segunda-feira, 7 de março de 2011

A Líbia do petróleo e de Muammar Khadafi


A Líbia é a bola da vez nos noticiários sobre as revoltas no mundo árabe. Governada (!) desde 1 de setembro de 1969 pelo escroque Muammar al-Khadafi, é uma grande produtora de petróleo sendo que este produto representa 95% das exportações do país. O seu território têm o tamanho equivalente ao estado do Amazonas, 93% desértico e possui uma população de 6,4 milhões de pessoas, a maioria concentrando-se na orla do Mediterrâneo.

Com uma história antiga de ocupação de seu território por vários povos principalmente de origem árabe, a Líbia recebeu o seu nome de colonos gregos no segundo século antes de Cristo. Independente desde 1951, o país foi governado pelo rei Idris I, até ser deposto pelo coronel Muammar Khadafi.

Assumindo o poder, torna-se um ditador com poderes absolutos. Instalado no poder declara ilegais as bebidas alcoólicas e os jogos de azar. Ordena a retirada de americanos e ingleses de bases militares, expulsa os judeus e faz com que as mulheres participem de forma decisiva na sociedade. Manda fechar danceterias, bordéis e bares instalados pelos americanos e faz com que toda a Líbia respeite os preceitos morais do Islã. Também proíbe a exportação de petróleo para os Estados Unidos e confisca propriedades internacionais.

O que realmente lançou o nome de Muammar Khadafi entre os governantes internacionais de má reputação, a partir dos anos 70 foi seu apoio tácito a grupos terroristas. Teve ligação direta contra o atentado aos atletas de Israel em Munique durante os Jogos Olímpicos de 1972. Khadafi patrocinou e deu cobertura ao grupo terrorista conhecido como Setembro Negro. Também em 1988 cometeu outra sandice ao patrocinar os terroristas que explodiram um avião de passageiros em Lockerbie na Escócia onde foram mortas 270 pessoas.

Portanto, a figura em destaque é realmente um criminoso internacional dentre os piores que já existiram. Com o dinheiro do petróleo, financiou golpes de estado em outros países africanos e também atentados terroristas além do atentado de Lockerbie. Este currículo de Khadafi contribui para que ele seja persona non grata em muitos países. Com a revolução dos povos acontecendo no mundo árabe, era de se esperar que o povo líbio também aproveitasse a ocasião para apear o tirano de seu poder. Vaidoso, usa várias túnicas multicoloridas e exibe uniformes militares cheios de medalhas com que se auto condecorou. Sujeito excêntrico, que se rodeia de mulheres em sua guarda pessoal e também nutre preferência por enfermeiras de origem ucraniana.

Agora ele sofre com a oposição que já está dominando a região leste do território líbio. Khadafi argumenta que isto é obra da Al Qaeda que está se aproveitando da situação reinante na Tunísia e no Egito. Afirmou que eles, os líbios, participaram na luta contra o terrorismo. Todavia, a comunidade internacional e principalmente o povo líbio, sabe muito bem qual o caráter deste tirano que utilizou-se de mercenários para que atirassem contra os revoltosos, ou seja, seu próprio povo. Isto é bem característico de todos os tiranos e ditadores que não medem esforços e nem usam de escrúpulos para perpetuarem-se no poder a qualquer custo.

De certa forma pode-se dizer que Muammar Khadafi procurou amenizar as opiniões contrárias do mundo e principalmente do EUA contra seu regime ao aceitar receber prisioneiros da CIA para interrogatório ou fornecendo pistas sobre grupos islâmicos no norte da África. De certa forma Khadafi fala a verdade sobre as ações da Al Qaeda porque as forças americanas no Iraque descobriram em 2007 um esconderijo da rede terrorista onde encontraram documentos com dados sobre militantes recrutados entre os líbios.

Mas a história mostra que todos os ditadores e exploradores de seu próprio povo serão objeto em uma hora ou outra da fúria dos cidadãos ou de seus aliados. Com Khadafi já está ocorrendo isso, inclusive há muitos desertores em suas forças armadas. Este contigente engrossa cada vez mais os opositores que lutam para que o ditador líbio seja efetivamente derrubado.

E quanto à presença do Cristianismo entre o povo líbio? O Evangelho possui raízes antigas no território líbio. Todavia a evangelização inicial ali careceu de maior força e profundidade e juntamente com o cisma donatista, permitiu infelizmente o avanço islâmico no século VII. Hoje, por ser um regime islâmico e ditatorial, os cristãos ali existentes estavam contados a maioria entre os estrangeiros que ali trabalhavam e que agora com a guerra civil reinante, estão se retirando do país. Não é permitida a pregação do Evangelho bem como nenhuma forma de trabalho missionário. O povo líbio consta como um dos povos não-alcançados pela mensagem cristã.

Como mencionei em relação à situação no Egito em postagem anterior http://observateologia.blogspot.com/2011/02/o-que-esta-acontecendo-no- egito.html da mesma maneira creio que a crise que atinge a nação líbia é permitida por Deus a fim de que aberturas para a pregação da fé cristã ocorram de alguma forma. A mobilização de igrejas, missionários ou de agências missionárias nesta hora crucial é deveras importante.

O povo líbio à semelhança do egípcio também clama pela libertação do jugo opressor do tirano. Mas acima de tudo, a verdadeira libertação é do jugo de opressão do tirano espiritual, Satanás, que os mantém presos às falsas esperanças do Islamismo. Deus ama os líbios e deseja alcançá-los com Seu inigualável amor. A Igreja de Cristo precisa mobilizar-se e estar atenta ao que acontecerá no país.

Desde já oremos pela situação do país e pelo envio de missionários, que haja um movimento favorável quanto a isso. Oremos para que muitos dentre os que estarão revestidos de autoridade no provável novo governo líbio que surgirá, sejam alcançados com as boas-novas do Evangelho genuíno de Cristo.

Que todos nós que consideramos a Grande Comissão de Jesus Cristo pensemos sobre isso.

Nenhum comentário:

Postar um comentário