terça-feira, 15 de março de 2011

Japão: a onda de radiatividade é pior que a onda do tsunami

A perplexidade se abateu sobre o mundo inteiro nesta última semana devido ao terremoto de grande magnitude que abalou o Japão, mas principalmente pela devastação causada pelo maremoto – o tsunami – que ocorreu como consequência do sismo que teve seu epicentro a 24 km de profundidade no leito do Oceano Pacífico, próximo à costa japonesa.

As ondas do tsunami viajaram a 700 km por hora, equivalente à velocidade de um jato comercial, e chegando à costa diminuíram a velocidade mas produziram enormes ondas que alcançaram até 10 metros de altura. Várias cidades na costa ocidental norte do país foram atingidas com as águas chegando a até 12 km terra adentro. A destruição foi grande. Muitas pessoas morreram sem ter tido o tempo necessário para postarem-se em lugares mais elevados.

Entretanto, o abalo do terremoto produziu um outro efeito colateral além do tsunami que reputo como de piores consequências. Refiro-me à usina nuclear de Fukushima que sofreu explosões causadas pelo terremoto. Estas explosões produziram o risco de vazamento de radiação atômica que se de fato ocorrer, causará uma devastação na população muito maior do que a produzida pelo tsunami. Com o agravante de seus efeitos permanecerem por um longo período.

O Japão utiliza a fissão nuclear para produção de energia elétrica. Não produz carvão, petróleo e nem possui rios com potencial hidrelétrico. O país não possui espaço suficiente para instalar grandes painéis fotovoltaicos e assim captar energia solar em larga escala. Por isso, já em 1996, de toda a eletricidade produzida no país, 30% vinha da energia produzida por suas usinas nucleares em operação.

Sabe-se que dois terços da energia consumida no mundo são obtidas de fontes fósseis: carvão, petróleo e gás natural. Como não são fontes renováveis, embora novas reservas continuem a ser descobertas, é evidente que devemos entender que essas fontes estejam com seus dias contados. Grande parte da eletricidade mundial é gerada por usinas termelétricas a carvão que lançam dióxido de carbono, mercúrio e enxofre no ar. Altamente poluentes, portanto.

Os reatores de fissão nuclear produzem energia elétrica abundante e não emitem poluentes como as usinas termelétricas. Todavia, são questionados pela produção de resíduos radiativos, material este que exige depósitos especiais para serem estocados. E também, e é o que está ameaçando ocorrer após este último terremoto, está o perigo de vazamento radiativo das usinas. Todos conservam a sinistra lembrança do acidente ocorrido em Chernobyl na antiga União Soviética em 1986, quando o reator explodiu e um grande vazamento ocorreu, uma imensa nuvem radiativa contaminou pessoas, animais e o meio ambiente em uma área de grande extensão. Este vazamento teve 400 vezes mais radiação do que a bomba atômica lançada sobre Hiroshima em 1945.

Neste exato instante a usina de Fukushima corre o risco de liberar a letal radiatividade que pode matar muitas pessoas a curto, médio e longo prazo. A radiação provoca dois tipos de danos ao corpo humano: destruição das células com o calor e a ionização e fragmentação das células. O calor emitido pela radiação é muito mais forte do que a exposição prolongada ao sol queimando assim muito mais intensamente a pele. Esta fica totalmente danificada pois as células não resistem ao calor emitido pela reação. O outro efeito, a ionização e fragmentação celular originam problemas de mutação genética durante a gestação de fetos que nascem de forma prematura ou que nascem após os nove meses com graves problemas de má formação.

Por isso é que não se pode comparar a destruição promovida pelas ondas do mar, pelo tsunami, com a destruição muito mais letal das ondas de radiatividade. Esta é levada pelos ventos e espalha-se por regiões povoadas. Também, a exemplo do que ocorreu em Chernobyl, animais e o meio ambiente no Japão ficarão completamente afetados pela nuvem radiativa.

Este é portanto, amigos, em rápidas palavras, o quadro que se está desenhando hoje. Se as autoridades japonesas não puderem conter o vazamento radiativo, causará uma enorme mortandade na população. O Japão já está estigmatizado como o único país do mundo até o presente momento a sofrer um ataque nuclear, na verdade dois ataques, Hiroshima e Nagasaki, cidades que foram atingidas pelas bombas atômicas lançadas em 1945, forçando assim sua rendição diante dos Estados Unidos e seus aliados.

Jesus disse assim em relação aos tempos que antecederiam seu retorno: “E haverá em vários lugares grandes terremotos, e fomes e pestilências; haverá também coisas espantosas, e grandes sinais do céu” (Lc 21.11). Cremos que esta palavra abrange precisamente o que está acontecendo hoje no mundo e particularmente o que ocorre no Japão, ou seja, terremotos e coisas espantosas e grandes sinais do céu, pois a radiação nuclear precisamente poderá se abater sobre as pessoas através dos ares, levada pelos ventos.

Sabemos que a Palavra de Deus cumpre-se a cada dia diante de nossos olhos. Que esta tragédia que se abateu sobre o povo japonês possa levá-los para mais perto do Senhor. Uma ínfima parcela da grandiosa população japonesa constitui-se de cristãos. A maioria da população nipônica é de budistas ou shintoístas. É alto o índice de suicídios neste país, muitos não suportam as exigências oriundas de uma cultura que hipervaloriza o ganho material, a posição de destaque na sociedade e para isso entregam-se a muitas horas de estudos e a jornadas de trabalho extenuantes. São secularizados, prósperos e muitos acham que Deus é irrelevante em suas vidas.

Creio que muitos dentre os japoneses ainda haverão de conhecer o Deus vivo, aquele que criou a terra, o céu, o mar e tudo o que há neles e que detém o controle absoluto sobre os elementos do clima. O Senhor tem propósitos superiores para todos os povos do mundo e certamente Ele está trabalhando para trazer o povo japonês para junto de Si.

Oremos pelo país do sol nascente e possamos pensar e meditar muito bem sobre tudo o que está acontecendo.

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