, 2012, Guerra dos Mundos, O Dia Depois do Amanhã, Independence Day, Impacto Profundo e outros menos cotados, é que muitas pessoas acabam acreditando nessas histórias supondo mesmo que a verdade está ali. Mas a indústria do entretenimento tem por objetivo fazer com suas obras sejam as mais realistas possíveis para que seu faturamento seja mais alto. E a cegueira da humanidade e o desprezo pelas Escrituras, notadamente o Apocalipse continuará a aumentar.

Que Deus possa conduzir Sua Igreja de tal forma que a mensagem pregada e ensinada do livro de Apocalipse conduza as almas a Jesus, não por medo do "fim do mundo" mas pela convicção do Espírito Santo de que "Bem-aventurado aquele que lê, e os que ouvem as palavras desta profecia, e guardam as coisas que nela estão escritas; porque o tempo está próximo" (Ap 1.3).

Vamos todos guardar as palavras desse abençoado livro, pensando e meditando nele e bem como em toda a Bíblia a cada dia. Amém.












sábado, 19 de novembro de 2011

Sentindo saudades do Egito e do Nem da Rocinha

Nos últimos dias os veículos de comunicação deram um grande destaque à prisão do traficante Antônio Francisco Bonfim Lopes, vulgo Nem, que era o chefe do tráfico de drogas na Favela da Rocinha no Rio de Janeiro. Nem foi preso, quando tentava fugir escondido no porta malas de um veículo de luxo e seus comparsas passaram-se por representantes do governo do Congo, país africano, e tentaram subornar aos policiais que abordaram o veículo. De forma admirável e enobrecedora, cumpriram seu dever não se deixando seduzir pelos valores que lhes foram ofertados (que chegou até a 1 milhão de reais) e efetuaram a prisão do traficante.

O meliante tinha sua base na muito conhecida Rocinha, favela que é a maior do Brasil. Seus "negócios" movimentavam 100 milhões de reais por ano e ele estava estabelecido há 10 anos no local sucedendo a outro famoso traficante vulgo Bentevi. Nem montou um esquema de beneficiamento e produção de drogas na favela e aliciava moradores para comprarem produtos químicos que seriam usados na fabricação, cerca de 200 pessoas na favela foram cooptadas pela quadrilha de Nem e faziam o serviço sem levantarem suspeitas. Além disso, havia o suborno que o traficante pagava a vários elementos da força policial, que sem nenhum senso de dignidade, vendiam sua honra aceitando as propinas financeiras para fazerem vista grossa para os negócios do traficante terem continuidade na favela sem ser incomodado.

Mas quero destacar a chamada "visão social" que o traficante mantinha. Segundo informações apuradas pelas autoridades e repórteres, Nem ajudava na manutenção de escolinhas de futebol na Rocinha, financiava bailes funk e outros eventos e em uma entrevista concedida a uma repórter da revista Época, dez dias antes de ser preso, disse que ajudava garotos para não entrarem no crime dando dinheiro para comida, aluguel, escola e para que saíssem da favela. Além disso, serviços como a distribuição de gás e tv por assinatura eram controlados pelo traficante.

Apesar do império que construiu à base de contravenções, extrema violência e impunidade escrachada, Nem mantinha essa fachada beneficiente e isto está sendo levado em consideração pelas autoridades. Com a prisão do traficante e de outros comparsas, os "benefícios" que muitos moradores tinham não estarão mais disponíveis. O povo de Israel teve saudades do Egito, sentindo falta das "panelas de carne" (Êx 16.2), murmurando contra Moisés pela sede e por havê-los tirado daquele país (Êx 17.3) e lembrando também dos peixes, pepinos, dos melões, das cebolas, dos alhos (Nm 11.5) e temendo pelos gigantes da terra de Canaã (Nm 13 e 14) e assim, tiveram o desejo do retorno ao Egito por causa da comida farta e gratuita que teriam mas também voltariam à antiga condição de escravos.

Semelhantemente, se o Estado não introduzir seus serviços para beneficiar a população (nem todos recebiam as benesses do traficante e a grande maioria sentiu alívio por sua prisão) esta poderá também reclamar e alegar que no tempo em que o traficante estava entre eles, apesar da violência e do medo, eles eram ajudados em suas necessidades.

Este é um lugar onde existem muitas necessidades a serem preenchidas. Escolas, creches, serviço de coleta de lixo, serviços de água e luz, transportes. É uma população enorme encravada na encosta de um morro na zona sul do Rio de Janeiro e ficou abandonada há décadas pelas autoridades e submissa aos chefões do tráfico. Agora é hora de reconstrução da cidadania que lhes foi negada em todo esse tempo.

Deus em sua misericórdia ouviu o clamor de muitos em todos esses anos que sofriam debaixo do jugo do tráfico de drogas e na semana passada, dia 10 de novembro, Nem foi preso. Também o Senhor ouviu o clamor do povo israelita (Êx 3.7,8) que sofriam debaixo da opressão dos egípcios e providenciou a sua libertação. Moisés escreveu: "E o Senhor nos tirou do Egito com mão forte, e com braço estendido, e com grande espanto, e com sinais e com milagres" (Dt 26.8). O livramento foi uma operação poderosa da parte do Senhor dos Exércitos que pelejava pelo Seu povo. Mas mesmo assim, diante das dificuldades naturais de uma travessia no deserto, ao invés de lembrarem do grande livramento que tiveram e confiarem em Deus para Lhes suprir o necessário, optaram infelizmente pela murmuração e, o que era pior, pelo retorno ao Egito.

Parece que o povo de Israel não lembrava mais de que, junto com toda a fartura que tinham, havia também o jugo da escravidão. É desejo de todos que não haja esse tipo de lembrança entre o povo da Rocinha em relação a Nem e seu bando. Verdade que recebiam os moradores os benefícios, mesmo que de uma fonte ilícita, mas no pacote havia juntamente violência, medo, lei do silêncio, confecção, tráfico e uso de drogas. Nossa oração é de que o governo do Estado do Rio de Janeiro e a prefeitura municipal do Rio possam projetar e implementar um amplo leque de benefícios para toda aquela população recém saída do "Egito", ou seja, a opressão do crime organizado na favela da Rocinha.

Que a Igreja do Senhor, que já atuava na região continue e implemente ainda mais seu trabalho. São várias as denominações que mantém congregações na Rocinha e agora com a libertação ocorrida, providência de Deus e resposta de oração, os filhos do Reino que ali estão possam ainda mais empenharem-se em alcançar aquelas vidas para o Senhor Jesus Cristo e mostrar a diferença que o Evangelho faz, pois é essa mensagem que verdadeiramente trará a emancipação para todos que estiverem debaixo de qualquer espécie de jugo opressor, principalmente o jugo do pecado, e serem colocados sob o jugo suave de Jesus (Mt 11.28-30). E que a mensagem seja pregada de tal forma para que jamais os que a aceitarem tenham o mínimo desejo de retornarem ao mundo (o Egito) porque lá reina um cruel e tirânico senhor, Satanás (figurativamente, faraó).

Pensemos todos nisto.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

A lamentável falta de reflexão teológica de muitos pastores


Acho profundamente lamentável a falta de reflexão bíblico-teológica entre os cristãos. Principalmente entre os pastores, aqueles que deveriam ser modelos nessa atividade. É claro que não estou generalizando, porque existem honrosas e notáveis exceções, mas entre os pastores evangélicos brasileiros, predomina o pragmatismo em seus ministérios de tal maneira, que muitos já chegaram ao cúmulo de acharem (e se pronunciarem publicamente a respeito) que não é necessária a reflexão teológica. Tocam seus ministérios no afã de cumprirem sua agenda pessoal ou, para cumprirem expectativas de terceiros, ou de sua congregação, e pouco ou quase nada existe de um trabalho exegético sério e que utilize as línguas originais da Bíblia a fim de prepararem sermões expositivos que tragam a real mensagem de Deus para o Seu povo.

Num tempo em que predominam os recursos audio-visuais, nossas igrejas tem lançado mão à farta dos avanços tecnológicos capitaneados pela revolução na informática e assim, nesse caldo high tech quase ninguém quer se dar ao trabalho de aprofundar seu conhecimento bíblico à maneira que já pode se dizer antiga, ou seja, debruçando-se sobre o texto, inquirindo sobre ele, pesquisando a fundo para saber o real sentido da passagem em apreço. Deveriam fazer assim, não pelo conhecimento em si, mas para conhecer a Deus muito mais a cada dia. Esse conhecimento se dá, com toda a excelência que nos é possível, através do aprofundamento bíblico. Os pastores deveriam ser os exemplos, não só de santidade, mas também igualmente de profundo interesse pelo texto bíblico, em estudá-lo com afinco, com reverência e fugindo do superficialismo que essa era informatizada está nos legando.

O mercado editorial evangélico no Brasil tem produzido literatura bíblica e teológica de alta qualidade. É inaceitável continuarmos na superfície do conhecimento de Deus que emana primariamente das Escrituras do Antigo e Novo Testamento. Essa produção de livros cristãos num universo de dezenas de editoras deveria ser objeto de maior atenção de crentes em geral e de pastores e obreiros em particular. Comprar livros dedicar-se à leitura e estudo dos mesmos, como ferramentas de auxílio ao entendimento bíblico, produz muitos frutos que glorificam sem dúvida ao Supremo Autor.

Gostaria sinceramente que nossos amados e denodados pastores pudessem deixar um pouco de lado sua preocupação com números, ou seu desejo de projeção ministerial e pudessem dedicar-se primariamente à oração e ao ministério da Palavra (At 6.4).

E que pudessem também, com zelo e desejo profundo e santo de transmitirem todo o conselho de Deus (At 20.27), que se propusessem a colocar em prática uma reflexão teológica que iria se refletir nos sermões que fossem pregados. Que mergulhassem na atividade exegética, que estudassem o grego e o hebraico, a fim de extrair do texto bíblico a real intenção de Deus para com o homem (Is 55.8,9).

O pragmatismo fez sua obra deletéria em meio aos pastores, obreiros e crentes em geral nos nossos dias, de tal maneira que existe um grande antiintelectualismo que impede a reflexão teológica que se faria necessária. Muitas igrejas e comunidades por isso não possuem mais a Escola Bíblica Dominical, por exemplo, porque, para determinados pastores, ela se constitui, como ouvi certa feita um pastor dizer, "coisa do velho paradigma". Ora, se não quisessem ter a Escola Dominical com esse nome, tudo bem, mas achar que o ensino da Bíblia é "coisa antiga", convenhamos. Em outras palavras, foi o que ele quis dizer, porque aquela igreja possuía uma boa EBD foi sumariamente extinta e nada parecido foi criado em seu lugar. Conclusão: A ambiência que os irmãos tinham naquela congregação para refletirem um pouco sobre a Palavra de Deus, para estudarem as doutrinas bíblicas, foi arrancado por causa da visão distorcida sobre a educação cristã que os insígnes obreiros daquela igreja tinham.  

Além disso, igrejas há em que os pastores não ensinam sistematicamente as doutrinas da fé cristã. Se limitam a pregar aos domingos, muitas vezes de forma não-expositiva, e o resultado é a gênese de cristãos desconhecedores dos elementares princípios da Palavra de Deus, a fundamentação necessária para crescerem. Por isso é que Paulo fala aos Efésios "Antes, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo" (4.15).

O pastor é aquele servo de Cristo que mais do que qualquer outro, deveria fazer da reflexão teológica uma ocupação constante. Isso deveria ser o centro de seu ministério. E nisso eles tem um grande exemplo nos pastores puritanos do século XVII. Sabe-se que tinham grande apreço pela pregação bíblica e expositiva e seus sermões duravam em torno de duas horas, segundo os historiadores. O que isso tem a nos ensinar? De que possuíam grande zelo pelo estudo bíblico, pela reflexão aprofundada (a maioria conhecia muito bem as línguas originais bíblicas) para trazerem às suas respectivas congregações a Palavra autorizada de nosso Senhor. O conselho de Deus, não o conselho dos homens!

Minha intenção não é ofender a ninguém. Até porque, não citei nomes. Mas ficam as observações. Por isso o nome Observatório Teológico deste blog. Não poderia ser de outra forma. Finalizo com as recomendações de Paulo, primeiramente para seu discípulo e jovem obreiro Timóteo e por extensão a todos que labutam no  hoje no sagrado encargo, no nobre chamado, de pregar e ensinar a Palavra de Deus, leiamos: "Persiste em ler, exortar e ensinar, até que eu vá. Não desprezes o dom que há em ti, o qual te foi dado, por profecia, com a imposição das mãos do presbitério. Medita estas coisas; ocupa-te nelas, para que o teu aproveitamento seja manifesto a todos. Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina. Persevera nestas coisas; porque,  fazendo isto, te salvarás, tanto a ti mesmo, como aos que te ouvem" (1Tm 4.13-16).

A todos os crentes em Jesus e principalmente aqueles encarregados da Palavra, amados pastores, pensem muito sobre tudo isso.

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Chegamos a 7 bilhões de habitantes, os impactos disso e o que diz a Palavra de Deus

O britânico Thomas Malthus autor de Ensaio sobre o princípio da população (1798) teve a percepção que, como a população humana estava crescendo em progressão geométrica e a produção de alimentos aumentava em progressão aritmética, ao fim de um determinado período de tempo, esta conjugação resultaria em fome e aumento de mortalidade. Ele viveu em um tempo onde a população mundial chegara a 1 bilhão de habitantes. Segundo a ONU, chegamos nesse 31 de outubro à marca de 7 bilhões de habitantes no mundo. Será que, conforme Malthus, teremos ainda espaço, recursos e comida para todos os terráqueos?

Dá para imaginarmos o que significam esses números? Significa que devem haver mais alimentos, mais moradia, mais saúde, mais saneamento básico, mais escolas, mais meios de transportes, enfim, um aumento exponencial de tudo o que seja necessário à vida dos seres humanos e isso gerará um impacto sobre o planeta e seus recursos, sem nenhuma dúvida.

Depois da época de Malthus, 130 anos se passaram até o mundo chegar a 2 bilhões de pessoas. No século XX, grandemente se acelerou o ritmo de crescimento da população mundial, principalmente pela queda da mortalidade infantil e às várias conquistas da medicina. Em 1960, 3 bilhões, em 1974, 4 bilhões, em 1987, 5 bilhões, em 1998, 6 bilhões. A se confirmarem as projeções da ONU, mantido o ritmo de crescimento atual, a Terra terá 8 bilhões de habitantes em 2025 e 9 bilhões em 2043.

É de se refletir que sejam garantidas a todos e para essas gerações por vir, condições dignas de vida e pleno acesso aos bens de consumo. Existe a preocupante questão da degradação do meio ambiente. Devido à busca incessante por matérias-primas, o descarte do lixo, a poluição causada pelos combustíveis fósseis, o mundo tem se tornado um tanto quanto inóspito para se viver em muitos lugares. Os rios e mares estão sendo contaminados pelas ações humanas. Tudo isso junto compromete o bem estar da presente geração como daquelas que ainda virão.

Todavia, a Bíblia claramente afirma que Deus criou o mundo e disse ao final que tudo era muito bom (Gn 1.31). O mundo foi criado por Deus e plenamente suprido para nele habitar o homem e seus descendentes. Toda a provisão para habitar o planeta, está amplamente garantida pelo Criador de todas as coisas. Após o Dilúvio, Noé e sua família deixarem a Arca e o Senhor Deus disse: "Mas vós frutificai e multiplicai-vos; povoai abundantemente a terra, e multiplicai-vos nela" (Gn 9.7). Podemos então concluir, que o planeta tem a capacidade de comportar toda essa população atual de 7 bilhões de habitantes e muito mais.

"Porque assim diz o Senhor que tem criado os céus, o Deus que formou a terra, e a fez; ele a confirmou, não a criou vazia, mas a formou para que fosse habitada: Eu sou o Senhor e não há outro" (Is 45.18). A Bíblia de Jerusalém verte essa passagem dizendo que Deus não criou a Terra como um deserto, mas modelou-a para ser habitada. Não podemos aceitar o que os proponentes de uma Nova Ordem Mundial pregam de que os recursos do planeta se esgotarão se a população continuar a crescer desmesuradamente, por isso defendem medidas para diminuir ou estacionar o crescimento da população como o aborto, por exemplo. Mais, eles erigiram um monumento no estado americano da Georgia, conhecido como Pedras-Guia da Georgia, com 10 "mandamentos" e o primeiro deles justamente fala sobre "Manter a população humana abaixo de 500 milhões de pessoas, e em perpétuo equilíbrio com a natureza."


Creio que está bem clara a intenção dessas pessoas que amam os projetos dos iluminattis e cia. limitada de matar as pessoas objetivando a redução da população e assim esses 500 milhões de seres humanos poderiam viver muito bem num mundo menos povoado, segundo a lógica satânica que seguem. O último "mandamento" que consta nas Pedras-Guia diz o seguinte: "Não ser um câncer sobre a Terra — Deixar espaço para a natureza."


Ou seja, consideram os seres humanos como uma doença, um câncer, que deve ser extirpado para dar lugar à natureza. E aqui está o radicalismo, o extremo, a que pode chegar o movimento ambientalista, em seu afã de proteger a natureza a ponto de colocá-la acima do próprio ser humano.

Na China vigora a política de cada casal ter somente um filho, isso foi forçado sobre a população chinesa pelo governo comunista. Na China, já existia a preferência por crianças do sexo masculino por razões culturais milenares. Por isso, essa medida forçada do governo agravou o problema grave de infanticídio de meninas ou sua exposição nas ruas. Hoje a população chinesa está na casa de 1 bilhão e 300 milhões de pessoas. Este é um exemplo do controle forçado da população em um único país. Mas a intenção dos ocultistas iluminados da Nova Era é de estender isso para o mundo inteiro. Para eles tem gente demais no planeta e planejam reduzir essa população fomentando guerras, contaminação de alimentos ou da água e assim permitindo ou criando novas doenças e isso não se constitui em escatologia aterrorizante, mas é uma realidade que eles tentarão aplicar de várias formas.

Apesar de os padrões dominantes de produção e consumo, conforme diz o texto da Carta da Terra (http://www.cartadaterrabrasil.org/prt/text.html), estarem causando devastação ambiental e esgotamento dos recursos e massiva extinção de espécies, e apesar de concordarmos que o meio ambiente global tem recursos finitos, e é uma preocupação comum de todos os povos, todavia, não podemos considerar como um "dever sagrado" a proteção da vitalidade, da diversidade e da beleza da Terra. Porque isto está na mente de Satanás e os que lhe seguem para eliminar quase toda a população de sobre a face do planeta.

Mesmo que este mundo já tivesse 10 bilhões de habitantes, o Criador e Sustentador de tudo haveria de prover recursos para todos. Obviamente que existe a parcela de responsabilidade de todos nós em conservar os recursos, mas sem chegarmos às raias da idolatria pelas coisas criadas. Os cristãos devem sim, ser preservadores da vida e do meio ambiente em que vivem. Mas devem proclamar em alto e bom som que há um Deus que é Senhor sobre tudo, e que finalmente reinvindicará esse mundo para si de forma final e conclusiva, quando Seu Filho, o Senhor Jesus Cristo, voltar pela segunda vez. O cativeiro que esta criação sofre por causa do pecado do homem será retirado (Rm 8.20-22) e o Senhor Jesus em Seu Governo milenial, restaurará a glória original deste mundo como foi a princípio, antes do pecado.

O aumento da população do mundo deve conclamar a Igreja do Senhor a continuar a proclamar o Evangelho e o senhorio de Jesus sobre tudo: "Porque nele foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades. Tudo foi criado por ele e para ele. E ele é antes de todas as coisas, e todas as coisas subsistem por ele. E ele é a cabeça do corpo, da igreja; é o princípio e o primogênito dentre os mortos, para que em tudo tenha a preeminência. Porque foi do agrado do Pai que toda a plenitude nele habitasse, e que, havendo por ele feito a paz pelo sangue da sua cruz, por meio dele reconciliasse consigo mesmo todas as coisas, tanto as que estão na terra, como as que estão nos céus" (Cl 1.16-20).  

Glorifiquemos pois ao Senhor, visto que Seus planos para a humanidade e para este planeta jamais poderão ser alterados. Nossa responsabilidade permanece, enquanto o Espírito Santo por meio da Igreja que proclama fielmente a mensagem salvífica entre todos os povos, vai operando para salvar o ser humano do pecado e da perdição eterna.

Pense nisso.