sábado, 27 de agosto de 2011

Vida longa e saudável, a Bíblia fala sobre isso?


Nos dias de hoje as pessoas falam muito sobre ter um estilo de vida saudável. Escrevi um post em março do ano passado intitulado "O cristão autêntico cuida também do seu corpo" http://observateologia.blogspot.com/2010/03/o-cristao-autentico-cuida-tambem-de-seu.html onde abordei o assunto destacando a importância dos exercícios para a manutenção da saúde física. Disse que o corpo humano é obra de Deus e é templo do Espírito Santo (1Co 3.16). Cuidar dele portanto, é algo que honrará a nosso Criador e Redentor.

Mas há muitos que, para além dos benefícios que exercícios e boa alimentação produzem e que estão sendo divulgados abundantemente nos meios de comunicação, almejam viver muito mais anos de vida e com muita qualidade. Proclamam que a grande sacada é retardar os efeitos do envelhecimento do corpo humano. Dizem que é possível parar o relógio biológico, fazendo com que os agentes causadores da decadência física de nosso organismo ajam de forma muito mais lenta ou sejam restringidos.

Notemos alguns fatos. A expectativa de vida em 1800 era de 32-37 anos. Em 1900, passa a 45-48 anos. Nos últimos 100 anos, a expectativa de vida aumentou em torno de 145%. Os avanços da ciência, os conhecimentos da medicina, controle ou erradicação de doenças, melhores medidas sanitárias, alimentos mais saudáveis, consciência da importância dos exercícios físicos e outros fatores, proporcionaram que as pessoas hoje vivam muito mais que no tempo do Império Romano por exemplo, onde era comum as pessoas morrerem por volta dos 30 e poucos anos em média.

Agora, pesquisas científicas mais recentes projetam uma possibilidade de aumentar ainda mais a expectativa de vida dos seres humanos. Segundo o inventor e pensador norteamericano Ray Kurzweil (in VEJA, 15/06/2011), existem três pontes no caminho para uma vida longa:

1) Programa de Longevidade - Que envolve mudança de estilo de vida e de hábitos alimentares além de terapias de antienvelhecimento. Este programa já é realidade em nossos dias.

2) Revolução Biotecnológica - O entendimento é de que as descobertas sobre o código genético supostamente dariam ao ser humano a capacidade para "desligar" doenças. Essa revolução prevê o uso crescente de terapias genéticas, de células-tronco, de clonagem e de substituição de tecidos e órgãos. Isto tudo seria possível a partir do ano de 2023.

3) Revolução Nanotecnológica - É a "ponte" mais polêmica proposta pelo autor. Permitirá a reconstrução total do corpo humano com "nanorrobôs" (chips inteligentes de escala infinitesimal) capazes de substituir neurônios e células, destruindo infecções, revertendo doenças degenerativas e reescrevendo códigos genéticos. Nesse caso, ainda segundo o autor, toda esta tecnologia estaria disponibilizada a partir de 2045.

Ainda segundo a matéria citada na reportagem da revista, existem muitos cientistas envolvidos em pesquisas de biotecnologia no afã de promover o rejuvenescimento e a reversão do envelhecimento do corpo humano.

Pessoalmente, não vejo nada de errado nessas pesquisas se o objetivo for de proporcionar uma melhor qualidade de vida para todos e não para alguns somente. Se os suplementos vitamínicos, terapias, dietas, exercícios e tratamentos estiverem ao alcance ao mais comum dos mortais e não para um grupo de privilegiados.

Mas o que nos causa espécie é o que subjaz na mentalidade da maioria desses pesquisadores, de acreditarem de que poderão realmente acrescentar muito mais anos de vida às pessoas. De que conseguirão parar o processo de envelhecimento (alguns até querem crer de que finalmente vencerão a morte). Quanto engano!

A Bíblia fala sobre a brevidade da vida humana. No livro de Gênesis, o Senhor Deus determina que os dias de existência da vida do homem, chegariam no máximo a 120 anos (6.3). Isso ele promulgou no contexto da chamada de Noé e declarar-lhe de que enviaria o Dilúvio sobre a terra. Até aquele momento, os homens tinham uma existência realmente longa. Matusalém, avô de Noé, foi o homem que mais anos viveu, 969 anos.

Jó declara: "O homem, nascido da mulher, é de poucos dias e farto de inquietação. Sai como a flor, e murcha; foge também como a sombra, e não permanece" (Jó 14.1,2). Salmo 90.10: "Os dias da nossa vida chegam a setenta anos, e se alguns pela sua robustez, chegam a oitenta anos, o orgulho deles é canseira e enfado, pois cedo se corta e vamos voando." E, no Novo Testamento, temos a palavra de Tiago que diz: "Digo-vos que não sabeis o que acontecerá amanhã. Porque, que é a vossa vida? É um vapor que aparece por um pouco, e depois se desvanece" (Tg 4.14).

Como fica a ciência humana diante do testemunho bíblico, de que por causa do pecado a decadência e a morte entraram no mundo? Isto está registrado no texto bíblico e é amplamente experimentado por todos nós. Sabemos que os processos biológicos no corpo humano entram em decadência no decorrer dos anos. E como disse antes, nada contra as pesquisas que podem ajudar a ter uma melhor qualidade de vida. Ou, no campo da cosmética, produtos como Renew ou Cronos, (muito usado por tantas mulheres) que retardam ou suavizam as rugas faciais, são maravilhosos. Mas daí os cientistas acharem que conseguirão alongar os anos de vida do ser humano para muito além de 120 anos como categoricamente Deus determinara, é uma iníqua utopia e engano.

O que importa é que vivamos nossa vida aos pés da cruz de Cristo. Ele nos comprou com Seu precioso sangue. Ele ressuscitou. E por fim nos ressuscitará também naquele grande dia, o dia glorioso de Sua segunda vinda (1 Co 15.52; 1 Ts 4.13-17).

Quando recebermos a transformação em nosso corpo corruptível, para que seja incorruptível e imortal, ou, se tivermos partido antes da vinda do Senhor, nesse dia glorioso ressuscitaremos em um corpo transformado. Então teremos corpos não mais sujeitos à degeneração e imortais. Estarão banidos o envelhecimento, doenças e morte para todo sempre.

Isto sim é muito mais real e concreto do que vãs pesquisas que somente aumentam o orgulho humano e a rebelde independência do homem em relação ao seu Criador. Vida longa e saudável não pode ser nosso objetivo principal sobre a terra, muito embora o Senhor possa conferir a muitos de Seus servos, se Ele assim desejar, uma existência longa e abençoada. Não temos o controle de nossas vidas, ao Senhor pertence o controle de tudo.

Este que vos escreve gosta de correr. Este é meu esporte predileto. Faço porque sei dos benefícios. Redução do colesterol, do peso corporal excessivo, melhor funcionamento do coração, diminuição da pressão arterial. Procuro comer bastante frutas e verduras. E também alguns suplementos como a linhaça dourada triturada, alho em cápsulas e outros sempre que possível. Mas nem por isso vou me vangloriar de que através disso estarei vivendo muitos e muitos anos a mais. O máximo é que isso e outros procedimentos como dormir bem, lazer adequado, etc, proporcionam realmente uma melhoria nas condições de vida.

Mas sei, como muitos que conhecem a Cristo sabem igualmente, que viver para Ele é a melhor garantia de que vivemos bem. Porque viver no temor do Senhor e guardando os seus mandamentos é o dever de todo ser humano (Ec 12.13). Nesse mesmo capítulo de Eclesiastes, o envelhecimento do homem e sua natural decadência é apresentado de maneira poética (vv. 1-7). Assim, quando a chamada melhor idade chegar para todos nós, seria de suma importância que estivéssemos servindo fielmente ao Senhor, porque essa fase da vida realmente pode trazer e tem trazido muitas agruras e incômodos.

Pense seriamente a partir de hoje sobre isso. Que Deus abençoe você seja de que idade for, amém!


quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Dadaab, o maior campo de refugiados do mundo, até quando?


No Quênia, sudeste da África, está situado, quase na fronteira com a Somália, o campo de refugiados de Daadab. Ele é considerado hoje o maior campo de refugiados do mundo. Possui 380 mil pessoas morando hoje no local. Esse contigente, para fins de comparação, é semelhante à população da cidade de Olinda, Pernambuco, com quase 378 mil habitantes. O lugar foi criado em 1991 para abrigar no máximo 90 mil pessoas.

O que leva essa multidão de pessoas a se deslocar de seu local de nascimento, caminhar dias e semanas, sob sol inclemente e frio à noite, subnutridas, doentes, correndo o risco de morrerem pelo caminho até mesmo por causa de animais selvagens? A guerra. A Somália, país de origem dessas pessoas está numa situação deplorável de guerra civil há décadas e não se vislumbra ainda no horizonte uma solução que faça parar o êxodo de seres humanos. Segundo o governo do Quênia, de 1.000 a 1.500 pessoas chegam ao campo de Daadab todos os dias. Antes disso, o país já recebia muitos refugiados também de outros países vizinhos como a Etiópia por exemplo, que vinham por causa de longos períodos de seca e fome.

Ao chegarem ao campo de refugiados, as pessoas são cadastradas, passam por uma avaliação médica e recebem uma cesta básica que é suficiente para 21 dias, podendo ser renovada. Devido à superlotação do campo, não se faz mais distribuição oficial de barracas, as pessoas fazem sua moradia com o que encontrarem, de gravetos a sacos plásticos. De cada 10 famílias que chegam ao campo, 6 estão com alguma doença. 80% das mulheres grávidas estão anêmicas. De 7 a 10% das crianças estão severamente desnutridas. Existe uma latrina para cada 25 a 30 pessoas. Segundo os Médicos Sem Fronteiras, o consumo de água é outro problema grave, são necessários 20 litros por pessoa diariamente, mas o consumo fica entre 3 e 4 litros.

O que era para ser uma situação temporária, tornou-se permanente. O governo queniano já não está mais permitindo o afluxo de pessoas por causa da superpopulação. A solução para esses refugiados somalis seria a paz duradoura em seu próprio país. Para que pudessem retornar e reiniciar suas vidas. A crise aumentou porque existe uma grande seca na região além da fome e isso fez quase dobrar o número de levas de refugiados a solicitarem permissão para estabelecerem-se em Dadaab.

Na verdade, Dadaab constitui-se de um complexo de três campos: Ifo, Dagahaley e Hagadera que originalmente abrigariam 30 mil pessoas cada um. Seriam locais provisórios até que a situação na Somália melhorasse. Mas, passados 20 anos, a guerra continua intensa nesse país e não se antevê uma saída pacífica para o conflito. O país está dividido em facções tribais na disputa do poder. O principal deles é o al-Shabaab ligado a rede terrorista al-Qaeda e deseja impor um regime islâmico no país. Atuando no controle da parte sul da Somália, proíbem a entrada de agências humanitárias na região.

Até o mês de agosto, em torno de 24 milhões de dólares foram arrecadados junto a países europeus, os Estados Unidos e do setor privado para a ajuda aos refugiados. No campo existem escolas primárias mas sem vagas para todas as crianças. O governo queniano se recusa a conceder cidadania aos refugiados e com isso ficam impedidos de trabalhar. Dentro do próprio campo existe porém uma economia informal, sendo o comércio a principal fonte de renda de quem ali vive. Comercializam de tudo, do básico como comida e roupa, até perfumes e brinquedos.

A região em foco é conhecida como "Chifre da África". Vive em guerras, secas e fome há décadas. Dos quatro países dessa região (Somália, Etiópia, Djibuti e Eritréia) a pior situação reputamos como a da Somália. Não posso suportar como a igreja brasileira, em alguns de seus segmentos, está tão preocupada com coisas supérfluas, como usos e costumes, cultura gospel, teologia da prosperidade, projetos faraônicos, enfim, uma igreja que olha para seu próprio umbigo, ensimesmada e que ainda não despertou para a dura realidade de milhares e milhares nessa região do mundo.

Podemos fazer muito, como Igreja que ama a Jesus, que deseja assim como Nosso Senhor, alcançar essas vidas com o Evangelho e com ministração às suas tão grandes necessidades. Gostaria de elencar motivos de oração nesse sentido:

* Orar para que Deus levante pessoas e igrejas com condições, amor e disposição para ajudar materialmente aqueles refugiados;
* Orar pelas vidas dos refugiados. Para que o Senhor encha seus corações de esperança;
* Orar por missionários. Para que Deus levante um verdadeiro exército de vocacionados, homens e mulheres que renunciem aos prazeres e a comodidade e recebam treinamento adequado para irem e ministrarem àquelas vidas tão carentes.

A Missão Para o Interior da África (MIAF) é uma agência missionária brasileira que disponibiliza muitas informações a respeito do problema na região. Você pode acessar o site www.miaf.org.br e assim ajudar, orando mais especificamente, contribuindo e, quem sabe, indo. A obra de Deus precisa de todos nós de uma forma ou de outra.

É o Evangelho Integral que precisamos pregar e praticar. A grande verdade é que muitos de nós vivemos em nossos guetos evangélicos satisfeitos com "as bençãos de Deus" e não atentamos para a seriedade da Grande Comissão. Este Evangelho é para o homem todo. Que ministre cura, restauração e salvação para o homem em sua totalidade. O maior campo de refugiados do mundo, com suas quase 400 mil pessoas, precisa de um Evangelho assim. Que pregue à alma mas atenda às necessidades do corpo. Poderia alguma igreja em sã consciência pensar em enviar um missionário, para que este pregue o Evangelho, mas não haja mobilização no sentido de atendimento médico, provisão de alimentação, água, habitação, enfim, o que for necessário para aquelas pessoas (Tg 2.14-17)?

Se as igrejas brasileiras se unirem em propósitos dessa natureza, não só Dadaab mas o mundo verá o poder do Evangelho que pregamos (Rm 1.16).

As trevas que se abatem sobre os povos da região serão iluminadas, demônios serão expulsos, pelo poder do Evangelho pregado e praticado.

Se você concorda com isso, pense a respeito como eu e se proponha a sair do comodismo de uma vez por todas como também eu mesmo. Que Deus nos abençoe e também ao povo sofrido de Dadaab e de toda região.




domingo, 14 de agosto de 2011

E os filhos que nunca tiveram um pai?


Nesse dia dos pais estou a meditar naqueles filhos que não tiveram e nunca terão um pai. Pesa sobre um pai uma responsabilidade muito grande em relação a seu filho. Um filho devidamente criado por seu pai, terá uma alma nobre, será corajoso diante da vida, terá iniciativa, possuirá estabilidade emocional, será um indivíduo alegre, responsável e leal.

Passo a pensar em três situações agora: 1) Filhos de mães solteiras ou que foram abandonados por seus pai ainda pequenos; 2) Filhos que, embora vivam com o pai sob o mesmo teto, não podem dizer que efetivamente têm um pai, posto que este não cumpre sua função paternal como deveria; 3) Casais gays que adotam uma criança. Esta também nunca poderá dizer que teve um pai em sua criação, os papéis estão confusos (acrescentando que isto não se constitui em uma família como Deus instituiu, Gn 2.24).

Em todas essas situações, crescerão crianças e se tornaram pessoas adultas com deficiências em sua formação de personalidade. Algumas poderão ser mais medrosas, acovardadas, outras poderão ser egoístas ou agressivas, ainda outras serão despossuídas de iniciativa própria diante dos desafios que a vida impõe a todos.

Por isso, Deus em sua grande sabedoria, estabeleceu o ideal da família monogâmica em Gn 2.24. O homem deixa sua casa, conhece uma mulher, unem-se nos laços sagrados do matrimônio e constituem um novo núcleo familiar. Nesse ambiente ideal, onde o marido trabalha para prover o sustento da casa e a esposa cuida do lar, os filhos oriundos dessa união têm tudo para serem felizes em sua educação e desenvolvimento.

O pai que abandona seu lar, ou o homem que engravida uma mulher, seja namorada ou noiva e não assume sua responsabilidade, deve estar ciente de que está contribuindo para o aumento do contigente de pessoas desajustadas em nossa sociedade. E aqui já quero fazer uma ressalva: Não estou dizendo absolutamente de que todos os filhos oriundos de tais situações serão necessariamente desajustados. Muitos são muito bem criados por suas mães, outros parentes ou encontram uma família substituta que os adotam sendo assim supridos em suas necessidades essenciais.

O que quero deixar bem claro é o fato de que se foi Deus, como está revelado em Sua Palavra, Quem estabeleceu a família, homem e mulher, e a cada um determinou suas responsabilidades, e os indivíduos que nascessem dessa união encontrariam um ambiente ideal para desenvolverem-se, como podemos aceitar os novos modelos de família que esta sociedade pós moderna quer implementar nas consciências de todos nós? Como podemos entender uma mulher que aceita esta injunção e tem uma assim chamada "produção independente", não se casa e engravida como consequência de um relacionamento que manteve, relacionamento que acabou não dando certo, e assume a maternidade e também a paternidade daquele filho muitas vezes a duras penas, sem o companheiro ao seu lado como deveria ser?

Com isso também não estou condenando absolutamente a mulher que tem seu emprego, sua carreira. Mas todos sabem como é dificultoso conciliar trabalho, criação de filhos, cuidar da casa, estudos, enfim, de forma absolutamente só, sem a figura do companheiro, do esposo, a seu lado. Acredito mesmo que em muitos casos, os filhos são os que mais sofrem com esta situação.

Ser pai é maravilhoso. Criar uma criança, ajudar a esposa nos cuidados do bebê, educá-lo à medida que vai crescendo. Ver aquele ser se desenvolver de forma saudável e equilibrada. O lar onde está a figura do pai e da mãe, proporciona uma enorme possibilidade para o filho desenvolver todo o seu potencial. O ambiente familiar saudável e estável, é ideal para a plenitude do desenvolvimento de um ser humano.

São muitos os filhos que não tiveram um pai. Quero lhes falar de minha própria experiência. Sou filho de mãe solteira. Quando meu pai conheceu minha mãe, ele já era casado. Ela desconhecia o fato. Quando chegou a saber, ficou tão revoltada que quase atingiu meu pai com uma panela de água fervente. Fui criado com todo cuidado por minha mãe até aos 8 anos quando ela veio a falecer vítima de um câncer arrasador. Tinha somente 40 anos. Meu pai, apesar de tudo, ajudou minha mãe a montar seu salão de cabelereiro. Depois que ela faleceu, ele passou a cuidar um pouco mais de mim, embora nunca tivesse vivido sob o mesmo teto com ele. Viajava muito, era mecânico de navios e estava sempre fora. A princípio fiquei na casa de um cunhado seu, não foi muito feliz esta experiência para mim e então ele me colocou no seio de uma família amiga. Eu já estava com 10 anos de idade. Nessa família fiquei, fui criado e cuidado até aos 24 anos quando casei.

Deus, vejo hoje claramente, cuidou de minha vida porque está escrito no Salmo 68.5 que Ele é Pai de órfãos, e o verso 6 diz que Ele faz com que o solitário viva em família. Sendo assim, tive um ambiente familiar. Mas sofri e tenho determinadas carências que atribuo à falta da figura paterna em toda minha criação. O chefe da família onde fui criado, não era uma pessoa que conhecia a Deus e tinha o vício da embriaguez. Isto me causou alguns transtornos. Mas louvo ao Senhor porque sua esposa, contrariamente, era e é uma grande serva de Deus e através dela eu conheci o Evangelho e entreguei minha vida ao Senhor Jesus Cristo.

De maneira que, ao casar-me aos 24 anos, podendo constituir minha própria família, trouxe essas experiências comigo e hoje sou um pai feliz que tem três maravilhosos filhos jovens, todos servindo a Jesus. Tenho uma esposa maravilhosa e igualmente fiel ao Senhor. Meus filhos são todos bem ajustados. Tenho procurado, com todas as minhas falhas e imperfeições, cumprir meu papel de pai como determinam as Escrituras. Apresentei Jesus a eles ainda pequeninos. E que alegria ver hoje os frutos desse cuidado. Foram muitos momentos juntamente com minha esposa contando histórias da Bíblia, cantando hinos e corinhos e orando junto com eles. Além de sermos assíduos aos cultos, escola dominical e trabalhos da igreja. Não fui perfeito em tudo que fiz, errei muitas vezes e fui injusto com meus filhos em outras. Mas acredito que todos eles me amam e reconhecem plenamente a herança espiritual que lhes proporcionei.

Aos filhos que nunca tiveram um pai, tenha certeza que me identifico com eles. O Senhor usou de misericórdia comigo e cuidou de mim. Apesar das deficiências em algumas áreas de minha vida pela ausência plena da figura paterna, é possível viver de maneira satisfatória porque o Espírito Santo vai suprindo nossas carências. Se você não conheceu seu pai, ou foi abandonado ainda pequeno por aquele que deveria assumir responsabilidade por você, se você tendo um pai, vivido com ele, mas este foi um carrasco, um agressor, violentador, bêbado, irresponsável, creia que Deus sabe de tudo isso e vai suprir suas carências sejam elas quais forem por causa de Sua infinita e maravilhosa graça.

Além de tudo, DEUS É PAI! Mais do que nenhum outro pai humano, Ele nos ama e não nos deixará abandonados. Ele sabe que neste mundo afetado pelo pecado do ser humano, muitos sofrerão por causa das irresponsabilidades de tantos outros. Mas o Senhor é misericordioso e certamente o propósito que Ele possui para cada um individualmente pode ser cumprido, principalmente quando este ser humano deposita na obra do Calvário realizada por Cristo toda sua confiança.

Fala-se muito no crescimento de mulheres que abortam seus filhos. Que cometem este crime abominável ainda antes de nascerem. Mas pouco se fala sobre outro crime, o crime dos filhos abandonados por seus pais por motivos vários.

Mas Deus há muito tem demonstrado em Sua Palavra a maneira ideal do homem viver. A maneira adequada de viver em família. E de que como deve assumir suas responsabilidades como cabeça do lar e como pai de seus filhos. À Igreja do Senhor cabe expor os mandamentos bíblicos para essa sociedade enferma, vivendo esses mesmos mandamentos e assim testemunhando que é possível famílias mais felizes, pais realizados e filhos bem ajustados para a glória unicamente do Senhor.

Pai (e também você filho), convido a pensarem seriamente sobre isso, que Deus muito vos abençoe nesse dia, amém e amém!

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

A Igreja e o bom exemplo do rei Salomão

(Por favor, peço que abra sua Bíblia e leia 2 Crônicas 1.7-12)

O que uma parte da igreja evangélica no mundo tem em comum com o rei Salomão nessa passagem? NADA! Isto porque ela exatamente deseja aquilo que o rei Salomão não pediu a Deus: riquezas, bens e honra. A visão que este segmento professa é de enriquecimento e desejo de obter posição de destaque aos olhos do mundo.

Acontece que o mundo nunca reconhecerá a legítima igreja de nosso Senhor Jesus Cristo. Ao contrário, o que ela pode esperar desse mundo é o desprezo, o escárnio e a perseguição. Nunca uma posição de honra. A legítima e verdadeira Igreja nunca será uma voz realmente considerada nas questões relevantes hoje no mundo. Isto é assim devido ela se ancorar firmemente na Palavra de Deus e desprezar as filosofias humanas (1Tm 6.20). Filosofias ou ideologias essas que contradizem a revelação de Deus para o homem, a Bíblia Sagrada.

Salomão não desejou ter bens ou riquezas porque sabia que para governar com excelência ao seu povo, tinha de ter sabedoria do Alto. Ele já demonstrava uma grandiosa sabedoria ao orar dessa maneira ao Senhor. Ele já trazia em si o gérmen dessa sabedoria e Deus então, como que potencializou o que Salomão já possuía. Digamos que ele possuía sabedoria no nível ordinário e Deus lhe concedeu em um nível extraordinário a sabedoria para que fosse o grande rei que realmente se tornou.

As igrejas cristãs hoje sofrem com o materialismo que impiedosamente se lança sobre seus pastores e membros, esse é um valor mundano, algo que deveria ser considerado desprezível pelos discípulos de Cristo. Paulo escreve: “Porque o amor ao dinheiro é a raiz de toda espécie de males, e nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e se traspassaram a si mesmos com muitas dores” (1Tm 6.10).

A famigerada Teologia da Prosperidade dá o tom no tocante a esse mal. Ela embota os sentidos espirituais dos cristãos quando afirma que o crente não pode ser pobre porque ele é filho do Rei, o Rei é rico portanto seus filhos devem desfrutar de riquezas igualmente e também eles são cabeça e não cauda, sempre devem estar por cima e não por baixo, devem gozar de excelente saúde continuamente. Devem andar com a melhor roupa, carro do ano e dinheiro, muito dinheiro.

Não foi isso decididamente que Salomão orou pedindo a Deus. Ele pediu sabedoria e conhecimento. Essa sabedoria que ele pediu tinha a característica de ser eminentemente prática e não teórica. Segundo o Novo Dicionário da Bíblia (Ed. Vida Nova), sabedoria é a arte de ser bem sucedido, de formar o plano correto para alcançar os resultados desejados. O conhecimento referia-se a algo mais interiorizado, subjetivo, consiste na ideia de ser criterioso e de ter percepção íntima. Assim, o pedido de Salomão foi grandemente agradável ao Todo-Poderoso, visto que era Salomão o escolhido pelo Senhor para governar a Israel sucedendo a seu pai Davi e necessitaria dessas virtudes muito mais do que ter um reino poderoso e enriquecido.

Mas Deus em Sua grandiosidade, não só atendeu ao pedido feito como concedeu aquilo que Salomão não lhe pedira, quais sejam, riquezas, bens e honra.

A Igreja de Jesus Cristo da mesma maneira será atendida, creio eu, com muitas riquezas, bens e honra. Porém, notadamente, essas riquezas e bens são de ordem espiritual. Não serão os tesouros passageiros e fugazes desse mundo. Jesus disse que essas riquezas a traça e a ferrugem destroem: “Não ajunteis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem tudo consomem, e onde os ladrões minam e roubam. Mas ajuntai tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem consomem, e onde os ladrões não minam nem roubam (Mt 5.19,20). Assim, a Igreja do Senhor deveria se portar, mas grande parte dela está ansiando pelos tesouros transitórios dessa terra. Muitos alegam que uma igreja rica ou um crente rico contribui para o avanço do Reino de Deus porque haverá recursos para levar a efeito a obra da Igreja no mundo. Mas se esquecem que a obra de Deus nesse mundo não carece de recursos humanos e perecíveis, mas sim do poder de Deus.

O bom do exemplo do rei Salomão em sua oração sensata deve levar-nos a uma profunda reflexão. O que nós como igreja temos pedido a Deus realmente? Será que não é hora de pararmos de orar de maneira infantil e débil e entender que Deus se agrada quando oramos com discernimento? Quando oramos para realmente fazer a vontade d’Ele?

Deus pode não só conceder à Sua Igreja o que lhe falta para completar sua missão, sua incumbência sobre o mundo como também fazer com que seja rica em bens espirituais.

Deus pode fazer com que a Sua Igreja tenha sabedoria e conhecimento tais que aprenda a discenir o que é falado, pregado, escrito ou ensinado com aparência de ortodoxia bíblica, escriturística, mas que contém o fermento do erro e do falso doutrinamento.

A honra da Igreja vem diretamente de seu Senhor. Assim fez o Senhor Jesus ao honrar de maneira linda a igreja de Filadélfia (Ap 3.7-13). Honrou suas obras, sua fidelidade à Palavra de Deus apesar de sua pouca força (v.8).

Portanto, tudo o que a Igreja deve fazer é desprezar com veemência a inclinação para se conformar com os caminhos mundanos. É boa coisa observar os exemplos bíblicos para que então a atitude que Deus requer seja enfatizada para a vida da Igreja, para que seja uma Igreja saudável, biblicamente falando.

Que a verdadeira e legítima Igreja do Senhor possa efetivamente agir dessa forma e assim o Nome do Senhor será glorificado. A Igreja estará sendo cumulada então, se orar com sabedoria como fez o rei Salomão, de muito mais sabedoria, de conhecimento e riquezas espirituais que só ela pode receber e são infinitamente superiores às riquezas mundanas.

Que todos nós, Igreja do Senhor, pensemos sobre isso.

domingo, 7 de agosto de 2011

Jesus Cristo, a última e única obra de Deus em favor do mundo


Jesus Cristo é a última e a única obra de Deus em favor do mundo. Tudo o que Deus deveria fazer em prol da salvação da humanidade, Ele já o fez finalisticamente em Cristo. Tudo já foi realizado e consumado em Cristo e abrange o passado, o presente e o futuro dos seres humanos. O brado de Jesus na cruz "ESTÁ CONSUMADO" selou a obra de salvação da raça humana.

De maneira que o ponto focal, a convergência, o zênite, o clímax, o gran finale, a apoteose, o "the end" é Cristo (Ef 1.10).

Nada, quer da parte de Deus, ou muito menos da parte dos homens ou de anjos pode ser acrescentado ao que foi realizado na cruz. Salvação completa. Redenção plena.

Não há maior revelação divina do que essa, a revelação de Deus em Jesus Cristo. Ela é infinitamente superior à revelação de Deus a Moisés no monte Sinai. Todo o pacto mosaico, toda a lei mosaica, a descrição do Tabernáculo e seus utensílios, os sacerdotes e suas funções e os vários tipos de sacrifícios, tudo isso apontava e teve seu cumprimento TOTAL na encarnação, ministério, crucificação, morte, sepultamento, ressurreição e ascenção do Filho de Deus.

Em Cristo e em Sua obra, Deus "invadiu" a ordem presente, o tempo humano, o KAIRÓS divino penetra o CRONOS humano e a cruz passa a ser o ponto decisivo entre duas eras: A era presente e a era vindoura. O fim dos séculos ou fim dos tempos (1Co 10.11) se inicia exatamente na primeira vinda de Jesus ao mundo, Ele mesmo afirmou: "O tempo está cumprido e o reino de Deus está próximo. Arrependei-vos e crede no Evangelho" (Mc 1.15).

Consumada a revelação de Deus em Cristo na cruz do Calvário, em Sua primeira vinda ao mundo, aguardamos AGORA nesse tempo onde a era presente e a era vindoura estão sobrepostas, onde o Reino de Deus invadiu o reino dos homens, onde o príncipe desse mundo foi derrotado na cruz pelo Príncipe da Paz, aguardamos a segunda vinda do Filho de Deus. Em Sua primeira vinda, realizou a mediação entre o homem pecador e o Deus santo através de Sua morte na cruz (1Tm 2.5). Em Sua primeira vinda, Ele inaugurou o fim dos tempos (Mc 1.15). Agora virá pela segunda vez, triunfante, glorioso e como JUIZ (Jo 5.27). Em Sua segunda vinda se dará o cumprimento do que viu o profeta Daniel ao interpretar o sonho de Nabucodonosor (Dn 2.44) e também na visão dos quatro animais (7.13,14,27), ou seja, Jesus Cristo virá, efetivará e confirmará Seu reinado universal (Ap 1.7; 19.11-21).

Seu Reino será para sempre o Reino da felicidade eterna de Seus redimidos, os quais resgatou com Seu próprio sangue. A esperança cristã é bela, é plena. A felicidade dos redimidos será incomparável e perpétua: "E os resgatados do Senhor voltarão; e virão a Sião com júbilo, e alegria eterna haverá sobre as suas cabeças; gozo e alegria alcançarão, e deles fugirá a tristeza e o gemido" (Is 35.10).

Todas as filosofias humanas, todas as ideologias, todas as cosmovisões, todos os humanismos enfim serão banidos da existência final dos redimidos. Aliás, obra na cruz já ofuscou tudo isso, e Ele está pondo todos os inimigos debaixo de Seus pés (1Co 15.25) inclusive o império e as potestades do mal (v.24). O último inimigo a ser aniquilado é a morte (v.26) e de fato TODAS AS COISAS SERÃO SUJEITAS DEBAIXO DE SEUS PÉS (v.27a).

A última manifestação plena da maldade está na pessoa infame do Anticristo. Antes da segunda vinda de Cristo, o iníquo, o homem do pecado, o filho da perdição, haverá de se manifestar (2Ts 2.1-3). Opondo-se ferozmente a Deus e a Seu bendito Filho e usurpando a adoração que só ao Senhor é devida, ele se apresentará como o verdadeiro Messias que os judeus que não creem em Jesus Cristo aguardam. E grande perseguição e mortandade promoverá para os judeus, cristãos e todos que se lhe opuserem. Mas seu reinado é curtíssimo. Ele será totalmente despojado de seu poder concedido pelo dragão, Satanás, quando Jesus aparecer em glória e o lançar vivo juntamente com o falso profeta no Lago de Fogo (Ap 19.20).

Estamos em meio a grandes acontecimentos que abalarão a estrutura da Terra. O profeta Isaías declara: "Eis que o Senhor esvazia a terra, e a desola, e transtorna a sua superfície, e dispersa os seus moradores." "Na verdade a terra está contaminada por causa dos seus moradores; porquanto têm transgredido as leis, mudado os estatutos, e quebrado a aliança eterna. Por isso a maldição tem consumido a terra; e os que habitam nela são desolados; por isso são queimados os moradores da terra, e poucos homens restam" (Is 24.1,5,6).

Jesus Cristo em seu sermão escatológico em Mateus 24 disse que muitas coisas sobrevirão ao planeta e aos seus moradores. Isto somente confirma a soberania de Deus sobre todo o universo, sobre todas as coisas criadas e que finalmente Ele reinvindicará num dia que determinou para julgamento através do Seu Filho: "Porquanto tem determinado um dia em que com justiça há de julgar o mundo, por meio do homem que destinou; e disso deu certeza a todos, ressuscitando-o dentre os mortos" (At 17.31).

Fica portanto confirmada a centralidade de Cristo na história humana. No que Ele fez ao entregar-se a Si mesmo pelos pecadores. Na vitória que alcançou e que está disponível para todo aquele que nEle crê (Jo 3.16).

Grande foi esta obra de Deus a favor do mundo. Única e insubstituível. Nada realmente há de se lhe acrescentar. Meditemos na excelência disso nas palavras sublimes do apóstolo Paulo:

"E, sem dúvida alguma, grande é o mistério da piedade: Deus se manifestou em carne, foi justificado no Espírito, visto dos anjos, pregado aos gentios, crido no mundo, recebido acima na glória" (1Tm 3.16).

E é esse Cristo glorioso e eterno dos Evangelhos que devemos pregar. Mensagem esta que é suficientemente poderosa para salvar tanto os que pregam como os que ouvem e creem igualmente.

Pense nisso.