quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

É bom parar agora para avaliar a vida com Deus......


Nada melhor para qualquer um de nós que servimos a Deus de fazer uma avaliação sincera de nosso andar com Ele, aproveitando o término de 2010. Leia o que vem a seguir e que isto possa ajudá-lo, caso estejas vacilando em sua comunhão como o Senhor.

Como estamos diante d'Aquele que vê a tudo e a todos (Hb 4.13)? É sincero e reto nosso coração para com nosso Deus (Jó 1.8; 2.3)? Estou procurando andar com sinceridade diante d'Ele em minha casa, não colocando coisa má diante de meus olhos (Sl 101.2,3)? Estou andando sinceramente, praticando a justiça e falando a verdade em meu coração (Sl 15.2)? Se vejo um ladrão, consinto com o que ele faz (Sl 50.18)? Tenho soltado minha boca para o mal e a minha língua tem composto o engano (Sl 50.19)? Tenho falado mal de meu irmão, de meu semelhante (Tg 4.11)? Afinal, estou sendo amigo de Deus ou amigo do mundo (Tg 4.4)?

Estou me sujeitando a Deus e tenho procurado resistir ao diabo (Tg 4.7; 1Pe 5.8,9)? Estou dando lugar ao diabo (Ef 4.27)? Estou falando palavras torpes (Ef 4.29)? Minha mente está sendo renovada diariamente perante Ele (Rm 12.2)? Estou de fato apresentando meu corpo para ser sacrifício vivo ao Senhor (Rm 12.1)? Estou me comunicando com as obras infrutuosas das trevas ao invés de condená-las (Ef 5.11)? Tenho procurado a prostituição, impureza ou cobiça, coisas essas que nem deveriam ser mencionadas (Ef 5.3)? Tenho também, de forma inconveniente para um cristão, falado indecências, conversas tolas, gracejos obscenos (Ef 5.4)? Tenho me despojado da ira, da cólera, da malícia, da maledicência, enfim, das palavras torpes em minha boca (Cl 3.8)? Tenho praticado a mentira (Ef 4.25; Cl 3.9)?

Estou realmente abstendo-me de toda aparência do mal (1 Ts 5.22)? Estou ponderando em trilhar o caminho estreito como disse o Senhor Jesus (Mt 7.13,14)? Amo de fato os meu inimigos, bendigo os que me maldizem, faço bem aos que me odeiam e oro pelos que me maltratam e me perseguem (Mt 5.44)? Estou vigiando e orando para não entrar em tentação, visto ser a carne irremediavelmente fraca (Mt 26.41)? Estou procurando pensar nas coisas lá do alto, onde Cristo está assentado à direita de Deus (Cl 3.1)? Como despenseiro dos mistérios de Deus, tenho sido encontrado fiel (1 Co 4.1,2)? Tenho tido invejas e também entrado em contendas e dissensões (1Co 3.3)? Tenho procurando andar em Espírito e assim não cumprir nenhuma das concupiscências da carne (Gl 5.16)? Estou usando da liberdade que tenho em Cristo para dar ocasião à carne (Gl 5.13)? Tenho crucificado minha carne com suas paixões e concupiscências (Gl 5.24)? Além da prostituição e da impureza, tenho procurado eliminar também de minha vida, a paixão, o desejo mau, e a avareza que é idolatria (Cl 3.5)?

Amado irmão, estes são alguns exemplos a fim de podermos fazer uma auto-avaliação diante de nosso Senhor. A Bíblia diz que devemos sim fazer um auto-exame: "Examinai-vos a vós mesmos, se permaneceis na fé; provai-vos a vós mesmos. Ou não sabeis quanto a vós mesmos, que Jesus Cristo está em vós? Se não é que já estais reprovados" (2Co 13.5).

"Aquele, pois, que sabe fazer o bem e não o faz, comete pecado" (Tg 4.17). Corremos perigos sim em nossa vida espiritual. Cristãos há que acreditam que o homem, uma vez salvo por Jesus, pode ficar tranquilo, ele nunca se perderá. Isto não é verdade. Claramente, cometendo pecado, ou seja, não fazendo o bem, ele se expõe, no caso de continuar desta forma, sem arrependimento, confissão e abandono do pecado (1Jo 1.9; Pv 28.13) a perder-se eternamente. Os exemplos do povo de Israel no deserto (1Co 10.1-13; Hb 3.1-19) são mais do que suficientes para esclarecer esta questão. Está escrito em Rm 6.1,2: "Que diremos pois? Permaneceremos no pecado para que a graça abunde? De modo nenhum. Nós, que estamos mortos para o pecado, como viveremos ainda nele?"

"Mas cada um é tentado quando atraído e seduzido por seu próprio desejo. Então o desejo, tendo concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, após se consumar, gera a morte" (Tg 1.14,15 - Almeida Séc. 21). Está dentro de mim e dentro de você um coração mau e pecaminoso (Hb 3.12). Temos uma natureza decaída. Jesus disse com exatidão como é o interior do homem e afirmou que estas coisas imundas, perversas e perniciosas são as que contaminam o homem perante Deus (Mt 15; Mc 7). Daí a importância crucial de purificação. Deus fala através de Isaías: "Lavai-vos, purificai-vos, tirai a maldade de vossos atos de diante dos meus olhos; cessai de fazer o mal. Aprendei a fazer bem; procurai o que é justo" (Is 1.16.17a). É imperiosa esta necessidade da limpeza espiritual em nossa vida.

Deixo esta reflexão, confessando porém que em muito do que está acima descrito, eu mesmo me enquadro. Tenho a minha cota de pecados. Preciso me consertar com Deus antes de entrar o novo ano. Quero trilhar novamente o estreito mas seguro caminho da fé em Jesus. E quero também perseverar na excelência de uma vida de renúncia pessoal. Gosto muito desta passagem em Isaías 32.8 na versão de Almeida Revista e Atualizada: "Mas o nobre projeta coisas nobres e na sua nobreza perseverará." É exatamente isto que almejo para o novo ano: viver em nobreza de alma, nobreza de pensamentos, projetando coisas nobres, belas, santas e sublimes, ficando cada vez mais longe do pecado e me achegando a Deus. Vivendo por Ele e para Ele, em santidade, vivendo em função única e exclusiva de Seu Reino, apressando o retorno de Jesus Cristo na anunciação do Evangelho e ajudando a edificar um povo Seu, especial, zeloso de boas obras (Tt 2.14).

É isto enfim que almejo. Impossível? Utopia? Nada disso. É perfeitamente factível. Basta crermos no Senhor e andarmos de fato com Ele. Como disse o apóstolo Paulo: "E o Senhor me livrará de toda má obra, e guardar-me-á para o seu reino celestial; a quem seja glória para todo o sempre. Amém" (2 Tm 4.18).

É assim que você deseja entrar em 2011? Então obedeça ao Senhor e junte-se a outros que como você assim também o farão. Garanto-lhe que é este exatamente o meu caso.

Pense nisso. E seja feliz com Jesus hoje e sempre. Amém!

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

A humildade e submissão de Cristo que a Igreja deveria ter


Hoje é dia 24 de dezembro de 2010 e em todo o mundo cristão comemora-se o nascimento de Jesus Cristo. Natal. Recordamos Seu nascimento humilde e despojado em uma estrebaria de Belém, e tudo o mais que cerca seu primeiro advento entre a humanidade. O Deus conosco, o Emanuel esteve entre nós para que consumasse a obra de salvação em nosso favor. Em tudo, desde seu nascimento, seu crescimento, seu ministério e vida adulta, sua paixão, morte e ascenção cumprindo muitas profecias do AT, podemos fazer um comparativo com a própria Igreja que ele fundou. Uma comparação que demonstrará muitas diferenças, apesar de a Igreja ser o Corpo de Cristo, conforme o NT (e.g. 1 Co 12.27; Ef 5.23).

O que exatamente queremos dizer com isso? É que o Senhor Jesus, por toda sua vida permaneceu humilde, santo e submisso ao Pai que o enviara (Jo 8.55). Todavia, com Sua amada Igreja, pela qual Ele deu Sua vida, não aconteceu da mesma forma. A Igreja de Jesus em seu começo realmente trilhara um caminho de humildade e submissão ao Senhor. Durante seus primeiros duzentos anos, com muita perseguição em seus calcanhares, os grupos de cristãos dispersos pelo Império Romano e a exemplo do apóstolo Paulo, combateram o bom combate e guardaram a fé (2 Tm 4.7) e completavam a carreira na maioria da vezes martirizados, sendo reputado isto pelo apóstolo Pedro como glorioso (1 Pe 3.13-17; 4.12-16).

Ser crente em Jesus nestes primeiros anos significava uma existência sobressaltada. Significava viver sem ter moradia certa, em perigos no campo e na cidade, em passar fome, frio e nudez. E em serem caluniados, atribuindo as autoridades constituídas todo o mal na sociedade aos seguidores do Nazareno e com isso sendo marginalizados cada vez mais. Muitos poucos escapavam de tudo isso. Mas a despeito deste panorama tão sombrio (aos olhos humanos), a Igreja crescia cada vez mais. Muitas pessoas de todas as classes sociais entregavam suas vidas a Jesus e o Evangelho transformava muitos dos antigos perseguidores em dedicados servos do Senhor Jesus.

Até aqui há uma semelhança com o próprio Jesus, no tocante à submissão a Deus e a humildade de vida. Era assim que a Igreja vivia nestes anos em que nem templos, que em nossa época está associado ao "ser igreja de Cristo", existiam. A Igreja de então se reunia nas casas, em cavernas, campos abertos ou qualquer outro lugar em que pudessem estar "dois ou três reunidos em Seu Nome". Perseguidos, sem status de cidadãos, marginalizados e martirizados, entretanto conservava a Igreja a santidade de uma vida pura e vivida realmente de acordo com o padrão do Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Mas, vieram tempos de cessar a perseguição, de pararem a mortes, de terminarem as mentiras das acusações infundadas contra os crentes em Jesus. Se no princípio a ascendência do Cristianismo foi insignificante, nestes novos tempos, a partir da "conversão" do imperador Constantino em 312, cessadas as perseguições, começa a fé cristã a galgar um destaque que antes não possuía. Muitos, principalmente das elites, começam a aceitar a fé em Cristo e lentamente começa a mudar a face da Igreja que antes "não tinha beleza nem formosura" (Is 53.2) assim como Jesus Cristo.

Passa o poder a ser cortejado e desejado na Igreja. A soberba toma lugar da humildade antes tão evidente em meio às perseguições. Posições de autoridade, ascenção na hierarquia eclesiástica (o clero) com um certo distanciamento dos demais cristãos. Prédios são construídos como lugares oficiais de culto. Torna-se desejável a pompa, os aparatos do clero, as aparências tão somente. Aquela primitiva comunidade de adoradores do Cristo ressurreto passa a dar mais valor a tudo isso e semelhantemente à tomada da arca pelos filisteus em 1 Sm 4.21, também foi-se a glória da Igreja por causa da aceitação do mundo e seus valores corrompidos e contrários ao Espírito de Cristo.

Tudo tornou-se diferente. Antes a resignação aos propósitos de Deus. Agora, a soberba em desejar o domínio sobre tudo e sobre todos, à revelia do conselho divino. Com o fim do Império Romano e o começo da Idade Média, o poder papal fica fortalecido e como consequência a Igreja que toma o nome de Católica Romana, realmente toma o lugar formado pelo vácuo pela queda do Império. Ela torna-se na verdade o grande poder que dominou este período da história, domínio este que infelizmente não se traduziu em almas salvas e ganhas para o Reino de Deus (com honrosas exceções) mas em exaltação de valores humanos contrários aos valores de Cristo.

À medida que a Igreja se afasta de imitar a Cristo como sempre deveria ter continuado a ser como nos primeiros anos de sua existência, afasta-se para mais longe da verdade doutrinária com as muitas invenções que papas e concílios introduzem no bojo do ensino cristão. Não houve uma mudança que deformou totalmente as doutrinas bíblicas, mas as que se efetivaram, foram suficientes para abrir um fosso de separação entre a fé dos primeiros anos e o que se aceitava como conteúdo cristão doutrinário no apogeu do Catolicismo na Idade Média.

Esta é a comparação que quis fazer neste texto entre a vida de Jesus Cristo e a vida da Igreja que Ele fundou. Mesmo no início do período de mudanças que começaram a ocorrer e continuando depois, ou seja, Idade Moderna e Contemporânea, a Igreja de Jesus, sempre teve seus "sete mil joelhos que não se dobraram a Baal", seu séquito de fiéis seguidores continuou em linha contínua desde os primeiros anos. O Senhor aqui e ali, sempre tinha aqueles que eram seus, que lhe devotavam total fidelidade, não importando a época ou o lugar. Inclusive, a igreja que se tornou majoritária a partir de Constantino, de perseguida passou a perseguir os verdadeiros servos de Deus, prova disso é o testemunho que a História nos dá. É só lembrarmos do infame tribunal da Inquisição, por exemplo. Ou de cristãos valorosos como Savonarola, Huss ou Tyndale que pagaram com suas vidas o preço de permanecerem fiéis ao Senhor e à Sua Palavra, recusando-se a aceitar o que se aceitava como verdadeiro "cristianismo" em sua época.

E Deus continua trabalhando, através do Espírito Santo, para que a Igreja, aqui e ali, ou seja, em qualquer lugar do mundo em que hajam discípulos verdadeiros, que Lhe sejam fiéis e obedientes à Sua Palavra, possa ser como seu humilde Senhor e fundador, Jesus Cristo. Lembremo-nos neste Natal de como foi humilde a vinda de Jesus a esse mundo e de que Ele viveu toda Sua vida nesta humildade e em plena obediência ao Pai até Sua morte, e morte de cruz. Assim idealmente é como sempre a Igreja deveria ter vivido. No coletivo e no individual somos chamados para assim viver. Humildes discípulos de Jesus Cristo a testemunhar em um mundo carregado de soberba e insubmissão a Deus.

Pense sobre isso nesta celebração de Natal. Que Deus te abençoe.

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Intimidade com Deus, ainda a prioridade.....


Somos chamados para ter intimidade com Deus muito mais do que para fazer a obra de Deus. Aliás, somente estando em plena comunhão e desfrutando de intimidade com o Pai, é que nos habilitaremos para fazer Sua obra. Somente quando derramamos nosso coração perante Ele, quando de fato adentramos ao Santo dos Santos e gozamos de sua amorável Presença, é que estaremos condicionados e comissionados a realizar aquilo que Ele planejou, tendo nós como Seus instrumentos afinados.

Entendamos que nos dias agitados que ora vivenciamos, é crucial, é fundamental, é imprescindível separar tempo de qualidade na presença de nosso Pai celestial. Jesus falou sobre isso ao dizer que devemos entrar em nosso quarto e buscá-Lo (Mt 6.6). O Salmo 105.4 diz assim também: "Buscai ao Senhor e a sua força; buscai a sua face continuamente." Neste tempo de pragmatismo que teima em nos enredar, que faz com que sejamos ativistas e não buscadores de Deus, necessária se faz a palavra de cautela: Deus anela ver-nos a Seus pés a buscá-lo porque quer nos ensinar a melhor serví-Lo. Por isso diz também o Salmo 32.8: "Instruir-te-ei, e ensinar-te-ei o caminho que deves seguir; guiar-te-ei com os meus olhos."

A maior riqueza que o cristão deve possuir é a riqueza de desfrutar de intimidade com Deus. Isto é possível? Sim, toda a Bíblia dá testemunho disso, desde a Criação até a Nova Jerusalém no livro de Apocalipse onde se diz que ali os servos de Deus verão o Seu rosto (Ap 22.4). Deus criou o homem para que este pudesse desfrutar de comunhão com Ele. O pecado afetou esta relação, mas o próprio Deus através de Jesus Cristo procurou sanar esta aberração porque não foi o homem criado para viver fora da comunhão com Seu Criador, mas ter comunhão com Ele, realizando sua humanidade plenamente n'Ele, completando-se n'Ele.

A Igreja de Jesus idealmente deveria ser o lugar onde os afetos de comunhão plena com o Pai fossem grandemente ensinados e estimulados. Isto infelizmente em certos grupos de seguidores de Jesus passa longe do ideal. Muitos cristãos são ensinados a relacionarem-se com o Pai em virtude das benesses que poderiam obter nesta relação. Isto é preocupante, vindo justamente do lugar onde o homem pudesse ter a ambiência e ensino necessários para que aprendesse a se relacionar adequadamente com seu Criador e Redentor. Mas louvamos a Deus que nem todos os cristãos relacionam-se com o Senhor desta maneira utilitarista.

Quando Satanás lançou dúvidas de que Jó somente se relacionaria com Deus em virtude das vantagens que este relacionamento pudesse lhe proporcionar, prontamente Deus aceitou o desafio e permitiu que Seu servo fiel fosse tocado por Satanás para ser afligido de horrenda enfermidade. Note-se que em nenhum momento Deus titubeou, se é que podemos dizer assim, em permitir a provação mais extrema de Jó, porque o Senhor sabia que a fé de seu servo era de fato verdadeira bem como a motivação de seu coração, ou seja, ele tinha comunhão com Deus por nada, ou seja, ele relacionava-se com Deus por quem Deus era e não das bençãos ou vantagens que obteria nesta relação. Jó queria a Deus mesmo e não o que Deus pudesse lhe dar.

Esta lição carece de ser ainda aprendida por muito de nós em nossos dias em que estão prevalecendo conceitos de utilitarismo nas relações humanas em alto grau. Predominam somente os interesses, as vantagens pessoais. Não se faz um favor ou se presta uma ajuda a alguém de forma desinteressada. Se eu não tiver alguma vantagem não vou me incomodar com meu semelhante. Ele que se dane.

Assim também muitos de nós temos agido com Deus. Não vou serví-lo em troca de nada. Ele tem de me abençoar. Tem de me dar isto ou aquiloutro. Eu já o sirvo há algum tempo, todavia se Ele não me der "aquela" benção vou sair da igreja, vou para o "mundão" vou fazer o que tiver vontade, para que fazer todo este sacrifício em ser um "crente" se Deus não me dá nada.........

Deus ainda espera que nos convertamos a Ele somente. Não é uma conversão às bençãos mas ao Doador das bençãos. Deus é generoso. Deus é bom. Não negará bem algum aos que andam em retidão. O cristão será riquíssimo se procurar somente a intimidade com o Pai priorizando isto em detrimento de qualquer outra pessoa ou coisa.

A fonte da verdadeira alegria e realização do homem está em Deus. Por meio de Jesus Cristo, pode ele agora dessedentar-se integralmente nesta fonte, neste manancial. Se você já conhece ao Senhor mas ainda não descobriu isso, se apresse em fazê-lo. Você descobrirá como é maravilhoso o Deus a quem está servindo. Se você ainda não entregou seu coração a Cristo, ao fazê-lo irá experimentar a coisa mais maravilhosa que é para o homem, andar com seu Criador todos os dias e experimentar a benção desta companhia sem igual, de alguém que profundamente te conhece e que tem a capacidade única de preencher seus anseios e dúvidas.

Faça de sua vida uma vida singular de intimidade com seu Criador. A Bíblia te orientará nisto. Seja íntimo de Deus agora mesmo. Busque Sua presença sem demora.

Pense nisso.

sábado, 11 de dezembro de 2010

Teologia Sistemática: Porquê?


Tenho grande apreço pelos estudos teológicos. Acredito que todo crente em Jesus Cristo, independentemente de sua condição intelectual ou denominação particular deveria participar de estudos teológicos frequentes. Isto porque a mente humana está constituída de tal forma que há um afã no desejo de conhecer, de indagar, de buscar compreender as causas e as razões de tudo o que lhe rodeia. Logicamente pessoas há que tem este desejo de apreensão de conhecimento em mais alto grau do que outras. Mas todos buscam a seu modo, razões para seu cotidiano. Explicações para sua vida e dos fatos que lhe rodeiam. E em se tratando do cristão sincero, que realmente teme ao seu Senhor, ele espera conhecê-Lo melhor a cada dia.

As verdades que o cristão necessita tomar conhecimento encontram-se na Bíblia. Estas verdades ou doutrinas bíblicas devem ser conhecidas e relacionadas com outras doutrinas igualmente bíblicas, assimiladas e demonstradas em sua harmonia e consistência. Somente assim, a Palavra de Deus se mostrará realmente relevante e condizente para o homem pecador. Ela trará à lume a verdadeira revelação de Deus sobre o estado do ser humano e o que o Senhor fez para resgatá-lo de sua condição desesperadora.

A Teologia Sistemática exatamente aí têm o seu nascedouro. Os fatos bíblicos sobre Deus, o homem, o mundo, Jesus Cristo, enfim, estão de tal forma dispersos nos relatos dos 66 livros da Bíblia, que se torna necessário um sistema, ou, uma sistematização desses fatos para sua melhor compreensão e apreensão. Saber meramente sobre estes fatos, por exemplo, de que Jesus Cristo nasceu de uma virgem em uma pobre estrebaria na cidade de Belém da Judéia há 2.000 anos atrás, é algo por demais isolado e superficial. Mas, saber porque Ele veio ao mundo, as razões de seu nascimento e o contexto em que isso se deu, é algo sumamente mais profundo. Para tanto, tornar-se-á imprescindível um sistema para melhor compreensão de tudo isso. Charles Hodge, teólogo reformado em sua excelente Teologia Sistemática (Hagnos, 2003, p. 2) diz: “Não podemos saber o que Deus revelou em sua Palavra a menos que entendamos, pelo menos em uma medida plausível, a relação em que as verdades dispersas nela compreendidas mantém umas com as outras.” Realmente, como disse Hodge, a necessidade de correlacionar as verdades doutrinárias que estão espalhadas pelos livros da Bíblia, demanda uma sistematização.

A mente pós-moderna não suporta tal ideia de sistematização de assuntos. Mais particularmente, o teólogo pós-moderno aceita uma premissa básica e nunca vai além disso. Por acreditar que tudo está fluindo e nada é definitivo, por acharem que existem várias verdades igualmente válidas, negam-se a fazer definições preferindo que tudo fique em aberto. A verdade teológica para eles é apenas mais um discurso como outros igualmente válidos existentes no mundo atual. Por isso, rejeitam a Teologia Sistemática, porque esta é definidora por natureza, atendo-se ao que é revelado por Deus em todas as páginas das Escrituras do Antigo e Novo Testamento.

Desconsideram a estabilidade e a perenidade da Palavra de Deus. E muitos outros cristãos nutrem um grande asco pelo pensamento claro e sistemático. Acham que a Teologia Sistemática é limitante entendendo que os teólogos estariam colocando Deus numa “fôrma” adequando-O aos seus sistemas teológicos. Dependendo de como o estudo e ensino da Teologia têm se conduzido, isto poderá até ter um fundo de verdade. Deus de fato não pode ser contido pelos esquemas e sistematizações humanos. Deus é um Ser livre e como tal, faz o que quiser e como bem lhe aprouver. Mas esta liberdade de Deus não contradiz Sua própria Palavra. E é isso que teimam em não entender, que Ele vela pela Sua Palavra para a cumprir (Jr 1.12). O fato da Revelação de Deus, o que Ele resolveu trazer à lume, Seus ensinamentos sobre tantos e variados aspectos serem arranjados em um sistema para melhor compreensão do homem, não deve ser entendido como limitador do agir de Deus. Ou como algo que não permitiria perceber a liberdade que o Senhor possui, a Sua soberania em fazer o que Lhe apraz.

Repudio veementemente os que hoje em dia rejeitam o estudo teológico sistemático. Não consigo compreender como eles formulam a verdade bíblica sem uma unificação e sistematização do conhecimento. Acumulam fatos sobre Deus e as demais verdades bíblicas. Mas são irracionais para a plena compreensão destes assuntos de forma coerente e racional. Alguns dizem que a racionalidade não é “coisa de Deus”. Ora, Deus é um Ser inteligente. Que por sua vez criou de forma inteligente o mundo e pôs nele criaturas inteligentes como Ele próprio, os seres humanos. E que estes seres humanos foram criados de tal forma que possuem um afã de compreender o mundo que os rodeia. Desejam saber o porque das coisas, porque elas são o que são. Isto porventura não nos fala claramente de que somos seres racionais, que usamos nosso entendimento e que isto provém do próprio Ser inteligente e racional que tudo isto criou?

É H.C.Thiessen quem nos diz: “A mente não se satisfaz em descobrir certos fatos a respeito de Deus, do homem, e do universo: ela deseja conhecer as relações entre essas pessoas e coisas e organizar suas descobertas em forma de um sistema.” Citando James Orr, diz-nos ainda: “Ela (a mente) não se contenta com conhecimento fragmentado, mas tem constantes a tendência de passar dos fatos para leis, de leis para leis mais elevadas, e destas para as generalizações mais elevadas possíveis” (Palestras em Teologia Sistemática, Imprensa Batista Regular, 1989, p. 7).

O pragmatismo de hoje, em que muitos pastores e igrejas desejam tão somente crescimento numérico sem aprofundamento adequado na fé mediante o conhecimento bíblico-teológico de forma sistematizada, têm produzido levas de cristãos extremamente superficiais e inclinados a aceitar os “ventos de doutrinas” que assolam nossos arraiais. Muitos destes líderes sequer tem um culto de ensino bíblico sistemático e abalizado em suas congregações. Enfatizam as chamadas “celebrações” com muita música e outros atrativos em detrimento da sã doutrina.

Da mesma forma, desdenham dos seminários de ensino teológico. Alegam que o líder ou obreiro é formado “em casa”, ou seja, na própria igreja. Reconhecemos que muitos seminários ou faculdades de ensino teológico, perderam sua razão de ser porque permitiram que o secularismo adentrasse em suas salas. Muitas destas instituições “tem forma de piedade, mas negam a eficácia dela” (2 Tm 3.5). E que os formandos destas ditas instituições de fato poderão prestar um desserviço à causa do reino. Mas existem instituições sérias e zelosas dos princípios bíblicos e que muito ajudam à causa do Evangelho, contribuindo para a formação de homens e mulheres comprometidos com Deus e com a verdade bíblico-teológica. Que estudam de forma sistemática as doutrinas bíblicas e tem um padrão de formação e erudição bíblica que é de muita valia para a igreja local.

Como disse Thiessen em seu livro supra, torna-se necessária a Teologia e esta de forma sistemática por causa: 1) Do instinto organizador de nosso intelecto; 2) Da natureza difundida da descrença em nossos dias; 3) Da natureza das Escrituras; 4) Do desenvolvimento de um caráter cristão inteligente; 5) Das condições para o serviço cristão eficaz (idem, pp 7-9).

Diante de tudo isso, gostaria que você, caro irmão, quer seja pastor, líder ou até estudante de Teologia, considerasse a importância fundamental da ciência teológica. Eu disse ciência porque antigamente a Teologia era considerada de fato a rainha das ciências. E a Teologia Sistemática era considerada a coroa da rainha. Mas muitos negam hoje de que a Teologia possa ser ciência. O Dicionário Aurélio define ciência como conhecimento ou saber que se adquire pela leitura e pela meditação; conjunto de conhecimentos coordenados relativamente a determinado objeto. Porque então este preconceito em não se considerar o estudo teológico como ciência? Poderíamos reescrever a definição de Aurélio da seguinte maneira: Conhecimento ou saber teológico que se adquire pela leitura e pela meditação; conjunto de conhecimentos coordenados relativamente a determinado objeto (a Bíblia Sagrada, neste caso).

Tenho ânsia de saber. O saber teológico-sistemático. É este saber ou ciência que leva-me a conhecer de forma mais adequada a Deus. A Sua Revelação não se deu num vácuo. Ela nos veio exatamente porque somos criaturas criadas à Sua imagem e semelhança e usamos nossas faculdades mentais no exame adequado desta Revelação. Cremos piamente que a melhor forma de apreender o que Deus nos revelou (evidentemente com a ajuda do Espírito Santo) é através da Teologia Sistemática. Portanto, repudiamos a todo estudo teológico que não se coaduna com o método sistemático de coleta de dados escriturísticos, comparando Escritura com Escritura e isto de forma exaustiva. De fato não é um trabalho fácil. Como estamos em uma era de facilidades e comodidades, deve estar aí a razão para o desprezo que tantos demonstram para com os estudos bíblicos-sistemáticos ou doutrinários.

Teologia é para ser pensada. E produzirá resultados em sua vida que inclusive o levarão ainda para mais perto de Deus, autor e doador de toda boa dádiva e de todo dom perfeito (Tg 1.17). Jesus disse assim: “E a vida eterna é esta: que te conheçam, a ti só, por único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste” (Jo 17.3). Estudar sistematicamente as doutrinas da Bíblia é o caminho adequado para todo o que deseja conhecer a Deus cada vez mais.

Pense nisso.

sábado, 4 de dezembro de 2010

Precisamos de uma experiência de glória

Se há algo que é de muita valia para o cristão é de uma experiência mais profunda com Deus. O episódio da transfiguração do Senhor Jesus em Mt 17.1-9 aqui é o nosso parâmetro. Jesus e seus discípulos vinham de um trabalho ministerial exaustivo. Estavam em Cesaréia de Filipo (16.13) e passada uma semana, conduziram-se a um alto monte, que segundo alguns estudiosos, bem pode ser o conhecido monte Hermon. Ali o Senhor transfigurou-se diante deles. Sua glória foi revelada aos três discípulos que ali estavam. O ambiente transformou-se, e não apenas o Senhor. Ali, podemos assim dizer, o céu “baixou” e eles encontravam-se na presença imediata e bendita do Senhor de todo o Universo. Também dois ilustres servos de Deus, Moisés e Elias, ali comparecem e dialogam com Jesus. Era realmente um momento de grande glória e emoção. Tanto que Pedro falou o que desejava fazer mas sem todavia compreender a magnitude e a natureza daquele evento majestoso.

Eu creio que precisamos de uma experiência com o sublime. Precisamos de uma experiência com o inefável. Precisamos ser revestidos da glória so Senhor.

Notemos que aqueles homens e Jesus, saíram das experiências corriqueiras de seu cotidiano e retiraram-se para um local isolado. Neste caso, um alto monte. Isso deve ser ponderado. Sair de nosso lugar comum, distante da agitação própria da vida moderna e buscar a Presença de Deus, fará uma diferença enorme e acrescentará qualidade e aprofundamento em nosso relacionamento com o Senhor.

Não queremos dizer com isso que, necessariamente, este lugar retirado tenha de ser literalmente um “alto monte”. Mas pode ser qualquer lugar em nosso mundo em que possamos nos retirar e estar a sós com Deus. Jesus disse em Mt 6.6 que devemos entrar em nosso aposento e buscar a Deus. Este lugar tanto pode ser o nosso próprio quarto de dormir como o banheiro da empresa em que trabalhamos, por exemplo. O que importa é considerar em si o ato da “retirada para um lugar secreto e isolado”. Isto deve ser plenamente considerado.

Pergunta-se: Semelhantemente como em Mt 17, o céu poderá “descer” até nós? Sim e não. Como? Nem sempre apraz a Deus manifestar-se de uma forma que diríamos “espetacular”. Nem sempre haverão “rostos resplandecentes como o sol” e “vestidos brancos como a luz” (17.2). Diríamos que, na grande maioria das vezes, o Senhor se manifestará no silêncio. Mas nem por isso deixa de ser uma real experiência de glória. Agora, quando tivermos uma manifestação visível, palpável, sempre deveremos lembrar as palavras sábias do apóstolo Paulo em 2Co 12. Ele fala que efetivamente fôra arrebatado ao terceiro céu e tanto viu como ouviu palavras inefáveis. Mas o que se destaca nesta passagem é a humildade cuidadosa de Paulo em não declarar abertamente que era ele mesmo quem havia sido arrebatado à Presença de Deus. A experiência de glória desta forma explícita pode ter o condão de mexer com nossa vaidade humana.

Mas mesmo diante desta possibilidade, reafirmamos a importãncia singular deste componente para a vida do cristão. O profeta Isaías foi outro exemplo desta experiência com o sublime. No capítulo 6 de seu livro, lemos que o profeta “viu o Senhor assentado sobre um alto e sublime trono.” Viu igualmente serafins ao redor d’Ele. Embora considerando-se impuro (v.5) assim como ao seu proprio povo, Deus ainda assim revelou-se ao seu servo, purificou-o (vs 6,7), fez um apelo ao profeta, imediatamente correspondido (v.8) e então O comissionou (v.10). Mas tudo isso teve seu começo com a visão inicial de Deus, ou seja, de uma experiência de glória.

Outro profeta que também teve esta bendita experiência foi o profeta Ezequiel. Teve uma visão tremenda do Senhor em sua Glória, viu rodas cheias de olhos, viu seres viventes, viu o trono do Onipotente. Ezequiel foi inundado desta magnifíca glória. Mas, notemos que o profeta, um mero ser humano, não pôde ficar de pé diante da visão desta glória inaudita. Caiu sobre o seu rosto. Mas o Senhor ordenou que se levantasse e falou-lhe, comissionando-o assim como fez com Isaías para que fosse seu mensageiro entre os judeus rebeldes (Ez 1.1-28; 2.1-8).

Irmãos, creio que todo crente em Jesus Cristo, mais cedo ou mais tarde, deverá ter uma experiência deste porte em sua vida e ministério. Digo todavia, que esta experiência, este marco que se consolidará nele, não tem de ser exatamente igual ao que acabamos de ler como na transfiguração de Jesus ou como nas visões de Isaías e Ezequiel. Mas eu creio que devemos esperar de alguma forma a manifestação definida e específica de Deus para nós. Não estou fazendo disso uma regra. Não estou pontificando de que toda nossa vida com Deus esteja concentrada ou que esteja convergindo para este ponto, necessariamente. Mas creio que o Senhor tem interesse em marcar a vida de Seus servos com um encontro significativo e inesquecível.

Poderíamos ainda citar mais três exemplos para corroborar nossa tese. Jacó (Gn 32.22-32), Moisés (Ex 3 e 4) e Elias (1Re 19.8-21). Jacó lutou com o Anjo do Senhor em Jaboque e ali sua vida e seu nome foram transformados, Moisés viu a maravilha que era um arbusto arder e não se queimar e através disto encontrou-se com Deus e sua vida foi reorientada para atender ao chamado divino e Elias, com temor das perseguições da perversa Jezabel, reanimou-se no Senhor após ouvir uma “voz mansa e delicada”. Interessante nesta passagem é que antes de ouvir a voz do Senhor, três fenômenos naturais com toda sua intensidade que poderiam levar o profeta Elias a entender que por causa da potência daqueles elementos, o Senhor estaria ali, manifestando-se daquela forma: um forte vento, um terremoto e um fogo. Nenhum deles. A experiência de glória de Elias aconteceu por meio da voz mansa e delicada que ouviu.

Assim, quer seja de forma deslumbrante, espetacular, apoteótica, ou, simples, tranquila, suave, reputamos como deveras importante um encontro diferenciado com o Senhor que seja singular, significativo, transformador e único para todos aqueles que dispuserem seu coração e sua vida para serem inteiramente d’Ele e serem usados por Ele para a Glória devida ao Seu Nome.

Pense nisso e que o Senhor permita que entremos em Sua presença, em Seu santuário, que tenhamos uma experiência de glória e que nunca mais sejamos os mesmos a partir de então. Amém!

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

A bela e eficaz ação do Estado: Respira Rio!


Parabéns! É o mínimo que devemos pronunciar com relação à ação dos governos do Estado do Rio de Janeiro e do Governo Federal no sentido de reagir à onda de violência que vem tornando cada vez mais caótica a vida na cidade do Rio de Janeiro. Os traficantes resolveram partir para uma ação de intimidação, queimando veículos nas ruas e com isso as autoridades constituídas não deixaram por menos e partiram para uma acertada reação.

Todo o efetivo das polícias Militar e Civil foi colocado em prontidão e contam com a preciosa ajuda das polícias Federal e Rodoviária Federal além da Marinha e Aeronáutica, por meio dos blindados do Corpo de Fuzileiros Navais e helicópteros da Aeronáutica e também do Exército para conter a sanha dos meliantes. Nas ações que foram a efeito, o BOPE (Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar) que coordenava a linha de frente contra os marginais, conseguiram com a ajuda dos blindados dos FN, tomar a Vila Cruzeiro no bairro da Penha no Rio de Janeiro e puseram em fuga centenas de "soldados" do tráfico que bandearam para as favelas do Complexo do Alemão. O comandante da Polícia Militar do Rio de Janeiro garantiu em entrevista que vai atrás de todos eles e outro oficial disse que agora da Vila Cruzeiro a Polícia Militar não saíra mais.

Como alguém natural do estado do Rio de Janeiro, mas já há alguns anos morando fora da cidade, sei muito bem sobre a apreensão e medo dos moradores nos bairros cariocas. Gostei muito da ação do Estado, uma verdadeira operação de guerra, à altura das barbaridades cometidas pelos traficantes que consideram as favelas territórios particulares e que devem sentir a partir de agora a pesada mão do Estado para desentocá-los de seus redutos. Em entrevista, o presidente Lula disse que não é possível que 99% da população constituída de gente trabalhadora e que quer viver em paz, seja perturbada por 1% de gente que quer viver na marginalidade.

Certamente a esmagadora maioria dos cariocas procura trabalhar com afinco, ganhado o pão de cada dia com suor e dedicação. Muitos, espremidos em trens lotados, em ônibus e metrô, correm atrás de seu sustento com toda dignidade apesar das dificuldades da cidade grande e populosa. Mas, infelizmente, há uma parcela mínima de pessoas que vivem à margem da sociedade e acham que levam vantagem em comercializar drogas e em atormentar a vida de seus concidadãos com atos de violência de todo tipo.

Segundo se apurou, a violência que marcou a vida da cidade nesta semana se deve a ordens dos chefes do tráfico que estão em presídios de segurança máxima fora do estado do Rio e que teriam mandado executar a ordem de atacar veículos ateando fogo aos mesmos para insuflar um clima de medo e apreensão na população e de tentar pressionar as autoridades constituídas.

Mas o que estamos vendo é uma ação bem orquestrada com o emprego dos meios lícitos para reprimir aos bandidos. A tomada das favelas representa tirar desses elementos marginais o seu território. Feito isso, eles ficam desarticulados e desorganizados. É neste momento que a ação deve ser ainda mais intensificada e pelo que se tem percebido, é precisamente esta a direção que as autoridades por meios das forças militares devem seguir: continuar pressionando e avançando sobre os traficantes para conquistar-lhes os territóritos que pretensamente julgam ser seus.

Como ex-militar, só tenho que elogiar o que estou assistindo. Os homens da Polícia Militar, em especial do BOPE não mediram esforços para reconquistar a Vila Cruzeiro. Um coronel, com 27 anos de serviços prestados à corporação, disse que desde sempre a Vila Cruzeiro esteve sob domínio dos traficantes. Era uma questão de honra portanto, a conquista daquele lugar das mãos dos meliantes, não por uma mero desejo de conquista, de vingança contra os marginais, mas em nome da população de bem que vive naquela comunidade. Para todos as pessoas dessa região e de outras na cidade, é um alívio quando a polícia age com correção e consegue livrá-los da opressão dos traficantes e bandidos.

Embora esteja elogiando estas ações, devemos lembrar que o Estado em parte é o responsável por este estado de coisas. O Estado do Rio de Janeiro teve muitos governos, que reputo como desgovernos, no sentido de deixar de fazer-se presente nestes locais de favelas com infraestrutura, saneamento básico, áreas de lazer, policiamento ostensivo durante 24 horas, creches, escolas e saúde de qualidade, enfim, tudo que pudesse e devesse ser feito para que a cidadania fosse exercida em sua plenitude. Logicamente, mesmo com tudo isso, poderiam haver ocorrências policiais, infração da lei, crimes enfim. Mas não chegaríamos ao estado em que se encontrava a Vila Cruzeiro por exemplo, totalmente entregue aos traficantes. Foi ali, de triste memória, o local em que foi assassinado o jornalista da Rede Globo de Televisão, Tim Lopes, que investigava as denúncias de que os traficantes promoviam bailes funk e abusavam sexualmente de meninas menores de idade. Tim foi morto em 2002, pelos bandidos que o torturaram impiedosamente e o executaram na parte mais alta da favela.

Agora, necessário se faz o uso de todo este aparato bélico para conter e reprimir os traficantes que usam armas de guerra de grosso calibre. Para se ter uma ideia disto, o FAL - sigla do fuzil automático leve, exclusiva das forças armadas, é uma das armas utilizadas pelos soldados do tráfico e que tem grande potência. Este fuzil pode disparar 700 tiros por minuto, com a velocidade do projétil a 840 metros por segundo e um alcance de 3.800 metros. Além desta arma, outras não menos potentes estão nas mãos destes elementos que não hesitam em utilizá-las. Por isso é que a ação das forças militares deve ser precedida de cuidadoso planejamento a fim de preservarem a sua integridade física e dos civis.

Gosto sempre de relembrar que, toda ação das forças militares do Estado, deverá estar rigorosamente respaldada na lei. Até porque, a lei maior que é a lei de Deus, prevê que as autoridades poderiam usar a força se isso fosse necessário. Na Epístola aos Romanos cap. 13 versos 1 a 7, claro está o fato de serem instrumentos de Deus para porem ordem na sociedade e punirem o mal. Gostaria de citar na íntegra conforme a versão de Almeida Séc. 21:

"Todos devem sujeitar-se às autoridades do governo, pois não há autoridade que não venha de Deus, e as que existem foram ordenadas por ele. Por isso, quem recusa sujeitar-se à autoridade opõe-se à ordem de Deus, e os que fazem isso trarão condenação sobre si mesmos. Porque os governadores não são motivo de temor para os que fazem o bem, mas sim para os que fazem o mal. Não queres temer a autoridade? Faze o bem e receberás o louvor dela. Porque ela é serva de Deus para o teu bem. Mas, se fizeres o mal, teme, pois não é sem razão que ela traz a espada, pois é serva de Deus e agente de punição de ira contra quem pratica o mal. Por isso é necessário sujeitar-se a ela,não somente por causa da ira, mas também por causa da consciência. Por essa razão também pagais imposto; porque eles são servos de Deus, para atenderem a isso. Dai a cada um o que lhe é devido: a quem tributo, tributo; a quem imposto, imposto; a quem temor, temor; a quem honra, honra."

Portanto, penso que nós como servos de Cristo, deveremos apoiar a ação do Estado mediante esta palavra em Romanos, até o ponto em que eles não transgridam a própria lei do Senhor. Quando uma autoridade comete injustiças já não estará mais se colocando como serva de Deus, conforme escreveu o apóstolo Paulo no verso 4, mas se igualará aqueles que se propõem a combater, os que vivem na marginalidade. As polícias e demais forças militares envolvidas nesta mega-operação sempre deverão ter uma postura de lisura. Se necessário for durante a operação neutralizar um meliante, matando-o, que seja no estrito cumprimento do dever legal, ou seja, para defender a própria vida ou de terceiros.

Por fim, intercedamos ao Senhor de toda a terra pela cidade do Rio de Janeiro. Este estado de coisas creio que já durou mais do que devia. Realmente é hora do basta. Que as autoridades constituídas por meio de suas forças de segurança, assumam plenamente uma posição de força fazendo com que a legalidade seja plenamente restaurada nessas regiões infestadas de bandidos. Que eles sejam capturados vivos, julgados, condenados e recebam penas exemplares. Que este seja o alvo cogitado por todos os envolvidos nestas ações. E tudo isto não somente por causa da Copa do Mundo em 2014 ou das Olimpíadas em 2016, mas porque o estado de ordem e de direito deve ser restabelecido. Isto é a vontade do próprio Deus conforme o texto de Romanos 13 deixa bem delineado para todos nós.

Convido todos a pensarem sobre isso.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Trânsito que mata e que aleija, o que fazer?

Não dá para olhar esta imagem e deixar de pensar na verdadeira calamidade que ocorre todos os dias nas estradas do Brasil. Neste caso, foi um acidente ocorrido na manhã de hoje, 22 de novembro, na estrada que liga Sorocaba a Itu interior de São Paulo onde o veículo da foto chocou-se frontalmente com outro causando a morte de seus dois ocupantes, um casal.

Preste bem atenção nestes números:

* 42.000 pessoas morrem por ano vítimas de acidente de trânsito no Brasil.

* 24.000 pessoas morrem em razão de acidentes nas estradas.

* 13.000 morrem no local do acidente e 11.000 são feridos graves que morrem posteriormente.

Ocorrem pelo menos 723 acidentes por dia nas rodovias pavimentadas brasileiras. Média de 30 por hora ou 1 a cada 2 minutos.

65 pessoas morrem por dia em virtude de acidentes nas estradas.

A cada 40 minutos uma pessoa morre num acidente nas rodovias e 411 pessoas ficam feridas por dia em acidentes nas estradas. Destas pelo menos 30 morrem em decorrência dos ferimentos.

A cada hora 17 pessoas ficam feridas em acidentes nas estradas.

Caso todas as vítimas de acidentes fossem colocadas deitadas no asfalto, teríamos praticamente uma pessoa por quilômetro de rodovia pavimentada, sendo um ferido a cada 1.100 metros e um morto a cada 7 km.

Estas estatísticas foram retiradas do site www.estradas.com.br no link SOS Estradas. E são dados que se constituem em números aproximados porque acredito que o número de vítimas pode ser maior. Irresponsabilidade ao volante, cansaço, veículos sem a manutenção devida (freio gasto, pneus carecas), estradas em péssimas condições, enfim, são todos fatores que combinam-se para este verdadeiro morticínio que acontece todos os dias.

Necessário é que cada condutor de veículos neste imenso país, onde o transporte de pessoas e mercadorias é feito em sua imensa maioria por veículos automotores, leve muito a sério sua atividade. O veículo automotor pode ser uma arma de altíssima letalidade e de fato assim tem sido diante das estatísticas que tomamos conhecimento a pouco.

Acidentes não acontecem por "acaso", por obra do "destino" ou por "azar". Quando acontecem, sempre se constatará falha humana ou mecânica. Acreditamos piamente que, na imensa maioria das vezes, os acidentes aconteceram devido a fatores puramente humanos. Estima-se que 10 bilhões de reais sejam despendidos todos os anos pelos prejuízos dos acidentes. Dinheiro esse que poderia ser utilizado de outra forma para beneficiar aos brasileiros.

Há riscos e perigos que todos nós estamos sujeitos no trânsito e estão relacionados com os veículos, os condutores, as vias de trânsito, o ambiente e o comportamento das pessoas.

Os veículos deveriam passar por manutenções periódicas e preventivas porque todos nós sabemos que os sistemas e componentes de um veículo se desgastam devido o uso. Fazendo isso, o proprietário do veículo gera economia e estará evitando acidentes de trânsito.

Os condutores devem evitar o desgaste físico relacionado à maneira inadequada de sentar e dirigir. Isto aumenta a segurança para todos. Importante também citar que o uso do álcool, drogas e não dormir ou dormir mal faz com que diminua a concentração e os reflexos do condutor. Celulares, rádios e outros mecanismos também contribuem para o déficit de atenção.

As vias de trânsito. Todo motorista deve estar atento à velocidade permitida nas vias, muita atenção com curvas, aclives e declives, ultrapassagens (ítem importantíssimo, sua observância indevida já causou muitos acidentes com mortos e feridos), estreitamentos de pista, acostamentos, atenção também às condições da pista de rolamento, como buracos, elevações, inclinações ou alterações do tipo de piso que podem desestabilizar o veículo e provocar perda do controle do mesmo. Trechos escorregadios, sinalização, calçadas ou passeios públicos (que são espaços do pedestre), árvores e/ou vegetação e cruzamento entre vias, são ítens que todo condutor responsável deve bem atentar.

O ambiente. Sabe-se que as condições climáticas podem afetar a segurança no trânsito. Esteja atento a estas condições para que seja garantida sua segurança e dos demais usuários da via: 1- Chuva; 2- Aquaplanagem; 3- Cerração ou neblina (sob neblina use luz baixa do farol e reduza a velocidade) ; 4- Vento; 5- Fumaça proveniente de queimadas; 6- Condição de luz.

Amigos, estas são orientações gerais contidas na apostila de Direção Defensiva do DENATRAN que você pode baixar da Internet para maiores detalhes.

Preocupa-nos a todos este assunto a qual de uma forma ou de outra estamos envolvidos: Segurança no trânsito. Traz para nós o senso de responsabilidade e de dever que todos, condutores e pedestres, devem ser possuidores.

Na Bíblia há uma passagem no livro do profeta Naum que fala sobre os carros de guerra de Nínive, capital da Assíria, que estavam sendo utilizados para defender a cidade da invasão de Babilônia, mas que fielmente descrevem exatamente o que acontece nos dias de hoje em nossas ruas e estradas: "Os carros correrão furiosamente nas ruas, colidirão um contra o outro nos largos caminhos; o seu aspecto será como o de tochas, correrão como relâmpagos" (2.4).

Palavra profética essa que acabamos de ler. Acaso não é esta a situação de hoje? Os carros são perigosamente velozes e colidem entre si, exatamente por causa do amor às altas velocidades que muitos condutores imprudentemente demonstram.

Mais do que qualquer outra pessoa, o cristão deve aplicar no trânsito os princípios salutares da Palavra de Deus. Virtudes como longanimidade, bondade, mansidão, domínio próprio, tolerância aplicadas ao condutor cristão, farão com que este segmento importante e crucial de nossas vidas seja mais humanizado. Seja mais cristocentrado, podemos assim dizer.

Muitos crentes tem se utilizado de simplismos e afirmado que tudo o que acontece de ruim no trânsito é ocasionado pelo diabo. Cremos que Satanás e os demônios influenciam os homens para que pratiquem o mal que já está em seus próprios corações (Mt 15.19,20; Mc 7.20-23). Mas, é fugir da responsabilidade pessoal dizer que é o diabo que pura e simplesmente tem feito todo estrago nas vidas das pessoas. É o homem em seu estado caído, homem pecador que vive para satisfazer seus prazeres baixos, egoístas e carnais que é o grande autor da carnificina diária que assistimos.

Sejamos, como autênticos filhos de Deus, exemplos de boa postura no trânsito. Aqui também podemos firmemente dar um bom testemunho de Jesus Cristo que é Senhor sobre todas as coisas.

Pense nisso.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

O cristão pode contribuir para o bem deste mundo?

Se alguém é um autêntico seguidor de Jesus Cristo não só pode como deverá assim proceder como expressão de sua fé no Salvador. A variedade e complexidade dos problemas humanos é amplamente conhecida. Para todos esses problemas, o Evangelho se apresenta como a resposta divina a um mundo que foi tremendamente afetado pelo pecado. Evangelho este vivido e praticado em sua integridade, com plena autenticidade por homens e mulheres salvos, regenerados, justificados, santificados, ou seja, retirados da atmosfera perversa deste presente século com seu modus vivendi contrário a Deus e enviados agora, comissionados pelo próprio Senhor que os salvou (Jo 17.18) para anunciarem entre seus semelhantes a glória do Evangelho que é restaurador em sua natureza.

O mundo clama pela luz do Evangelho. O mundo anseia pela manifestação dos filhos de Deus (Rm 8.19). Jesus claramente disse que nós, seus discípulos, somos sal da terra e luz do mundo (Mt 5.13,14). Satanás e os demônios atuam na atmosfera espiritual deste século. Não estão, todavia ,fora do controle do Senhor. Mas, segundo a mesma Palavra de Deus, as potestades do mal agem continuamente em franca oposição aos propósitos divinos desde o começo do mundo (Gn 3). Mas Jesus Cristo arrancou o ferrão do Maligno e é só uma questão de tempo para que se cumpra a sentença lavrada contra o Inimigo e todas as hostes espirituais da maldade (Ap 20.10).

Enquanto isto não acontece o Evangelho autêntico e integral por meio da pregação e vivência da Igreja continuará a fazer a sua extraordinária obra nas mentes e corações dos homens. Não há em todo o Universo outra mensagem ou outro poder que possa suscitar a transformação da raça humana. Esta mudança operada em homens e mulheres é o princípio fundamental para inverter ou subverter a atual ordem vigente. Acredito que, se este Evangelho, esta abençoada mensagem estivesse sendo vivenciada em sua integralidade desde seus primórdios, desde a fundação da Igreja no Dia de Pentecoste (At 2), o Senhor Jesus já teria então voltado para a consumação de todas as coisas.

Vivemos hoje então a realidade do “já” e do “ainda não”. Pessoas transformadas pelo Evangelho e vivendo-o em sua integralidade contribuem para o bem do mundo. Abençoando vidas em todo lugar. Sendo imitadores de Deus ao viver de forma abençoada e abençoadora (Ef 5.1,2). Esta é a gloriosa dimensão do “já”, da presença benfazeja do Evangelho no mundo através de vidas transformadas. Entretanto, deveremos igualmente considerar e refletir sobre a realidade do “ainda não”. Da presença sombria do mal no mundo. Da realidade da ação demoníaca. Das malfazejas ações de homens caídos em seus delitos e pecados (Ef 2.1-3). As duas realidades se sobrepõem. Se encontram. E por isso, inevitáveis conflitos ocorrerão. A luz do Evangelho permeando as trevas espirituais do presente século!

O Nazismo poderia não ter surgido ou não ter assumido o poder na Alemanha caso o Evangelho pregado e, mais ainda, vivenciado pela Igreja neste país fosse biblicamente plausível. Stalin na Rússia, ou, o Comunismo como um todo, talvez não tivesse exposto sua medonha face, que causou a morte de milhões, se a Igreja Ortodoxa Russa vivesse em conformidade com o Evangelho autenticamente bíblico. O tráfico negreiro poderia não ter ocorrido, com toda sua trágica conta de milhões de seres humanos mortos ou sujeitos às mais abjetas condições de vida e sofrimentos, caso aqueles que, dizendo-se “cristãos” tivessem de fato sido expostos ao verdadeiro Evangelho e consequentemente tivessem suas existências transformadas segundo à imagem de Cristo.

Jesus viveu entre nós como servo (Fp 2.5-8). Ele veio para servir aos seres humanos, entregando ao final sua própria vida como preço de resgate. E é nesse espírito de serviço conforme At 10.38: “Como Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e com virtude; o qual andou fazendo bem, e curando a todos os oprimidos do diabo, porque Deus era com ele”, que todo cristão autêntico deverá viver. A única forma de trazer o bem como antídoto ao mal que há no mundo será por meio de vidas verdadeiramente transformadas pelo poder do Evangelho de Cristo.

Lamentamos entretanto o atual estado da Igreja em nossa época. A Igreja enquanto instituição humana é falível. Tristemente falível. A Igreja enquanto organismo vivo, como verdadeiro Corpo de Cristo que transcende o famigerado denominacionalismo, faz e fará uma obra admirável. Cada verdadeiro cristão de per si é a expressão da vontade de Deus no mundo e para o mundo.

O crente pode de fato contribuir para o bem deste mundo? Depende. De que? De que viva autenticamente o Evangelho em sua integralidade. Somente desta forma sua vida e suas ações se constituirão numa barreira para o avanço do mal. Este não será extinto do mundo somente pela pregação e vivência autêntica de fé. A Bíblia não declara que o mundo inteiro será convertido à fé em Cristo (Mt 24.14; 2Ts 3.2). Mas, reiteradamente as Escrituras afiançam a capacidade e o poder do Evangelho para a mudança do coração humano (Rm 1.16). E, sendo assim, se verificará os benefícios que daí advirão não só para a própria pessoa como para os que estão em derredor.

Em alto e bom som proclamemos a mensagem do Evangelho. Que faça-se soar a trombeta da anunciação desta mensagem, um som que seja plenamente audível a todos (1Co 14.8). O mal sempre será vencido pelo bem. A luz prevalecerá sempre contra as trevas. E em sua gloriosa missão, o cristão e a Igreja por extensão, estarão fazendo o mesmo trabalho de que se ocupou João Batista: De preparar o caminho do Senhor, de anunciar suas veredas, clamando do deserto espiritual que é este mundo presente (Is 40.3; Mt 3.1-3; 1Jo 5.19).

É nesta plena certeza que conclamo você para que, como servo de Cristo, contribua para o bem porque fomos chamados para abençoar, para bendizer, para que, por herança, alcançemos a benção (1Pe 3.9). E também: “Porque é melhor que padeçais fazendo bem (se a vontade de Deus assim o quer), do que fazendo mal” (1Pe 3.17).

Portanto, pense nisso.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

A causa de Deus e as causas dos homens


Conheço cristãos que têm um zelo quase religioso por causas de âmbito inteiramente humano. Esses irmãos possuem uma militância guerreira pelas causas que abraçam. Nada contra aqueles que dedicam-se principalmente às causas que concernem a beneficiar o conjunto da população, por exemplo, todavia, o que nos causa espécie é que muitos destes seguidores de Cristo, no que concerne ao Evangelho não demontram a mesma abnegação.

A causa de Deus, ou seja, a anunciação da mensagem do Evangelho visando a salvação dos homens, precisa de anunciadores ou comunicadores dedicados. Usando a terminologia bíblica, devem as testemunhas de Jesus Cristo ter um notável zelo para fazer com que Seu Nome seja conhecido em todo lugar e a todo tempo.

O desejo do coração de Deus é de que todos O conheçam. Conforme diz o escritor aos Hebreus: “E não ensinará cada um a seu próximo, nem cada um a seu irmão, dizendo: Conhece o Senhor; Porque todos me conhecerão, desde o menor deles até ao maior” (Hb 8.11). Para tanto, ele determinou que todos que Lhe servem sejam portavozes da mensagem libertadora do Evangelho. Todos que O servem deverão espalhar as Boas Novas por onde estiverem: “Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações”; “E disse-lhes: Ide por todo mundo, pregai o evangelho a toda criatura”; “….e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém, como em toda a Judéia e Samaria, e até aos confins da terra” (Mt 28.19; Mc 16.15; At 1.8b).

A dedicação, o esforço, a preparação, o zelo, o tempo utilizado, enfim, são todos fatores que devem ser ponderados pelos servos de Deus. A causa é urgente. E também nobilíssima. Não pode ser atrasada. E muito menos trocada por coisas de somenos importância. Quando contemplo alguém que se diz servo de Cristo, e que dedica-se com exclusividade e aguerrida militância a causas outras e não empenha-se da mesma forma pela causa de Cristo, fico a perguntar: Será que este irmão entendeu a urgência do chamado de Deus em sua vida? E quando falo de chamado de Deus, não estou absolutamente falando de que seja o típico chamado missionário, ou seja, de ir para terras longínquas para apregoar ali o Evangelho. Mas falo de um sentido missional em todo o nosso viver.

Deveremos viver de tal forma que tudo o que fizermos, seja em âmbito pessoal ou público, esteja convergindo para a causa sublime e suprema do Evangelho. A salvação do ser humano é o mais importante assunto, o mais crucial. Não pode ser tratado como negócio inferior. Não deve ser colocado como algo secundário o qual trataremos se tivermos tempo. Todo aquele que serve a Jesus foi escolhido por Ele e nomeado para que vá e dê fruto (Jo 15.16). Fomos chamados para uma santa vocação (2Tm 1.9). A causa de Deus é nossa prioridade. Se é prioridade para o Senhor, deverá ser para nós também. O apóstolo Paulo disse: “Ninguém que milita se embaraça com negócios desta vida, a fim de agradar àquele que o alistou para a guerra” (2 Tm 2.4).

Os negócios temporais muitas vezes conspiram contra a causa bendita do Evangelho de Cristo. Cristãos que são extremamente zelosos de coisas desta vida e de forma correspondente não se interessam pelos negócios de Deus conspiram contra a causa de maior importãncia que levou à cruz o próprio Filho de Deus. O Reino de Deus deve ser nossa prioridade. Quer estejamos trabalhando em tempo integral na propagação do Evangelho, quer sejamos profissionais em alguma área ou empresários, todos os cristãos devem obedecer ao mandato supremo de ganhar almas para Cristo.

O profeta Isaías respondeu afirmativamente a este chamado divino. Lemos em Is 6.8: “Depois disto ouvi a voz do Senhor que dizia: A quem enviarei, e quem há de ir por nós? Então disse eu: Eis-me aqui, envia-me a mim.” Após ter contemplado a glória do Senhor, o profeta temeu por causa de seu pecado, recebeu em seguida a purificação do Senhor, e foi compungido em seu coração a atender o apelo, o chamado que Deus lhe fazia.

Todos nós também tivemos a experiência que Isaías teve. Somos confrontados com a santidade absoluta do Senhor como o profeta foi, passamos então a entender nossa miserabilidade, nossa perdição, nossa pecaminosidade. Quando isto acontece, quando reconhecemos que somos pecadores e cremos na obra consumada na cruz por Jesus Cristo, somos então purificados pelo Seu sangue precioso e em seguida estaremos sendo comissionados, tanto quanto Isaías foi, para sermos testemunhas de Seu Nome.

Nada desta vida se compara a esta comissão. A causa de Deus é de uma grandeza tal que incorreremos em sérios prejuízos espirituais se negligenciarmos Seu chamado para nós.

Faça da causa de Deus, a anunciação do Evangelho, sua missão de tempo integral. Mesmo que nunca você vá para terras de além mar, todavia, compreenda que em qualquer coisa que esteja envolvido, como servo de Deus, você e eu temos a sagrada e solene responsabilidade de viver para a causa do Reino. De forma completamente integral. Não menospreze a causa de Deus. Não se iluda com o brilho das coisas deste mundo. O mundo e sua aparência logo passarão. Suas ilusões tornar-se-ão coisas do passado. Como ficarão aqueles que, dizendo-se servos de Deus, viveram aqui como se tudo isto fosse para sempre permanecer? Que deram mais valor às causas humanas, posto que transitórias e que não deveriam ser objeto de tanta deferência?

Meus irmãos, pensemos todos juntos nisto.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

A prática religiosa salva o ser humano?

Não. Nenhuma prática de religiosidade têm poder para salvar o homem do pecado. Pode ser qualquer tipo de religião: Budismo, Hinduísmo, Islamismo, Judaísmo, Confucionismo, Taoísmo, Sikhismo, Zoroastrismo, Xintoísmo, Jainismo, Fé Bahai, Religiões tribais, Cristianismo e qualquer outra espécie de "ismo". Mas, o Cristianismo? Sim, em suas três vertentes principais, Católicos, Ortodoxos e Protestantes. Não pode salvar o ser humano. Não tem poder de transformar o vil pecador. Sim meus amados, até mesmo a prática religiosa evangélica não salvará o homem. E é sobre essa que quero mais detidamente refletir.

Há muitos crentes em Jesus que pensam que por manter o status quo de sua denominação, por andarem conforme os "sagrados" estatutos e normas de sua igreja em particular, estão com isso agradando a Deus e cumprindo Sua vontade. Há muitos que nesse tipo de procedimento, menosprezam seus irmãos de outras denominações visto que pensam e andam diferentemente deles. Sua igreja ou denominação sacramentou no decorrer de muitos anos, sua forma peculiar de ser e proceder, ou seja, sua "marca registrada", sua orientação de como os crentes devem se portar, se vestir, deixar de fazer isto ou aquiloutro. Seus líderes ensinaram desde os primórdios a maneira "santa" de viver, o jeito "crentês" de ser. E corroboraram seus ensinamentos com as Escrituras Sagradas, julgando que é assim, daquele jeito, que o crente deve se comportar. E o mais grave: Para esses denodados irmãos, a salvação depende de guardar as "leis" da denominação, senão não entra no céu!

Se você que está lendo estas linhas e conhece um pouco a Igreja no Brasil, sabe que tem razão de ser estas palavras. Sabe que a prática religiosa de muitos deles equivale, para eles, em ser salvo, em estar dentro da vontade de Deus. Constituem-se estes amados irmãos em um grande multidão em nosso país. São pouquíssimos dentre eles que conseguem pensar, que conseguem discernir e articular as Santas Escrituras podendo assim compreender de que nem tudo que é pregado nos púlpitos corresponde verdadeiramente à Palavra de Deus.

Perde com isso o Evangelho em sua essência. Os anos têm passado e muitas denominações evangélicas no Brasil procuram viver num conservantismo quase que totalmente hermético. Seus interesses são de fazer com que os sucessores dos mandatários atuais das igrejas ou de suas convenções preparem e promovam outros que sejam à sua imagem e semelhança para que permaneça em evidência sempre "a tradição dos anciãos" (Mt 15.2). Não atinam que com essa ignóbil atitude, estupidificam a mensagem do Evangelho, posto que exaltam suas tradições peculiares em detrimento da real mensagem divina. E alçam a prática religiosa evangélica como salvadora e transformadora do ser humano.

Não posso aceitar tal inverdade. O Evangelho é graça de Deus. É o convite divino para que todo ser humano gratuitamente aceite a oferta da salvação. Na continuidade de sua vida de fé, esta graça ficará ainda mais evidenciada, porque ele estará sendo lapidado pelo Espírito Santo. O apóstolo Paulo escrevendo aos filipenses deixou isto bem evidente: "Tendo por certo isto mesmo, que aquele que em vós começou a boa obra a aperfeiçoará até ao dia de Jesus Cristo" (Fp 1.6). Deus operou o princípio da graça na salvação do pecador, e, uma vez salvo, continua seu agir para que este seja completamente transformado segundo à imagem se seu próprio Filho (Rm 8.29).

Rituais, liturgias, chavões, estilos musicais, indumentárias, tudo isto, até determinado limite, têm seu devido lugar e valor. Entendo que as denominações evangélicas, como as pessoas, possuem seus estilos próprios, sua forma peculiar de ser e agir. O problema é que, como já sobejamente sabido por todos nós, estas coisas tomam e têm tomado o lugar do autêntico Evangelho. É necessário que o discernimento seja constante entre os pastores. Os líderes devem ser os primeiros a zelar pela pregação autêntica da Palavra de Deus. Devem ensinar ao povo todo o conselho de Deus (At 20.27). Deve o povo de Deus ser autenticamente discipulado, visto que muitos no começo de sua vida cristã, adquirem maus hábitos e são desvirtuados de uma prática salutar de verdadeira vida em Cristo.

Mas, mesmo que não hajam líderes desta estirpe, que discernem com acuidade a autêntica vivência da fé da religiosidade estéril, o próprio cristão, visto ter em sua vida a unção, que é o próprio Espírito Santo (1 Jo 2.20,27), deverá sempre, escolher a verdade da Palavra de Deus em oposição à tradição dos antigos que sacramentam uma prática religiosa que está fadada ao fracasso e que Deus jamais ordenou em tempo algum. É arrasadora a declaração do Senhor Jesus em Mc 7.6-9: "E ele, respondendo, disse-lhes: Bem profetizou Isaías acerca de vós, hipócritas, como está escrito: Este povo honra-me com os lábios, mas o seu coração está longe de mim; em vão porém me honram, ensinando doutrinas que são mandamentos de homens. Porque deixando o mandamento de Deus, retendes a tradição dos homens; como lavar dos jarros e dos copos; e fazeis muitas outras coisas semelhantes a estas. E dizia-lhes: Bem invalidais o mandamento de Deus para guardades a vossa tradição."

Se aos judeus de seus dias de ministério terreno Ele pronunciou esta dura e necessária reprimenda, que dizer então sobre a Igreja o qual Ele comprou com Seu próprio sangue? Que deturpa o Evangelho como foi pregado pelo Senhor e pelos apóstolos e ainda acham que Deus está dando Seu aval. Não podemos aceitar isto de forma alguma.

A prática religiosa salva o ser humano? Decididamente, não. Prática religiosa evangélica poderá então salvar? Muito menos. Visto que, o Evangelho é a mensagem da graça de Deus e "...é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê" (Rm 1.16), é totalmente diferente do "evangelho" que está sendo vivido e apregoado por tantos.

Uma reflexão necessária deve ser feita agora por todos nós. É aquela de 2 Co 13.5: "Examinai-vos a vós mesmos, se permaneceis na fé; provai-vos a vós mesmos. Ou não sabeis quanto a vós mesmos, que Jesus Cristo está em vós? Se não é que já estais reprovados."

"Se não é que já estais reprovados." Palavra dura mas muito necessária em dias onde o Evangelho está sendo adulterado avassaladoramente.

Que todos nós possamos agora mesmo avaliar nossa vida de fé cristã. É mesmo conforme a vontade de Deus? Ou não passa de mera religiosidade, de mero tradicionalismo denominacional?

Pensemos juntamente nisto.


quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Deus, Mistério, Majestade e Glória

Nosso grande Deus a quem servimos, resolveu revelar-Se a Si mesmo por meio das Escrituras do Antigo e Novo Testamento e maiormente por intermédio do Verbo, Jesus Cristo. Tudo o que podemos saber sobre o Senhor Deus, está revelado, está escrito na Bíblia. Esta revelação é denominada de proposicional. E, pessoalmente, Ele veio até nós, revelando-se diretamente na Pessoa de Seu Filho.

As palavras humanas foram o veículo usado por Deus para se dar a conhecer em um nível compreensível a todos os homens. O homem pode agora utilizar suas faculdades mentais e tomar conhecimento da revelação escrita de seu Criador. Se Deus não houvesse decidido por esta revelação, nenhuma criatura humana conheceria a Pessoa por excelência. Deus falou através de instrumentos humanos, os profetas, que por sua vez registravam as elocuções divinas em forma de palavras, processo esse supervisionado também pelo Senhor, para que então todos tivessem acesso aos Seus oráculos. Portanto, o Deus que resolveu se revelar e a Quem servimos, é perfeitamente cognoscível.

Mas o fato de dar-se a conhecer por intermédio das Escrituras, aos seres humanos que criara esgota o conhecimento de Seu ser? Não. Isto porque existe uma dimensão em Deus que nos é oculta. Porque isto é assim? Porque o Infinito não pode ser alcançado e compreendido plenamente pelo finito. Porque criatura nenhuma em toda a vasta extensão do Reino de Deus, quer sejam anjos, querubins, serafins, homens, demônios, pode compreender perfeitamente aquele que é Inefável. O mistério sobre sua Pessoa é um fato a qual todos devemos aceitar. Sabemos que, segundo Sua Palavra, o que Deus resolveu revelar a nós está bem delineado conforme o texto conhecido de Dt 29.29: “As coisas encobertas pertencem ao Senhor nosso Deus, porém as reveladas nos pertencem a nós e a nossos filhos para sempre, para que cumpramos todas as palavras desta lei.” Por coisas encobertas podemos entender aquilo que Ele resolveu, decidiu, em Sua Soberana vontade, ocultar-nos. As reveladas, referem-se ao conteúdo proposicional da Bíblia Sagrada. Aos 66 livros dos dois testamentos que perfeitamente trazem o selo da inspiração divina e expressam com magnitude a Sua boa, agradável e perfeita vontade (Rm 12.2).

Inquestionavelmente declara a Revelação escrita de Deus sobre um Ser que é Um. Sua unidade, sua exclusividade: “Eu sou o SENHOR, e não há outro; fora de mim não há Deus”; “Para que se saiba desde o nascente do sol, e desde o poente, que fora de mim não há outro; eu sou o SENHOR, e não há outro”; “Pois não há outro Deus senão eu; Deus justo e Salvador não há além de mim. Olhai para mim, e sereis salvos, vós, todos os termos da terra; porque eu sou Deus, e não outro” (Is 45.5a,6; 21b,22). Mas declara de igual forma a mesma Revelação de um Deus que subsiste em Três Pessoas: O Pai, o Filho e o Espírito Santo. Toda a amplitude da Revelação divina dá testemunho cabal das triunidade de Deus.

Isto é complexo. É de difícil alcançe para a mente humana. Incompreensível. Foge aos pressupostos da lógica. É neste ponto que muitos abandonam a fé cristã, por não suportarem o desafio de aceitar a doutrina de Deus como referendada na Bíblia, e outros que permanecem numa zona obscura, doutrinariamente falando, porque aceitam a unidade de Deus somente no sentido absoluto que o termo hebraico yachid traz (como vertido no Sl 133.1). Entretanto, existe outro termo para único ou unidade, que é echad (visto em Dt 6.4). Com este termo, a inspiração do Espírito de Deus nos faz saber que há uma notável pluralidade na unidade. Fica a indagação: Como compreender plenamente isso? Como entender que Deus é Um mas também é Três Pessoas?

Amigos e irmãos, é isto que a doutrina bíblica sobre Deus nos ensina nas Escrituras. Isso é revelação de Deus para nós. Ainda que compreensivelmente não possamos aquilatar plenamente, todavia, é o que está registrado nos oráculos divinos. É este Mistério sobre a Pessoa Divina que precisamente constitui sua Majestade e Glória. Ele é um Ser totalmente distinto do restante de Sua criação. Ele é o Totalmente Outro, como assinalou Karl Barth. Totalmente separado em Sua infinitude e atributos incomunicáveis (Onipotência, Onisciência, Onipresença). Ele paira gloriosa e majestosamente fora e acima de Seu universo criado. Mas também de uma maneira que não podemos compreender, Ele está junto conosco: “Porque assim diz o Alto e o Sublime, que habita na eternidade, e cujo nome é Santo: Num alto e santo lugar habito; como também com o contrito e abatido de espírito, para vivificar o espírito dos abatidos, e para vivificar o coração dos contritos” (Is 57.15). Isto comprova a própria palavra do profeta Isaías (7.14) referendada em Mt 1.23, que refere-se ao Salvador, o Senhor Jesus Cristo: ”Eis que a virgem conceberá, e dará à luz um filho, e chamá-lo-ão pelo nome de EMANUEL, que traduzido é: Deus conosco.”

Alegramo-nos sobremaneira pela forma como a Palavra de Deus foi preservada, tendo chegado até aos nossos dias. Pela maneira zelosa de Deus em cuidar para que no decorrer dos séculos, Seus oráculos estivessem preservados de forma escrita e disponíveis aos homens. Mas a compreensão cristã de Deus poderá empobrecer-se ao tentarmos racionalizar o que sabemos sobre Ele. A visão é de um Deus que criou todas as coisas. De um Deus do qual vemos Sua glória refletida nas maravilhas do mundo natural. Um Deus redentor, cuja bondade e amor pelo ser humano são vistos na amorável Pessoa de Jesus Cristo. Um Deus presente nas vidas daqueles que vivem e crêem n’Ele, na Pessoa do Espírito Santo. O Mistério, a Majestade e a Glória de Deus. Qual a atitude diante de tal grandeza?

Reverência. Como não ter outra atitude diante d’Aquele que é Supremo e Absoluto? Não é medo, o paralisante e castrador medo. Ao contrário, a Pessoa de Deus nos leva à alegria. Abrimos nosso coração e nossa mente ao Ser que em Sua excelência e perfeição cativa-nos de tal forma que até mesmo aquilo que d’Ele não conseguirmos compreender, nos admiramos, e encurvamos nossas frontes em profunda adoração, reconhecendo a Majestade e a Glória de tal Mistério.

Paulo, de forma admirável, traduziu esta rendição ao Ser Inefável por excelência: “Ó profundidade das riquezas, tanto da sabedoria, como da ciência de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis os seus caminhos! Porque, quem compreendeu a mente do Senhor? Ou quem foi seu conselheiro? Ou quem lhe deu primeiro a ele, para que lhe seja recompensado? Porque dele, e por ele, e para ele, são todas as coisas; glória, pois, a ele eternamente. Amém” Rm 11.33-36).

Esperamos confiantes o dia em que Jesus Cristo, Deus Filho, se manifestar pela segunda e derradeira vez a este mundo. O plano de Deus para redenção do ser humano encontrará sua plenitude neste glorioso dia. E passaremos então a estar eternamente em sua Presença. Mas, mesmo em Sua eterna companhia, ainda por toda eternidade, em eras que tombarão sobre eras, não conseguiremos compreender plenamente a grandeza de nosso Deus. Seu Mistério, Sua Majestade e Sua Glória permanecerão: “Desde a antiguidade fundaste a terra, e os céus são obra das tuas mãos. Eles perecerão, mas tu permanecerás; todos eles se envelhecerão como um vestido; como roupa os mudarás, e ficarão mudados. PORÉM TU ÉS O MESMO, E OS TEUS ANOS NUNCA TERÃO FIM” (Sl 102.25-27).

Escolha agora dobrar os seus joelhos em adoração ao Eterno.

Pense nisto!

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

The day after in Brazil

Como será acordar pela manhã sabendo que, o que ardentemente desejou que não se realizasse no dia anterior, justamente agora se concretizou? Quais seriam nossas reações? Como ficaria nosso ânimo? Quais as expectativas relacionadas ao fato indesejado? E o que fazer doravante dentro da nova realidade não-desejada?

Creio que isto é o que perpassa as mentes e corações de todos os que neste país não votaram em Dilma Rousseff. Amanhecemos neste primeiro de novembro, creio, meditativos em relação à sua vitória sobre José Serra. Dilma conseguiu superar toda oposição em torno de seu nome. Inclusive dentro do próprio PT. Rejeição talvez pelo fato de ser uma mulher (e isto é preconceito), de nunca ter participado de uma eleição (igualmente, um outro preconceito), de ter sido em seu passado uma terrorista (a meu ver, mais outro preconceito, porque as pessoas podem mudar). Pessoalmente não votei nela (e em Serra também não) porque, como crente em Jesus Cristo, como um cristão comprometido com os valores do Reino de Deus, não poderia dar o meu voto para candidatos que fossem a favor da união civil dos homossexuais e igualmente pela descriminalização do aborto (muito embora no segundo turno ela tenha mudado de opinião em relação a este último tema, por causa do voto dos evangélicos e sabemos que isto configurou uma conveniência e não uma decisão movida por convicção pessoal).

Dilma Rousseff é a presidente eleita do Brasil. Ponto. A primeira mulher no país a ser eleita presidente da República. Isto agora é fato. Vamos reconhecer e nos adequar a esta nova realidade.

É inegável meus amigos os progressos alavancados pelo PT nos oito anos de governo Lula. O Bolsa-Família, o Luz Para Todos, o Programa Minha Casa, Minha Vida, o Programa Universidade Para Todos (minha filha mais velha é bolsista deste programa e cursa Administração de Empresas), as obras de saneamento e drenagem do PAC, realmente impactaram a vida da população e resultaram também no fortalecimento do mercado interno além da estabilidade econômica. Não sou insensato para não reconhecer este conjunto de políticas públicas, principalmente para os mais despossuídos, os mais necessitados. Sem querer deter-me nos aspectos negativos do governo petista, concernente à corrupção por exemplo, devo sim reconhecer as contribuições positivas deste governo para o nosso país.

Dilma certamente dará continuidade aquilo que deu certo no governo Lula. O que ela fará de iniciativa pessoal? Ainda é um tanto incógnito. Não se consegue ainda vislumbrar no horizonte. Até porque, e isto vejo de forma negativa contra ela, alterou seu discurso no tocante ao aborto. Esta conveniência, como já nos reportamos, é algo que deixa a todos nós cristãos apreensivos. Ela declarou publicamente também que é contra a alguns dos postulados do PNDH-3, como a censura à imprensa. Aliás, o perfil que demonstrou na campanha é de que seguirá os postulados da democracia social e não se curvará ao anacronismo marxista radical que é minoritário no PT. Porém, será que ela conseguirá conter, como Lula conseguiu, o ímpeto dos radicais que desejam uma ruptura revolucionária com a democracia, a economia de mercado, a liberdade de expressão? É notório que o Brasil é detentor de instituições democráticas saudáveis. Se Dilma permanecer nos trilhos destas instituições, terá toda a chance de fazer um bom governo.

Reitero que sou um cristão comprometido inteiramente com a Bíblia, a eterna Palavra de Deus. Portanto, em obediência a essa Palavra, posto que expressão exata da vontade de Deus, deverei orar pela nossa presidente. Deverei interceder por ela mesmo que defenda práticas contrárias à vontade divina. Devo crer no que diz Pv 21.1: “Como ribeiros de águas assim é o coração do rei na mão do Senhor, que o inclina a todo o seu querer.”

A campanha eleitoral passou. Hoje é o dia seguinte, o dia que se segue a tudo o que foi falado sobre Dilma, inclusive da parte deste escriba. Se cometi injustiça, lamento e peço perdão ao Senhor. Permanece porém o senso crítico. Um saudável discernimento mediado pela Palavra de Deus, é o que deve nos ponderar sempre. Lembremo-nos irmãos sempre o respeito de devemos às autoridades constituídas. Não sejamos maldizentes. Veja o que aprendemos sobre isso com o apóstolo Paulo em Atos 23.4,5.

Lembremo-nos sempre de que fomos chamados para abençoar e não amaldiçoar. Acredito que muito o que foi falado sobre Dilma Rousseff na campanha presidencial era verdade. Mas também houveram sem dúvida alguma muitos comentários maliciosos e irresponsáveis. Devemos vigiar e devemos orar para que, como cristãos, não incorramos nestes erros, que na verdade são pecado diante do Senhor. Estas coisas não nos convém.

Agora temos de dar um voto de confiança para a nossa nova mandatária. E veremos então, a partir de primeiro de janeiro de 2011, se tudo o que foi falado de mal a respeito dela era realmente verdade, ou, se todos nós fomos vítimas e reféns de uma central de boatos instalada para realmente denegrir a imagem da candidata do PT e do presidente Lula.

Quero recordar de duas passagens bíblicas fundamentais para entendermos este novo momento em que vivemos. Paulo aos Romanos 13.1 a 7, e 1 Timóteo 2.1,2 que transcrevo na íntegra: “Antes de tudo, exorto que se façam súplicas, orações, intercessões e ações de graças por todos os homens, pelos reis e por todos os que exercem autoridade, para que tenhamos uma vida tranquila e serena, em toda piedade e honestidade.” Vamos orar. Exerçamos nosso sacerdócio intercessório. Creiamos na intervenção divina de que Ele é soberanamente poderoso para intervir e fazer com que leis ímpias e anti-vida como o aborto sejam aprovadas (Dilma governará com a maioria dos parlamentares no Congresso a seu favor).

Você tanto como eu somos sal da terra e luz do mundo como Jesus Cristo disse (Mt 5.13,14). Podemos influenciar sim a vida deste país não só em nosso sacerdócio intercessório, como também vivendo de acordo com as ordenanças do Evangelho. Cumpramos adequadamente a nossa missão para o qual Deus nos chama, enquanto filhos d’Ele e súditos de Seu Reino. Resplandeça plenamente nossa luz diante dos homens. Oremos pela paz e pelo ordenamento democrático no Brasil. Oremos também para que não hajam retrocessos nesta democracia e nem extremismos de qualquer tipo. Oremos para que Dilma Rousseff, nossa presidente, faça um governo justo, democrático e equilibrado. Eu creio que isto é possível. Porque Deus é Soberano e porque nós, o Seu povo, poderemos nos colocar na brecha a favor desta terra. Você crê nisto?

A Igreja precisa continuar sua missão de anunciar o Evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo. É a única mensagem que salva o homem, transformando sua vida plenamente. Que tenhamos paz em nossa nação portanto, para cumprirmos cabalmente o ide de Jesus. Oremos pelo novo governo desta terra de Santa Cruz enquanto anunciamos o Evangelho que salva pela fé n’Aquele que foi morto por todos nós em uma rude cruz.

Cristão e brasileiro, pense nisto!