sábado, 30 de abril de 2011

O cristão não é prisioneiro do destino, do acaso ou da sorte

A doutrina da providência divina como está delineada nas Escrituras, informa-nos de que Deus controla tudo e controla a todos de forma soberana. Ao afirmar isso, muitos compreendem erroneamente de que Ele passaria por cima da escolha humana, da liberdade que o homem tem de tomar decisões que poderão conformar-se à vontade divina ou ser-lhe francamente contrária.

Nada mais falso. O que esta doutrina nos ensina é que o Senhor do universo interage com aspectos diferentes de sua criação. De acordo com suas naturezas específicas. Nós e os anjos, criados com vontade própria, recebemos de Deus um tratamento diferenciado em relação às criaturas sem vontade ou da criação inanimada. O que precisamos de uma vez por todas entender é que Deus leva a efeito muitos de seus planos por meio do livre arbítrio humano.

O destino, o acaso ou a sorte simplesmente, do ponto de vista cristão, não são considerados. A doutrina da providência demonstra que Deus considera as ações humanas no mundo. E que Ele age por meio delas, a favor ou contra de acordo com Seus eternos propósitos e decretos. Deveremos igualmente entender que o Senhor criou um universo no qual Ele poderia interagir com a Sua criação. Não criou um universo autômato, que simplesmente realizaria aquilo que Ele já havia determinado eternamente. Esta relação de Deus e Sua criação, principalmente com os seres morais, homens e anjos, é algo que ensina muito sobre o caráter benigno do Senhor. Ele escolheu criar-nos com vontade própria mesmo sabendo de antemão de que o homem cairia no pecado e que descumpriria Sua vontade perfeita.

Nada acontece por acaso. Não existe o chamado "golpe de sorte". Nosso destino não está já antecipadamente traçado. O homem é um construtor. Ele tem autonomia, dada por Deus, para construir sua própria vida. Mas ao mesmo tempo, adverte-O de que ele é responsável por suas escolhas pessoais (Ec 11.9).

Sendo assim, nada melhor do que caminhar com Ele em uma parceria que só trará benefícios a nós e redundará em maior glória para Deus. Reconhecer o senhorio de Jesus Cristo, posto que após sua morte e ressurreição em favor de nossos pecados, Deus Pai o exaltou de forma absolutamente soberana, leiamos: "E, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até a morte, e morte de cruz. Por isso, também Deus o exaltou soberanamente, e lhe deu um nome que é sobre todo nome; para que ao nome de Jesus se dobre todo o joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor para a glória de Deus Pai" (Fp 2.8-11). Viver desta maneira é reconhecer que de fato o Senhor de todo o universo realmente tem poder para controlar nossas vidas e de conduzí-las, mas O fará somente em consonância conosco. Se crermos que Seu Filho ressuscitou do mortos para nossa justificação, se crermos que Jesus veio destruir o poder da morte e do diabo, se crermos que Ele, Jesus, veio nos proporcionar liberdade do cativeiro do pecado. Viver nesta fé em tudo o que o foi realizado por meio do Evangelho. O controle de Deus é suave sobre nós, não é forçado.

O que Deus realizou por meio de Cristo consistiu no cumprimento de um decreto divino. Decreto este de salvar a todos os que cressem na obra realizada na cruz do Calvário. Quem crer nesta obra realizada, de fato tem destino certo, a vida eterna. Quem não crer também tem o destino decretado, a morte eterna (Jo 3.16-18;36).

Assim, afirmamos novamente de que o homem não está destinado a ir para o inferno. Ou seja, somente porque alguém quis ou o próprio Deus. Este não manda ninguém para o tormento eterno (Ez 18.32; 2Pe 3.9) . Somos nós que escolhemos o nosso destino final. O homem não está de forma alguma preso a algum desígnio externo. Ele pode, como disse, construir um destino de felicidade plena e muita paz por meio da obra realizada por Jesus Cristo no tempo e no espaço.

Somos livres, não somos prisioneiros de forças obscuras. Graças a Deus por isso. Podemos escolher a quem queremos servir. Essa liberdade é dádiva de Deus, é graça do Senhor para nós. Que nossas escolhas portanto tenham como objetivo a glorificação de nosso Deus porque fomos criados originalmente para refletir essa glória.

O controle final de tudo está nas mãos soberanas de Deus. Mas mesmo assim, Ele não forçará ninguém a serví-Lo. Se o servirmos é por amor e voluntariamente. É porque fomos realmente tocados e alcançados por Sua maravilhosa graça. Mas esta pode ser resistida. Decididamente, não somos marionetes. Mas o Espírito de Deus continuará a trabalhar para que sejamos persuadidos de que estar sob o controle amoroso de nosso Senhor é incomparavelmente melhor do que sermos independentes e rebeldes ao seu jugo, que, como disse Jesus, é manso e suave (Mt 11.29,30). Há outro que quer sim, com força e violência, submeter-nos a seu jugo. Mas o Senhor Jesus Cristo já despojou de seu poderio ao mesmo e suas hostes de forma triunfal (Cl 2.15).

Pense nisso.

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Devoções populares, ignorância espiritual crescente


"Nada sabem os que conduzem em procissão as suas imagens de escultura, feitas de madeira, e rogam a um deus que não pode salvar"

Isaías 45.20b

Assisti ontem a um documentário da National Geographic Channel sobre os santos populares dentro da programação referente à semana da Páscoa. Fiquei estarrecido com o nível de ignorância espiritual das pessoas e a inclinação para a idolatria evidente nos corações não regenerados pelo Evangelho. O cenário eram dois países da América Latina, México e Argentina. Mas bem que poderiam citar o Brasil, pois aqui a religiosidade popular é, lamentavelmente, muito forte.

O programa da NatGeo mostrou os "santos" mexicanos Jesús Malverde e menino Fidencio. Na Argentina apresentaram o Gauchito Gil e Gilda. Vamos a um pequeno resumo de todos eles. Os números na foto correspondem aos seus nomes.

Jesús Malverde (1) foi um bandido que viveu no início do século XX e que roubava de fazendeiros e pessoas abastadas, distribuindo depois o dinheiro entre os pobres de sua região. Após sua morte em 1909 pelo governo que mandou enforcá-lo, começaram a lhe atribuir milagres. É considerado o patrono dos narcotraficantes mexicanos e seu templo fica em Culiacán no estado de Sinaloa no México para onde acorrem as pessoas para pedir um milagre e deixam flores, velas, bilhetes e fotos. Até mesmo recipientes com camarão são deixados no altar em agradecimento por uma boa pesca.

O culto ao menino Fidencio (2), também no México, é um dos mais populares. Fidencio, nascido em 1898, era conhecido como "menino" devido sua voz ser afinada. Usava métodos de cura como um banho em um lamaçal que segundo os devotos possui propriedades curativas e também fazia uso de um balanço onde balançava os doentes até curá-los. Anos antes de sua morte em 1938, anunciou aos seus seguidores de que voltaria. Seus devotos acreditam piamente de que ele realmente retorna, na forma de espírito, cada vez que é invocado. Hoje seus seguidores buscam a cura através do espírito de Fidencio. Ou seja, seu culto é uma forma de espiritismo.

Na Argentina, o Gauchito Gil (3) é um "santo" dos mais populares. A lenda diz que ele teria nascido em 1847 e falecido em 1874 na província argentina de Corrientes. Participou da Guerra do Paraguai e também da guerra civil entre os federais e os unitários argentinos. Após ter desertado do exército, segundo se conta, por ordem de Deus que pediu para que não mais derramasse o sangue de seus compatriotas, tornou-se um "gaúcho" que conduzia o gado e praticava roubos, repartindo os despojos com os mais pobres. Foi preso e morto pelas autoridades. Desde então por alguns é considerado um gaúcho marginal e por outros um verdadeiro "santo". Sua festa é no dia 08 de janeiro data de sua morte onde milhares acorrem ao local onde está supostamente enterrado e erigido um santuário em sua homenagem. Seu culto cresce a cada ano na Argentina e já tem chegado ao Brasil e Uruguai.

A devoção a Gilda (4) é outra criação argentina. Maria Alejandra Bianchi, seu nome verdadeiro, era uma ex-professora, nascida em 1961 e que tornou-se uma cantora de cumbia, estilo de música nacional da Colômbia mas que espalhou-se pelos países da América Latina. Gilda gravou quatro discos e várias de suas músicas transcederam o universo da cumbia e foram incorporadas por setores da classe média e até mesmo cantadas por torcidas organizadas de times de futebol argentino. Gilda faleceu em 1996 no auge de sua carreira em um acidente automobilístico e enquanto vivia as pessoas lhe atribuíam milagres e curas os quais ela se negava a aceitá-los. Após sua morte, a fama de Gilda como "santa" cresceu e é hoje o novo símbolo da religião popular entre os argentinos. Milhares de devotos acorrem ao santuário erigido no local do acidente ou à sua sepultura em um cemitério em Buenos Aires.

O que dizer diante de tudo isso? O ser humano tem sede do que lhe transcende. Em Eclesiastes 3.11 (ARA) está escrito: "...também pôs a eternidade no coração do homem". Os estudiosos constataram que a religiosidade é um fenômeno universal. O ser humano é religioso. Foi constituído de tal forma que anseia e sempre ansiará por aquilo que está acima de si. Quando Deus criou o homem conforme lemos em Gênesis, é dito que ele fora criado conforme à imagem e a semelhança de Deus. Isto lhe proporciona a comunicação com seu Criador. É a única criatura que pode fazer isso. Após sua queda no pecado, o homem ficou alijado de uma comunhão íntima com o Senhor, criador de todas as coisas, mas o senso de algo acima de si, superior a si mesmo, permanece.

As civilizações e povos primitivos dão prova abundante disso. Sempre se encontram vestígios das antigas civilizações humanas de elementos de religiosidade. O homem primitivo possuía a ideia de uma Providência divina superior a ele e dona de seu destino. A fim de estabelecer relações com esta entidade suprema, começa a praticar rituais. Se não o fizer, o homem trai sua própria essência, posto que assim saiu das mãos de Deus, com sede do transcendental e do eterno.

O monoteísmo original, foi praticado pelos povos por vários séculos após a criação e queda do homem. O animismo (crença de que um espírito ou divindade reside dentro de cada objeto), a magia, o totemismo (conjunto de ideias e práticas baseadas na crença da existência de um parentesco místico entre seres humanos e objetos naturais como animais e plantas, totem é qualquer objeto, animal ou planta que seja adorado como Deus por uma sociedade organizada), o culto aos antepassados, são todos exemplos de formas degeneradas de religiosidade. Vemos que o homem é religioso porque realmente Deus o criou para que tivesse comunhão com Ele.

A consciência religiosa portanto, faz parte de nossa própria constituição. Mas o pecado alterou essa capacidade. Ela foi degenerada e quando os povos primitivos dispersos nas diversas regiões do mundo começaram a personificar ou a dar nomes próprios a Deus, conforme seus próprios idiomas, surge então o politeísmo porque começa-se a distinguir várias divindades a partir deste fato.

Portanto, entende-se essas devoções populares no México, na Argentina e outros lugares como em nossa própria pátria (poderíamos incluir na lista acima, a devoção ao Padre Cícero e outros, por exemplo) como degenerações do sentimento religioso de que é possuidor cada ser humano. Todos possuem uma sede espiritual. Todos anseiam em ter comunhão com um poder superior a si mesmo. Neste afã, vão procurar mitigar esta sede em fontes poluídas, entrando aí o engano de demônios conforme a Palavra de Deus adverte (2Ts 2.9-12; 1Tm 4.1). Jesus disse que Satanás é o pai da mentira (Jo 8.44) e de que ele, sendo o príncipe deste mundo (Jo 14.30) seria obviamente atuante em enganar os seres humanos, mantendo os mesmos longe da verdadeira adoração a Deus.

Estes "santos" são apenas alguns exemplos, porque os mexicanos mantém outras devoções. Uma delas é a adoração a La Santa Muerte por exemplo, uma estátua de um esqueleto coberta com um capuz e com foice nas mãos, ou seja, a tradicional figura da morte. Os altares e o culto da Santa Muerte podem ser encontrados em todo o México.

Mas os verdadeiros cristãos, cremos, temos a iluminação do Espírito de Deus que nos conduz à toda a verdade como Jesus Cristo nos ensinou (Jo 16.13). Ele, Jesus, é a própria verdade (Jo 14.6). Ele, Jesus, é o libertador do homem (Lc 4.19), o restaurador da cegueira espiritual. Foi Ele, Cristo Jesus quem declarou que a vida eterna consistia em conhecer ao Deus verdadeiro e a Jesus Cristo a quem Ele, Deus Pai, havia enviado para libertar o homem do pecado e cegueira espiritual (Jo 17.3).

Este Evangelho deve ser anunciado a todas as pessoas. Este Evangelho em si é poderoso o suficiente para libertar o homem das amarras do pecado (Rm 1.16). Os verdadeiros cristãos devem continuar a anunciar ao Nome do Senhor. Proclamar que, através de sua morte vicária na cruz do Calvário, pode salvar totalmente os que se chegam a Ele (Hb 7.25).

Assim acontecerá a todo aquele que crer na mensagem santa e verdadeira do Evangelho de Jesus. Não é um Evangelho adulterado, um "outro" Evangelho (Gl 1.6-9), que vai salvar o homem da idolatria dos santos populares. Aliás, o conceito de "santo" preconizado na Palavra de Deus é muito diferente do que apregoam os falsos profetas por aí. Santo é todo aquele que foi salvo por Jesus e procura a cada dia viver em obediência aos princípios bíblicos. Fica totalmente fora qualquer invencionice dos homens pecadores inspirados por espíritos malignos que tem o intuito de manter as almas ignorantes sobre a revelação de Deus em Jesus Cristo conforme a Bíblia, a Palavra de Deus cabalmente demonstra.

O apóstolo Paulo escreveu assim aos crentes em Tessalônica: "Porque eles mesmos anunciam de nós qual a entrada que tivemos para convosco e como DOS ÍDOLOS VOS CONVERTESTES A DEUS, PARA SERVIR O DEUS VIVO E VERDADEIRO" (1Ts 1.9).

Sim, eles se converteram através do Evangelho da idolatria e agora desfrutavam da comunhão com Deus e da verdadeira adoração.

Satanás teve a ousadia de exigir que Jesus o adorasse. Mas o Senhor magnificamente e de maneira honrosa a Deus Pai disse-lhe: "Vai-te Satanás, porque está escrito: Ao Senhor teu Deus adorarás, e só a ele servirás" (Mt 4.8-10; Lc 4.6-8).

Esses, quer estejam no México, Argentina, Brasil ou qualquer outro país, necessitam da liberdade para servirem ao único Deus vivo e verdadeiro, aquele que disse: "Eu sou o Senhor e não há outro; fora de mim não há Deus.....Para que se saiba desde o nascente do sol, e desde o poente, que fora de mim não há outro; eu sou o Senhor e não há outro.....Olhai para mim e sereis salvos, vós, todos os termos da terra; porque eu sou Deus e não há outro" (Is 45.5a,6,22).

Convido você nesta sexta-feira da Paixão de Cristo a pensar sobre isso. Que o Senhor Jesus que deu sua vida por nós nos liberte de todas as algemas do Maligno. Amém!










segunda-feira, 11 de abril de 2011

O bem sucedido movimento pentecostal - 100 anos da AD no Brasil


O movimento pentecostal no Brasil e no mundo caracteriza-se por uma palavra: crescimento. Não é à toa que a Assembléia de Deus constitui-se na maior igreja evangélica em nosso país. Desde os primórdios isso se torna notório por causa da compreensão das verdades pentecostais e sua aplicabilidade na vida cristã. O ardor pentecostal, o zelo evangelizador, a permanência nas verdades bíblicas fizeram com que a Assembléia de Deus crescesse extraordinariamente. Muitos brasileiros conheceram ao Senhor Jesus Cristo por causa de pioneiros como os suecos Daniel Berg, Gunnar Vingren e tantos outros que entregaram suas vidas à causa do Evangelho pelo poder do Espírito Santo.

Estes dois pioneiros mencionados chegaram a Belém do Pará em 19 de novembro de 1910. Traziam a doutrina pentecostal evidenciada no batismo no Espírito Santo com a evidência inicial de falarem em novas línguas e por causa disso, não puderam permanecer na Igreja Batista denominação a qual pertenciam nos Estados Unidos. Então, Berg, Vingren e outros irmãos que aceitaram a fé pentecostal em 18 de junho de 1911 saíram e passaram a reunir-se na casa de uma irmã por nome Celina Albuquerque e fundaram uma nova igreja com o nome de Missão da Fé Apostólica que passa mais tarde, em 18 de janeiro de 1918, por sugestão de Gunnar Vingren, a denominar-se Assembléia de Deus.

O expansionismo missionário fez com que em poucos anos a partir da década de 20, a AD pregasse o Evangelho crescendo muito no próprio estado do Pará, Amazonas, região Nordeste e por volta de 1922 chegasse à região Sudeste através de paraenses que debaixo da direção divina, mudaram para o Rio de Janeiro para implantar a fé pentecostal onde quer que o Senhor os orientasse.

A experiência pentecostal desafia a muitos que possuem alguma forma de santidade mas que negam o poder (2 Tm 3.5). Infelizmente, julgam serem desnecessárias as experiências espirituais. Não compreendem que a Igreja Primitiva aprendeu mais sobre o Espírito Santo depois que experimentou o seu poder e os dons. E mais ainda, também declaramos que as experiências com o Espírito Santo podem fazer clara diferença no conhecimento das Escrituras.

Desde seus primórdios, claramente a AD perseverou na doutrina dos apóstolos (At 2.42). Esta doutrina de forma a não deixar dúvidas, enfatizava a oração, a vida de santidade, as boas obras e o recebimento do dom do Espírito Santo (At 2.38,39). A pregação de Pedro nesta passagem deixa clara a doutrina bíblica do batismo no Espírito Santo. Ele menciona o arrependimento dos pecados, o consequente perdão dos mesmos, o batismo em águas e em seguida o recebimento do dom do Espírito. No livro de Atos vemos de forma consciente o batismo com o Espírito Santo sendo desejado, buscado e recebido. Consequentemente, entendemos que o batismo com o Espírito Santo não era um dom automaticamente concedido aos crentes em Cristo, mas deveria zelosamente ser buscado.

Sendo assim, esta gloriosa doutrina bíblica colocada em prática foi a causa do enorme crescimento da AD. Já existiam outras insígnes igrejas evangélicas no Brasil (como a própria Igreja Batista donde Berg e Vingren eram oriundos) mas que não alcançaram um tão grande número de conversões como a AD. Porque será que isto não ocorreu?

A Igreja Anglicana foi fundada em 1822. Em 1824 é fundada a Igreja Luterana. Em 1858 foi a Igreja Congregacional. Em 1862 foi a vez da Igreja Presbiteriana. Em 1871 foi a vez de metodistas e batistas fundarem suas primeiras igrejas em solo brasileiro. Note que são seis grandes denominações evangélicas diferentes (sem mencionar algumas outras menores) que já existiam muito antes da AD e que tinham um número inexpressivo de convertidos à Jesus Cristo.

Sem desmerecer nenhuma delas, o que quero apenas ressaltar é o fato de que o crescimento numérico das Assembléias de Deus no Brasil não foi por causa de estratégias humanas. Não foi porque os pastores e irmãos pioneiros adotaram uma estratégia de crescimento de igrejas baseada em estudos e pesquisas. Tudo isso tem o seu devido lugar e valor. Também não permaneceram imóveis, satisfeitos em apenas abrir uma igreja ou ponto de pregação. É certo que muitos dos cristãos evangélicos anteriores ao estabelecimento da AD no Brasil, evangelizavam e distribuíam Bíblias, esforçando-se para ganhar almas para Cristo. Mas o crescimento, as conversões, as milhares de almas salvas não pode ser atribuído a mérito humano algum, mas somente pelo poder de Deus. E foi no poder do Espírito Santo e com muita ousadia que esses crentes pioneiros pentecostais desbravaram muitas regiões de nossa pátria em busca das almas preciosas pelas quais Jesus morreu e ressuscitou.

O Espírito Santo no dia de Pentecostes (At 2) por meio de Seu poder, capacitou os discípulos a pregarem o Nome de Jesus ressuscitado. Isto por si só foi a causa do crescimento exponencial dos seguidores de Cristo, note: "E a multidão dos que criam no Senhor, tanto homens como mulheres, crescia cada vez mais. De sorte que transportavam os enfermos para as ruas, e os punham em leitos e em camilhas para que ao menos a sombra de Pedro, quando este passasse, cobrisse alguns deles. E até das cidades circunvizinhas concorria muita gente a Jerusalém, conduzindo enfermos e atormentados de espíritos imundos; os quais eram todos curados" (At 5.14-16). Percebamos igualmente o cumprimento do que o Senhor Jesus falara em Mc 16.15-18 sobre os sinais que acompanhariam aos que cressem, além de falarem em novas línguas, eles também orariam ao Senhor, iriam impor as mãos sobre os enfermos e estes em o Nome de Jesus seriam curados.

Tudo isto ficou patente no século 20 com a fundação das AD no Brasil. A ênfase dada ao poder do Espírito Santo, a liberdade de ação dada à terceira Pessoa da Trindade, permitiu a repetição em nossos tempos da manifestação gloriosa de Seu poder como nos tempos apostólicos. Salvação de almas, batismo com o Espírito Santo, curas e maravilhas pelo poder de Deus demonstravam de forma gloriosa que o avivamento chegara em nossas terras para resgatar a plenitude da experiência pentecostal em nossos tempos.

As Assembléias de Deus, tanto no Brasil como nos Estados Unidos, vieram à existência como resultado do reavivamento pentecostal que teve lugar em fins do século 19 e início do século 20. Era a resposta de Deus ao modernismo teológico que estava grassando entre as igrejas na América do Norte. De forma absolutamente poderosa e sobrenatural, o Espírito de Deus passou a mover-se em pequenas reuniões de crentes sinceros e perseverantes em buscar mais de Deus para suas vidas. Este reavivamento começou a partir de 1906 a expandir-se para outros lugares a partir da Rua Azusa em Los Angeles, Califórnia. O derramar do poder do Espírito alcançou muitos cristãos, dentre esses Daniel Berg e Gunnar Vingren, que, sendo obedientes à visão celestial a exemplo do apóstolo Paulo (At 26.19), procuraram cumprir sem demora a missão a que Deus lhes comissionara, lhes revelara, e partiram em um navio para a distante nação brasileira.

Entendemos sem dúvida alguma que somente pela fé na doutrina pentecostal, tão claramente vista em prática por todo livro de Atos dos Apóstolos que a AD logrou alcançar um tão grande número de almas. Foi o poder de Deus quem fez isto. O batismo com o Espírito Santo concede o poder para servir e em adição a isso proporciona a entrada para uma adoração mais profunda a Deus além de a porta dos vários ministérios espirituais chamados dons do Espírito (1 Co 12). Notemos o seguinte: O batismo no Espírito Santo era a experiência normal de todos os crentes no primeiro século da Era Cristã. E tanto esta experiência como os dons do Espírito não cessaram após a época apostólica. Aqueles crentes evangélicos que afirmam isto, ou desconhecem a história da Igreja, ou são realmente incrédulos no que tange ao poder do Espírito de Deus.

Louvamos a Deus pela comunidade pentecostal em nossa nação. Graças a Deus pela persistência dos pioneiros da AD no Brasil. Que à custa de sacrifícios e copiosas lágrimas, que em muitas e insistentes vigílias de oração, legaram-nos inúmeras bençãos quais sejam vidas transformadas por Jesus, curas de enfermidades físicas e espirituais, continuamente despojando dia-a-dia o inferno e a Satanás e suas hostes.

Acima de tudo, que o Nome de Nosso Senhor Jesus Cristo seja glorificado nestes 100 anos da AD no Brasil. Muito acima das falhas humanas, do legalismo, denominacionalismo, formalismo ou orgulho e vaidades humanas.

Que todos pensemos em tudo o que o Senhor fez em nossa pátria nestes 100 anos por meio da pregação autenticamente pentecostal. Toda a honra e toda glória sejam dadas ao Senhor.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Louco animal humano!

Estarrecedor. Chocante. Absurdamente maligno. Revoltante. O que todo o Brasil e o mundo presenciaram na manhã de ontem, 7 de abril de 2011, ficará registrado nas memórias de todos como uma das mais abjetas demonstrações de desamor, crueldade e frieza pelos seus semelhantes que alguém possa ter.

O indivíduo por nome Wellington Menezes de Oliveira de 23 anos planejou e executou infelizmente seu intento maligno de tirar a vida de seus semelhantes. Consumou sua sede de sangue e destruição em 12 adolescentes e deixou feridos outros 11 sendo 4 deles em estado grave. E faria mais vítimas, se não fora a providencial intervenção do bem na figura do policial-militar que o interceptou no corredor da escola, ferindo-o com um tiro na perna e o jovem assassino, ato contínuo, resolve dar cabo à própria vida atirando contra o crânio.

A pergunta mais evidente é: Por quê? Porque alguém cometeria um ato tresloucado como esse? Porque odiosamente empregou sua inteligência no planejamento de uma ação que consistia unicamente de semear a morte e infligir sofrimento? Sofrimento este naqueles que lutam agora para sobreviver aos disparos em uma sala de cirurgia ou em uma UTI devido à gravidade dos ferimentos (o homicida disparou seus dois revólveres preferencialmente sobre a cabeça das vítimas e tórax).

O louco animal humano interrompeu brutalmente a trajetória dessas vidas ao consumar sua sandice animalesca. Impediu sonhos de se concretizarem. Cortou violentamente os laços indeléveis de amor e afeto que haviam entre suas vítimas e respectivos familiares e amigos, deixando a dor da separação e a saudade sufocante. O louco animal humano acertou seus tiros em várias pessoas, mas os impactos de seus disparos foram para muito além de suas inocentes vítimas, alunos de uma escola municipal em Realengo no Rio de Janeiro: atingiu cruelmente os corações dos parentes e de todos nós igualmente.

Louco animal humano! Como explicar tamanha aberração? Somente a Palavra de Deus, a Bíblia Sagrada, tem a capacidade ímpar de dizer claramente e sem rodeios sobre o mal congênito do coração do homem. No original hebraico, o Antigo Testamento apresenta o pecado em pelo menos treze termos e no grego do Novo Testamento são empregadas onze palavras que também demonstram a realidade do pecado na vida humana.

Ou seja, conseguimos compreender que o pecado afeta totalmente todo o espectro da vida do homem. Separa ele de Deus, torce a verdade lhe conduz à maldade, à autodestruição e à destruição de seu próximo. Tudo isso vimos neste serial killer. Ele deixou uma carta onde mais evidenciada ficou sua loucura, com pensamentos desconexos e um notório desprezo pela vida de seus semelhantes dizendo, dentre outras coisas, que os animais tinham mais valor que os seres humanos.

Aí está portanto, no ato de reconhecida loucura ocorrido ontem para não deixar dúvida alguma acerca do que é capaz de fazer alguém que, sem Deus, entrega-se a seus próprios malignos pensamentos e ideias, abrindo assim as portas de sua vida a Satanás e, inspirado por este e seus demônios, executa o intento de seu mau e corrompido coração, concordando assim com o que diz o profeta Jeremias: "Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e perverso; quem o conhecerá?" (17.9). De igual maneira, as palavras de Nosso Senhor Jesus Cristo são confirmadas: "Porque do interior do coração dos homens saem os maus pensamentos, os adultérios, as prostituições, os homicídios, os furtos, a avareza, as maldades, o engano, a dissolução, a inveja, a blasfêmia, a soberba, a loucura. Todos estes males procedem de dentro e contaminam o homem" (Mc 7.21-23).

Fica pois evidente a liberdade em Cristo, liberdade da miséria do pecado (Jo 8.34,36), liberdade do mal, liberdade da loucura de um coração tomado pela perversidade.

Pense nisso se você ainda não obteve esta liberdade e se ainda insiste de que o homem é bom e nada há de que tenha do que se arrepender.

quinta-feira, 31 de março de 2011

Esta é uma sociedade terapêutica

Nossa sociedade caracteriza-se como uma sociedade terapêutica porque temos um grande anseio pelo nosso bem-estar. A saúde, em suas várias facetas, é objeto do desejo de todos nós. Queremos ter muita saúde, obviamente. Não há mal algum em querer o próprio bem-estar. Quando os judeus cumprimentam com “shalom” uns aos outros, não estão desejando tão somente paz para a outra pessoa. Pois a palavra shalom possui um significado que ultrapassa o mero sentido de paz, mas indica igualmente integridade, calma, tranquilidade, bem-estar e saúde. Esta palavra deriva-se de outra shalem que tem o significado de íntegro, completo. Ou seja, a pessoa alcança o shalom – a paz – quando esta envolve um bem estar completo no todo de sua vida, incluíndo aí sua saúde pessoal.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) define: Saúde é um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não apenas a ausência de doença. Esta definição aproxima-se bastante do significado do shalom dos judeus. Vejamos ainda outras definições para saúde:

* Saúde é o total bom estado do corpo, mente sadia e integridade de emoções, que torna possível a mais alta qualidade de serviço e vida eficientes.

* Saúde é a qualidade resultante do total funcionamento do indivíduo, que o capacita a viver uma vida pessoalmente satisfatória e socialmente útil.

* Saúde é a condição na qual o indivícuo é capaz de mobilizar todos os seus recursos – intelectuais, emocionais e físicos – para uma vida excelente.

Intitulei este post desta forma porque hoje ocorre um frenesi intenso na busca de soluções para os males que nos acometem. Existem especialistas para praticamente todos os problemas que afetam nossa saúde. A palavra terapia (do grego: θεραπεία - "servir a deus") ou terapêutica significa o tratamento para uma determinada doença pela medicina tradicional, ou através de terapias complementares ou alternativas. Outra definição útil seria tratamento cuja finalidade é curar ou aliviar um estado deteriorado, para que o funcionamento normal do organismo se restabeleça.

A medicina, pela graça de Deus, avançou muito mediante as descobertas da ciência no que tange aos mecanismos que promovem a doença no ser humano. Organismos microscópicos causadores de doenças foram e ainda são exaustivamente estudados para que se encontre o remédio eficaz que combata seus malefícios que possam produzir em cada um de nós. Substâncias causadoras de enfermidades são estudadas a fundo bem como aquelas que possuem propriedades que ajudam na cura ou curam completamente o indivíduo.

Tudo isto é muito bom. Mas não o suficiente. Porque, a ênfase que é colocada hoje na medicina, nos tratamentos, na busca tão somente do bem-estar em todos os aspectos, mascara o que realmente ocorre com o ser humano, sua doença básica, crônica, o pecado. Procura-se a cura de todas as doenças em nível físico ou até psíquico, mas se esquece ou se ignora que a causa das doenças na raça humana decorre de sua Queda no Éden. Quando Adão caiu, juntamente com Eva, sua desobediência permitiu que a partir de então, o enfraquecimento físico, as doenças, o envelhecimento e a morte fizessem parte de nossa constituição, quando Deus não havia planejado isso tudo para nós.

Adão e Eva saíram das mãos criadoras e benfazejas de Deus de forma perfeita, já adultos e gozando de plena saúde. Imagino com que maestria e perfeição o Senhor Deus os formou. Nem sombra de algum defeito físico, psíquico ou espiritual. A integralidade plena de saúde de que eram possuidores era um dom de Deus. Mas a Queda a tudo isso afetou e o primeiro casal legou aos seus descendentes, todo um espectro sombrio de doenças e finalmente a morte. Os microorganismos causadores de doenças hoje estão em plena atividade. Na época áurea do Éden, estavam sob controle, não causavam nenhum mal ao ser humano. Mas hoje, somado aos fatores do enfraquecimento do corpo humano e de substâncias outras que podem lhe fazer mal, temos um quadro que cria muitas dificuldades na existência humana.

Este mundo está envelhecido, doente e enfraquecido pelo pecado. Adão e Eva gozavam de saúde perfeita antes da Queda por causa de sua comunhão plena com o Senhor Deus que os criara. E essa é a questão central. Primordial. Comunhão com Deus pressupõe saúde. Saúde, em primeiro lugar, espiritual. Esse aspecto de nossa saúde vêm em primeiro lugar.

Jesus Cristo em seu ministério terreno curou muitos enfermos. A Palavra de Deus diz assim: “E percorria Jesus todas as cidades e aldeias, ensinando nas sinagogas deles, e pregando o evangelho do reino, e curando todas as enfermidades e moléstias entre o povo”; “Como Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e com virtude; o qual andou fazendo o bem, e curando a todos os oprimidos do diabo, porque Deus era com ele” (Mt 9.35; At 10.38).

A obra redentora de Jesus Cristo, abrangeu a plena restauração da saúde humana. Porém, ainda por estarmos em um mundo ímpio, amaldiçoado pelo pecado e sob influência de Satanás, não entramos ainda na plenitude dessa saúde total. Deus ainda hoje cura os enfermos, assim como na época do glorioso ministério terreno do Senhor Jesus. Em grande medida, hoje deparamos com muitas pessoas afetadas em sua saúde emocional. Nunca como hoje a psiquê humana foi devassada através de estudos e pesquisas para se descobrir a cura emocional. Terapias psicológicas existem aos montes. Mas devemos compreender que a Psicologia não pode continuar a determinar a conduta e o significado da vida humana. Esse desvio da Bíblia, da Palavra de Deus, outrora determinante dos valores da sociedade e que apresentava e ainda apresenta o ser humano como verdadeiramente ele é – criado à imagem e semelhança de Deus, portanto, possui algo de elevado e maravilhoso em si, mas ao mesmo tempo, caído em delitos e pecados, e assim, possuindo uma outra faceta de sombria decadência – isto deve ser altamente considerado por todos nós que procuramos respostas aos nossos males longe do poder, do amor e da sabedoria do Senhor.

Uma famosa cantora brasileira dizia em uma de suas canções: “Quero mais saúde/Me cansei de escutar opiniões/De como ter um mundo melhor”. As pessoas continuam de fato a querer mais saúde. Ela é um dom de Deus. Uma dádiva de nosso Criador. E Ele quer amplamente nos dar esta saúde a exemplo do significado pleno da saudação hebraica shalom. Mas não nos esqueçamos que, acima de tudo, o Senhor quer nos dar a SAÚDE ESPIRITUAL. Esta vem em primeiro lugar, ela é a base para que tenhamos saúde plena em nosso físico e em nosso emocional.

Não estejamos iludidos quanto ao que Jesus Cristo através de Sua obra redentora na cruz do Calvário pode fazer. A restauração plena de nossa relação com Deus Pai por meio d’Ele, Cristo. Somente assim teremos para nós a VERDADEIRA TERAPIA. E esta é a cura de nossa alienação de nosso Pai celestial que anseia restabelecer a comunhão conosco.

A graça de Deus por meio de Cristo quer fazer esta obra gloriosa em mim e em você. E por conseguinte, estender esta cura substancial ao todo da criação, afetada como o homem também pelo pecado (Rm 8.19-23).

Esta é de fato uma sociedade terapêutica. Procura ela de todas as formas e por todos os meios a cura das mazelas do ser humano. Existe algo de mal nisso? Não, pois a Bíbia diz que toda boa dádiva e todo dom perfeito vem do Senhor (Tg 1.17). A saúde é algo bom e nisto Deus tem prazer. Mas o homem erra quando: 1) Procura a cura por meios alheios ao poder de Deus, como no caso das operações mediúnicas ou simpatias e benzimentos, por exemplo; 2) Quando procura tão somente gozar de boa saúde à parte de um relacionamento com Deus por meio de Jesus Cristo. As terapias humanas, grande maioria delas, querem gerar um bem-estar às pessoas sem que com isso haja arrependimento, confissão de pecados e conversão Àquele que morreu na cruz para nos salvar. Esta morte e consequente ressurreição de Cristo é a terapêutica divina que tratamento algum humano pode se lhe comparar, por favor, leia Atos 4.12 e Hebreus 9.11-14,26-28.

Ouçamos todos a voz de Deus: “E disse: Se ouvires atento a voz do Senhor teu Deus, e fizeres o que é reto diante de seus olhos, e inclinares os teus ouvidos aos seus mandamentos, e guardares todos os seus estatutos, nenhuma das enfermidades porei sobre ti, que pus sobre o Egito; porque eu sou o Senhor que te sara” (Êx 15.26). Ou seja, temor ao Senhor, a condição sine qua non de saúde para todos. Iras, cobiças, invejas, rancores, ansiedades, culpas, tudo isto gera doenças no ser humano. Mas o Evangelho possui cura substancial para todos estes males. Esta cura não será jamais encontrada em alguma terapia de origem humana. Poderão algumas oferecer alguma espécie de alívio temporário. Mas a cura perfeita somente por Jesus Cristo e Sua obra consumada na cruz.

De agora em diante, pare e pense sobre tudo isso.

domingo, 27 de março de 2011

Preciso de uma igreja bíblica e de um pastor bíblico


Tenho a mais absoluta convicção de que uma igreja que realmente seja acolhedora, servidora, ministradora da graça de Deus às vidas que ali aportem, deveria ser sempre aquela onde os membros pudessem se conhecer mutuamente e conviver entre si de forma constante, onde o tamanho dela não ultrapassasse essa medida, onde o perseverar na doutrina dos apóstolos, na comunhão, no partir do pão e nas orações (At 2.42) fosse pleno, onde houvesse um só o coração e alma dos que cressem em Jesus, onde ninguém pudesse dizer que coisa alguma fosse sua própria, mas onde todas as coisas lhes fossem comuns, onde não houvesse necessitado algum, havendo bens fossem generosamente repartidos se porventura houvesse algum necessitado entre os irmãos (At 4.32-35).

Creio que uma igreja que assim vivesse e assim agisse nos dias de hoje seria revolucionária porque estaria dentro do ideal concebido no Novo Testamento. A primitiva igreja de Jerusalém era assim. Mas, alertamos que não queremos idealizá-la como a igreja perfeita, sem falhas. De forma alguma. Esta igreja ensimesmou-se e foi necessário que o Senhor permitisse de que ela fosse perseguida (At 8.1) a fim de que fielmente cumprisse o mandado do Senhor de pregar o Evangelho (Mt 28.19,20; Mc 16.15-18; At 1.8) em todos os lugares e a todos os povos.

Portanto, o que gostaríamos de ressaltar é a virtude que a igreja de Jerusalém possuía como vemos tão bem descrita por Lucas no livro de Atos. Diante do afã de pastores e ministérios por crescimento, por constituírem megaigrejas apenas destacando o crescimento numérico em detrimento da qualidade da comunhão, é que escrevo estas linhas para fomentar uma necessária reflexão.

Vemos hoje que muitos pastores se destacam não por exatamente pastorearem as almas, pelo cuidado intenso do rebanho, mas por serem gerentes, administradores, CEO's de suas organizações eclesiásticas. E acham que estão certos. Mantém a distância do rebanho e cercam-se de inúmeros auxiliares, terceirizando sem pudores a função pastoral e contentando-se em gerir o seu império. Quero dizer, embasado nas Escrituras, de que Jesus não os chamou para isto. O paradigma do chamado pastoral encontra-se na restauração de Pedro relatada no Evangelho de João 21.15-17, onde o Jesus ressurreto conclama a Pedro por três vezes para que pastoreasse Suas ovelhas. Pedro, que negara o Senhor três vezes, agora recebe este chamado triplo para ser pastor de almas. Jesus não chamou-o para que em Jerusalém alugasse uma sala e organizasse uma entidade evangelística ou eclesiástica, arrecadasse fundos para isso, nomeasse auxiliares para a tarefa e assim ele ficaria como o gestor deste negócio. Não. Seu chamado era para cuidar de vidas.

Na sua primeira epístola cap. 5 versos 2 e 3, é o próprio Pedro quem fala: "Apascentai o rebanho de Deus, que está entre vós, tendo cuidado dele, não por força, mas voluntariamente; nem por torpe ganância, mas de ânimo pronto; nem como tendo domínio sobre a herança de Deus, mas servindo de exemplo ao rebanho." Vemos desta maneira que o apóstolo seguiu exatamente o que havia sido ordenado por Jesus e tornou-se pastor, tendo ainda deixado, sob a orientação do Espírito Santo, conselhos para todos os que se ocupassem deste mister.

Uma igreja que seja pastoreada efetivamente, e não somente administrada, gerenciada ou chefiada será uma igreja neotestamentária de fato. Ela precisa ser assim, para não ser como determinadas igrejas ou pastores de nossos dias. Aqui e ali surge a igreja-empresa. Não mais se cultiva a mutualidade entre os irmãos, não se valoriza o convívio sincero onde se possa expressar o amor a outrem e promover sua edificação. A sensibilidade para com os necessitados é praticamente nula. O ativismo é grandemente valorizado, em detrimento muitas vezes da reflexão genuinamente bíblica e prática de oração. Os cultos se transformaram em shows, onde o que vale, o que realmente interessa é a performance dos músicos, a utilização exagerada de recursos de multimídia, a repetição de slogans ou bordões sem nenhum respaldo bíblico.

Acredito que uma igreja possa ser numericamente grande, muitos membros, muitos reais seguidores de Jesus Cristo e ser devidamente pastoreada. Onde hajam líderes devidamente preparados, que pastoreiem de fato assim como o pastor principal faz. Este por sua vez, apesar do tamanho de sua congregação, cultiva o salutar hábito da visitação pastoral. Pelo menos uma vez, ele deveria ter a hombridade de visitar os irmãos pessoalmente, não terceirizando esta prática, mas ele mesmo juntamente com sua esposa deverá visitar os crentes de sua igreja.

Um pastor que ama as ovelhas, tem de estar necessariamente com elas. É muito fácil hoje o pastor de uma grande igreja desculpar-se por causa do tamanho de sua comunidade e, acomodando-se, não dedicar-se a procurar conhecer o estado de suas ovelhas (Pv 27.23) e assim também não fortalece a fraca, não cura a doente, não torna a trazer a perdida e a desgarrada (Ez 34.4). Lógico que, além de visitar, ele tem de ensinar aos seus co-pastores, pela palavra e pelo exemplo, a fazerem o mesmo. É evidente que, sendo uma grande congregação, este encargo sagrado da visitação pastoral não poderá resumir-se ao pastor principal, mas, à semelhança dos auxiliares que Moisés constituiu a conselho de seu sogro Jetro (Êx 18), deverá este encargo ser delegado aos demais pastores e líderes reconhecidos da igreja. Mas o pastor-sênior deve fazer sua parte também e não terceirizar algo que é inerente ao seu chamado. Um pastor deve estar junto de suas ovelhas. Sempre.

Há uma evasão contínua de membros de determinadas igrejas, porque não recebem o devido cuidado pastoral. Porque os pastores-gestores de hoje criam uma lacuna enorme entre si e o rebanho. Porque a igreja assim não reproduzirá aquelas virtudes maravilhosas que lemos sobre a igreja de Jerusalém. Ora, se os pastores, que deveriam dar o principal exemplo, procedem dessa maneira, não dá para esperar grande coisa de uma igreja assim. Se tudo o que o pastor deseja é somente de que a igreja cresça numericamente e não coloca o seu coração direcionado ao rebanho, em pessoalmente alimentá-lo (quando falo em alimentar, não é somente com os sermões pregados aos domingos, mas, como disse, visitando as ovelhas, procurando estar com elas pessoalmente), enfim, se ele procede de forma contrária ao que o NT preconiza claramente, estará somente alimentando uma superestrutura e fomentando recursos para seu sustento pessoal, sua própria fama e poder, sua glória pessoal.

A igreja que vai fazer a diferença nas vidas das pessoas nos dias de hoje que antecedem ao breve retorno de Jesus, é aquela que realmente coloca em prática o ensino bíblico a respeito. Que despreza os modismos que afloram constantemente e que conspiram muitos destes contra a essência de uma comunidade que têm o sagrado encargo de restaurar vidas por meio do Evangelho da graça de Deus. Certamente há uma tensão entre o tradicional e o contemporâneo. É a questão da contextualização do Evangelho. Mas devemos nos lembrar que, o critério que Deus usará para aprovar ou desaprovar o trabalho de Sua igreja, é se o ministério exercido foi de acordo com Sua vontade ou contrário a ela, ou seja se bíblico ou não-bíblico. Essa é a medida correta de aferição.

Que a igreja nos dias de hoje não seja conformada com o mundo, mas conformada com o que ensina a Bíblia. O Evangelho é glorioso demais para resumir-se a preocupações numéricas, coisas essas que muitos pastores não escondem, ou seja, por todas as formas anseiam o crescimento de seu rebanho e adotam práticas que não possuem o devido respaldo bíblico. Pessoas são aceitas como membros em determinadas igrejas, por exemplo, são batizadas sem um necessário período probatório, para que se verificasse a firmeza da fé dos mesmos. A Ceia do Senhor também está sendo ministrada em determinadas comunidades para qualquer um, quando claramente o NT demonstra que a Ceia é somente para efetivos discípulos de Jesus, o que se está fazendo é a vulgarização destas duas ordenanças de Jesus, o batismo e a ceia, para que o apelo por uma igreja cheia, lotada de pessoas mas não de discípulos verdadeiros seja cada vez mais seja atendido.

Só para recordar, estas são as tendências recorrentes nos dias em que vivemos então: megaigrejas e ausência quase total de comunhão, líderes que são tudo, menos pastores. Sem generalizar, é o que temos presenciado. Onde estarão os pastores de Deus, que amam a Jesus e amam também as ovelhas? Onde estará a igreja acolhedora, restauradora, servidora, que vive e proclama verdadeiramente o Evangelho da graça de Deus em Cristo?

Plantar igrejas verdadeiramente bíblicas. Formar pastores realmente bíblicos. Este é o desafio.

Vamos pensar urgentemente sobre isso. Que Deus nos abençoe, amém.














quinta-feira, 17 de março de 2011

Felizmente Darwin nunca teve razão

A autoridade da ciência repousa inteiramente, com toda firmeza que for possível, no fundamento dos fatos empíricos. As teorias científicas devem estar ancoradas em experimentação comprovada. Ou seja, ciência é fato. As evidências colhidas pelo cientista devem ser objeto de experimentação e assim apoiar fortemente a teoria desenvolvida. Sendo assim, não poderemos jamais afirmar que o evolucionismo seja ciência. Na verdade consiste em uma cosmovisão. Um sistema, uma filosofia que procura explicar o todo da vida humana. Não é ciência de forma alguma. Darwin nunca conseguiu demonstrar que a vida se desenvolveu por meio de forças naturais não dirigidas e irracionais. Experiências levadas a efeito com reprodução e mutação têm mostrado cabalmente de que a premissa principal de Darwin, de que os seres vivos podem variar interminavelmente, é falsa do começo ao fim.

Este domínio do darwinismo sobre todo o espectro de nossa civilização deve-se a um compromisso previamente estipulado com o naturalismo. Não existe validade científica nos pressupostos darwinianos. O darwinismo é uma cosmovisão ou uma filosofia abrangente que está diametralmente oposta ao Cristianismo. Thomas Huxley, autodenominado o “buldogue de Darwin” pois lutou bravamente pela causa evolucionista, admitiu que nunca considerara de que a teoria darwiniana tivesse muito peso científico. Rejeitou o ensino bíblico sobre a criação e procurava desde então um substituto. Encontrou então todo o aparato darwiniano, uma teoria naturalista cientificamente falha, a qual não só adotou como lançou-se arduamente em sua defesa.

O darwinismo a partir do século 19 passou a ser aceito plenamente pelo establishment científico não tanto por suprir evidência científica em seu favor, mas por prover base lógica para o naturalismo. Em nossos dias, o geneticista Richard Lewontin da Universidade de Harvard, em artigo onde defende a superioridade da ciência sobre a religião ou o sobrenatural disse que na luta travada entre estas duas áreas, ele fica com a ciência em virtude de já possuir um compromisso prévio com o materialismo. Portanto, a hostilidade devotada à religião pelos cientistas, não se deve aos fatos, mas à filosofia materialista.

Nem sequer poderemos, diante disso, admitir as credenciais de alguém que, dizendo-se “cientista” nega taxativamente os fatos esmagadores a favor do relato bíblico sobre a Criação. A verdade de que Deus criou todas as coisas do nada (Hb 11.3). A verdade de que o homem é criação especial de Deus e de que há um abismo mui evidente entre os seres humanos e o restante da criação devido a esta criação especial. Quando a Bíblia em Gênesis 1.26 ressalta de que nós fomos criados à imagem e à semelhança de nosso Criador, deixa muitíssimo evidenciado o fato de que somos muito superiores aos demais seres criados pelo mesmo Senhor e Soberano Criador.

O grande teólogo do século 19 Charles Hodge, da Universidade de Princeton, escreveu um ensaio refutando o darwinismo. Ele disse: “A seleção natural é feita por leis naturais, operando sem intenção ou desígnio. Ora, a negação de projeto na natureza é, praticamente, a negação de Deus.” Hodge afirmou então de forma bem clara de que o darwinismo equivale ao ateísmo. E não poderia ser de outra maneira, pois o darwinismo pretende ser a alternativa contrária ao criacionismo bíblico. Bem declarado está na Bíblia de que Deus criou cada ser vivo para reproduzir-se segundo sua espécie (Gn 1.11,12,21,24,25). Darwin sugeriu de que mudanças haveriam de se acumular por milhares de anos até que um peixe se transformasse num anfíbio, um anfíbio num réptil e este por sua vez se tornasse um mamífero. Argumentam os darwinistas que a microevolução dentro dos tipos (exemplo, as várias raças de cães que existem) provaria a ocorrência da macroevolução (ou seja, a mudança de um réptil para um mamífero, por exemplo). Experimentos em laboratório e de reprodução controlada bem como a pesquisa de fósseis declaram de forma peremptória de que NÃO existe evidência científica que prove de que as espécies animais evoluíram de umas para outras no decorrer de milhares ou milhões de anos de evolução! Isto é uma completa fantasia, um mito. E um mito travestido de ciência, o que é pior.

O todo da criação demonstra evidentes sinais de desígnio e propósito. As recentes observações da ciência moderna não levam em direção ao evolucionismo ou darwinismo, mas sim em direção ao criacionismo bíblico. Geisler e Turek no excelente livro Não Tenho Fé Suficiente Para Ser Ateu (Editora Vida), declaram que o debate não está entre criação e evolução ou entre religião e ciência ou sobre a Bíblia contra a ciência, mas sim entre ciência boa e ciência ruim. Os autores afirmam ainda que ciência é uma busca sobre as causas. E que existem somente duas causas, a inteligente (divina) e a não-inteligente (natural).

Diante do que nossos sentidos contemplam nessa imensidão da criação de Deus, sobre a terra, nos mares ou no vastíssimo universo, poderíamos em sã consciência dizer que tudo isso surgiu por acaso, de que um encontro fortuito de elementos químicos ocorreu há bilhões de anos e assim surgiu o universo, depois o planeta Terra e ainda na sequência de milhões de anos, a vida como a conhecemos? Colson e Pearcey escrevem: “A ideia da criação não é mais tão somente uma questão de fé religiosa; é uma conclusão baseada na mais honesta leitura da evidência científica” (E Agora Como Viveremos, CPAD).

Charles Darwin não tinha razão. Seus pressupostos não se coadunam com o que é demonstrado ao pesquisador, ao cientista quando ele honestamente analisa as evidências por toda criação que indicam que há um Projetista, há um Regente, há um Criador por detrás de tudo. Somente o relato da Criação em Gênesis nos dá o fundamento seguro sobre o qual se edifica a verdadeira ciência. O relato da Criação diz quem somos, porque estamos aqui e como devemos efetivamente tratar-nos uns aos outros. O Cristianismo como uma cosmovisão completa, é realisticamente objetivo e satisfará plenamente a todo aquele que sinceramente procurar por respostas.

A razão está ao lado do Cristianismo. Felizmente, Darwin nunca teve razão. Seu sistema ou filosofia das origens é impessoal. É inteiramente guiado pelo acaso no que tange ao surgimento da vida. Não reserva espaço algum para o Senhor Deus, O qual, por meio de Jesus Cristo anseia entrar em um relacionamento vivo e pessoal conosco.

Pense nisso.

terça-feira, 15 de março de 2011

Japão: a onda de radiatividade é pior que a onda do tsunami

A perplexidade se abateu sobre o mundo inteiro nesta última semana devido ao terremoto de grande magnitude que abalou o Japão, mas principalmente pela devastação causada pelo maremoto – o tsunami – que ocorreu como consequência do sismo que teve seu epicentro a 24 km de profundidade no leito do Oceano Pacífico, próximo à costa japonesa.

As ondas do tsunami viajaram a 700 km por hora, equivalente à velocidade de um jato comercial, e chegando à costa diminuíram a velocidade mas produziram enormes ondas que alcançaram até 10 metros de altura. Várias cidades na costa ocidental norte do país foram atingidas com as águas chegando a até 12 km terra adentro. A destruição foi grande. Muitas pessoas morreram sem ter tido o tempo necessário para postarem-se em lugares mais elevados.

Entretanto, o abalo do terremoto produziu um outro efeito colateral além do tsunami que reputo como de piores consequências. Refiro-me à usina nuclear de Fukushima que sofreu explosões causadas pelo terremoto. Estas explosões produziram o risco de vazamento de radiação atômica que se de fato ocorrer, causará uma devastação na população muito maior do que a produzida pelo tsunami. Com o agravante de seus efeitos permanecerem por um longo período.

O Japão utiliza a fissão nuclear para produção de energia elétrica. Não produz carvão, petróleo e nem possui rios com potencial hidrelétrico. O país não possui espaço suficiente para instalar grandes painéis fotovoltaicos e assim captar energia solar em larga escala. Por isso, já em 1996, de toda a eletricidade produzida no país, 30% vinha da energia produzida por suas usinas nucleares em operação.

Sabe-se que dois terços da energia consumida no mundo são obtidas de fontes fósseis: carvão, petróleo e gás natural. Como não são fontes renováveis, embora novas reservas continuem a ser descobertas, é evidente que devemos entender que essas fontes estejam com seus dias contados. Grande parte da eletricidade mundial é gerada por usinas termelétricas a carvão que lançam dióxido de carbono, mercúrio e enxofre no ar. Altamente poluentes, portanto.

Os reatores de fissão nuclear produzem energia elétrica abundante e não emitem poluentes como as usinas termelétricas. Todavia, são questionados pela produção de resíduos radiativos, material este que exige depósitos especiais para serem estocados. E também, e é o que está ameaçando ocorrer após este último terremoto, está o perigo de vazamento radiativo das usinas. Todos conservam a sinistra lembrança do acidente ocorrido em Chernobyl na antiga União Soviética em 1986, quando o reator explodiu e um grande vazamento ocorreu, uma imensa nuvem radiativa contaminou pessoas, animais e o meio ambiente em uma área de grande extensão. Este vazamento teve 400 vezes mais radiação do que a bomba atômica lançada sobre Hiroshima em 1945.

Neste exato instante a usina de Fukushima corre o risco de liberar a letal radiatividade que pode matar muitas pessoas a curto, médio e longo prazo. A radiação provoca dois tipos de danos ao corpo humano: destruição das células com o calor e a ionização e fragmentação das células. O calor emitido pela radiação é muito mais forte do que a exposição prolongada ao sol queimando assim muito mais intensamente a pele. Esta fica totalmente danificada pois as células não resistem ao calor emitido pela reação. O outro efeito, a ionização e fragmentação celular originam problemas de mutação genética durante a gestação de fetos que nascem de forma prematura ou que nascem após os nove meses com graves problemas de má formação.

Por isso é que não se pode comparar a destruição promovida pelas ondas do mar, pelo tsunami, com a destruição muito mais letal das ondas de radiatividade. Esta é levada pelos ventos e espalha-se por regiões povoadas. Também, a exemplo do que ocorreu em Chernobyl, animais e o meio ambiente no Japão ficarão completamente afetados pela nuvem radiativa.

Este é portanto, amigos, em rápidas palavras, o quadro que se está desenhando hoje. Se as autoridades japonesas não puderem conter o vazamento radiativo, causará uma enorme mortandade na população. O Japão já está estigmatizado como o único país do mundo até o presente momento a sofrer um ataque nuclear, na verdade dois ataques, Hiroshima e Nagasaki, cidades que foram atingidas pelas bombas atômicas lançadas em 1945, forçando assim sua rendição diante dos Estados Unidos e seus aliados.

Jesus disse assim em relação aos tempos que antecederiam seu retorno: “E haverá em vários lugares grandes terremotos, e fomes e pestilências; haverá também coisas espantosas, e grandes sinais do céu” (Lc 21.11). Cremos que esta palavra abrange precisamente o que está acontecendo hoje no mundo e particularmente o que ocorre no Japão, ou seja, terremotos e coisas espantosas e grandes sinais do céu, pois a radiação nuclear precisamente poderá se abater sobre as pessoas através dos ares, levada pelos ventos.

Sabemos que a Palavra de Deus cumpre-se a cada dia diante de nossos olhos. Que esta tragédia que se abateu sobre o povo japonês possa levá-los para mais perto do Senhor. Uma ínfima parcela da grandiosa população japonesa constitui-se de cristãos. A maioria da população nipônica é de budistas ou shintoístas. É alto o índice de suicídios neste país, muitos não suportam as exigências oriundas de uma cultura que hipervaloriza o ganho material, a posição de destaque na sociedade e para isso entregam-se a muitas horas de estudos e a jornadas de trabalho extenuantes. São secularizados, prósperos e muitos acham que Deus é irrelevante em suas vidas.

Creio que muitos dentre os japoneses ainda haverão de conhecer o Deus vivo, aquele que criou a terra, o céu, o mar e tudo o que há neles e que detém o controle absoluto sobre os elementos do clima. O Senhor tem propósitos superiores para todos os povos do mundo e certamente Ele está trabalhando para trazer o povo japonês para junto de Si.

Oremos pelo país do sol nascente e possamos pensar e meditar muito bem sobre tudo o que está acontecendo.

sexta-feira, 11 de março de 2011

A internet e sua utilidade diabólica nos tempos do fim

A força da internet está na descentralização: milhões de computadores em todo os lugares do mundo armazenando todo o conteúdo da rede, a chamada computação em nuvem. Significa que as informações que circulam na web como por exemplo fotos no Flickr, mensagens do Gmail, citando apenas dois grandes exemplos, ficam guardadas em computadores-servidores em lugares ao redor do mundo com milhares dessas máquinas que armazenam o que antes estaria no disco rígido do usuário.

Projeções sombrias de ataques virtuais de hackers, ou mesmo de terroristas reais às centrais de servidores do Google, por exemplo, causariam um inimaginável caos. Faça um assustador exercício de imaginação se de uma hora para outra, hackers conseguissem introduzir um vírus extremamente poderoso na rede e de difícil detecção, que fosse praticamente indestrutível. Como sabemos, em poucas horas, se não for detectado e neutralizado, poderá infectar milhares ou até milhões de máquinas. Tanto podem os hackers criar programas para causar uma situação caótica na rede, como pode ser um vírus que destrua, que apague de forma definitiva todas as informações que você e eu possamos ter nos servidores do Google ou quem sabe até o que está em nosso próprio hd.

Sendo o caso de um ataque terrorista, deverão estes descobrir onde se situam as instalações dos servidores ao redor do mundo e cometer uma ação direta, não virtual, mas sim, física. Todavia, teriam de ter uma logística muito bem elaborada pois as instalações que guardam os computadores-servidores são incontáveis, além se estarem em lugares anônimos e bem vigiados.

Voltemos então ao provável ataque dos hackers. Esta seria a alternativa mais adequada, e porque não dizer, a mais letal. Será mesmo? Em post que publiquei em 15/08/09 O Google e o controle total http://observateologia.blogspot.com/2009/08/o-google-e-o-controle-total.html argumentei sobre a questão das informações que constam nos servidores do Google caírem em mãos erradas. Essa alternativa consiste em maior potencial de letalidade para os seres humanos do que qualquer outra. Além do que, a palavra profética na Bíblia declara sobre os acontecimentos finais neste mundo e a ascenção da besta do Apocalipse, o Anticristo (Ap 13). Por causa desta palavra profética e do anseio de Satanás, por meio da besta de obter domínio total da humanidade, não faz sentido pensar em um evento catastrófico onde hackers conseguirão por meio de programas maléficos destruir informações ou tornar caóticas as operações na web. Acredito que a rede mundial de computadores será ainda mais aperfeiçoada em seu uso e muito eficiente em sua segurança contra estes elementos nocivos.

Que governo não gostaria de ter o poder absoluto em suas mãos? O poder de vida e morte sobre todos os cidadãos? Cremos de acordo com a Palavra de Deus de que no tempo certo, o Anticristo controlará a rede mundial de computadores. Ele terá um poder concentrado em suas mãos porque todas as informações constantes na internet sobre qualquer usuário (e até mesmo de quem não é um internauta típico) estarão à sua disposição. O domíno e a tirania do governo mundial anticristão serão uma cruel realidade e sem dúvida alguma a world wide web será uma de suas principais ferramentas para este sinistro propósito. De fato, ele terá o domínio dos habitantes da terra (Ap 13.8) que o adorarão e serão submetidos ao seu cruel e satânico governo.

A internet foi feita para sobreviver aos efeitos de uma provável guerra nuclear entre as duas grandes superpotências do final dos anos 60, os Estados Unidos e a antiga União Soviética. Caso a URSS atacasse os pontos vitais dos EUA como o Pentágono e a Casa Branca por exemplo, continuaria a rede de computadores do governo a funcionar normalmente pois as máquinas que controlavam o arsenal americano estariam espalhadas pelo país inteiro e se somente a capital, Washington, fosse alvo de um ataque nuclear russo, o sistema continuaria a funcionar e os EUA poderiam retaliar o ataque de seus inimigos com eficiência. Os russos não poderiam destruir a rede americana pois esta consistia de centenas de estações de comando. Uma tarefa impossível.

Após esta época, a rede ganhou o mundo e continuou a desfrutar de um status de indestrutível. Não existe um dono da internet no mundo. Não existe um país ou governo que comande a web. Cada computador que há no planeta tem acesso à rede toda e o conteúdo desta rede está espalhado por milhões de máquinas no mundo todo. Assim como era no sistema original norte-americano que lhe deu origem.

Mas esta ferramenta formidável, este arsenal de informações privilegiadas, cairá nas mãos do homem do pecado, do iníquo (2Ts 2.3,8). Realmente, as pessoas que estarão sobre a face da terra nesta época, não poderão escapar aos olhos vigilantes e impiedosos do Anticristo, porque não só pela web mas utilizando toda a tecnologia disponível, ele logrará sucesso em dominar a tudo e a todos.

Isto não é enredo de filme de ficção científica. É a pura verdade da Palavra de Deus. Atingirá a todos no mundo inteiro. As pessoas se iludirão sobre o caráter do Anticristo, que a princípio apresentar-se-á como aquele que trará a solução de todos os problemas mundiais. Mas ao mesmo tempo, ele estará estendendo seus tentáculos mortíferos para escravizar as pessoas e levá-las a adorá-lo como ao próprio Senhor Deus, que aliás será escarnecido, zombado e desacreditado como nunca antes (Dn 7.25; 11.36). Encobertamente a princípio mas de forma totalmente escancarada na parte final de seu governo (3 anos e meio ou 42 meses, Ap 13.5, também, Dn 7.25b: “um tempo, e tempos, e a metade de um tempo”), ele revelará sua verdadeira e grotesca face. Será um tempo de horror sobre todos os que habitarão sobre a terra.

Esta é uma palavra de reflexão, para todos nós que somos usuários da world wide web.

Pense nisso……

quarta-feira, 9 de março de 2011

E tudo volta ao normal....será mesmo?


Está terminando o período de folia. Os ganhadores dos desfiles de escolas de samba estarão sendo divulgados. A enorme quantidade de lixo produzida estará sendo trabalhada pelos garis. As pessoas, amantes dos festejos de Momo, começarão a despertar do anestesiamento coletivo desses vários dias e em diversas regiões de nosso país. Até mesmo o Congresso Nacional, quem diria, voltará à regularidade de suas sessões. Para muitos, o ano de 2011 começará a partir de agora. Espera-se a "normalidade" em nosso cotidiano com todos nós "correndo atrás" do sustento de cada dia.

Mas, será que tudo realmente volta ao normal mesmo? Porventura deixarão de existir as mazelas as quais todos os dias vemos de forma vergonhosa, por exemplo, na área da saúde com filas enormes nos atendimentos hospitalares, com ausência de médicos especialistas, acaso deixarão de existir os problemas de violência em nossas cidades, os furtos, arrombamentos, latrocínios, sequestros, extorsões, tráfico de drogas? A corrupção policial haverá de ter sido sanada, não haverão mais policiais corruptos que se configuram, por causa de sua posição diante da sociedade, como bandidos de pior espécie do aqueles dos quais aceitam o suborno?

Será que nossas estradas em todo o país serão rodovias de primeira qualidade como nos países desenvolvidos? A buraqueira, a má conservação e a sinalização deficiente deixarão de existir? Motoristas irresponsáveis, bêbados, imprudentes, maus condutores, não existirão mais? Poderemos enfim ter a felicidade de dizer que passou um final de semana, por exemplo, sem o registro de acidentes pelos motivos apresentados acima?

As obras necessárias em nossas cidades para conter o flagelo das enchentes, já terão sido efetivamente completadas? Teremos cidades praticamente "à prova" de enchentes e deslizamentos em virtude de obras eficientes de engenharia levadas a efeito? Os moradores de áreas de risco já estarão de posse de novas e funcionais moradias, deixando para trás os perigos de morarem em tais regiões?

Nossa distribuição de renda, estará enfim sendo feita de maneira equânime? O abismo entre os mais pobres e os mais ricos terá sido soterrado enfim? Os empregos para todos e bem remunerados, proporcionando condições satisfatórias de vida e desenvolvimento de uma família estarão disponíveis? Todos terão acesso irrestrito aos cursos técnicos e superiores, sem temerem o pagamento de mensalidades absurdas?

Infelizmente não podemos nos deixar enredar por utopias. Sim, utopias porque a complexidade dos problemas que nos atingem e eu descrevi apenas alguns, é profunda e para muitos não há soluções de curto prazo. Estão de tal forma amalgamados em nosso viver que parece realmente de que já nos acostumamos com muitos deles. O brasileiro na época do Carnaval abdica da crueza dessa realidade que o circunda e entrega-se à folia para fazer sossegar muitas vezes o desânimo ou angústia que lhe preenche as entranhas ou muitas vezes o puro desespero diante de situações que se lhe configuram insolúveis.

É por isso que o Evangelho é maravilhoso. Maravilhoso porque na própria definição do termo grego euangelion "boas-novas" podemos nos apegar com firmeza. Porque estas boas novas, boas notícias, notícias alvissareiras, comunicam a magnitude de Deus em nos procurar em nossa condição de pecadores propondo reconciliação conosco. Isto se deu historicamente com a morte, sepultamento e ressurreição de Jesus Cristo (1 Co 15.3,4). Olhando ao redor de si, o ser humano não encontrará nada que possa retirá-lo dessa condição desesperadora de pecador. Todavia, ao olhar para o Calvário, ali encontrará a salvação de sua presente condição neste mundo, ali na cruz encontrará o alento e a verdadeira alegria em meio às cruezas desta vida, coisas estas que a festa do Rei Momo concede ilusoriamente por alguns dias. Passados os efeitos da folia, muitas vezes, a pessoa encontrar-se-á em uma condição de alma pior do que antes.

Gosto por demais desta passagem do profeta Isaías: "E os resgatados do Senhor voltarão; e virão a Sião com júbilo, e alegria eterna haverá sobre as suas cabeças; gozo e alegria alcançarão, e deles fugirá a tristeza e o gemido" (35.10). Esta passagem fala de uma alegria que nunca passará. Fala de uma alegria perene. Após a alegria haver alcançado aqueles bem-aventurados, a tristeza e o gemido não mais conseguirão alcançá-los. Ora, isto é muito glorioso. Porque, quem pode dizer que nesta vida nunca tenha tido momentos de tristeza, de choro ou de dor?

Mas aqueles que entregam suas vidas a Jesus Cristo poderão alcançar este estado de bem aventurança. Ainda nesta vida, terão alegria, terão paz, terão descanso de alma, mesmo em meio às intempéries que lhe possam acometer. E no porvir, tudo que receberam nesta vida como antecipação, receberão de forma permanente. A vida eterna, este é o ápice da mensagem do Evangelho.

Se você está aí remoendo a desesperança após o término da folia momesca, aceite o convite que Deus lhe faz por meio do Evangelho. Tenha certeza que a alegria fátua que você obteve nestes curtos dias não se poderá nunca comparar com o que o Senhor reservou para você.

Por favor, pense nisso!


segunda-feira, 7 de março de 2011

A Líbia do petróleo e de Muammar Khadafi


A Líbia é a bola da vez nos noticiários sobre as revoltas no mundo árabe. Governada (!) desde 1 de setembro de 1969 pelo escroque Muammar al-Khadafi, é uma grande produtora de petróleo sendo que este produto representa 95% das exportações do país. O seu território têm o tamanho equivalente ao estado do Amazonas, 93% desértico e possui uma população de 6,4 milhões de pessoas, a maioria concentrando-se na orla do Mediterrâneo.

Com uma história antiga de ocupação de seu território por vários povos principalmente de origem árabe, a Líbia recebeu o seu nome de colonos gregos no segundo século antes de Cristo. Independente desde 1951, o país foi governado pelo rei Idris I, até ser deposto pelo coronel Muammar Khadafi.

Assumindo o poder, torna-se um ditador com poderes absolutos. Instalado no poder declara ilegais as bebidas alcoólicas e os jogos de azar. Ordena a retirada de americanos e ingleses de bases militares, expulsa os judeus e faz com que as mulheres participem de forma decisiva na sociedade. Manda fechar danceterias, bordéis e bares instalados pelos americanos e faz com que toda a Líbia respeite os preceitos morais do Islã. Também proíbe a exportação de petróleo para os Estados Unidos e confisca propriedades internacionais.

O que realmente lançou o nome de Muammar Khadafi entre os governantes internacionais de má reputação, a partir dos anos 70 foi seu apoio tácito a grupos terroristas. Teve ligação direta contra o atentado aos atletas de Israel em Munique durante os Jogos Olímpicos de 1972. Khadafi patrocinou e deu cobertura ao grupo terrorista conhecido como Setembro Negro. Também em 1988 cometeu outra sandice ao patrocinar os terroristas que explodiram um avião de passageiros em Lockerbie na Escócia onde foram mortas 270 pessoas.

Portanto, a figura em destaque é realmente um criminoso internacional dentre os piores que já existiram. Com o dinheiro do petróleo, financiou golpes de estado em outros países africanos e também atentados terroristas além do atentado de Lockerbie. Este currículo de Khadafi contribui para que ele seja persona non grata em muitos países. Com a revolução dos povos acontecendo no mundo árabe, era de se esperar que o povo líbio também aproveitasse a ocasião para apear o tirano de seu poder. Vaidoso, usa várias túnicas multicoloridas e exibe uniformes militares cheios de medalhas com que se auto condecorou. Sujeito excêntrico, que se rodeia de mulheres em sua guarda pessoal e também nutre preferência por enfermeiras de origem ucraniana.

Agora ele sofre com a oposição que já está dominando a região leste do território líbio. Khadafi argumenta que isto é obra da Al Qaeda que está se aproveitando da situação reinante na Tunísia e no Egito. Afirmou que eles, os líbios, participaram na luta contra o terrorismo. Todavia, a comunidade internacional e principalmente o povo líbio, sabe muito bem qual o caráter deste tirano que utilizou-se de mercenários para que atirassem contra os revoltosos, ou seja, seu próprio povo. Isto é bem característico de todos os tiranos e ditadores que não medem esforços e nem usam de escrúpulos para perpetuarem-se no poder a qualquer custo.

De certa forma pode-se dizer que Muammar Khadafi procurou amenizar as opiniões contrárias do mundo e principalmente do EUA contra seu regime ao aceitar receber prisioneiros da CIA para interrogatório ou fornecendo pistas sobre grupos islâmicos no norte da África. De certa forma Khadafi fala a verdade sobre as ações da Al Qaeda porque as forças americanas no Iraque descobriram em 2007 um esconderijo da rede terrorista onde encontraram documentos com dados sobre militantes recrutados entre os líbios.

Mas a história mostra que todos os ditadores e exploradores de seu próprio povo serão objeto em uma hora ou outra da fúria dos cidadãos ou de seus aliados. Com Khadafi já está ocorrendo isso, inclusive há muitos desertores em suas forças armadas. Este contigente engrossa cada vez mais os opositores que lutam para que o ditador líbio seja efetivamente derrubado.

E quanto à presença do Cristianismo entre o povo líbio? O Evangelho possui raízes antigas no território líbio. Todavia a evangelização inicial ali careceu de maior força e profundidade e juntamente com o cisma donatista, permitiu infelizmente o avanço islâmico no século VII. Hoje, por ser um regime islâmico e ditatorial, os cristãos ali existentes estavam contados a maioria entre os estrangeiros que ali trabalhavam e que agora com a guerra civil reinante, estão se retirando do país. Não é permitida a pregação do Evangelho bem como nenhuma forma de trabalho missionário. O povo líbio consta como um dos povos não-alcançados pela mensagem cristã.

Como mencionei em relação à situação no Egito em postagem anterior http://observateologia.blogspot.com/2011/02/o-que-esta-acontecendo-no- egito.html da mesma maneira creio que a crise que atinge a nação líbia é permitida por Deus a fim de que aberturas para a pregação da fé cristã ocorram de alguma forma. A mobilização de igrejas, missionários ou de agências missionárias nesta hora crucial é deveras importante.

O povo líbio à semelhança do egípcio também clama pela libertação do jugo opressor do tirano. Mas acima de tudo, a verdadeira libertação é do jugo de opressão do tirano espiritual, Satanás, que os mantém presos às falsas esperanças do Islamismo. Deus ama os líbios e deseja alcançá-los com Seu inigualável amor. A Igreja de Cristo precisa mobilizar-se e estar atenta ao que acontecerá no país.

Desde já oremos pela situação do país e pelo envio de missionários, que haja um movimento favorável quanto a isso. Oremos para que muitos dentre os que estarão revestidos de autoridade no provável novo governo líbio que surgirá, sejam alcançados com as boas-novas do Evangelho genuíno de Cristo.

Que todos nós que consideramos a Grande Comissão de Jesus Cristo pensemos sobre isso.

sexta-feira, 4 de março de 2011

A Igreja em sua missão profética


Entendemos pelas páginas do NT de que a Igreja de Jesus Cristo sobre a terra está imbuída de uma missão. Esta missão refere-se ao anúncio do Evangelho em sua plenitude. A Grande Comissão conforme preconiza Cristo (Mt 28; Mc 16; At 1.8) requer esforço e consciência de que o que se está fazendo nada mais é que uma missão de caráter profético.

Qualquer cristão individualmente, ou incluso em uma comunidade cristã, exerce esta missão profética pelo poder do Espírito Santo (At 8.25-40; 13.1-3). A proclamação das boas-novas sinaliza firmemente para a humanidade de que Deus em Cristo está reconciliando com Si mesmo o mundo (2 Co 5.19). Somos os embaixadores do Senhor Jesus (2 Co 5.20) de tal forma que representamos sim, neste mundo, os interesses de um Reino que jamais passará (Dn 7.14). Profeticamente, a comunidade dos seguidores de Jesus Cristo em todo o mundo marca presença de forma insofismável e inconfundível, sinalizando o Reino de Deus entre os homens.

É nosso dever contínuo viver nesta dimensão profética a fim de que muitos possam conhecer a Jesus. Ele mesmo disse, como encontramos magistralmente registrado no Evangelho de João de que é o caminho, a verdade e a vida (14.6). Disse igualmente que Ele é o pão da vida (6.35), a luz do mundo (8.12). Disse também de que Ele é a porta das ovelhas e de que é o bom Pastor (10.7-9;14) e finalmente, de que Ele é a ressurreição e a vida (11.25).

Portanto, nada menos do que isso temos na Pessoa bendita de nosso Salvador. Quando a Igreja anuncia-Lhe de forma correta e integral, o Nome de Deus é glorificado e Lhe agradamos pela disposição, pela voluntariedade e pelo amor em Lhe proclamar. A missão da Igreja no mundo de fato adquire um caráter profético, porque ela anuncia a mensagem de seu Senhor de forma integral e incorrupta. Infelizmente, muitos dos que se dizem cristãos, muitas comunidades que levam sobre si este Nome, anunciam de forma parcializada ou deformada o Evangelho. Não cumprem um ministério profético como deveria ser. Mas ainda assim, devemos levar em apreço as palavras do apóstolo Paulo, escrevendo ao crentes em Filipos, onde ele menciona os que anunciavam a Cristo por inveja e discórdia, no intuito de aumentar o sofrimento de Paulo, posto que encontrava-se preso. Para Paulo, o que importava era que o Nome de Cristo estava sendo pregado, muito embora alguns o fizessem com motivações outras que não fosse o legítimo amor ao Evangelho (Fp 1.15-18).

Mas a marca da verdadeira igreja, da verdadeira comunidade dos seguidores de Cristo Jesus é justamente a anunciação plena e profética da mensagem e dos conteúdos do Evangelho. A Igreja não está posta no mundo para envolver-se em conchavos políticos. A Igreja não foi constituída para envolver-se em causas outras, sejam de que espécie for a não ser pela causa única e singular do Evangelho. Se a Igreja envolver-se com outras coisas, ela perderá seu chamado profético. Se os cristãos de per si quiserem outros envolvimentos de forma prioritária neste mundo presente, deixarão de ser sal e luz no mundo como Jesus disse que todos seriam (Mt 5.13-16).

A Igreja em sua missão profética. Tema para estudarmos inúmeras vezes. Tema para nos levar a uma práxis que verdadeiramente demonstre a presença do Reino de Deus entre os homens (Lc 17.21).

Cremos firmemente de que se o Evangelho for anunciado com um caráter eminentemente profético, sinalizando verdadeiramente de que Deus tornou-se homem em Cristo e de que este morreu pelos nossos pecados, foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia (1 Co 15.3,4) tudo isto segundo as Escrituras, muitos haverão de conhecer ao Senhor Jesus pela forma adequada da proclamação feita. Considera-se também o caráter profético da missão da Igreja de Cristo por causa da natureza da contracultura cristã. A ética do Reino de Deus em franca oposição à ética secular.

No AT o profeta era a pessoa devidamente vocacionada e autorizada por Deus para falar por Deus e em lugar de Deus. Sua função singular era de proclamar os oráculos divinos. Quem poderia ser profeta? Qualquer pessoa, desde que tivesse uma chamada divina específica. Por isso indagamos: Acaso não é exatamente assim que Deus determinou que a Igreja procedesse? Não está a Igreja do Senhor vocacionada e autorizada para falar os oráculos divinos? Porventura não possui a Igreja de Jesus Cristo uma chamada específica para ser a única e definitiva porta-voz do Senhor neste mundo?

É tempo de pensarmos nisto.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

O planeta Terra, o homem e o Soberano Deus


Salmo 104.24: "Ó Senhor, quão variadas são as tuas obras! Todas as coisas fizeste com sabedoria; cheia está a terra das tuas riquezas."

Admiro-me profundamente com a variedade e com a beleza da criação de Deus. Desde uma pequenina formiga (como exemplo de uma criatura que podemos ver a olho nu, sem mencionar os inumeráveis seres microscópicos existentes) até as estrelas que podemos ver no céu noturno (de novo, sem mencionar aqueles astros que não podemos ver e que estão a distâncias inimagináveis), fico maravilhado com toda esta riqueza e pluralidade. Não há, decididamente, monotonia naquilo que o Senhor criou. Também não há caos, desordem, mas harmonia, equilíbrio e desígnio evidentes.

Que dizer então sobre este assunto palpitante de nossos dias, a degradação da natureza, obra de Deus, pelo homem? Conseguiria o ser humano, que foi designado gerente, administrador, mordomo da criação de Deus (Gn 1.28; 2.15,19,20) destruir aquilo que não é seu, que declaradamente não lhe pertence (Sl 103.19)?

A sociedade tecnocrática em que vivemos já extinguiu muitos recursos do planeta para a produção de bens de consumo. Igualmente, o meio-ambiente continua a ser degradado pelos resíduos dos processos industriais ou de geração de energia. Mas continuo a indagar se o homem, deixado por si mesmo, neste ritmo atual de sua vivência no planeta, conseguiria destruir aquilo que Deus de forma tão linda, poderosa e gloriosa criou?

O discurso sobre o aquecimento global é um exemplo ímpar do que estamos tratando. Somos bombardeados diariamente com a informação de que a Terra está ficando mais quente por causa das ações levadas a cabo pela humanidade, principalmente a partir da Revolução Industrial no século 18. Será mesmo verdade que o planeta está ficando mais quente por causa das atividades humanas? A Bíblia deixa bem evidente de que o Senhor criou o mundo e tudo o que nele há e exerce domínio e controle sobre tudo. O Salmo 104.5 diz: "Lançou os fundamentos da terra; ela não vacilará em tempo algum." O comentário da Bíblia de Genebra sobre esta passagem, assim diz: "O mundo é estável e bem ordenado, e não caótico. Deus o criou assim, e o controle permanente que ele tem dele é um consolo para os que reconhecem isso."

Eu creio firmemente na sustentação e no ordenamento de Deus sobre o todo de Sua obra criada. Encontro sérias dificuldades para crer de que o homem poderá finalmente extinguir todos os recursos ou a vida mesmo do planeta Terra.

Francis Schaeffer escreveu um livro intitulado Poluição e Morte do Homem (JUERP) e denuncia que é fato a exploração da natureza feita de forma abusiva pelo homem. E de que essa exploração tem motivos egoístas e arrogantes. Schaeffer ensina que o homem vê a natureza criada por Deus como algo sem valor e sem direitos. E se o homem fala de proteger o equilíbrio ecológico da natureza, o faz baseado em um aspecto puramente prático para ele, não porque a natureza seja vista como tendo algum valor real em si mesma.

Assim, o homem pecador não reconhece a bondade e a providência do Senhor em ter criado tudo e em sustentar tudo visando em primeiro lugar Sua própria glória, mas também visando o bem do homem em sua vida terrena, objetivando uma vida sustentável sobre a superfície deste planeta.

Nesta linha de pensamento, queremos declarar altissonantemente a verdade da soberania de Deus sobre o todo de Sua criação. Leiamos o que está escrito em Isaías: "Porventura não sabeis? Porventura não ouvis, ou desde o princípio não se vos notificou, ou não atentaste para os fundamentos da terra? Ele é o que está assentado sobre o círculo da terra, cujos moradores são para ele como gafanhotos; é ele que estende os céus como cortina, e os desenrola como tenda, para neles habitar." "Assim diz o Senhor, o Santo de Israel, aquele que o formou: Perguntai-me as coisas futuras; demandai-me acerca de meus filhos, e acerca da obra de minhas mãos. Eu fiz a terra, e criei nela o homem; eu o fiz; as minhas mãos estenderam os céus, e a todos os seus exércitos dei as minhas ordens." (40.21,22; 45.11,12).

Aqui está a certeza plena pela Palavra eterna do Deus que não pode mentir, de que Ele criou a tudo e a tudo sustenta. De que Ele criou a tudo e a tudo dispõe como bem Lhe apraz. Não há verdade naqueles que dizem, naqueles que apregoam uma retórica de que o homem finalmente destruirá o planeta, de que as geleiras dos pólos totalmente se derreterão, de que as florestas se converterão em desertos áridos, os que assim falam se esquecem ou ignoram Aquele que detém n'Ele mesmo todo o poder no universo.

É certo de que algumas espécies animais já foram extintas pelo homem, (por exemplo, o tigre-da-Tasmânia, um carnívoro parecido com um cachorro, na Austrália) e também vastas extensões de florestas, podemos citar a Mata Atlântica no Brasil, com uma grande biodiversidade e que se estendia de forma abundante de norte a sul da região litorânea do país, mas que hoje está com uma área reduzidíssima justamente devido à ação predatória do homem. A água, uma das maiores dádivas do Senhor para a vida humana no planeta, está sendo constantemente poluída pelos dejetos químicos e pelos esgotos sem tratamento lançados diariamente nos rios e lagos ao redor do mundo.

Apesar disso tudo e muito mais, afirmarmos que o homem destruirá a vida na Terra, reiteramos, é tolice. Óbvio que o meio ambiente se ressente pelo que já tem sido feito pela mão do homem. Mas declarar que o homem, mero mordomo, destruirá a propriedade e os bens do Senhor absoluto de tudo o que existe, é desconhecer por completo o caráter de Deus.

Jesus disse em uma parábola em Marcos 12 para os principais dos sacerdotes, escribas e anciãos sobre os agricultores maus, em que um proprietário plantou uma vinha, fez uma cerca ao redor dela, cavou um tanque para espremer as uvas e construiu uma torre. Após isso, arrendou-a a alguns agricultores e saiu de viagem. No tempo propício, mandou um servo aos agricultores para receber deles do fruto da vinha. Os agricultores espancaram o referido servo e o mandaram embora de mãos vazias. O proprietário novamente lhes mandou outro servo e fizeram a este a mesma coisa. Enviado outro, a este os agricultores mataram. Outros ainda foram enviados, alguns foram espancados e outros foram mortos. Então, o proprietário resolve mandar-lhes seu filho amado, dizendo: respeitarão a meu filho. Mas os agricultores ao vê-lo, disseram: Este é o herdeiro, vamos matá-lo e a herança será nossa. Ato contínuo, o agarraram, mataram e o lançaram para fora da vinha. Jesus finaliza dizendo: "Portanto, o que o senhor da vinha fará? Irá e matará os agricultores; e dará a vinha a outros" (Mc 12.9 - Almeida Séc. 21).

É sob esta palavra que vejo a situação do ser humano que usufrui da vinha (o planeta Terra), que por causa do pecado, destrói e faz mal uso da beleza e da criação de Deus, que egoisticamente distribui mal os recursos, que não compartilha a terra para todos, terra esta que muito pode produzir e matar a fome de tantos e tantos. Que dilapida os recursos existentes de forma irracional, predatória. A nação de Israel antes do exílio em Babilônia, pecava constantemente contra o Senhor e este lhe enviou seus servos (os profetas) para alertar-lhes sobre a vida rebelde que viviam, alguns foram escarnecidos, outros espancados e mortos. Até que o próprio filho do proprietário (Jesus Cristo) foi enviado e este também foi espancando, escarnecido e morto.

Agora, na consumação dos tempos, aguardamos o retorno do Senhor, na Pessoa bendita de Seu Filho para consumar Sua justa ira e vingança contra os agricultores (a raça humana pecadora e desobediente ao Evangelho). O discurso dos ecologistas da Nova Era de que a Terra é um organismo vivo e que toda a vida deve ser preservada, é feito sob a égide do panteísmo hindu e budista. Não é um discurso feito segundo a Palavra de Deus que apregoa claramente de que a causa da ruína dos bens e recursos do planeta se dá por causa do fato do homem ser um rebelde contra o seu Criador. E com isso tem destruído e poluído o ambiente e principalmente prejudicado ao seu próximo. A pobreza e desgraça de muitos seres humanos hoje em dia no mundo está interligada com o mau uso dos recursos abundantes que Deus deu ao homem, mas que a ganância faz com que alguns poucos se privilegiem enquanto outros muitos ficam à margem do que Deus gratuitamente concede a todos sem distinção.

Sabemos pela mesma Palavra de Deus, de que a Terra e as obras que nela há, estão reservadas para o fogo: "Mas o dia do Senhor virá como o ladrão de noite; no qual os céus passarão com grande estrondo, e os elementos, ardendo, se desfarão, e a terra, e as obras que nela há, se queimarão" (1Pe 3.10). Ou seja, Deus mesmo é quem iniciará este processo, porque haverá uma renovação: "Mas nós, segundo a sua promessa, aguardamos novos céus e nova terra, em que habita a justiça" (1Pe 3.13). A preservação e administração dos bens e recursos do planeta é ordem divina porque o homem é um mordomo, Deus o estabeleceu sobre o todo da criação para gerenciar. Agora, o mesmo Deus, Senhor de tudo que há, pode e certamente fará, a renovação desta terra e desta criação amaldiçoados pelo pecado humano.

Glorifiquemos pois Aquele que tudo criou como bem lhe aprouve e que nos constitui mordomos de toda a obra criada. O homem deve ser humilde porque nada é seu. Nada lhe pertence. A ele cabe administrar visando o bem de seus semelhantes e a inteligente utilização dos recursos naturais. Ao mesmo tempo, sabemos que tudo está numa categoria provisória, pois conforme lemos, o Senhor irá renovar tudo a seu tempo. A glória desta segunda criação será com certeza maior do que a primeira, antes da Queda do homem no pecado, porque estaremos todos, que fomos salvos por Jesus Cristo, habitando para sempre com Ele num eterno e perfeito estado e com um planeta restaurado ao seu estado paradisíaco, idílico e eterno.

Pense nisso.