quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

É bom parar agora para avaliar a vida com Deus......


Nada melhor para qualquer um de nós que servimos a Deus de fazer uma avaliação sincera de nosso andar com Ele, aproveitando o término de 2010. Leia o que vem a seguir e que isto possa ajudá-lo, caso estejas vacilando em sua comunhão como o Senhor.

Como estamos diante d'Aquele que vê a tudo e a todos (Hb 4.13)? É sincero e reto nosso coração para com nosso Deus (Jó 1.8; 2.3)? Estou procurando andar com sinceridade diante d'Ele em minha casa, não colocando coisa má diante de meus olhos (Sl 101.2,3)? Estou andando sinceramente, praticando a justiça e falando a verdade em meu coração (Sl 15.2)? Se vejo um ladrão, consinto com o que ele faz (Sl 50.18)? Tenho soltado minha boca para o mal e a minha língua tem composto o engano (Sl 50.19)? Tenho falado mal de meu irmão, de meu semelhante (Tg 4.11)? Afinal, estou sendo amigo de Deus ou amigo do mundo (Tg 4.4)?

Estou me sujeitando a Deus e tenho procurado resistir ao diabo (Tg 4.7; 1Pe 5.8,9)? Estou dando lugar ao diabo (Ef 4.27)? Estou falando palavras torpes (Ef 4.29)? Minha mente está sendo renovada diariamente perante Ele (Rm 12.2)? Estou de fato apresentando meu corpo para ser sacrifício vivo ao Senhor (Rm 12.1)? Estou me comunicando com as obras infrutuosas das trevas ao invés de condená-las (Ef 5.11)? Tenho procurado a prostituição, impureza ou cobiça, coisas essas que nem deveriam ser mencionadas (Ef 5.3)? Tenho também, de forma inconveniente para um cristão, falado indecências, conversas tolas, gracejos obscenos (Ef 5.4)? Tenho me despojado da ira, da cólera, da malícia, da maledicência, enfim, das palavras torpes em minha boca (Cl 3.8)? Tenho praticado a mentira (Ef 4.25; Cl 3.9)?

Estou realmente abstendo-me de toda aparência do mal (1 Ts 5.22)? Estou ponderando em trilhar o caminho estreito como disse o Senhor Jesus (Mt 7.13,14)? Amo de fato os meu inimigos, bendigo os que me maldizem, faço bem aos que me odeiam e oro pelos que me maltratam e me perseguem (Mt 5.44)? Estou vigiando e orando para não entrar em tentação, visto ser a carne irremediavelmente fraca (Mt 26.41)? Estou procurando pensar nas coisas lá do alto, onde Cristo está assentado à direita de Deus (Cl 3.1)? Como despenseiro dos mistérios de Deus, tenho sido encontrado fiel (1 Co 4.1,2)? Tenho tido invejas e também entrado em contendas e dissensões (1Co 3.3)? Tenho procurando andar em Espírito e assim não cumprir nenhuma das concupiscências da carne (Gl 5.16)? Estou usando da liberdade que tenho em Cristo para dar ocasião à carne (Gl 5.13)? Tenho crucificado minha carne com suas paixões e concupiscências (Gl 5.24)? Além da prostituição e da impureza, tenho procurado eliminar também de minha vida, a paixão, o desejo mau, e a avareza que é idolatria (Cl 3.5)?

Amado irmão, estes são alguns exemplos a fim de podermos fazer uma auto-avaliação diante de nosso Senhor. A Bíblia diz que devemos sim fazer um auto-exame: "Examinai-vos a vós mesmos, se permaneceis na fé; provai-vos a vós mesmos. Ou não sabeis quanto a vós mesmos, que Jesus Cristo está em vós? Se não é que já estais reprovados" (2Co 13.5).

"Aquele, pois, que sabe fazer o bem e não o faz, comete pecado" (Tg 4.17). Corremos perigos sim em nossa vida espiritual. Cristãos há que acreditam que o homem, uma vez salvo por Jesus, pode ficar tranquilo, ele nunca se perderá. Isto não é verdade. Claramente, cometendo pecado, ou seja, não fazendo o bem, ele se expõe, no caso de continuar desta forma, sem arrependimento, confissão e abandono do pecado (1Jo 1.9; Pv 28.13) a perder-se eternamente. Os exemplos do povo de Israel no deserto (1Co 10.1-13; Hb 3.1-19) são mais do que suficientes para esclarecer esta questão. Está escrito em Rm 6.1,2: "Que diremos pois? Permaneceremos no pecado para que a graça abunde? De modo nenhum. Nós, que estamos mortos para o pecado, como viveremos ainda nele?"

"Mas cada um é tentado quando atraído e seduzido por seu próprio desejo. Então o desejo, tendo concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, após se consumar, gera a morte" (Tg 1.14,15 - Almeida Séc. 21). Está dentro de mim e dentro de você um coração mau e pecaminoso (Hb 3.12). Temos uma natureza decaída. Jesus disse com exatidão como é o interior do homem e afirmou que estas coisas imundas, perversas e perniciosas são as que contaminam o homem perante Deus (Mt 15; Mc 7). Daí a importância crucial de purificação. Deus fala através de Isaías: "Lavai-vos, purificai-vos, tirai a maldade de vossos atos de diante dos meus olhos; cessai de fazer o mal. Aprendei a fazer bem; procurai o que é justo" (Is 1.16.17a). É imperiosa esta necessidade da limpeza espiritual em nossa vida.

Deixo esta reflexão, confessando porém que em muito do que está acima descrito, eu mesmo me enquadro. Tenho a minha cota de pecados. Preciso me consertar com Deus antes de entrar o novo ano. Quero trilhar novamente o estreito mas seguro caminho da fé em Jesus. E quero também perseverar na excelência de uma vida de renúncia pessoal. Gosto muito desta passagem em Isaías 32.8 na versão de Almeida Revista e Atualizada: "Mas o nobre projeta coisas nobres e na sua nobreza perseverará." É exatamente isto que almejo para o novo ano: viver em nobreza de alma, nobreza de pensamentos, projetando coisas nobres, belas, santas e sublimes, ficando cada vez mais longe do pecado e me achegando a Deus. Vivendo por Ele e para Ele, em santidade, vivendo em função única e exclusiva de Seu Reino, apressando o retorno de Jesus Cristo na anunciação do Evangelho e ajudando a edificar um povo Seu, especial, zeloso de boas obras (Tt 2.14).

É isto enfim que almejo. Impossível? Utopia? Nada disso. É perfeitamente factível. Basta crermos no Senhor e andarmos de fato com Ele. Como disse o apóstolo Paulo: "E o Senhor me livrará de toda má obra, e guardar-me-á para o seu reino celestial; a quem seja glória para todo o sempre. Amém" (2 Tm 4.18).

É assim que você deseja entrar em 2011? Então obedeça ao Senhor e junte-se a outros que como você assim também o farão. Garanto-lhe que é este exatamente o meu caso.

Pense nisso. E seja feliz com Jesus hoje e sempre. Amém!

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

A humildade e submissão de Cristo que a Igreja deveria ter


Hoje é dia 24 de dezembro de 2010 e em todo o mundo cristão comemora-se o nascimento de Jesus Cristo. Natal. Recordamos Seu nascimento humilde e despojado em uma estrebaria de Belém, e tudo o mais que cerca seu primeiro advento entre a humanidade. O Deus conosco, o Emanuel esteve entre nós para que consumasse a obra de salvação em nosso favor. Em tudo, desde seu nascimento, seu crescimento, seu ministério e vida adulta, sua paixão, morte e ascenção cumprindo muitas profecias do AT, podemos fazer um comparativo com a própria Igreja que ele fundou. Uma comparação que demonstrará muitas diferenças, apesar de a Igreja ser o Corpo de Cristo, conforme o NT (e.g. 1 Co 12.27; Ef 5.23).

O que exatamente queremos dizer com isso? É que o Senhor Jesus, por toda sua vida permaneceu humilde, santo e submisso ao Pai que o enviara (Jo 8.55). Todavia, com Sua amada Igreja, pela qual Ele deu Sua vida, não aconteceu da mesma forma. A Igreja de Jesus em seu começo realmente trilhara um caminho de humildade e submissão ao Senhor. Durante seus primeiros duzentos anos, com muita perseguição em seus calcanhares, os grupos de cristãos dispersos pelo Império Romano e a exemplo do apóstolo Paulo, combateram o bom combate e guardaram a fé (2 Tm 4.7) e completavam a carreira na maioria da vezes martirizados, sendo reputado isto pelo apóstolo Pedro como glorioso (1 Pe 3.13-17; 4.12-16).

Ser crente em Jesus nestes primeiros anos significava uma existência sobressaltada. Significava viver sem ter moradia certa, em perigos no campo e na cidade, em passar fome, frio e nudez. E em serem caluniados, atribuindo as autoridades constituídas todo o mal na sociedade aos seguidores do Nazareno e com isso sendo marginalizados cada vez mais. Muitos poucos escapavam de tudo isso. Mas a despeito deste panorama tão sombrio (aos olhos humanos), a Igreja crescia cada vez mais. Muitas pessoas de todas as classes sociais entregavam suas vidas a Jesus e o Evangelho transformava muitos dos antigos perseguidores em dedicados servos do Senhor Jesus.

Até aqui há uma semelhança com o próprio Jesus, no tocante à submissão a Deus e a humildade de vida. Era assim que a Igreja vivia nestes anos em que nem templos, que em nossa época está associado ao "ser igreja de Cristo", existiam. A Igreja de então se reunia nas casas, em cavernas, campos abertos ou qualquer outro lugar em que pudessem estar "dois ou três reunidos em Seu Nome". Perseguidos, sem status de cidadãos, marginalizados e martirizados, entretanto conservava a Igreja a santidade de uma vida pura e vivida realmente de acordo com o padrão do Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Mas, vieram tempos de cessar a perseguição, de pararem a mortes, de terminarem as mentiras das acusações infundadas contra os crentes em Jesus. Se no princípio a ascendência do Cristianismo foi insignificante, nestes novos tempos, a partir da "conversão" do imperador Constantino em 312, cessadas as perseguições, começa a fé cristã a galgar um destaque que antes não possuía. Muitos, principalmente das elites, começam a aceitar a fé em Cristo e lentamente começa a mudar a face da Igreja que antes "não tinha beleza nem formosura" (Is 53.2) assim como Jesus Cristo.

Passa o poder a ser cortejado e desejado na Igreja. A soberba toma lugar da humildade antes tão evidente em meio às perseguições. Posições de autoridade, ascenção na hierarquia eclesiástica (o clero) com um certo distanciamento dos demais cristãos. Prédios são construídos como lugares oficiais de culto. Torna-se desejável a pompa, os aparatos do clero, as aparências tão somente. Aquela primitiva comunidade de adoradores do Cristo ressurreto passa a dar mais valor a tudo isso e semelhantemente à tomada da arca pelos filisteus em 1 Sm 4.21, também foi-se a glória da Igreja por causa da aceitação do mundo e seus valores corrompidos e contrários ao Espírito de Cristo.

Tudo tornou-se diferente. Antes a resignação aos propósitos de Deus. Agora, a soberba em desejar o domínio sobre tudo e sobre todos, à revelia do conselho divino. Com o fim do Império Romano e o começo da Idade Média, o poder papal fica fortalecido e como consequência a Igreja que toma o nome de Católica Romana, realmente toma o lugar formado pelo vácuo pela queda do Império. Ela torna-se na verdade o grande poder que dominou este período da história, domínio este que infelizmente não se traduziu em almas salvas e ganhas para o Reino de Deus (com honrosas exceções) mas em exaltação de valores humanos contrários aos valores de Cristo.

À medida que a Igreja se afasta de imitar a Cristo como sempre deveria ter continuado a ser como nos primeiros anos de sua existência, afasta-se para mais longe da verdade doutrinária com as muitas invenções que papas e concílios introduzem no bojo do ensino cristão. Não houve uma mudança que deformou totalmente as doutrinas bíblicas, mas as que se efetivaram, foram suficientes para abrir um fosso de separação entre a fé dos primeiros anos e o que se aceitava como conteúdo cristão doutrinário no apogeu do Catolicismo na Idade Média.

Esta é a comparação que quis fazer neste texto entre a vida de Jesus Cristo e a vida da Igreja que Ele fundou. Mesmo no início do período de mudanças que começaram a ocorrer e continuando depois, ou seja, Idade Moderna e Contemporânea, a Igreja de Jesus, sempre teve seus "sete mil joelhos que não se dobraram a Baal", seu séquito de fiéis seguidores continuou em linha contínua desde os primeiros anos. O Senhor aqui e ali, sempre tinha aqueles que eram seus, que lhe devotavam total fidelidade, não importando a época ou o lugar. Inclusive, a igreja que se tornou majoritária a partir de Constantino, de perseguida passou a perseguir os verdadeiros servos de Deus, prova disso é o testemunho que a História nos dá. É só lembrarmos do infame tribunal da Inquisição, por exemplo. Ou de cristãos valorosos como Savonarola, Huss ou Tyndale que pagaram com suas vidas o preço de permanecerem fiéis ao Senhor e à Sua Palavra, recusando-se a aceitar o que se aceitava como verdadeiro "cristianismo" em sua época.

E Deus continua trabalhando, através do Espírito Santo, para que a Igreja, aqui e ali, ou seja, em qualquer lugar do mundo em que hajam discípulos verdadeiros, que Lhe sejam fiéis e obedientes à Sua Palavra, possa ser como seu humilde Senhor e fundador, Jesus Cristo. Lembremo-nos neste Natal de como foi humilde a vinda de Jesus a esse mundo e de que Ele viveu toda Sua vida nesta humildade e em plena obediência ao Pai até Sua morte, e morte de cruz. Assim idealmente é como sempre a Igreja deveria ter vivido. No coletivo e no individual somos chamados para assim viver. Humildes discípulos de Jesus Cristo a testemunhar em um mundo carregado de soberba e insubmissão a Deus.

Pense sobre isso nesta celebração de Natal. Que Deus te abençoe.

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Intimidade com Deus, ainda a prioridade.....


Somos chamados para ter intimidade com Deus muito mais do que para fazer a obra de Deus. Aliás, somente estando em plena comunhão e desfrutando de intimidade com o Pai, é que nos habilitaremos para fazer Sua obra. Somente quando derramamos nosso coração perante Ele, quando de fato adentramos ao Santo dos Santos e gozamos de sua amorável Presença, é que estaremos condicionados e comissionados a realizar aquilo que Ele planejou, tendo nós como Seus instrumentos afinados.

Entendamos que nos dias agitados que ora vivenciamos, é crucial, é fundamental, é imprescindível separar tempo de qualidade na presença de nosso Pai celestial. Jesus falou sobre isso ao dizer que devemos entrar em nosso quarto e buscá-Lo (Mt 6.6). O Salmo 105.4 diz assim também: "Buscai ao Senhor e a sua força; buscai a sua face continuamente." Neste tempo de pragmatismo que teima em nos enredar, que faz com que sejamos ativistas e não buscadores de Deus, necessária se faz a palavra de cautela: Deus anela ver-nos a Seus pés a buscá-lo porque quer nos ensinar a melhor serví-Lo. Por isso diz também o Salmo 32.8: "Instruir-te-ei, e ensinar-te-ei o caminho que deves seguir; guiar-te-ei com os meus olhos."

A maior riqueza que o cristão deve possuir é a riqueza de desfrutar de intimidade com Deus. Isto é possível? Sim, toda a Bíblia dá testemunho disso, desde a Criação até a Nova Jerusalém no livro de Apocalipse onde se diz que ali os servos de Deus verão o Seu rosto (Ap 22.4). Deus criou o homem para que este pudesse desfrutar de comunhão com Ele. O pecado afetou esta relação, mas o próprio Deus através de Jesus Cristo procurou sanar esta aberração porque não foi o homem criado para viver fora da comunhão com Seu Criador, mas ter comunhão com Ele, realizando sua humanidade plenamente n'Ele, completando-se n'Ele.

A Igreja de Jesus idealmente deveria ser o lugar onde os afetos de comunhão plena com o Pai fossem grandemente ensinados e estimulados. Isto infelizmente em certos grupos de seguidores de Jesus passa longe do ideal. Muitos cristãos são ensinados a relacionarem-se com o Pai em virtude das benesses que poderiam obter nesta relação. Isto é preocupante, vindo justamente do lugar onde o homem pudesse ter a ambiência e ensino necessários para que aprendesse a se relacionar adequadamente com seu Criador e Redentor. Mas louvamos a Deus que nem todos os cristãos relacionam-se com o Senhor desta maneira utilitarista.

Quando Satanás lançou dúvidas de que Jó somente se relacionaria com Deus em virtude das vantagens que este relacionamento pudesse lhe proporcionar, prontamente Deus aceitou o desafio e permitiu que Seu servo fiel fosse tocado por Satanás para ser afligido de horrenda enfermidade. Note-se que em nenhum momento Deus titubeou, se é que podemos dizer assim, em permitir a provação mais extrema de Jó, porque o Senhor sabia que a fé de seu servo era de fato verdadeira bem como a motivação de seu coração, ou seja, ele tinha comunhão com Deus por nada, ou seja, ele relacionava-se com Deus por quem Deus era e não das bençãos ou vantagens que obteria nesta relação. Jó queria a Deus mesmo e não o que Deus pudesse lhe dar.

Esta lição carece de ser ainda aprendida por muito de nós em nossos dias em que estão prevalecendo conceitos de utilitarismo nas relações humanas em alto grau. Predominam somente os interesses, as vantagens pessoais. Não se faz um favor ou se presta uma ajuda a alguém de forma desinteressada. Se eu não tiver alguma vantagem não vou me incomodar com meu semelhante. Ele que se dane.

Assim também muitos de nós temos agido com Deus. Não vou serví-lo em troca de nada. Ele tem de me abençoar. Tem de me dar isto ou aquiloutro. Eu já o sirvo há algum tempo, todavia se Ele não me der "aquela" benção vou sair da igreja, vou para o "mundão" vou fazer o que tiver vontade, para que fazer todo este sacrifício em ser um "crente" se Deus não me dá nada.........

Deus ainda espera que nos convertamos a Ele somente. Não é uma conversão às bençãos mas ao Doador das bençãos. Deus é generoso. Deus é bom. Não negará bem algum aos que andam em retidão. O cristão será riquíssimo se procurar somente a intimidade com o Pai priorizando isto em detrimento de qualquer outra pessoa ou coisa.

A fonte da verdadeira alegria e realização do homem está em Deus. Por meio de Jesus Cristo, pode ele agora dessedentar-se integralmente nesta fonte, neste manancial. Se você já conhece ao Senhor mas ainda não descobriu isso, se apresse em fazê-lo. Você descobrirá como é maravilhoso o Deus a quem está servindo. Se você ainda não entregou seu coração a Cristo, ao fazê-lo irá experimentar a coisa mais maravilhosa que é para o homem, andar com seu Criador todos os dias e experimentar a benção desta companhia sem igual, de alguém que profundamente te conhece e que tem a capacidade única de preencher seus anseios e dúvidas.

Faça de sua vida uma vida singular de intimidade com seu Criador. A Bíblia te orientará nisto. Seja íntimo de Deus agora mesmo. Busque Sua presença sem demora.

Pense nisso.

sábado, 11 de dezembro de 2010

Teologia Sistemática: Porquê?


Tenho grande apreço pelos estudos teológicos. Acredito que todo crente em Jesus Cristo, independentemente de sua condição intelectual ou denominação particular deveria participar de estudos teológicos frequentes. Isto porque a mente humana está constituída de tal forma que há um afã no desejo de conhecer, de indagar, de buscar compreender as causas e as razões de tudo o que lhe rodeia. Logicamente pessoas há que tem este desejo de apreensão de conhecimento em mais alto grau do que outras. Mas todos buscam a seu modo, razões para seu cotidiano. Explicações para sua vida e dos fatos que lhe rodeiam. E em se tratando do cristão sincero, que realmente teme ao seu Senhor, ele espera conhecê-Lo melhor a cada dia.

As verdades que o cristão necessita tomar conhecimento encontram-se na Bíblia. Estas verdades ou doutrinas bíblicas devem ser conhecidas e relacionadas com outras doutrinas igualmente bíblicas, assimiladas e demonstradas em sua harmonia e consistência. Somente assim, a Palavra de Deus se mostrará realmente relevante e condizente para o homem pecador. Ela trará à lume a verdadeira revelação de Deus sobre o estado do ser humano e o que o Senhor fez para resgatá-lo de sua condição desesperadora.

A Teologia Sistemática exatamente aí têm o seu nascedouro. Os fatos bíblicos sobre Deus, o homem, o mundo, Jesus Cristo, enfim, estão de tal forma dispersos nos relatos dos 66 livros da Bíblia, que se torna necessário um sistema, ou, uma sistematização desses fatos para sua melhor compreensão e apreensão. Saber meramente sobre estes fatos, por exemplo, de que Jesus Cristo nasceu de uma virgem em uma pobre estrebaria na cidade de Belém da Judéia há 2.000 anos atrás, é algo por demais isolado e superficial. Mas, saber porque Ele veio ao mundo, as razões de seu nascimento e o contexto em que isso se deu, é algo sumamente mais profundo. Para tanto, tornar-se-á imprescindível um sistema para melhor compreensão de tudo isso. Charles Hodge, teólogo reformado em sua excelente Teologia Sistemática (Hagnos, 2003, p. 2) diz: “Não podemos saber o que Deus revelou em sua Palavra a menos que entendamos, pelo menos em uma medida plausível, a relação em que as verdades dispersas nela compreendidas mantém umas com as outras.” Realmente, como disse Hodge, a necessidade de correlacionar as verdades doutrinárias que estão espalhadas pelos livros da Bíblia, demanda uma sistematização.

A mente pós-moderna não suporta tal ideia de sistematização de assuntos. Mais particularmente, o teólogo pós-moderno aceita uma premissa básica e nunca vai além disso. Por acreditar que tudo está fluindo e nada é definitivo, por acharem que existem várias verdades igualmente válidas, negam-se a fazer definições preferindo que tudo fique em aberto. A verdade teológica para eles é apenas mais um discurso como outros igualmente válidos existentes no mundo atual. Por isso, rejeitam a Teologia Sistemática, porque esta é definidora por natureza, atendo-se ao que é revelado por Deus em todas as páginas das Escrituras do Antigo e Novo Testamento.

Desconsideram a estabilidade e a perenidade da Palavra de Deus. E muitos outros cristãos nutrem um grande asco pelo pensamento claro e sistemático. Acham que a Teologia Sistemática é limitante entendendo que os teólogos estariam colocando Deus numa “fôrma” adequando-O aos seus sistemas teológicos. Dependendo de como o estudo e ensino da Teologia têm se conduzido, isto poderá até ter um fundo de verdade. Deus de fato não pode ser contido pelos esquemas e sistematizações humanos. Deus é um Ser livre e como tal, faz o que quiser e como bem lhe aprouver. Mas esta liberdade de Deus não contradiz Sua própria Palavra. E é isso que teimam em não entender, que Ele vela pela Sua Palavra para a cumprir (Jr 1.12). O fato da Revelação de Deus, o que Ele resolveu trazer à lume, Seus ensinamentos sobre tantos e variados aspectos serem arranjados em um sistema para melhor compreensão do homem, não deve ser entendido como limitador do agir de Deus. Ou como algo que não permitiria perceber a liberdade que o Senhor possui, a Sua soberania em fazer o que Lhe apraz.

Repudio veementemente os que hoje em dia rejeitam o estudo teológico sistemático. Não consigo compreender como eles formulam a verdade bíblica sem uma unificação e sistematização do conhecimento. Acumulam fatos sobre Deus e as demais verdades bíblicas. Mas são irracionais para a plena compreensão destes assuntos de forma coerente e racional. Alguns dizem que a racionalidade não é “coisa de Deus”. Ora, Deus é um Ser inteligente. Que por sua vez criou de forma inteligente o mundo e pôs nele criaturas inteligentes como Ele próprio, os seres humanos. E que estes seres humanos foram criados de tal forma que possuem um afã de compreender o mundo que os rodeia. Desejam saber o porque das coisas, porque elas são o que são. Isto porventura não nos fala claramente de que somos seres racionais, que usamos nosso entendimento e que isto provém do próprio Ser inteligente e racional que tudo isto criou?

É H.C.Thiessen quem nos diz: “A mente não se satisfaz em descobrir certos fatos a respeito de Deus, do homem, e do universo: ela deseja conhecer as relações entre essas pessoas e coisas e organizar suas descobertas em forma de um sistema.” Citando James Orr, diz-nos ainda: “Ela (a mente) não se contenta com conhecimento fragmentado, mas tem constantes a tendência de passar dos fatos para leis, de leis para leis mais elevadas, e destas para as generalizações mais elevadas possíveis” (Palestras em Teologia Sistemática, Imprensa Batista Regular, 1989, p. 7).

O pragmatismo de hoje, em que muitos pastores e igrejas desejam tão somente crescimento numérico sem aprofundamento adequado na fé mediante o conhecimento bíblico-teológico de forma sistematizada, têm produzido levas de cristãos extremamente superficiais e inclinados a aceitar os “ventos de doutrinas” que assolam nossos arraiais. Muitos destes líderes sequer tem um culto de ensino bíblico sistemático e abalizado em suas congregações. Enfatizam as chamadas “celebrações” com muita música e outros atrativos em detrimento da sã doutrina.

Da mesma forma, desdenham dos seminários de ensino teológico. Alegam que o líder ou obreiro é formado “em casa”, ou seja, na própria igreja. Reconhecemos que muitos seminários ou faculdades de ensino teológico, perderam sua razão de ser porque permitiram que o secularismo adentrasse em suas salas. Muitas destas instituições “tem forma de piedade, mas negam a eficácia dela” (2 Tm 3.5). E que os formandos destas ditas instituições de fato poderão prestar um desserviço à causa do reino. Mas existem instituições sérias e zelosas dos princípios bíblicos e que muito ajudam à causa do Evangelho, contribuindo para a formação de homens e mulheres comprometidos com Deus e com a verdade bíblico-teológica. Que estudam de forma sistemática as doutrinas bíblicas e tem um padrão de formação e erudição bíblica que é de muita valia para a igreja local.

Como disse Thiessen em seu livro supra, torna-se necessária a Teologia e esta de forma sistemática por causa: 1) Do instinto organizador de nosso intelecto; 2) Da natureza difundida da descrença em nossos dias; 3) Da natureza das Escrituras; 4) Do desenvolvimento de um caráter cristão inteligente; 5) Das condições para o serviço cristão eficaz (idem, pp 7-9).

Diante de tudo isso, gostaria que você, caro irmão, quer seja pastor, líder ou até estudante de Teologia, considerasse a importância fundamental da ciência teológica. Eu disse ciência porque antigamente a Teologia era considerada de fato a rainha das ciências. E a Teologia Sistemática era considerada a coroa da rainha. Mas muitos negam hoje de que a Teologia possa ser ciência. O Dicionário Aurélio define ciência como conhecimento ou saber que se adquire pela leitura e pela meditação; conjunto de conhecimentos coordenados relativamente a determinado objeto. Porque então este preconceito em não se considerar o estudo teológico como ciência? Poderíamos reescrever a definição de Aurélio da seguinte maneira: Conhecimento ou saber teológico que se adquire pela leitura e pela meditação; conjunto de conhecimentos coordenados relativamente a determinado objeto (a Bíblia Sagrada, neste caso).

Tenho ânsia de saber. O saber teológico-sistemático. É este saber ou ciência que leva-me a conhecer de forma mais adequada a Deus. A Sua Revelação não se deu num vácuo. Ela nos veio exatamente porque somos criaturas criadas à Sua imagem e semelhança e usamos nossas faculdades mentais no exame adequado desta Revelação. Cremos piamente que a melhor forma de apreender o que Deus nos revelou (evidentemente com a ajuda do Espírito Santo) é através da Teologia Sistemática. Portanto, repudiamos a todo estudo teológico que não se coaduna com o método sistemático de coleta de dados escriturísticos, comparando Escritura com Escritura e isto de forma exaustiva. De fato não é um trabalho fácil. Como estamos em uma era de facilidades e comodidades, deve estar aí a razão para o desprezo que tantos demonstram para com os estudos bíblicos-sistemáticos ou doutrinários.

Teologia é para ser pensada. E produzirá resultados em sua vida que inclusive o levarão ainda para mais perto de Deus, autor e doador de toda boa dádiva e de todo dom perfeito (Tg 1.17). Jesus disse assim: “E a vida eterna é esta: que te conheçam, a ti só, por único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste” (Jo 17.3). Estudar sistematicamente as doutrinas da Bíblia é o caminho adequado para todo o que deseja conhecer a Deus cada vez mais.

Pense nisso.

sábado, 4 de dezembro de 2010

Precisamos de uma experiência de glória

Se há algo que é de muita valia para o cristão é de uma experiência mais profunda com Deus. O episódio da transfiguração do Senhor Jesus em Mt 17.1-9 aqui é o nosso parâmetro. Jesus e seus discípulos vinham de um trabalho ministerial exaustivo. Estavam em Cesaréia de Filipo (16.13) e passada uma semana, conduziram-se a um alto monte, que segundo alguns estudiosos, bem pode ser o conhecido monte Hermon. Ali o Senhor transfigurou-se diante deles. Sua glória foi revelada aos três discípulos que ali estavam. O ambiente transformou-se, e não apenas o Senhor. Ali, podemos assim dizer, o céu “baixou” e eles encontravam-se na presença imediata e bendita do Senhor de todo o Universo. Também dois ilustres servos de Deus, Moisés e Elias, ali comparecem e dialogam com Jesus. Era realmente um momento de grande glória e emoção. Tanto que Pedro falou o que desejava fazer mas sem todavia compreender a magnitude e a natureza daquele evento majestoso.

Eu creio que precisamos de uma experiência com o sublime. Precisamos de uma experiência com o inefável. Precisamos ser revestidos da glória so Senhor.

Notemos que aqueles homens e Jesus, saíram das experiências corriqueiras de seu cotidiano e retiraram-se para um local isolado. Neste caso, um alto monte. Isso deve ser ponderado. Sair de nosso lugar comum, distante da agitação própria da vida moderna e buscar a Presença de Deus, fará uma diferença enorme e acrescentará qualidade e aprofundamento em nosso relacionamento com o Senhor.

Não queremos dizer com isso que, necessariamente, este lugar retirado tenha de ser literalmente um “alto monte”. Mas pode ser qualquer lugar em nosso mundo em que possamos nos retirar e estar a sós com Deus. Jesus disse em Mt 6.6 que devemos entrar em nosso aposento e buscar a Deus. Este lugar tanto pode ser o nosso próprio quarto de dormir como o banheiro da empresa em que trabalhamos, por exemplo. O que importa é considerar em si o ato da “retirada para um lugar secreto e isolado”. Isto deve ser plenamente considerado.

Pergunta-se: Semelhantemente como em Mt 17, o céu poderá “descer” até nós? Sim e não. Como? Nem sempre apraz a Deus manifestar-se de uma forma que diríamos “espetacular”. Nem sempre haverão “rostos resplandecentes como o sol” e “vestidos brancos como a luz” (17.2). Diríamos que, na grande maioria das vezes, o Senhor se manifestará no silêncio. Mas nem por isso deixa de ser uma real experiência de glória. Agora, quando tivermos uma manifestação visível, palpável, sempre deveremos lembrar as palavras sábias do apóstolo Paulo em 2Co 12. Ele fala que efetivamente fôra arrebatado ao terceiro céu e tanto viu como ouviu palavras inefáveis. Mas o que se destaca nesta passagem é a humildade cuidadosa de Paulo em não declarar abertamente que era ele mesmo quem havia sido arrebatado à Presença de Deus. A experiência de glória desta forma explícita pode ter o condão de mexer com nossa vaidade humana.

Mas mesmo diante desta possibilidade, reafirmamos a importãncia singular deste componente para a vida do cristão. O profeta Isaías foi outro exemplo desta experiência com o sublime. No capítulo 6 de seu livro, lemos que o profeta “viu o Senhor assentado sobre um alto e sublime trono.” Viu igualmente serafins ao redor d’Ele. Embora considerando-se impuro (v.5) assim como ao seu proprio povo, Deus ainda assim revelou-se ao seu servo, purificou-o (vs 6,7), fez um apelo ao profeta, imediatamente correspondido (v.8) e então O comissionou (v.10). Mas tudo isso teve seu começo com a visão inicial de Deus, ou seja, de uma experiência de glória.

Outro profeta que também teve esta bendita experiência foi o profeta Ezequiel. Teve uma visão tremenda do Senhor em sua Glória, viu rodas cheias de olhos, viu seres viventes, viu o trono do Onipotente. Ezequiel foi inundado desta magnifíca glória. Mas, notemos que o profeta, um mero ser humano, não pôde ficar de pé diante da visão desta glória inaudita. Caiu sobre o seu rosto. Mas o Senhor ordenou que se levantasse e falou-lhe, comissionando-o assim como fez com Isaías para que fosse seu mensageiro entre os judeus rebeldes (Ez 1.1-28; 2.1-8).

Irmãos, creio que todo crente em Jesus Cristo, mais cedo ou mais tarde, deverá ter uma experiência deste porte em sua vida e ministério. Digo todavia, que esta experiência, este marco que se consolidará nele, não tem de ser exatamente igual ao que acabamos de ler como na transfiguração de Jesus ou como nas visões de Isaías e Ezequiel. Mas eu creio que devemos esperar de alguma forma a manifestação definida e específica de Deus para nós. Não estou fazendo disso uma regra. Não estou pontificando de que toda nossa vida com Deus esteja concentrada ou que esteja convergindo para este ponto, necessariamente. Mas creio que o Senhor tem interesse em marcar a vida de Seus servos com um encontro significativo e inesquecível.

Poderíamos ainda citar mais três exemplos para corroborar nossa tese. Jacó (Gn 32.22-32), Moisés (Ex 3 e 4) e Elias (1Re 19.8-21). Jacó lutou com o Anjo do Senhor em Jaboque e ali sua vida e seu nome foram transformados, Moisés viu a maravilha que era um arbusto arder e não se queimar e através disto encontrou-se com Deus e sua vida foi reorientada para atender ao chamado divino e Elias, com temor das perseguições da perversa Jezabel, reanimou-se no Senhor após ouvir uma “voz mansa e delicada”. Interessante nesta passagem é que antes de ouvir a voz do Senhor, três fenômenos naturais com toda sua intensidade que poderiam levar o profeta Elias a entender que por causa da potência daqueles elementos, o Senhor estaria ali, manifestando-se daquela forma: um forte vento, um terremoto e um fogo. Nenhum deles. A experiência de glória de Elias aconteceu por meio da voz mansa e delicada que ouviu.

Assim, quer seja de forma deslumbrante, espetacular, apoteótica, ou, simples, tranquila, suave, reputamos como deveras importante um encontro diferenciado com o Senhor que seja singular, significativo, transformador e único para todos aqueles que dispuserem seu coração e sua vida para serem inteiramente d’Ele e serem usados por Ele para a Glória devida ao Seu Nome.

Pense nisso e que o Senhor permita que entremos em Sua presença, em Seu santuário, que tenhamos uma experiência de glória e que nunca mais sejamos os mesmos a partir de então. Amém!