quarta-feira, 9 de março de 2011

E tudo volta ao normal....será mesmo?


Está terminando o período de folia. Os ganhadores dos desfiles de escolas de samba estarão sendo divulgados. A enorme quantidade de lixo produzida estará sendo trabalhada pelos garis. As pessoas, amantes dos festejos de Momo, começarão a despertar do anestesiamento coletivo desses vários dias e em diversas regiões de nosso país. Até mesmo o Congresso Nacional, quem diria, voltará à regularidade de suas sessões. Para muitos, o ano de 2011 começará a partir de agora. Espera-se a "normalidade" em nosso cotidiano com todos nós "correndo atrás" do sustento de cada dia.

Mas, será que tudo realmente volta ao normal mesmo? Porventura deixarão de existir as mazelas as quais todos os dias vemos de forma vergonhosa, por exemplo, na área da saúde com filas enormes nos atendimentos hospitalares, com ausência de médicos especialistas, acaso deixarão de existir os problemas de violência em nossas cidades, os furtos, arrombamentos, latrocínios, sequestros, extorsões, tráfico de drogas? A corrupção policial haverá de ter sido sanada, não haverão mais policiais corruptos que se configuram, por causa de sua posição diante da sociedade, como bandidos de pior espécie do aqueles dos quais aceitam o suborno?

Será que nossas estradas em todo o país serão rodovias de primeira qualidade como nos países desenvolvidos? A buraqueira, a má conservação e a sinalização deficiente deixarão de existir? Motoristas irresponsáveis, bêbados, imprudentes, maus condutores, não existirão mais? Poderemos enfim ter a felicidade de dizer que passou um final de semana, por exemplo, sem o registro de acidentes pelos motivos apresentados acima?

As obras necessárias em nossas cidades para conter o flagelo das enchentes, já terão sido efetivamente completadas? Teremos cidades praticamente "à prova" de enchentes e deslizamentos em virtude de obras eficientes de engenharia levadas a efeito? Os moradores de áreas de risco já estarão de posse de novas e funcionais moradias, deixando para trás os perigos de morarem em tais regiões?

Nossa distribuição de renda, estará enfim sendo feita de maneira equânime? O abismo entre os mais pobres e os mais ricos terá sido soterrado enfim? Os empregos para todos e bem remunerados, proporcionando condições satisfatórias de vida e desenvolvimento de uma família estarão disponíveis? Todos terão acesso irrestrito aos cursos técnicos e superiores, sem temerem o pagamento de mensalidades absurdas?

Infelizmente não podemos nos deixar enredar por utopias. Sim, utopias porque a complexidade dos problemas que nos atingem e eu descrevi apenas alguns, é profunda e para muitos não há soluções de curto prazo. Estão de tal forma amalgamados em nosso viver que parece realmente de que já nos acostumamos com muitos deles. O brasileiro na época do Carnaval abdica da crueza dessa realidade que o circunda e entrega-se à folia para fazer sossegar muitas vezes o desânimo ou angústia que lhe preenche as entranhas ou muitas vezes o puro desespero diante de situações que se lhe configuram insolúveis.

É por isso que o Evangelho é maravilhoso. Maravilhoso porque na própria definição do termo grego euangelion "boas-novas" podemos nos apegar com firmeza. Porque estas boas novas, boas notícias, notícias alvissareiras, comunicam a magnitude de Deus em nos procurar em nossa condição de pecadores propondo reconciliação conosco. Isto se deu historicamente com a morte, sepultamento e ressurreição de Jesus Cristo (1 Co 15.3,4). Olhando ao redor de si, o ser humano não encontrará nada que possa retirá-lo dessa condição desesperadora de pecador. Todavia, ao olhar para o Calvário, ali encontrará a salvação de sua presente condição neste mundo, ali na cruz encontrará o alento e a verdadeira alegria em meio às cruezas desta vida, coisas estas que a festa do Rei Momo concede ilusoriamente por alguns dias. Passados os efeitos da folia, muitas vezes, a pessoa encontrar-se-á em uma condição de alma pior do que antes.

Gosto por demais desta passagem do profeta Isaías: "E os resgatados do Senhor voltarão; e virão a Sião com júbilo, e alegria eterna haverá sobre as suas cabeças; gozo e alegria alcançarão, e deles fugirá a tristeza e o gemido" (35.10). Esta passagem fala de uma alegria que nunca passará. Fala de uma alegria perene. Após a alegria haver alcançado aqueles bem-aventurados, a tristeza e o gemido não mais conseguirão alcançá-los. Ora, isto é muito glorioso. Porque, quem pode dizer que nesta vida nunca tenha tido momentos de tristeza, de choro ou de dor?

Mas aqueles que entregam suas vidas a Jesus Cristo poderão alcançar este estado de bem aventurança. Ainda nesta vida, terão alegria, terão paz, terão descanso de alma, mesmo em meio às intempéries que lhe possam acometer. E no porvir, tudo que receberam nesta vida como antecipação, receberão de forma permanente. A vida eterna, este é o ápice da mensagem do Evangelho.

Se você está aí remoendo a desesperança após o término da folia momesca, aceite o convite que Deus lhe faz por meio do Evangelho. Tenha certeza que a alegria fátua que você obteve nestes curtos dias não se poderá nunca comparar com o que o Senhor reservou para você.

Por favor, pense nisso!


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