terça-feira, 31 de agosto de 2010

Redes sociais: Desnecessárias ou relevantes para o cristão?

As redes sociais são um fenômeno hodierno onde as pessoas podem se conhecer e/ou encontrar-se umas com as outras, proporcionando um tipo de interação que sem dúvida, num certo sentido, tem revolucionado a vida da humanidade no âmbito dos relacionamentos. A virtualidade dessas relações, a meu ver, não desmerece estas ferramentas, mas elas devem ser vistas naquilo que realmente são: apenas meios da tecnologia da informação que são utilizados para a comunicação e disseminação de informações e conhecimentos variados entre os seres humanos.

Há que se considerar alguns aspectos relacionados a fé cristã, porque podem ser para os mais desavisados, fator de desagregação para sua vida espiritual. Isto porque, a Palavra de Deus ensina o valor dos relacionamentos entre os membros do Corpo de Cristo. Relacionamentos que pressupõe presença física, palavra, toque (abraços, apertos de mãos, ósculo santo, por exemplo). Esta real interação entre os discípulos de Cristo está clara no NT. Mas então, como deveremos lidar com a revolução das redes sociais? Pela sua característica e da maneira como tem crescido e sido estimulado seu uso, poderiam se constituir em uma espécie de ameaça ao projeto de Deus, na implantação do Reino de Deus nas vidas e nos corações das pessoas?

Nem tanto. A grande utilidade destes atuais meios de comunicação demonstra-se diuturnamente. São essenciais para uma comunicação rápida e eficaz. Encurtam-se distâncias e economizam-se tempo e recursos. Mas, e é preciso ressaltar, necessário se faz ter discernimento, porque esta comunicação gera um falso sentimento de intimidade com outrem, contribui para gerar um comodismo no sentido de irmos ao encontro das pessoas, estimula a superficialidade e entroniza a virtualidade em nosso cotidiano e em nossas relações.

Conspira contra a verdadeira fé em Cristo algo que substitua os relacionamentos autênticos e saudáveis que todos nós aspiramos ter. E a pergunta: É relevante para o cristão, a utilização das redes sociais? Sim, se entendidos pelo discípulo de Jesus como ferramentas úteis, que proporcionam uma comunicabilidade mais ágil. Contrariamente, tornar-se-á irrelevante se a compreensão de que esse ferramental à nossa disposição seja de que constitui-se em nossa principal via de comunicação e comunhão com nossos semelhantes. Ou seja, se miseravelmente substituir a realidade pela virtualidade nos relacionamentos.

Mas, porque houve este extraordinário crescimento e propagação das redes sociais? A resposta bem pode estar nas características da sociedade em que vivemos hoje. A secularização é a primeira destas características, secularização entendida como fruto de um projeto dessacralizador do mundo. Outra característica é o individualismo, onde o sentido da vida se encontra na busca individual da felicidade, muitas vezes a qualquer custo. Também o superficialismo com a banalização dos relacionamentos e das experiências e, finalmente, a pluralização, posto que há de tudo e para todos os gostos. Inúmeras opções estão há disposição do indivíduo em praticamente todas as áreas da sociedade. Não gostei? Posso trocar, não há problema algum. E isto se dá inclusive nos relacionamentos entre as pessoas!

Estes característicos já estavam aí quando houve o boom das redes sociais e é exatamente por causa desta ambiência (pós-moderna, bem entendido), cresceu tão rapidamente. As pessoas estão mais solitárias. Estão muito mais individualistas. Estão também mais superficiais, pois não há o interesse em aprofundamento nos relacionamentos, muitas vezes. E têm à sua disposição uma enorme variedade de opções nesta sociedade supermercado como denominada por Jean Baudrillard. Foi este filósofo e sociólogo de origem francesa que entendeu que a pós-modernidade é constituída de simulações, novas formas de tecnologia e de organização cultural e social. Exatamente como são as redes sociais. Elas simulam um ambiente onde se dá a pretensa “amizade” entre pessoas, são uma nova forma de tecnologia e que sempre está inovando e suscitaram uma nova organização cultural e social, “a cultura das redes sociais” e que se torna cada vez mais indispensável nos dias em que vivemos.

Desta forma, o cristão precisa realmente discernir o fenõmeno destas redes (orkut, facebook, msn, myspace, etc) para que sua utilização não venha a comprometer sua missão como embaixador de Cristo. Os relacionamentos na Igreja devem ser caracterizados pelo amor. E é óbvio que não podemos menosprezar o valor das redes para aproximar as pessoas, mas a Igreja deve ter o máximo cuidado para que esta utilidade esteja dentro de limites bíblicos. Afirmamos que a desnecessidade das redes sociais será notória para o cristão, se este não atentar para o que tão claramente afirmam as Escrituras sobre a necessidade de termos relacionamentos profundos e significativos.

O mundo sem Deus é um lugar de solitários. Uma atmosfera espiritual lúgubre permeia a todos que não conhecem a Jesus Cristo. Desta forma, buscam encontrar nas redes sociais um espaço para “matar” a sua solidão. Todavia, sabemos que jamais preencherão seu vazio existencial. Podem ter perfis em vários sites de relacionamentos, podem frequentar salas de bate-papo (os chats) mas continuarão carentes de relacionamentos significativos. Em Jesus, encontrarão as respostas aos seus anseios e em uma saudável igreja cristã experimentarão a alegria de relacionarem-se de maneira adequada, amorosa e sincera.

Meu amado irmão, não perca de vista, o calor, a afetividade, a emoção, a profundidade e a possibilidade de verdadeira comunhão. Nas redes sociais, isto não é encontrado. Mas há crentes que já estão trocando a realidade pela virtualidade. Sem perceberem, estão sucumbindo ao espírito desta época, tornando-se individualistas, superficiais e irrelevantes em sua vida cristã. A Palavra de Deus diz: ”Antes, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo, do qual todo o corpo, bem ajustado e ligado pelo auxílio de todas as juntas, segundo a justa operação de cada parte, faz o aumento do corpo, para sua edificação em amor” (Ef 4.15,16).

Delimite o uso das redes sociais. Faça delas um instrumento para alcançar a outros, mas não para enterrar ali o seu tempo em detrimento de uma autêntica e real comunhão com os membros do Corpo de Cristo. Anseie por ver o rosto de seu irmão, em tocá-lo, em falar-lhe palavras para edificação de sua alma. Logicamente que também o uso das outras ferramentas da web como os sites e blogs servem para edificação, ou eu mesmo não estaria por aqui. Mas mal vai para o crente que substituir o real pelo virtual.

Pense nisto.

sábado, 28 de agosto de 2010

O Ambientalismo e o Evangelho


Os devotados adeptos do movimento ambientalista defendem que o planeta Terra e seus recursos sejam protegidos do uso predatório e consequente destruição. A ONU promulgou a chamada “Carta da Terra” onde defendem o valor da vida humana mas igualam-na às outras formas de vida existentes. Ora, a vida do homem está muito acima de qualquer outra criatura neste ambiente terráqueo perfeito que o Senhor criou. O homem é a coroa da criação de Deus. O salmista Davi diz no Salmo 8, fazendo eco com Gênesis 1.26-30 que o homem têm domínio sobre todo o restante da criação, leiamos: Que é o homem mortal para que te lembres dele? E o filho do homem para que o visites? Pois pouco menor o fizeste do que os anjos, e de glória e de honra o coroaste. Fazes com que ele tenha domínio sobre as obras de tuas mãos; tudo puseste debaixo de seus pés. Todas as ovelhas e bois, assim como os animais do campo, as aves dos céus, e os peixes do mar, e tudo o que passa pelas veredas dos mares” (vs. 4-8).

Notemos entretanto, que este domínio do qual o texto nos fala não é para destruição. Não é para um uso irresponsável dos recursos existentes. Muitos confundem isto achando que a Bíblia dá licença ao ser humano para cometer atos predatórios contra o meio ambiente. E muitos criticam a cosmovisão judaico-cristã achando que esta visão de mundo é a responsável pelas atuais condições de poluição que grassam em nosso planeta. Na verdade, colocar o ser humano no mesmo nível das demais criaturas terrestres leva à desvalorização da vida humana e práticas como o aborto, por exemplo, tem amplas perspectivas de ser algo normal, aceitável para a sociedade.

O movimento ecológico acha que a maior ameaça à vida no planeta é exatamente o ser humano. Por isso acreditam que uma redução na população mundial contribuirá para que os recursos existentes que sustentam a vida de todos, não finalmente predados. Um dos mais conhecidos ambientalistas, o Dr. Peter Singer, que de tão radical não come carne há alguns anos, disse algo profundamente assustador: “Matar um recém-nascido deficiente não é a mesma coisa que matar uma pessoa. Muitas vezes não é, de forma alguma, errado.” Ou seja, defende o assassinato de crianças como um meio de “salvar” a Terra! Para ele e outros que compartilham de sua visão para o mundo, o mais importante é salvar a vida dos animais e defender o meio ambiente.

Além de tudo isso, os adeptos deste movimento, defendem o homossexualismo como algo absolutamente normal. Na Carta da Terra encontra-se a recomendação para que os governos pratiquem políticas de “igualdade de gênero” que é uma expressão disfarçada que engloba não só o gênero masculino e feminino mas igualmente o homossexualismo. No Brasil, a partir da fundação do Partido Verde, ampla abertura começou a ser efetivada para que o assunto fosse debatido e hoje os seguidores da ideologia de vida gay estão a ponto de conseguir a normatização da parte do governo para seguirem sua existência deformada e contrária aos princípios salutares da Palavra de Deus, que condena taxativamente o estilo de vida deles (Rm 1.26,27).

Seguro estou pela Bíblia de que Deus não deseja que o homem seja um destruidor ou desperdiçador dos recursos que lhe foram tão generosamente outorgados. Não é da vontade do Senhor que o homem gaste e destrua o que Deus deu para si e para os seus semelhantes. Certamente a humanidade será julgada por causa do que tem levado a cabo no usufruto dos recursos naturais do planeta. Porém, deve-se dizer que a Terra não é um organismo vivo como idolatricamente muitos tem afirmado por causa da influência da filosofia da Nova Era. Muitos, inclusive alguns que se dizem cristãos, estão sacralizando o planeta e isto é profundamente demoníaco. É a cosmovisão pagã que está sendo forçada sobre todos e atingirá seu clímax no futuro governo mundial anticristão. Os ambientalistas defendem que os índios, por exemplo, devem ser mantidos em seu estilo de vida, com sua visão de mundo pagã, animista, adoradores da Terra como são e sendo os verdadeiros cristão impedidos de evangelizá-los para que sejam libertos por Jesus das trevas espirituais em que estão acorrentados.

Aguçados estejam nossos sentidos para o que hoje se fala a respeito da conservação do meio ambiente. Não acho que o cristão deva abraçar esta bandeira sem ponderar biblicamente a respeito, porque correrá o risco de aceitar o paganismo que foi acima mencionado. Até mesmo o badalado aquecimento global está sendo objeto de questionamento, acredita-se que seja uma farsa a fim de que mais facilmente a ideologia diabólica do Anticristo seja mais facilmente absorvida pela população do mundo.

Por isso, cristão, servo do Deus Altíssimo, continue a orar e a estudar as Sagradas Escrituras do Antigo e Novo Testamento com renovado fervor. Procure ter uma formação espiritual autêntica e tenha cuidado com aqueles que, dizendo-se “cristãos” procuram demover o verdadeiro crente das veredas do Evangelho. Exerça sua vigilância. Estamos em uma época de grande engano. Como diz o conhecido ditado “nem tudo o que reluz é ouro”.

Pense nisto.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

A expansão do Islã diante de nossos olhos


Fiquei surpreso com a visão estratégica que os seguidores de Alá tiveram na última Bienal do Livro em SP. Vestidos à caráter, em seu estande eles distribuíam gratuitamente kits com uma sacola ecológica onde estava estampada a informação de como o portador poderia saber mais sobre o Islamismo. Neste kit constavam ainda livros sobre a fé muçulmana inclusive um deles falando sobre Jesus conforme o concebiam. Segundo algumas fontes, eles tinham um estoque considerável deste material para distribuição.

O "evangelismo" muçulmano aumenta a cada dia em nosso país. Eles possuem fundos para investir pesadamente na divulgação dos ensinamentos de Maomé e do Alcorão. E os resultados serão alcançados certamente porque o fazem movidos por uma inabalável convicção. São por natureza aguerridos e perseguem tenazmente seus objetivos. Poderemos aguardar doravante várias iniciativas deles, inclusive nos meios de comunicação para fazer conhecido o nome de Alá!

O termo "Islã" tem um sentido basicamente religioso e significa submissão a Alá. "Muçulmano", significa, aqueles que se submetem. É neste espírito que procuram divulgar sua fé, porque depois de alguém se converter deverá submeter-se inteiramente a tudo o que Maomé ensinou. Possuem uma concepção fatalista da vida e também concebem um estado teocrático, ou seja, não separam religião do Estado. Este deverá estar baseado nos mandamentos do Alcorão e o chefe de governo deverá ser, obviamente, um muçulmano. Um regime democrático e um estado teocrático muçulmano são incompatíveis.

Os muçulmanos acreditam no Pentateuco, nos Salmos e nos Evangelhos. Mas para eles, o Alcorão é a confirmação final das revelações anteriores. Crêem que Jesus nasceu da virgem Maria mas que seu pai era o anjo Gabriel. Não crêem em Sua morte na cruz em prol de nossos pecados, nem em Sua ressurreição e muito menos em Sua divindade. Apesar de ser considerado o segundo profeta superior no Islã (o primeiro obviamente é Maomé), entretanto, Ele é apenas um entre outros 124.000 profetas!

Os muçulmanos tem um grande apreço pelos laços familiares e também pela hospitalidade. Também apreciam ajudar aos necessitados. Mas termina aí a fachada de beneficência que possuem pois o Islamismo é reconhecido por sua intolerância e radicalismo, tenha uma pequena amostra disto acessando esse link onde um muçulmano ensina como bater em uma mulher: http://www.youtube.com/watch?v=sciSJLVbfwU

Este é um quadro modesto de tudo o que é o Islã e o que ele representa. Na Bienal do Livro, ficou evidente o zelo em divulgarem sua fé. Mas, você que é cristão, deve estar se perguntando: "E quanto a nós, crentes em Cristo, como foi nossa presença neste mesmo evento?" O que se consta foi que as editoras de livros cristãos disputaram avidamente a clientela. Não tenho informação de que teriam feito algo semelhante à iniciativa muçulmana para divulgar o verdadeiro Evangelho de Jesus Cristo. Tudo o que sei, salvo melhor juízo, foi de que os cristãos realizaram muitas vendas e muitos negócios foram fechados. Nada soube sobre alguma estratégia de evangelismo com utilização ampla da literatura. Ou, quem sabe, com distribuição de kits cristãos como os muçulmanos tão ciosamente fizeram.

Se realmente nada parecido foi efetivado, deveríamos ficar envergonhados com nossa omissão. Em minha cidade vejo com tristeza realizarem-se todos os anos a feira do livro espírita.......e nem me perguntem se existe também a feira do livro evangélico....!!!!

Em tempos de ascendência da Teologia da Prosperidade, parece que o lucro financeiro está na ordem do dia. É o "valor" que está caracterizando a muitos cristãos. Se existem iniciativas de evangelização, elas são muito carentes de três coisas: criatividade, pessoas e recursos. Faltam-nos paixão e zelo pelas almas. Assalta-nos o comodismo e a falta de visão de pessoas destinadas a uma eternidade sem Deus.

Também contemplo outros grupos como as testemunhas de Jeová, os mórmons, os hare-krishnas, que semelhantemente aos muçulmanos, fazem seu proselitismo de forma intensa. Os hare-krishnas inclusive, se a pessoa que abordarem na rua não tiver dinheiro para adquirir a literatura que oferecem, repassam a mesma gratuitamente. É como disse Jesus: "...porque os filhos deste mundo são mais prudentes na sua geração que os filhos da luz" (Lc 16.8).

O Islã tem crescido e recentes dados dão conta de que seu número já ultrapassou ao número de católicos no mundo. O número de cristãos praticantes na Grã-Bretanha, por exemplo, tem caído vertiginosamente e o de muçulmanos aumentado cada vez mais. Estatísticas dão conta de que em 2050 o número de muçulmanos praticantes será três vezes maior do que de cristãos praticantes. De forma geral, entre imigração e conversões, a realidade na Europa é que o Islamismo cresce aceleradamente.

Oremos e consideremos o quanto precisamos como Igreja do Senhor Jesus em nossa nação fazer para anunciar o Evangelho. Oremos para que congregações verdadeiramente bíblicas e saudáveis sejam estabelecidas. Oremos para que líderes comprometidos com o Senhor, com vida exemplar, íntegra, respirando santidade, sejam chamados e levantados por Deus. Satanás joga com todas as suas armas para afastar o ser humano da Verdade. Urge que possamos ser cooperadores fiéis do Senhor e fazer aquilo que Ele já nos comissionou (Mt 28; Mc 16; At 1.8).

"Levantai os vossos olhos, e vede as terras, que já estão brancas para a ceifa" (Jo 4.35b), assim disse o Senhor Jesus!

Pense nisso.


domingo, 22 de agosto de 2010

Somos cooperadores de Deus na obra de Deus


Sim, é o que nos afirma a Bíblia: Porque nós somos cooperadores de Deus” (1Co 3.9a). Se somos cooperadores de Deus em Sua obra, há permissão do Senhor para exercitarmos a criatividade sem ultrapassarmos o que está escrito (1Co 4.6). Falamos assim porque infelizmente, por causa da falta de criatividade, ou medo de utilizá-la, ficam muitas igrejas e ministérios à mercê da mediocridade porque tudo se faz de forma repetitiva, enfadonha e religiosa. Nossa cooperação de Deus inclui o uso da criatividade sem medo de estarmos em pecado contra o Senhor e Sua soberana vontade.

Pessoalmente, congreguei em igrejas onde se fazia tudo absolutamente igual em todos os cultos e reuniões. Os mesmos cânticos, as mesmas orações, as mesmas formas de expressar-se. A liturgia era, muitas vezes, sofrivelmente enfadonha. A Escola Dominical decrescia pela falta de sabedoria da supervisão, porque, marcada para as 9 horas da manhã seu início, perdia-se um enorme tempo para fazer a chamada dos alunos, por exemplo. Não se concebia que o tempo maior deveria ser para a ministração da lição, por causa da limitação do horário. Cultos onde religiosamente cantavam-se os três hinos do hinário oficial. Hinos abençoados e inspirados, certamente, mas que enfadavam pela repetitividade de alguns desses que eram cantados seguidamente nos cultos. Dependendo da congregação, alguns desses hinos ganhavam excelentes arranjos e ajudavam a enlevar os pensamentos a Deus. Mas em outros lugares, muitas vezes o cântico em uníssono era terrivelmente monótono. Sem deixar de mencionar o tempo de culto onde a maior parte era utilizado para cânticos e mais cânticos, em detrimento de uma palavra de testemunho ou da parte de algum obreiro. E ai se o dirigente da congregação se não atendesse os pedidos dos cantores.

O trabalho com a juventude da igreja então era assustadoramente anacrônico. Ou seja, não atinavam os líderes que não estavam falando para uma mocidade de 30 ou 40 anos atrás. A fórmula utilizada era sempre a repetição do líder anterior. Os jovens só sabiam cantar no conjunto. Em uma das congregações em que participávamos, ensinando aos jovens em sua classe na Escola Dominical, tive que um dia mexer com os seus brios pois falei que eles só sabiam cantar, não sabiam dar testemunho, quanto mais pregar ou ensinar. Mas isto era consequência de líderes mal formados e que sabiam somente repetir o que os outros faziam. Com honrosas exceções, obviamente.

Os líderes das congregações então, quer sejam presbíteros ou pastores, irritantemente, embora fossem homens de Deus, procuravam conservar as coisas como estavam. O engessamento da tradição era visível. A nós parecia que queriam somente ali naquela congregação, cumprir o tempo determinado e nada faziam de diferente de seu antecessor. E o crente com ideias progressistas como este escriba ficava à margem. Se disséssemos para introduzir algo diferente quer seja na Escola Dominical ou na liturgia do culto, não éramos levados a sério. Não havia espaço para se discutir inovações (não doutrinárias, obviamente) mas que levassem a igreja a um dinamismo maior para cumprir a obra d’Ele. E nem quero detalhar sobre o trabalho de evangelismo, inexistente praticamente.

Hoje não pertenço mais a esta denominação já há alguns anos. E as coisas por lá será que mudaram? De forma alguma, continuamos morando perto desta igreja e vez por outra falamos com alguns irmãos e sabemos que as coisas continuam do mesmo jeito por lá. Praticam-se religiosamente as mesmas ênfases. Os crentes continuam em sua, muitas vezes hipócrita religiosidade cotidiana. Almas não estão sendo resgatadas das mãos do diabo, exatamente por causa deste status quo.

Muito pode nos ajudar no trabalho de Deus o que dizem as Escrituras. As epístolas foram escritas exatamente para o norteamento do trabalho da Igreja no decorrer dos séculos. Nossa cooperação na obra de Deus não exclui o uso da criatividade. Nosso Deus é um Deus de coisas novas, renovadas (Is 65.17; Ap 21.5). Em nossa cooperação na obra do Senhor, cremos que certamente Ele poderá nos usar para que novos tons na feitura de Sua obra sejam efetivados. O crente não pode pensar em congelamento, engessamento no que tange às coisas de Deus. Denominações há que há muitos anos tem as mesmas práticas que se ontem foram úteis para aquele momento, hoje já não mais servem. Os líderes e demais crentes devem ter a visão da renovação. Sem mudar nada na doutrina conforme recebemos do Senhor (1 Co 15.1,2),todavia, podemos e devemos sim mudar formas e práticas que não mais se coadunam no tempo presente.

Cooperadores de Deus na obra de Deus. Quanto privilégio. Mas também, quanta responsabilidade. A Bíblia diz que onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade (2 Co 3.17b). Liberdade não para vivermos no pecado. Liberdade não para vivermos na mediocridade e na mesmice. Liberdade não para vivermos em um conservantismo e tradicionalismo estéreis. Mas é a liberdade para fazer tudo para a glória de Deus (1 Co 10.31) e assim cumprir Sua obra de tal forma que vidas sejam transformadas e vidas transformadas possam crescer saudavelmente no Senhor.

Cooperar com criatividade visando o crescimento da obra sem ultrapassar os limites da doutrina bíblica. Eu creio que isto é perfeitamente possível.

Tenho procurado ser um cooperador assim, em que pese minhas inegáveis falhas.

O mundo deve nos considerar como despenseiros de Deus, servos de Cristo encarregados dos negócios do Senhor, e isto de forma fiel (1 Co 4.1,2). Não se concebe a falta de criatividade na obra de Deus visto ser Ele, o Dono desta obra, criativo por natureza.

E você, pode levar em consideração estas palavras e pensar sobre isso hoje? Que Deus te abençoe.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Recebendo de Deus para servir aos homens


Na epístola do apóstolo Paulo a Tito cap. 3 versos 8 e 14 está escrito: Fiel é a palavra, e isto quero que deveras afirmes, para que os que crêem em Deus procurem aplicar-se às boas obras; estas coisas são boas e proveitosas aos homens; E os nossos aprendam também a aplicar-se às boas obras, nas coisas necessárias, para que não sejam infrutuosos.” Não se concebe um crente em Jesus Cristo que não exponha sua vida em favor de outros. O exemplo supremo de Nosso Senhor conforme Fp 2.5-8, fala-nos altissonantemente. O despojamento é necessário. A entrega em favor de nossos semelhantes honra a Deus. Jesus disse que, se o grão de trigo caindo na terra, não morrer, fica ele só, mas se morrer dá muito fruto (Jo 12.24). No verso seguinte Ele diz que, se alguém O serve, então siga-O. Fato consumado: Fomos chamados para servir (1 Ts 1.9; 1 Pe 4.10).

Paulo ensina a Tito que os crentes em Deus tem de ser aplicados às boas obras. Dedicados ao bem estar dos que estão em derredor. Porquê? Por que estas coisas são boas e proveitosas aos homens, conforme diz o texto. O crente tem de aprender a lição de empenhar-se em boas obras, em coisas necessárias, porque se não fizer assim estará sem frutos. O Senhor Jesus disse que devemos ser produtivos (Jo15.8).

Há um apelo na Palavra de Deus para que haja voluntariedade e boa vontade em servir ao próximo (Ef 6.6,7). É da vontade do Senhor que sirvamos uns aos outros, enquanto irmãos em Cristo, mas, igualmente, sirvamos a todos os demais seres humanos. A Bíblia afirma: Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas” (Ef 2.10).

Todavia, comunidades cristãs há, que encontram-se ensimesmadas. Encerrados na gaiola de suas tradições, não podem demonstrar na prática cotidiana o amor de Deus aos homens e, sendo assim, inconscientemente, conspiram contra a beleza, o poder e a eficácia do Evangelho. Não podem usufruir dos benefícios espirituais que advém do fato de serem servidores de seus semelhantes.

Mas o Senhor ainda clama, ainda apela para que sirvam a Ele servindo aos outros (Mt 25.31-46). A Sua Igreja, que é o Seu Corpo (Ef 1.22,23), deve encarnar no mundo a compaixão e o amor de nosso bendito Salvador. Desde a Renascença, devido à nova imagem do homem que estava surgindo, começou a entender-se que o homem não existe somente para servir a Deus, mas para ser ele próprio. O homem poderia, aqui e agora, desfrutar de sua própria vida. Deixa-se de lado a visão teocêntrica da existência e adora-se a visão antropocêntrica, inteiramente centralizada no homem. Por via disto, perde-se em boa parte a noção de que servindo aos outros, estamos em realidade, servindo ao próprio Deus (Cl 3.22-24).

Madre Teresa de Calcutá foi um exemplo pungente de uma existência devotada em servir ao próximo. O que ela fazia em prol dos indigentes da Índia demonstrava de maneira a não deixar dúvida alguma, a QUEM ela realmente servia. Ela recebeu o amor de Deus em seu coração e serviu aos indianos por meio deste amor. Ela fez o que Jesus faria.

Aprouve a Deus que todos nós que igualmente fizemos profissão de fé na Pessoa bendita de Jesus, caminhemos em nossa vida com Ele, servindo ao próximo. A parábola do Bom Samaritano ensina o que Jesus deseja de cada um de Seus discípulos. Ele diz ao final do relato: Vai, e faze da mesma maneira” (Lc 10.25-37).

Recebemos de Deus a salvação em Cristo. O Espírito Santo nos foi outorgado. Recebemos dons e talentos. Acabamos de verificar pela Palavra de Deus de que fomos chamados para servir aos outros. Portanto, o que recebemos do Senhor não pode ficar guardado. E também não pode ser usado a seu bel-prazer. Tudo o que recebemos do Senhor, a Ele prestaremos contas. Jesus disse: …de graça recebestes, de graça dai” (Mt 10.8b). É para servir a outros que fomos preparados pelo Senhor.

Não sejamos infrutíferos. Abundantes sejamos em boas obras. Está escrito: Portanto, meus amados irmãos, sede firmes e constantes, sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que o vosso trabalho não é vão no Senhor” (1 Co 15.58).

Que todos nós possamos pensar nisso.

sábado, 14 de agosto de 2010

Os pastores de hoje ainda são médicos de almas?

Idealmente deveriam ser. Mas a vocação pastoral encontra-se bastante prejudicada devido aos desvios que ocorrem no que significa ser pastor nos dias de hoje. Muitos estão confundindo a vocação nobre do pastoreio de almas com gerenciamento, chefia, comando, administração. Não é este o quadro do pastor ideal que as Escrituras preconizam. O pastor de almas tem por primeiro e grande exemplo, a vida de seu Senhor e Salvador Jesus Cristo. É focando inteiramente seu ministério no exemplo do Mestre que exercerá adequadamente, como Deus quer, o nobre ministério de pastorear vidas que lhe foram confiadas.

A Palavra de Deus afirma que Jesus é o Supremo Pastor e Bispo de nossas almas (1 Pe 2.25). Portanto, é somente d’Ele que o pastor deverá auferir o ensinamento e a direção para que seja um pastor como Deus quer que ele seja. Deixaram muitos pastores de serem médicos de almas (se é que algum dia o foram), simplesmente porque optaram em exercer o pastorado de acordo com fundamentos humanos. Ao ser chamado por Deus para exercer o dom pastoral (Ef 4.11), deve o cristão estar inteiramente consciente que não pode ser pastor conforme as expectativas de outros, somente será um legítimo pastor se entender o que a Bíblia manda a este respeito.

As necessidades do rebanho de Deus são grandes. Os problemas para os quais ele é enviado a ministrar são, muitas vezes, de grande complexidade. Se vai pastorear de fato, deverá fazê-lo inteiramente sob a égide divina. Devem os pastores guardar seus rebanhos para que não se percam, conduzí-los até os verdes pastos da Palavra de Deus e defendê-los com coragem contra os lobos sevalgens (At 20.29).

A alimentação de seu rebanho deve ser alvo de suprema preocupação. Se o não fizer adequadamente, suas ovelhas ou fugirão para outros pastos, ou morrerão de fome. Acima de qualquer outra coisa, é ordenado por Deus que seus pastores alimentem os rebanhos. É uma das exigências para o candidato ao pastorado de que saiba ensinar (1 Tm 3.2; Tt 1.9). Quem conhece sobre criação de ovelhas, sabe que estes animais não conseguem por si mesmos alimentar-se ou beber. Com efeito, precisam ser conduzidos à água e ao pasto. Tudo depende que recebam alimentação adequada. Se o alimento não for fornecido com sabedoria, tornar-se-ão ovelhas magras e fracas. Ao pregar, o pastor deve ter a consciência de está, na verdade, fornecendo alimentação ao seu rebanho. E este alimento deve ser unicamente a Palavra de Deus (1 Tm 4.12-16; 5.17; 2 Tm 1.13,14; 2.24,25; 4.1-5).

Há que se dizer que além da alimentação, o pastor tem o sublime encargo de supervisionar o rebanho, fazendo-o pelo exemplo de sua vida. O apóstolo Pedro disse que o pastor deve “cuidar” do rebanho (1 Pe 5.2). Foi Deus quem lhe confiou a autoridade e responsabilidade de liderar. Esta autoridade, todavia, nunca deverá ser confundida com autoritarismo. Nunca, em tempo algum, o pastor deve ter a atitude de um déspota, porque lhé é vedado ter domínio sobre o rebanho (1 Pe 5.3) mesmo porque este não lhe pertence, é de Deus.

Vezes sem conta, aqui e ali, vemos um mau pastoreio sendo exercido. Ora é um pastor que prega ensinamentos que não se conformam com o que está escrito na Palavra de Deus (At 20.30; 2 Pe 2.1-3), ora é aquele que pouco caso faz da ovelha, posto que não a visita, não procura saber de seu estado (Pv 27.23; Ez 34.4), ora são aqueles pastores que exploram a ovelha, querem alimentar-se da gordura da mesma e se vestir de sua lã (Ez 34.1-3), ou seja, enfatizam a arrecadação monetária, seu ministério gira em torno do discurso da prosperidade e com isso efetivamente, despojam os crentes de seus recursos, insuflam o medo em seus corações, de que se não cooperarem com Deus, Ele não cooperará com elas. Que engano escabroso.

O verdadeiro pastor faz sua obra de boa vontade (1 Pe 5.2,3). Não engana as ovelhas, mas procura lhes ministrar como a um pai que cuida de seus filhos (1 Ts 2.11,12). Prega-lhes todo o conselho de Deus (At 20.27), zela pela preciosa herança de Deus, admoestando-lhes cada dia e sofrendo até que Cristo seja formado nelas (At 20.31; Gl 4.19). Há muitas atribuições que poderia discorrer sobre o trabalho do pastor como um verdadeiro médico de almas, mas quero aqui citar o livro de John MacArthur Jr. Redescobrindo o Ministério Pastoral (CPAD, 1998) na p. 51 um resumo do que o pastor deve ser e fazer: Para resumir em cinco categorias, Paulo ordenou que Timóteo fosse: (1) fiel na pregação da verdade bíblica, (2) firme ao expor e refutar os erros, (3) um exemplo de piedade diante do rebanho, (4) diligente e esforçado no ministério e (5) disposto a sofrer dificuldades e perseguições pelo Senhor.”

Com efeito, este é o retrato fiel de um pastor. Nos dias de hoje, há um aviltamento da vocação pastoral. Mas Deus continua a chamar de volta seus pastores para que exerçam seu ministério como Ele quer e não como desejariam que fosse. Um ministério que não se conforma com este mundo, que não troca a orientação bíblica para que seja um pastor de almas, visando resultados que se verificarão com plenitude na eternidade, por uma orientação mundana, num esforço para que seja um ministério pastoral preocupado com a relevância. O pastor tem de estar sob a orientação de Cristo Jesus. Se não for assim, sucumbirá diante de crises que lhe sobrevirão com soluções políticas e metodológicas e não segundo o padrão único e insubstituível da Palavra revelada de Deus.

Que o Senhor tenha misericórdia de todos os Seus pastores. Estes devem ser verdadeiros homens de Deus e pastorearem visando a cura das almas. Foram chamados e constituídos para cuidarem do rebanho. Diante daquelas multidões enganadas pela religiosidade e legalismo farisaicos, Jesus disse em Mt 9.36: E, vendo as multidões, teve grande compaixão delas, porque andavam cansadas e desgarradas, como ovelhas que não tem pastor”. Lançados fora sejam aqueles que desejam se locupletar no ministério pastoral às custas das ovelhas. Antes, que honrem seu chamado e façam o que lhes é ordenado conforme o exemplo do Senhor (Ez 34.11-16). Ele disse: Eu sou o bom Pastor; o bom Pastor dá a sua vida pelas ovelhas” (Jo 10.11).

Pastor de Deus, pense nisso.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

O Evangelho: Respostas concretas para um mundo decadente


O Evangelho, somente o Evangelho, possui as respostas aos anseios do ser humano. Quanto mais eu vejo a miséria reinante, as barbáries diárias, a evidente corrupção do gênero humano, mais me convenço de que há um antídoto para o veneno do mal e do pecado e é um remédio tremendamente eficaz. O Evangelho, somente o Evangelho, apenas o Evangelho!

A certeza do remédio que Deus tem para curar a nossa alienação d'Ele é declarada nas páginas das Sagradas Escrituras. A ressurreição de Jesus Cristo é a evidente confirmação da eficácia do remédio divino: "E, se Cristo não ressuscitou, logo é vã a nossa pregação, e também é vã a vossa fé" (1 Co 15.14). Paulo disse também: "Porque não me envergonho do evangelho de Cristo, pois é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê; primeiro do judeu, e também do grego" (Rm 1.16). De maneira que há potência suficiente à disposição do homem para que não só saia da vida de pecado como também para viver de maneira agradável a Deus.

A ressurreição de Jesus ao terceiro dia é o selo da aprovação da obra consumada no Calvário. Também um dia, como diz o próprio capítulo 15 de 1 aos Coríntios, ressuscitaremos com corpos incorruptíveis, semelhantes ao corpo de Nosso Senhor, ou, se estivermos vivos quando de Seu retorno, seremos transformados subitamente recebendo assim também um corpo imortal. Mas, em nosso viver diário, enquanto aqui O servimos, estamos mortos para o pecado mas vivos para Deus em Cristo Jesus (Rm 6.11). A vida que estamos a viver agora é uma vida de ressurretos espirituais. O mesmo poder que ressuscitou a Jesus Cristo dentre os mortos agora perfeitamente nos vivifica para que vivamos de tal forma que em tudo podemos ser-Lhe agradáveis e vasos de honra em Suas mãos (Rm 8.11; 2Co 5.9; 2Tm 2.20,21).

A evidente situação moral caótica da sociedade humana não será modificada a menos que todo homem e mulher, jovens, idosos, crianças, enfim, encontrem a cura de suas almas através do Evangelho. Há cura substanciosa no Evangelho. A morte, sepultamento e ressurreição de Jesus Cristo falam altissonantemente de uma obra consumada, mais nenhum acréscimo é necessário pois o Cordeiro foi morto de uma vez para sempre para a nossa justificação diante de Deus (Hb 9.28; Ap 1.17,18). O mundo só poderá encontrar esta maravilhosa graça do Evangelho de Jesus Cristo quando a Igreja puder pregar e testemunhar esta gloriosa mensagem de forma coerente como lhe foi revelada (1 Co 15.1-4; Gl 1.6-10).

Note bem as palavras de Paulo em 1 Co 15.2: "Pelo qual (ou seja, o EVANGELHO, v.1) também sois salvos se O RETIVERDES TAL COMO VO-LO TENHO ANUNCIADO; se não é que crestes em vão". Será resposta concreta para um mundo decadente, para uma sociedade moribunda, para homens e mulheres na sarjeta fria e cruel da vida pecaminosa, se este Evangelho foi de fato pregado e testemunhado conforme encontra-se registrado na Bíblia Sagrada.

Muitos hoje tem deturpado esta mensagem salvadora porque tem anunciado um outro evangelho ou vivido um evangelho que de Evangelho quase nada tem. Uma vaga lembrança, é tudo que possuem. Esperanças ocas, visto não viverem a Mensagem em sua essencialidade. Sucumbem a cada dia aqueles que assim procedem e arrastam outros consigo. É preciso que se anuncie com veemência a Mensagem Única que pode salvar: Jesus Cristo e este crucificado (1 Co 1.23; 2.2)!

Neste espaço, escolhi glorificar a Jesus, procurando anunciar a sacrossanta Palavra de Deus e enfatizar a sã doutrina. Não quero perder tempo para criticar outros ministérios. Nem ficar procurando escândalos para tecer comentários que em nada edificarão a outros. Se eventualmente precisar citar nominalmente algum outro cristão ou ministério será no intuito de procurar destacar acima de tudo e das vaidades humanas o Evangelho e a Pessoa amantíssima de Jesus Cristo, meu Único e Suficiente Salvador.

Deus espera de mim e de você, que tem compromisso real com Ele, que saibamos não só viver de maneira digna do Evangelho (Fp 1.27) como também, testemunhar de maneira fiel (At 8.35). Há sim, resposta de Deus para o clamor deste mundo de grandes trevas espirituais e esta resposta está definida no Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo. Atentemos todos para tão grande responsabilidade que pesa tanto sobre o crente individualmente como para a Igreja como Corpo de Cristo.

Pensei em escrever esta breve palavra para que então você também pudesse pensar plenamente nisto tudo. Pense no poder do Evangelho para libertar o homem do pecado. Pense também em como anunciá-lo de forma fiel e eficaz. Não nos esqueçamos de que, falando sobre anunciar o Evangelho, é fundamental lembrar sempre: Esta gloriosa e libertadora mensagem deve ser pregada sempre sob o poder e direção do Espírito Santo (At 8.29; 13.1-4), posto que é Ele quem convence o mundo do pecado, da justiça e do juízo (Jo 16.8).

Eu também me incluo, pois quero muito pensar em tudo isso!

domingo, 8 de agosto de 2010

A paternidade ideal, desejo de Deus


Hoje é dia dos Pais. Entretanto, a paternidade de muitos está a cada dia mais distante daquilo que é preconizado na Palavra de Deus. Pais irresponsáveis, pais que não educam, pais que agridem, pais sem amor, tem sido uma constante nos dias em que vivemos. Ora, ser pai é ser antes de tudo um abrigo de proteção para o filho. Ser pai é ser amorosamente presente em todos os momentos. Ser pai é ser provedor das necessidades básicas do filho, cuidando para que não falte alimentos e vestuário. Ser pai é também, para aqueles que são servos de Jesus Cristo, em ação conjunta com a mãe, educarem o filho nos caminhos do Senhor, fazendo com que Deus lhe seja conhecido. Era assim que os pais israelitas educavam seus rebentos, fazendo com que eles O conhecessem desde pequeninos, o Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó (Dt 6.1-25).

Infelizmente mesmo entre os pais ditos cristãos, a educação piedosa que deveriam dispensar aos seus filhos é um fracasso completo. Falo isto com temor, porque não sou melhor do que ninguém. Erro e peco como todos ao meu redor. Mas não posso entender como existam pais que não educam seus filhos nos caminhos do Senhor, mas em realidade deseducam porque não lhes ensinam a ser íntimos de Deus como vemos no exemplo dos israelitas. A liberalidade é de pasmar, tudo permitem aos seus filhos, não os repreendem, ou, quando o fazem é com extrema ignorância e sem amor. Temos visto filhos que vão para a igreja com seus pais de maneira forçada porque em casa não são ensinados sobre as coisas de Deus. Ora meus irmãos, é redundante ter de dizer que a educação em todos os aspectos ocorre no seio do lar, inclusive a educação na piedade, a educação para que os filhos sigam seus pais no servir ao Senhor, em orientar ao filhos desde pequenos de que eles precisam receber a Jesus como Único e Suficiente Salvador e de que devem ter comunhão pessoal com Ele.

Pesa sobre o ombro do pai a maior parte deste ônus. Deve ele sim, exercer o sacerdócio em sua casa. Deverá encaminhar, auxiliado por sua esposa, toda sua prole para o altar de adoração, mostrando pelo exemplo pessoal, de que somente o Senhor Deus é digno de ser adorado. A rebeldia de muitos filhos se dá pela insuficiente educação no amor a Deus. Pelos pais "forçarem a barra" no sentido de obrigar os filhos a uma piedade imposta. Não sabem ou não conseguem encaminhá-los nos caminhos do Senhor. Não sabem ou não conseguem incutir em suas mentes e corações, os valores eternos da Palavra de Deus. Os filhos ficam reféns de um circo midiático que os empurra cada dia mais para longe de Jesus. Ficam indiferentes às coisas de Deus e à Igreja. As crianças bem pequenas são muito mais facilmente moldadas a que possam conhecer a Bíblia, a Deus, a Jesus Cristo. Mas o desleixo ou a falta de discernimento ou sabedoria dos pais "crentes" condena-os a crescerem amando as coisas do mundo cada vez mais.

Efésios 6.4: "E vós, pais, não provoqueis à ira a vossos filhos, mas criai-os na doutrina e admoestação do Senhor." Texto efetivamente claríssimo que dispensa maiores comentários. Criá-los na doutrina é ensiná-los sobre todo o conselho de Deus (At 20.27). Admoestar significa segundo o Aurélio "repreender com brandura", "leve repreensão". Ou seja, deve haver correção e em alguns casos até com o uso da vara (Pv 13.24: "O que não faz uso da vara odeia seu filho, mas o que o ama, cedo o castiga") mas sempre conservando a essência de uma correção em amor, não caracterizada pela violência e agressividade, não marcada com xingamentos e maldições. Existem famílias em que os pais ("cristãos") falam palavras pesadas, profundamente ofensivas aos filhos, quando o ideal é que, caso perdessem o controle na hora de corrigirem seus rebentos, pudessem retirar-se para algum local isolado, esperando que aquela cólera se esvaísse e, orando, pudessem retomar a questão de uma maneira renovada e genuinamente piedosa que pudesse glorificar a Deus de fato (1Co 10.31).

Satanás ataca diuturnamente as famílias, principalmente a família cristã. Não sejamos relapsos e nem omissos em vigiar também de forma contínua no tocante a isto. O pai verdadeiramente piedoso, sendo discípulo verdadeiro de Jesus, irá copiar o exemplo de seu Amado Mestre e também procurar agradar a Deus em tudo. Inclusive na nobilíssima missão de educar seus filhos nas coisas concernentes ao Reino de Deus. Vem dos escritos do apóstolo João, estas palavras: "Pais, escrevo-vos, porque conhecestes aquele que é desde o princípio;" "Eu vos escrevi, pais, porque já conhecestes aquele que é desde o princípio" (1 Jo 2.13a; 14a). Se os pais, portanto, conhecem a Deus, tem vida com o Senhor, devem assumir com coragem e responsabilidade sua paternidade porque deverão prestar contas a Deus se o não fizerem, porque receberam d'Ele esta incumbência e dela não podem desviar-se. O apóstolo Paulo, conforme verificamos no NT, não era casado e nem tinha filhos, mas agia como um verdadeiro pai no tocante às almas que ganhara para Jesus. Leiamos que inspiradoras palavras em 1 Ts 2.11,12: "Assim como bem sabeis de que modo vos exortávamos e consolávamos, a cada um de vós, como o pai a seus filhos; Para que vos conduzísseis dignamente para com Deus, que vos chama para o seu reino e glória." Que coisa fascinante! Paulo exortava e consolava a cada um para que eles pudessem se conduzir dignamente para com Deus. Deveremos igualmente assim proceder com os nossos filhos, esta é a vontade de Deus para os pais.

Que neste dia dos Pais, possamos refletir se nossa paternidade é de fato a paternidade que Deus deseja para os nossos filhos. Paternidade de amor. Paternidade de responsabilidade. Paternidade que também corrige, segundo a Palavra de Deus, como está escrito: "...porque, que filho há a quem o pai não corrija?" (Hb 12.7b). Rejeitemos as tentativas anticristãs de determinarem como devemos educar nossos filhos, quando dizem que a palmada não é educativa, mas se constitui em agressão. Ora irmãos, o texto que citamos de Pv 13.24 e outros deixam clara a orientação de Deus quanto a este aspecto. Obedeçamos a Palavra e não demos ouvidos aos que querem parecer mais entendidos do que o nosso Senhor quanto a este assunto.

Que glorioso será, para todo o pai que considera estas coisas, quando os filhos já estiverem adultos e tenham suas próprias vidas constituídas, provavelmente já casados, poder dizer: "Não tenho maior alegria do que esta: ouvir que os meus filhos andam na verdade" (3 Jo 4 - Almeida Séc. 21).

Feliz dia dos Pais e, por favor, lhes rogo: pensem em tudo isto!

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Mantendo sua própria vida e perdendo o Reino...


Muitos cristãos são como os israelitas do livro da profecia de Ageu: preocupam-se somente com o que é seu e não com o que é de Deus (Ag 1.1-15). Assim também o declarou Paulo: "Porque todos buscam o que é seu, e não o que é de Cristo Jesus" (Fp 2.21).

Há um tampão sobre os olhos espirituais destes irmãos. Isto porque o que pretendem é a preservação de sua vida. Não compreenderam ainda o que significa entregar totalmente a própria existência a Jesus Cristo. Trai a sua vocação para com o Evangelho, aquele que, dizendo-se discípulo de Cristo, faz a opção para a manutenção de sua própria vida. Esquecem que o Reino de Deus é muitíssimo mais precioso do que a vida mesquinha, oca, temerária que insistem em viver.

Parece-nos também que esqueceram o que diz o apóstolo João: "Não ameis o mundo, nem o que no mundo há. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele. Porque tudo o que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não é do Pai, mas do mundo. E o mundo passa, e a sua concupiscência; mas aquele que faz a vontade de Deus, permanece para sempre" (1 Jo 2.15-17).

Constato, e ao fazê-lo, estou primeiramente olhando para mim mesmo, de que as coisas deste mundo, as veleidades desta vida efêmera tem atraído a muitos servos de Deus. Como os israelitas no tempo de Ageu, "constroem suas casas" enquanto a casa do Senhor "está deserta" (Ag 1.4). Ou seja, trabalham, compram, se divertem num nível sem igual de alheamento das coisas de Deus. Esta característica dos cristãos hodiernos é estimulada cada vez mais nestes dias conturbados. Esta é uma sociedade caracterizada pelo consumo e pelo entretenimento.

Os meios midiáticos estimulam com constância o consumismo. Para muitos, e infelizmente também inclusos muitos cristãos, comprar avidamente é o estilo de vida que escolheram viver. Quanto ao entretenimento, é este estimulado porque também se constitui numa indústria cultural. Lazer e divertimento é o que muitos fazem de sua vida. Uma festa constante. O crente é também igualmente engolfado por este outro aspecto da vida do homem do século 21. Há que se denunciar o comprometimento de muitos com uma teologia herética chamada Teologia ou Evangelho da Prosperidade que não prega o autêntico Evangelho, mas sim um "outro evangelho" (Gl 1.6-8) que desfigura o verdadeiro Evangelho do Reino e com isso torna igrejas e crentes iguais às pessoas mundanas em seu estilo de viver.

Não queremos com isso dizer de que não possamos enquanto servos de Jesus Cristo, adquirir bens e envolvermo-nos em atividades de lazer. Mas, há muitos que andam com sua vida dividida, porque enquanto a Palavra de Deus nos chama a um compromisso de fidelidade com o Senhor, procedem de tal forma que ficam com sua lealdade dividida. Coxeiam entre dois caminhos, o caminho do Senhor e o caminho de Baal (1 Re 18.21).

Muitos estão cegados pelas coisas desta vida presente. Acham que podem viver de tal forma que acabam confundindo liberdade com libertinagem (Gl 5.1,13). Querem comer dos manjares da mesa do Rei da Glória, mas também experimentam dos alimentos da mesa do príncipe deste mundo. Querem viver um estilo de vida que acham genuinamente cristão, mas em realidade é marcantemente anticristão e escandaloso ao Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Uma palavra de alerta é mui necessária neste dias. Dias em que chamam o mal de bem e o bem de mal, fazem das trevas luz, e da luz trevas (Is 5.20). O crente se manter a própria vida, ainda que um dia inteiramente rendida que esteve ao Senhor, mas que ultimamente vive conforme o curso deste mundo, acabará perdendo o Reino!

Não proceda conforme os contemporâneos do profeta Ageu. Não continue a edificar sua casa em detrimento da casa de Deus. Priorize o Reino de Deus. Ame o Reino de Deus. Viva de acordo com os mandamentos do Reino de Deus.

Atente para o que escreveu o profeta Daniel: "Mas os santos do Altíssimo receberão o reino, e o possuirão para todo o sempre, e de eternidade em eternidade" (Dn 7.18).

Meus amados irmãos, vos conclamo pois ainda é tempo: pensem nisto!