sábado, 31 de março de 2012

Inimigos de Israel e a certeza das promessas de Deus

O recrudescimento das hostilidades contra os israelenses da parte dos palestinos, tanto da Faixa de Gaza como da Cisjordânia, a tensão nas fronteiras com a Síria e o Líbano, a incerteza quanto ao novo governo do Egito e a grande ameaça do Irã com a possibilidade de vir a construir sua bomba atômica, não permitem que Israel viva em paz e segurança, por adequados que sejam seus recursos e o treinamento de suas forças armadas, a melhor do Oriente Médio e uma das mais eficazes do mundo.

Muito se tem falado sobre o surgimento da nação palestina. Não nego o direito do povo palestino, ou de qualquer outro de ter seu próprio território e país. De viver em paz e ser contado como uma nação politicamente organizada tanto quanto as demais nações da Terra. Eles tem o direito a ter sua pátria e de viver conforme sua cultura. Porém, questiono quando, na análise desse processo, ouço vozes a condenar tanto a possibilidade de uma pátria palestina, como também, e o que é pior, a existência de Israel como uma nação.

Muitos inimigos Israel possui. E muito perto de si, praticamente dentro de seu território, está o grupo terrorista Hamas. O Hamas (palavra que significa "Movimento de Resistência Islâmico") é um grupo que pretende instaurar um Estado palestino abrangendo todo o território onde hoje está a nação judaica. Não aceitam a existência do Estado judeu e referem-se a Israel como uma "entidade sionista".  Recebe ajuda em armas do Irã e constantemente lançam foguetes contra cidades israelenses principalmente oriundos da Faixa de Gaza. 

O Hezbollah é uma organização islâmica política e paramilitar baseada no Líbano e que também é inimigo mortal dos israelenses. Planejou e executou muitos ataques e, assim como o Hamas, pretendem aniquilar o estado judeu. 

A Síria, desde os tempos bíblicos se notabilizou como inimigo de Israel e ainda permanece assim. O Egito, com as recentes mudanças políticas, poderá rever sua posição e até anular o acordo de paz que mantém com Israel há décadas. E o Irã, em minha opinião, é o mais perigoso de todos, por ter mais recursos bélicos (são tradicionais fornecedores de armas e treinamento militar para os grupos que atacam Israel como o Hamas). Além disso, o seu presidente Mahmoud Ahmadinejad muitas vezes declarou que pretende varrer  Israel do mapa. Por isso existe a grande preocupação do governo israelense com o desenvolvimento do programa nuclear iraniano, porque é um passo para o desenvolvimento de uma arma nuclear que certamente poderá ter a Israel como alvo.    

Na concepção de todos esses inimigos (para não mencionar a Arábia Saudita, Turquia e outros, que também são hostis aos judeus), Israel nunca deveria ter ressurgido como uma nação politicamente organizada no século 20. Acreditam que o território onde hoje está a nação judaica deveria ser unicamente do povo palestino. No século 19 em diante, os judeus dispersos pelo mundo, começaram a voltar para a Palestina que estão estava sob domínio otomano. Os britânicos a partir do final da Primeira Guerra Mundial, tem a Palestina sob seu mandato e o número de judeus em retorno à terra de seus ancestrais aumenta enormemente. O clímax desse processo todo se dá na gloriosa data de 14 de maio de 1948 que marca a fundação do moderno Estado de Israel.

Porém o que mais me causa espécie é o fato da ignorância de muitos quanto às milenares promessas bíblicas de Deus para o Seu povo. O patriarca Abraão foi chamado pelo Senhor de Ur dos caldeus e o Senhor lhe faz quatro promessas de bençãos: 1) Benção pessoal - um grande nome; 2) Benção territorial - vasta extensão de terra prometida à sua semente; 3) Benção nacional - uma grande nação; 4) Benção espiritual - todas as nações seriam abençoadas na semente de Abraão (Gn 12.1-3).

A Bíblia dá testemunho que Deus não voltará atrás em Suas promessas. No que tange a Israel, é forte o testemunho do Senhor a favor deste povo que Ele elegeu por meio de Abraão: "Assim diz o Senhor, que dá o sol para a luz do dia, e as ordenanças da lua e das estrelas para a luz da noite, que agita o mar bramando as suas ondas; o Senhor dos Exércitos é o seu nome. Se falharem estas ordenanças de diante de mim, diz o Senhor, deixará também a descendência de Israel de ser uma nação diante de mim para sempre" (Jr 31.35,36). Que palavra gloriosa! Deus simplesmente diz, do alto de Sua autoridade, se Sua Majestade, que, se os elementos físicos que criou falharem de alguma maneira, assim deixaria Israel de ser uma nação de diante dEle. Leiamos ainda o versículo 37: "Assim disse o Senhor: Se puderem ser medidos os céus lá em cima, e sondados os fundamentos da terra cá em baixo, também eu rejeitarei toda a descendência de Israel, por tudo quanto fizeram, diz o Senhor." Aqui fica mais assombrosa a declaração do Senhor, porque ninguém a não ser Ele mesmo pode medir os céus ou os fundamentos da terra. Além disso, o Senhor declara que mesmo a rebeldia, o pecado de Seu povo eleito (que lhe trouxe muitos dissabores, derrotas frente a seus inimigos e o exílio de 70 anos em Babilônia) não foram suficientes para que Israel deixasse de ser Seu povo escolhido.

O apóstolo Paulo disse aos cristãos de Roma, concernente aos seus compatriotas: "Assim que, quanto ao evangelho, são inimigos por causa de vós; mas, quanto à eleição, amados por causa dos pais. Porque os dons e a vocação de Deus são sem arrependimento" (Rm 11.28,29). No início do capítulo ele indaga: "Porventura rejeitou Deus o seu povo?"  De modo nenhum, ele afirma, e mais adiante no verso 5, Paulo diz que nesse tempo ficou um remanescente segundo a eleição da graça. Por isso tudo então, é temerária qualquer tentativa dos homens de rejeitar Israel. De declararem irresponsavelmente de que os judeus não teriam direito à terra que o próprio Senhor prometera ao patriarca Abraão.

O próprio Deus em Gn 15.18 delimitou o território que daria aos descendentes de Abraão: "Naquele mesmo dia fez o Senhor uma aliança com Abrão, dizendo: À tua descendência tenho dado esta terra, desde o rio do Egito até ao grande rio Eufrates." Diante da grandeza desse fato, fico a pensar sobre a permanência dos palestinos nesse território que é dos descendentes de Abraão como disse o Senhor. Deus em Sua benevolência, soberania e misericórdia, pode consentir no fato, ou seja, de os palestinos habitarem na terra que pertence a Israel somente. Isso é da alçada divina. Mas os homens querem matar-se uns aos outros. Quando vão aprender a obedecer ao Senhor e deixar que Seus preceitos governem suas vidas?

Reafirmo que sou contra qualquer violência de ambos os lados. Os covardes ataques com foguetes e homens-bomba contra Israel e a retaliação forte e esmagadora das forças armadas israelenses, com saldo de muitos civis mortos. Devemos os cristãos orar pela paz naquela região. Nós que participamos das bençãos divinas por meio de Jesus Cristo e que somos agora também povo de Deus, escolhidos por Ele, fomos abençoados através da semente de Abraão conforme a palavra que o Todo Poderoso comunicara a Seu servo (Gn 12.3), porque através disto o Evangelho chegou até nós. Que promessa maravilhosa que se cumpre a cada dia na vida de quem conhece ao Senhor.

Assim é também no que concerne à Israel. Brevemente Jesus Cristo voltará pela segunda vez. Mas antes disso, sabemos pela palavra profética de que os judeus serão ainda mais rejeitados e serão perseguidos pelo Anticristo (Dn 9.24-27; Zc 12). Também entendemos que mesmo ainda em meio a todo o sofrimento já vaticinado pela eterna Palavra de Deus, as promessas quanto aos descendentes de Abraão, Isaque e Jacó, vão se cumprir cabalmente. Deus disse para Jeremias: "Porque eu velo sobre a minha palavra para cumpri-la"  (Jr 1.12).

Vamos orar e interceder pela nação israelita, mesmo porque eles precisam conhecer ao Senhor Jesus. Também da mesma maneira, oremos pelo povo palestino, igualmente alvo do Evangelho de Jesus Cristo. Oremos pelos demais povos e países muçulmanos para que libertos sejam da opressão do diabo e seus olhos sejam abertos para a verdade da Bíblia e compreeendam a mensagem do Príncipe da Paz.

Pense nisso.





sábado, 24 de março de 2012

E a sedução do Cristianismo vai se confirmando....

Um tanto quanto estarrecido, vejo como se cumpre a Palavra de Deus no que tange à apostasia que haveria de varrer o mundo e a cristandade nesses dias que antecedem ao retorno do Senhor Jesus.

Dave Hunt, colocou esse fato com bastante propriedade em seu livro A Sedução do Cristianismo. Ele acerta em cheio quando pretende alertar aos cristãos acerca da sedução que ganhava força no mundo e não fazia acepção de pessoas. O livro foi publicado pela primeira vez em 1985 nos Estados Unidos e teve sua primeira edição em português em 1994 editado pela Obra Missionária Chamada da Meia Noite (www.chamada.com.br). Desde então, o que Dave Hunt alertava no livro, foi tomando proporções sempre maiores e hoje vemos com clareza tudo sobre o que ele escreveu e alertou.

Muitas vezes vemos notícias veiculadas na mídia acerca das seitas onde exageros, aberrações e até casos de  morte tem ocorrido e deixam-nos com a certeza de que as seitas são nocivas ao ser humano. Sabemos que a definição de seita varia de pessoa para pessoa. Mas como um cristão bíblico e evangélico, considero a Bíblia a revelação final de Deus para o homem. Essa revelação está em 39 livros no Antigo Testamento e nos 27 livros do Novo Testamento. Jesus Cristo e a obra redentora que Ele veio efetuar pela humanidade pecadora é o tema que permeia os 66 livros deste volume que consideramos a Palavra de Deus.

Seita é para mim portanto, um grupo de indivíduos reunidos em torno de uma interpretação errônea da Bíblia, feita por uma ou mais pessoas. E nisto, podem acolher ensinos que tiram a exclusividade de Jesus Cristo como o Único que pode perdoar e salvar o homem de seus pecados. Quando Jesus disse que era o único caminho e a única verdade e vida (Jo 14.6), fez uma declaração em termos absolutos e a aceitação tácita de que Ele é o Salvador do mundo, coloca por terra de forma definitiva todas as afirmações semelhantes de outros homens, religiões, livros ou filosofias.

Isto posto, deveremos compreender as seitas, falsas religiões e filosofias dentro de um espectro mais amplo. Todas elas fazem parte de uma ilusão perpetrada por Satanás de amplo alcance e que caracteriza-se pelo seu inegável poder de sedução das mentes e dos corações humanos. Sendo o homem constituído da forma que é, com sede do transcendente, procurando a razão de sua existência, o porque está aqui e para onde está indo, facilmente ele é seduzido pela ampla oferta que existe no mundo para arrastá-lo para longe da única e derradeira verdade, a verdade de que a Bíblia é a Palavra de Deus e que Jesus Cristo sendo Deus, tomou forma humana para consumar a obra de salvação em nosso favor.

O diabo visa uma união de todas as religiões e crenças. Seu objetivo é que haja a conciliação dos contrários para que uma falsa paz impere sobre o planeta, porque é fato inegável que muitas guerras e conflitos ocorreram e ocorrem devido à religião. O arquiinimigo de Deus e de Seus filhos, conseguirá no período da Grande Tribulação conforme Apocalipse 13, através do Anticristo e do Falso Profeta, unir a todos em torno de uma super religião planetária. E no presente, está a passos largos e acelerados a efetivação desse plano urdido na mente do Maligno.

Os cristãos tem sido alvejados com as setas flamejantes do engano e da mentira. Praticamente todos os dias ouvimos falar de uma nova seita, quer oriunda dentre cristãos, quer dentre os pagãos. Isto ocorre em níveis cada vez mais altos e em todo o mundo. O diabo sabe que Jesus está às portas e também sabe que o governo deste mundo, por permissão divina, lhe será entregue. E através do Anticristo e do Falso Profeta, as duas bestas de Apocalipse 13, ele, o dragão, terá o domínio da humanidade, um único governo mundial (Dn 7.24,23; 11.35,36; Ap 13.7) e o fará empregando a astúcia, o engano e a violência tudo isso em seu mais alto nível. A humanidade de forma conjunta, nunca passou por isso e este foi o motivo de Jesus dizer que se esses dias não fossem abreviados, ninguém se salvaria (Mt 24.22 ) porque o intuito da antiga serpente (Ap 12.9; 20.2) sempre foi e continuará sendo a de matar, roubar e destruir o ser humano (Jo 10.10), imagem e semelhança do Deus trino (Gn 1.26).

Práticas pagãs tem se introduzido na Igreja do Senhor. Aqui e ali, a ignorância em relação às Escrituras vai aumentando e isso mesmo dentre aqueles que são pastores e demais líderes. O amor ao poder terreno também é outra característica das igrejas cristãs modernas, com honrosas exceções. Tudo fazem para manter a visibilidade ou para agradarem às pessoas do mundo com o pretexto de ganhá-las para Cristo. Assim, vão se permitindo práticas e doutrinas que se afastam para cada vez mais longe da simplicidade do culto verdadeiramente cristão, desprovido de pompa e do brilhantismo e opulência que tanto atrai o homem.

Sucesso é uma palavra de ordem. Não usarei a palavra prosperidade porque creio que Deus tem uma  medida de prosperidade para cada um de seus filhos. Conforme Ele prometeu a Josué, de que se ele fosse fiel e obediente, prosperaria em tudo o quanto empreendesse (Js 1.8). O salmo 1 deixa clara a verdade que ser próspero diante de Deus é ser obediente aos Seus mandamentos. Nesse sentido, o maior exemplo de prosperidade que temos na Bíblia é o próprio Jesus Cristo, nosso Senhor, que em tudo foi obediente ao Pai (Jo 6.38; Fp 2.8; Hb 5.8; 10.9). O que muitos querem (não falo de todos) é ter sucesso com igrejas grandes e suntuosas. Creio que o templo de uma denominação poderá até ser grande, mas em igual medida ou superior deverá ser aquela parcela do Corpo de Cristo que congrega ali, dotada das virtudes cristãs e serem semelhantes ao Senhor em tudo, o fruto do Espírito deve ser super abundante, porque não chamou Deus a Seus filhos para construir templos enormes e viverem de corações e almas vazios e assim não serem nem luz nem sal para este mundo perdido.

Ênfase em curas e em milagres é corriqueiro hoje também e isto de tal forma está sendo vulgarizado que muitos perdem a fé e já não querem mais crer que Jesus pode sim, porque nEle há poder e autoridade para isso, curar a qualquer tipo de enfermidade. Muitas igrejas colocam essa ênfase em alto grau e já não está sendo pregado mais sobre o pecado do ser humano, sobre a necessidade do novo nascimento e a ordem para o crente tenha um viver santo. Igrejas deste tipo atraem as pessoas, mas Jesus Cristo repudia isso assim como Ele disse em João 6 de que muitos dos que o seguiam, faziam pelos motivos errados. É este tipo de mentalidade que está sendo implantado entre o povo hoje e isto a meu ver gera uma multidão de pessoas interesseiras, superficiais e incrédulas.

Acredita-se em um evangelho mágico. Onde basta declarar, determinar, tomar posse, e as coisas ocorrerão em nossa vida, "o milagre acontecerá". Prega-se um evangelho materialista que valoriza demais as coisas desta terra e não coloca em primeiro lugar o reino de Deus e sua justiça (Mt 6.33) como disse Jesus. Por isso, muitos líderes de hoje não só em nosso país como em muitos outros, estão ricos materialmente mas tenho dúvidas se as ovelhas que "pastoreiam" estão verdadeiramente alimentadas pela Palavra de Deus, porque onde predominam o sucesso, o materialismo e o amor ao dinheiro, não podem reinar juntamente a humildade, a mansidão, o amor de uns para com os outros, o amor às almas que se perdem, o anseio pelas coisas do céu.

A sedução do Cristianismo também se demonstra na rejeição da Bíblia como única regra de fé e prática do cristão. Em aceitar outras "revelações" que nada mais são que estratégias satânicas para demover a Palavra de Deus de sua posição singular. Muitos que antes criam em tudo o que a Bíblia dizia, que criam que ela era  inerrante, autorizada, inspirada pelo Espírito Santo, agora, cumprindo a palavra revelada ao apóstolo Paulo em 1Tm 4.1: "Mas o Espírito expressamente diz que nos últimos tempos apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrinas de demônios", passaram a aceitar outros escritos, outros livros que supostamente completariam a revelação contida no texto bíblico. Em alguns casos, não se chega a negar a Bíblia explicitamente, mas apresentam outra perspectiva por exemplo, das origens, história e destino humanos. Podem apresentam também novas revelações sobre Jesus. E em tudo, muitas das publicações desses grupos propõem uma nova ordem para o mundo declarando que a atual civilização está condenada e uma época áurea está chegando para a humanidade neste planeta.

Este é o âmago das ideias do Movimento da Nova Era, que é uma coalizão de grupos entrelaçados, uma rede planetária, que tem a intenção de fazer convergir todas as ideologias religiosas visando à unidade da raça humana em torno de uma suprema religião mundial. Isto a seu tempo ocorrerá porque a Palavra de Deus vai se cumprir cabalmente (Jr 1.12).

Claramente a Bíblia declara que surgiriam falsos cristos, falsos profetas e falsos apóstolos (Mt 7.15-23; 24.5; At 20.29,30; 1Jo 2.18,19).  Paulo assim declarou: "Porque tais falsos apóstolos são obreiros fraudulentos, transfigurando-se em apóstolos de Cristo. E não é maravilha, porque o próprio Satanás se transfigura em anjo de luz. Não é muito, pois, que seus ministros se transfigurem em ministros da justiça; o fim dos quais será conforme as suas obras" (2Co 11.13-15). Nossa postura enquanto discípulos de Cristo é de compaixão pelos que foram ou estão sendo envolvidos nas teias diabólicas do engano e da apostasia mas igualmente, nos opor com vigor às doutrinas falsas e estranhas ao Evangelho, denunciando algum "outro" evangelho (Gl 1.6-10) que surgir como falso e não se preocupar nisso em agradar a homens como claramente diz essa passagem. Um dos piores enganos que podem surgir, são de grupos sectários surgidos nas fileiras do próprio Cristianismo ortodoxo, grupos heterodoxos portanto, que possuem inúmeras verdades bíblicas em seus ensinos, embora misturadas com errôneos ensinos humanos e por causa disso, mais facilmente enganam os incautos.

Eu me posiciono dentro das fronteiras do Cristianismo bíblico. Este foi ensinado pelos apóstolos, defendido pelos pais da Igreja e redescoberto pelos reformadores do século 16. Repudio qualquer tentativa de aceitação de outras "revelações", ou novas "verdades" além da Bíblia Sagrada. Abomino também a líderes que exigem submissão e obediência cega aos seus ensinos, suas ideias próprias. Denuncio como tentativas do Inimigo para arrastar cada vez mais discípulos que, embora creiam nas doutrinas cardeais do Cristianismo bíblico e ortodoxo, também estão aceitando essas pseudo-revelações e isto para ruína de sua própria alma.

Leiamos as solenes e proféticas palavras do apóstolo Pedro: "E também houve entre o povo falsos profetas, como entre vós haverá também falsos doutores, que introduzirão encobertamente heresias de perdição, e negarão o Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina perdição. E muitos seguirão as suas dissoluções, pelos quais será blasfemado o caminho da verdade" (2Pe 2.1,2). 

A sedução da fé cristã vai sendo confirmada a cada dia. Mas Deus, o Senhor do Exércitos está reordenando as fileiras de Seu povo. O tempo final se aproxima. Você ainda se encontra nas fileiras do Único Rei do reis e Senhor dos senhores, ou infelizmente foi aliciado, foi seduzido, e está nas fileiras do príncipe deste mundo? Se for este o caso, ainda há tempo de reenganjar-se nas fileiras do Vencedor.

Pense muito bem sobre tudo isso.  











sábado, 17 de março de 2012

O que podemos aprender com a jornada de Israel no deserto

Cada dia mais vejo muitas semelhanças entre nós, seguidores de Jesus Cristo hoje e o povo de Deus, Israel, durante os quarenta anos no deserto. Cada vez mais me convenço do que Paulo escreveu em 1 Coríntios 10. De que o que aconteceu com o povo durante sua trajetória para chegar à terra de Canaã, serve-nos de balizas, de advertências e de exemplos para que nós possamos nos manter de acordo com a vontade de nosso Senhor e assim chegarmos sãos e salvos ao Seu reino celestial (2Tm 4.18).

Aprendamos com os pecados que o povo israelita cometeu durante sua jornada e assim teremos as lições espirituais necessárias. O texto em 1Coríntios 10 diz que eles cometeram alguns pecados os quais deveríamos bem atentar para não incorrermos em semelhantes erros.  

O primeiro pecado que Paulo narra nesse capítulo de Coríntios é a idolatria (10.7). Conforme Êx 32.6, o povo cansou de esperar Moisés (que subira ao monte Sinai para receber ordenanças de Deus), e pediu a Arão, seu irmão, para que fizesse uma representação visível de Jeová. O povo ainda estava sob a influência da religião do Egito porque os egípcios adoravam a um deus em forma de boi, o boi Ápis. Arão, demonstrando uma grande fraqueza, cede aos apelos populares e recebe do povo o ouro e confecciona uma estátua. Ao final do processo o povo exclama: "Este é o teu deus, ó Israel, que te tirou da terra do Egito" (32.4).  A idolatria se manifesta  de maneira escancarada. Nem mesmo os prodígios que Deus operara para libertar os israelitas do jugo de Faraó, os milagres que operou para prover o povo de água e alimento, foram suficientes para impedir que prestassem culto a uma figura que representava um animal e isso era abominável aos olhos de Deus.

A advertência para o cristão é de que ele jamais deve subestimar o poder que tem o seu coração de enganá-lo (Jr 17.9), levando-o a substituir sua devoção ao Senhor, ainda que não haja manifestação palpável. Ou pode sim, ser algo tangível. Família, trabalho, igreja, hobbies, bens materiais, enfim, qualquer coisa que se colocar no lugar da adoração e devoção exclusivas a Deus, constitui-se em idolatria.  

O segundo pecado que o povo comete é o pecado da prostituição (10.8, imoralidade na ARA). Em Nm 25 está relatado que o povo de Israel acampou em Sitim. As mulheres moabitas convidaram os homens israelitas para as festas em que eram oferecidos sacrifícios aos seus deuses. E então, um verdadeiro bacanal aconteceu entre alguns do povo de Deus que deram vazão aos seus instintos sexuais de forma inadequada. Não preservaram a santidade de sua relação com Deus e de seus matrimônios e se entregaram à prostituição. Deus não esperou muito tempo para prontamente disciplinar esse pecado e o apóstolo Paulo afirma que num só dia foram mortos dentre o povo, 23 mil pessoas! Quanta tragédia por causa da satisfação imediata e ilícita de desejos que deveriam ser legitimamente satisfeitos no casamento.  

Aprendemos aqui que a santidade é a vocação do povo de Deus. Separação exclusiva para Ele. Distância do pecado custe o que custar. Os pecados sexuais são uns dos que mais atraem homens e mulheres. Os homens israelitas sucumbiram ante os apelos da religiosidade das moabitas que incluía satisfação de seus apetites carnais. Não é diferente hoje com os cristãos. Mesmo salvos pela graça de Deus, regenerados, tornados novas criaturas, permanece em nosso coração a inclinação para a imoralidade como Jesus alertou (Mt 15.19; Mc 7.21). Devemos fugir da prostituição ou, impureza (ARA), 1Co 6.18 e também 1Ts 4.3. No verso 4 desta passagem de 1 Tessalonicenses, Paulo diz ainda que cada um saiba viver em santidade, isto é, em pureza sexual porque o cristão é o templo do Espírito Santo (1 Co 6.19). Esse mesmo verso 4 na Bíblia de Jerusalém está vertido assim: "Que cada um saiba tratar a própria esposa com santidade e respeito" esta também é uma tradução possível o que só vem demonstrar como Deus tem em alta conta a santidade e pureza do casamento. O sexo em si não é pecaminoso desde que mantido em seus limites. Ou seja, relações sexuais somente para os casados e abstinência para solteiros, é a ordem do Senhor.

O terceiro pecado e quarto pecados que lemos no texto de 1Co 10.9 e 10 é que eles tentaram a Cristo (puseram o Senhor à prova, ARA) e que murmuraram contra Deus. Isto significa que desafiaram a Deus. Puseram à prova ao Senhor no tocante à Sua provisão para eles, o povo. Vemos isso descrito em Nm 21.4-9. O texto nessa passagem informa que o povo se tornou impaciente (angustiou-se, ARC) no caminho. Leiamos: "E queixou-se de Deus e de Moisés: Por que  nos fizestes sair do Egito, para morrermos no deserto? Pois aqui não há pão nem água, e estamos enjoados deste pão miserável" (v.5 - Almeida Séc. 21). Nesse episódio, Deus retirou sua proteção e permitiu que serpentes venenosas atacassem o povo e muitos morreram. O povo murmurava de contínuo contra um Deus que tudo fez por eles, libertando-os com mão forte do Egito, partindo o mar Vermelho em dois, fazendo depois perecer afogados os egípcios que os perseguiam, dando a eles o maná, o pão descido dos céus, aprovisionando água da rocha, não permitindo que suas roupas e seus calçados se desgastassem, protegia-os dos perigos do deserto, dia-a-dia. Era um povo ingrato e mau. Por pouco o Senhor os destruiria e de Moisés levantaria um novo povo, mas Moisés intercedeu e o Senhor não cumpriu seu intento (Êx 32.10-14).

Meus amados, Deus é tão bom conosco, quanto foi com o povo de Israel no deserto. Ele tudo provê para nós nessa nossa jornada pelo mundo que é comparada à jornada dos israelitas pelo deserto. O cristão que é murmurador, que passa grande parte de seu tempo usando sua língua para difamar a outros cristãos, que tem por hábito falar da vida alheia ou falar mal contra a Igreja do Senhor, está em apuros porque o Senhor é contra isso tudo. Podemos até eventualmente falhar e falar contra uma pessoa, mas a Bíblia diz que o cristão, aquele que verdadeiramente segue a Jesus não vive na prática habitual do pecado (1Jo 3.9). Se isso acontecer, ele normalmente reconhecerá e confessará ao Senhor que o perdoará e o purificará (1Jo 1.7-9).   

Devemos atentar com propriedade às lições que Paulo tencionou nos passar por inspiração do Espírito Santo neste capítulo 10 de 1 Coríntios. É para nossa advertência. Leiamos o que Paulo diz nos versos 6 e 11: "E estas coisas foram-nos feitas em figura, para que não cobicemos as coisas más, como eles cobiçaram"; "Ora, tudo isto lhes sobreveio como figuras, e estão escritas para aviso nosso, para quem já são chegados os fins dos séculos." 

Isto é fundamental para todo o povo de Deus. Viver uma vida em que o Senhor Jesus Cristo seja o centro de tudo, viver em santidade de vida em todos os seus parâmetros, ter gratidão contínua pelo que o Senhor já fez e ainda fará em nós. Ele é digno de toda nossa devoção, de toda nossa entrega, de toda nossa submissão.

E além de tudo, ocupemo-nos com Sua obra. Há muito a ser feito. Há muitos lugares onde o Evangelho ainda não foi apregoado. Não quero perder tempo com questiúnculas. Não quero gastar o tempo precioso de Deus disponibilizado a mim com a notória mesquinhez do coração humano. Desejo viver com sabedoria. Quero continuar na jornada dessa vida, até chegar a Canaã celestial. Deus mesmo garantirá que isso aconteça, como disse o apóstolo Paulo: "O Senhor me livrará de toda obra má e me levará a salvo para o seu reino celestial. A ele seja a glória para todo o sempre. Amém" (2Tm 4.18 - Almeida Séc. 21).

Convido a você de todo coração que pensar muito sobre isso.

sexta-feira, 9 de março de 2012

A igreja local deve treinar seus futuros missionários

Desnecessário dizer que todo vocacionado para o campo missionário, deveria passar por algum tipo de treinamento. Minha preocupação está em saber se a igreja local possui algum programa de treinamento para os candidatos ao campo e, caso possua, que tipo de ensinamento será proporcionado. Este assunto é de importância fundamental e por isso julgo oportuno abordá-lo neste blog.

Inicialmente quero acreditar que toda igreja local deve treinar seus futuros missionários. Para mim, esta preparação inicial básica na igreja de origem do missionário é importante porque ali é que ele foi chamado por Deus para o trabalho no campo e consequentemente foi reconhecido pelos irmãos. Assim, julgo ser justo que haja um início na preparação do mesmo em sua igreja. Que este treinamento seja abrangente, embora até nem possa ser tão aprofundado. É aqui que acho interessante as parcerias que deveriam haver entre as igrejas locais e as agências missionárias. Na igreja local, de origem seria uma preparação inicial e muito necessária (este procedimento poderá confirmar ou não o chamado do candidato). Na agência missionária, ocorrerá o aprofundamento, o aperfeiçoamento deste treinamento inicial ocorrido na igreja de origem do vocacionado.

Quais áreas podem ser abordadas nesse treinamento na igreja local? Vou enumerá-las: 1) Área missiológica e bíblico/teológica; 2) Espiritualidade e vida devocional; 3) Caráter e vida familiar do missionário; 4) Corpo, mente e emoções.

É perfeitamente possível se elaborar um currículo mínimo e efetivar um ensino que pode dar uma base fundamental ao vocacionado. Se a igreja tiver a graça de ter mestres na congregação (e não somente o pastor) pode organizar um currículo mínimo conforme as áreas expostas acima e colocar em ação este plano que ajudará em muito o futuro missionário em seu trabalho.

Não se aceita mais nos dias de hoje o argumento de que, tão logo alguém declare ao pastor e à igreja o seu chamado para o campo, ele seja enviado sem que haja um treinamento. Urge forjar a têmpera do futuro missionário na igreja local, exatamente porque ali ele é conhecido e, sendo assim, seus defeitos, suas falhas, bem como suas qualidades e talentos, podem melhor ser reconhecidos e trabalhados. Também é necessário dizer que o treinamento é importante devido às complexidades na obra de Deus a qual todos se defrontarão, mesmo aqueles que ficam na igreja local. Se é necessário um treinamento para alguem com um chamado pastoral, segundo meu ponto de vista, o que se dizer do missionário, visto que ele tem a responsabilidade de sair do meio em que vive e ir para outro lugar de cultura diferente da sua e pregar ali o Evangelho.

Algo importante a frisar é quanto à metodologia. Aulas teóricas e práticas. Debates. Painéis. Leitura de textos. Resumos. Os recursos para isso serão os convencionais (salas de aula) e utilização de multimeios. Quanto ao tempo de duração, é necessário se aquilatar muito bem isso. Visto que, nem se pode ter pressa , porque isto poderá descambar para a superficialidade no ensino, bem como não se pode empregar um tempo demasiadamente longo, para não desmotivar os alunos e assim se perder o foco inicial. O tempo para esse treinamento deve ser muito bem dosado.

É possível que algum pastor entenda que não é necessário tal empreendimento. Que basta o crente ter aprendido ali na igreja no dia-a-dia durante alguns anos e assim este estaria pronto para ir ao campo missionário tão logo manifestasse sua vocação. O pastor pode argumentar de que não encontra algum mandamento específico no NT quanto a isto. Mas é preciso lembrar que o Senhor Jesus andou durante três anos com os doze e que isto foi uma preparação para o que viria depois, de que eles, os apóstolos, espalhariam aos quatro ventos a mensagem do Evangelho. Mesmo no decorrer deste fantástico ensino com o Mestre, este os enviou para praticarem o que aprendiam e viam em Jesus todos os dias (Mt 10).

Sendo assim, e juntando-se as complexidades do mundo atual, devemos pensar em um treinamento para nossos missionários, que lhes dê ferramentas para desenvolverem seu trabalho, mesmo que esse ensino seja na congregação inicialmente e depois seja em alguma agência missionária para o necessário aprofundamento. Acho que uma parceria entre a igreja local e a agência missionaria pode ser muito frutífero porque um missionário tem de ser formado no seio de sua igreja de origem, mas deve receber um ensinamento mais aprofundado que somente obterá em instituições especializadas.  

Louvamos ao Senhor porque a publicação de livros pelo mercado editorial evangélico em nosso pais tem sido muito grande e com textos de grandes autores e materiais de excelente qualidade. Na área teológica e/ou missiológica, poderemos encontrar o necessário para a formação de nossos futuros obreiros e missionários. Alem disso, fartos recursos humanos são disponiveis no pais inteiro, porque Deus tem chamado e capacitado a muitos de Seus filhos para que ensinem a outros. Muitos mestres na Palavra tem sido levantados pelo Espírito Santo e ajudado no treinamento teológico e missiologico.

Querido pastor, não menospreze o ensino em sua igreja. E, particularmente, não negligencie sua responsabilidade quanto ao preparo dos vocacionados em sua congregação. Proporcione os meios e as condições para que eles recebam esse primeiro treinamento especifico de tal forma que confirmem seu chamado e ainda possam continuar crescendo na graça e no conhecimento daquele que lhes chamou, o Senhor Jesus Cristo (2Pe 3.18).  

Pense nisso.



terça-feira, 6 de março de 2012

Onde está Jesus, aí está a Teologia

Indignado escrevo acerca daqueles cristãos, quer sejam líderes na Igreja ou não, que teimosamente repudiam o saber teológico. Que insistem em se identificar com nosso Senhor Jesus Cristo, mas que paradoxalmente rejeitam o conhecimento oriundo do estudo bíblico, o conhecimento doutrinário. Alguns falam que  estudar é desnecessário. Que basta ter conhecido ao Senhor quando se converteram e em andar com Ele todos os dias.  Abominam livros, considerando-os inúteis e alegam que o único livro para o crente é a Bíblia (mas que eles mal conhecem). 

Vincent Cheung, teólogo reformado, aponta muito bem o fato que o repúdio a Teologia é também a recusa a conhecer a Deus pelo modo prescrito por Ele. Ele escreve: "O conhecimento da Escritura - conhecer algo a respeito de Deus ou estudar Teologia - deve ter prioridade sobre toda a vida e o pensamento do homem. A Teologia define e dá significado a tudo que alguém possa pensar ou fazer. Ela está acima de todas as outras necessidades (Lc 10.42); nenhuma outra tarefa ou disciplina se aproxima dela em importância. Portanto, o estudo da Teologia é a atividade humana mais importante" (V. Cheung, Introdução à Teologia Sistemática, pp.25,26, Arte Editorial, São Paulo, 2008).   

Todo cristão é um teólogo. Por que? Porque ele tem conhecimento ou fala acerca de Deus. A Teologia é aquilo que se pensa ou se diz a respeito da Pessoa divina. Qualquer que seja o estágio de vida cristã em que esteja ou independente de sua escolaridade ou classe social, o crente em Jesus Cristo faz Teologia, muito embora a maioria desconheça este fato. Logo, não está em questão se somos ou não teólogos, mas sim que tipo de teólogos vamos ser, medíocres ou excelentes. Isto porque, tudo o que devemos saber sobre Deus, o homem, o pecado, a salvação, o bem, o mal, Jesus Cristo, os anjos, a igreja, o fim dos tempos, enfim, encontra-se com exclusividade nas Escrituras do AT e NT. 

Nosso Senhor deixou bem estabelecida a importância das Escrituras e de se fazer uma correta teologia. A teologia dos fariseus, embora fosse em muitos pontos, inteiramente bíblica (em oposição à teologia dos saduceus, por exemplo, estes não acreditavam que existisse ressurreição e não acreditavam na existência dos anjos, ao passo que os fariseus criam ) errava por causa de tradições humanas e questiúnculas sem valor. Jesus frequentemente altercava tanto com fariseus como também com os saduceus e Suas respostas sempre tinham por base as Escrituras e primavam pela correta interpretação. Fazer teologia era necessário e para o Senhor Jesus não bastava somente amar e obedecer a Deus, porque ao fazer isso (com o reforço de muitas tradições humanas) os judeus religiosos acabaram por deturpar a Torá (as Escrituras que os judeus usavam, ou seja, o Antigo Testamento).

Se Jesus habita em mim e habita em você, aí está a possibilidade de se fazer Teologia. e de forma correta. Jesus Cristo tinha em alta conta a Palavra de Deus. No epísódio de Sua tentação, por três vezes Ele disse a Satanás, "está escrito", leiamos: "Ele, porém, respondendo, disse: Está escrito: Nem só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus"; "Disse-lhe Jesus: Também está escrito: Não tentarás o Senhor teu Deus"; "Então disse-lhe Jesus: Vai-te, Satanás, porque está escrito: Ao Senhor teu Deus adorarás, e só a ele servirás" (Mt 4.4,7,10). Jesus citou corretamente cada passagem bíblica do AT que respondia exatamente à tentação do diabo, no verso 4 é citado por Jesus Dt 8.3, no verso 7, Dt 6.16 e no verso 10, Jesus cita Dt 6.16. Quanto ao diabo, teve a ousadia de também citar a Palavra de Deus, porém fazendo uma aplicação errônea, ele citou no verso 6 o Salmo 91.11. Jesus prontamente refutou com o texto de Dt 6.16 e isto por si só demonstra como Satanás usa a Palavra de Deus para distorcer seu verdadeiro sentido e de que como nós, seguindo o exemplo de Cristo, devemos conhecer a Bíblia que temos em mãos para poder dispô-la adequadamente como nosso Senhor mesmo fez. É o que nos recomenda o apóstolo Paulo em 2Tm 2.15: "Procura apresentar-te a Deus aprovado , como obreiro que não tem de que se envergonhar , que maneja bem a palavra da verdade." 

No sermão do Monte, Jesus demonstra mais uma vez como Ele tinha em alta conta a Palavra de Deus e Seu cuidado para que a mesma fosse entendida e aplicada de forma correta. Os judeus acrescentaram muitas de suas tradições à letra da Lei, de tal forma que no tempo de Cristo, muitas coisas eles tinham de observar. Eles valorizavam a letra da Lei juntamente com seus costumes humanos e nisso praticavam uma péssima teologia, muito embora os fariseus, como já citado, cressem corretamente em muitos aspectos doutrinários. Jesus traz o verdadeiro sentido da Lei em oposição ao ponto de vista humano. Aqui está a base para um correto labor teológico, que despreza especulações humanas e procura o verdadeiro sentido do texto, que procura explicar a Escritura com a própria Escritura.

M. James Sawyer escreve que a Teologia sozinha é sem vida. Porém, entendendo a Teologia em si como uma estrutura, também "ter vida espiritual sem estrutura, é ineficaz e inútil para propósitos práticos. A resposta ao dilema é reunir a vida à estrutura que irá suportá-la" (M. James Sawyer, Uma Introdução à Teologia, p.19, Editora Vida, São Paulo, 2009). Seguindo ainda a argumentação do autor, deve-se ressaltar que estruturas teológicas inadequadas, muito embora pareçam intelectualmente aceitáveis, harmonizadas com as Escrituras, nos levarão para longe daquilo que Deus realmente revelou e que Ele almeja que entendamos e assim vivamos adequadamente a verdade de Sua Palavra.

Onde está Jesus, aí está a Teologia de fato. Mas, não basta ter Jesus na vida. Necessário se faz o exame do que dizem as Escrituras. Não basta ter nascido de novo. É necessário o crescimento espiritual e esse crescimento necessariamente se faz através do estudo bíblico a fim de se conhecerem as doutrinas bíblicas, para se conhecerem os conteúdos da fé cristã.   

Pastores que rejeitam o saber teológico, são pobres em sua pregação. Pastores ou qualquer outro que acham que a Teologia desvia o crente, na verdade têm enorme probabilidade de, eles mesmos, aceitarem os "ventos de doutrina" (Ef 4.14) que insidiosamente sopram sobre o arraial cristão. O pastor e qualquer crente que é zeloso da Palavra de Deus e que faz do saber teológico algo prioritário para sua vida e seu ministério, primará pela excelência em tudo e será como disse o profeta Isaías: "Mas o nobre projeta cousas nobres, e na sua nobreza perseverará" (Is 32.8 - ARA).

Graças a Deus, Jesus está em mim e eu estou nEle (Jo 15.5). Como diz esse texto do Evangelho de João, se eu permaneço nEle, produzo muito fruto. Não é possível que haja cristãos que concebem um repúdio indevido no tocante à Teologia. Não há o que temer. Se estamos em Jesus, servindo a Ele com sinceridade, certamente que os frutos do correto labor teológico serão de muito proveito para si mesmo e para todos os demais membros do Corpo de Cristo. A Igreja é muito beneficiada quando nela se encontram teólogos piedosos, trabalhadores e competentes. 

Que Deus, pelo Seu Santo Espírito, me dê a graça de ser assim.

E quanto a você?

Pense nisso.