segunda-feira, 8 de novembro de 2010

A prática religiosa salva o ser humano?

Não. Nenhuma prática de religiosidade têm poder para salvar o homem do pecado. Pode ser qualquer tipo de religião: Budismo, Hinduísmo, Islamismo, Judaísmo, Confucionismo, Taoísmo, Sikhismo, Zoroastrismo, Xintoísmo, Jainismo, Fé Bahai, Religiões tribais, Cristianismo e qualquer outra espécie de "ismo". Mas, o Cristianismo? Sim, em suas três vertentes principais, Católicos, Ortodoxos e Protestantes. Não pode salvar o ser humano. Não tem poder de transformar o vil pecador. Sim meus amados, até mesmo a prática religiosa evangélica não salvará o homem. E é sobre essa que quero mais detidamente refletir.

Há muitos crentes em Jesus que pensam que por manter o status quo de sua denominação, por andarem conforme os "sagrados" estatutos e normas de sua igreja em particular, estão com isso agradando a Deus e cumprindo Sua vontade. Há muitos que nesse tipo de procedimento, menosprezam seus irmãos de outras denominações visto que pensam e andam diferentemente deles. Sua igreja ou denominação sacramentou no decorrer de muitos anos, sua forma peculiar de ser e proceder, ou seja, sua "marca registrada", sua orientação de como os crentes devem se portar, se vestir, deixar de fazer isto ou aquiloutro. Seus líderes ensinaram desde os primórdios a maneira "santa" de viver, o jeito "crentês" de ser. E corroboraram seus ensinamentos com as Escrituras Sagradas, julgando que é assim, daquele jeito, que o crente deve se comportar. E o mais grave: Para esses denodados irmãos, a salvação depende de guardar as "leis" da denominação, senão não entra no céu!

Se você que está lendo estas linhas e conhece um pouco a Igreja no Brasil, sabe que tem razão de ser estas palavras. Sabe que a prática religiosa de muitos deles equivale, para eles, em ser salvo, em estar dentro da vontade de Deus. Constituem-se estes amados irmãos em um grande multidão em nosso país. São pouquíssimos dentre eles que conseguem pensar, que conseguem discernir e articular as Santas Escrituras podendo assim compreender de que nem tudo que é pregado nos púlpitos corresponde verdadeiramente à Palavra de Deus.

Perde com isso o Evangelho em sua essência. Os anos têm passado e muitas denominações evangélicas no Brasil procuram viver num conservantismo quase que totalmente hermético. Seus interesses são de fazer com que os sucessores dos mandatários atuais das igrejas ou de suas convenções preparem e promovam outros que sejam à sua imagem e semelhança para que permaneça em evidência sempre "a tradição dos anciãos" (Mt 15.2). Não atinam que com essa ignóbil atitude, estupidificam a mensagem do Evangelho, posto que exaltam suas tradições peculiares em detrimento da real mensagem divina. E alçam a prática religiosa evangélica como salvadora e transformadora do ser humano.

Não posso aceitar tal inverdade. O Evangelho é graça de Deus. É o convite divino para que todo ser humano gratuitamente aceite a oferta da salvação. Na continuidade de sua vida de fé, esta graça ficará ainda mais evidenciada, porque ele estará sendo lapidado pelo Espírito Santo. O apóstolo Paulo escrevendo aos filipenses deixou isto bem evidente: "Tendo por certo isto mesmo, que aquele que em vós começou a boa obra a aperfeiçoará até ao dia de Jesus Cristo" (Fp 1.6). Deus operou o princípio da graça na salvação do pecador, e, uma vez salvo, continua seu agir para que este seja completamente transformado segundo à imagem se seu próprio Filho (Rm 8.29).

Rituais, liturgias, chavões, estilos musicais, indumentárias, tudo isto, até determinado limite, têm seu devido lugar e valor. Entendo que as denominações evangélicas, como as pessoas, possuem seus estilos próprios, sua forma peculiar de ser e agir. O problema é que, como já sobejamente sabido por todos nós, estas coisas tomam e têm tomado o lugar do autêntico Evangelho. É necessário que o discernimento seja constante entre os pastores. Os líderes devem ser os primeiros a zelar pela pregação autêntica da Palavra de Deus. Devem ensinar ao povo todo o conselho de Deus (At 20.27). Deve o povo de Deus ser autenticamente discipulado, visto que muitos no começo de sua vida cristã, adquirem maus hábitos e são desvirtuados de uma prática salutar de verdadeira vida em Cristo.

Mas, mesmo que não hajam líderes desta estirpe, que discernem com acuidade a autêntica vivência da fé da religiosidade estéril, o próprio cristão, visto ter em sua vida a unção, que é o próprio Espírito Santo (1 Jo 2.20,27), deverá sempre, escolher a verdade da Palavra de Deus em oposição à tradição dos antigos que sacramentam uma prática religiosa que está fadada ao fracasso e que Deus jamais ordenou em tempo algum. É arrasadora a declaração do Senhor Jesus em Mc 7.6-9: "E ele, respondendo, disse-lhes: Bem profetizou Isaías acerca de vós, hipócritas, como está escrito: Este povo honra-me com os lábios, mas o seu coração está longe de mim; em vão porém me honram, ensinando doutrinas que são mandamentos de homens. Porque deixando o mandamento de Deus, retendes a tradição dos homens; como lavar dos jarros e dos copos; e fazeis muitas outras coisas semelhantes a estas. E dizia-lhes: Bem invalidais o mandamento de Deus para guardades a vossa tradição."

Se aos judeus de seus dias de ministério terreno Ele pronunciou esta dura e necessária reprimenda, que dizer então sobre a Igreja o qual Ele comprou com Seu próprio sangue? Que deturpa o Evangelho como foi pregado pelo Senhor e pelos apóstolos e ainda acham que Deus está dando Seu aval. Não podemos aceitar isto de forma alguma.

A prática religiosa salva o ser humano? Decididamente, não. Prática religiosa evangélica poderá então salvar? Muito menos. Visto que, o Evangelho é a mensagem da graça de Deus e "...é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê" (Rm 1.16), é totalmente diferente do "evangelho" que está sendo vivido e apregoado por tantos.

Uma reflexão necessária deve ser feita agora por todos nós. É aquela de 2 Co 13.5: "Examinai-vos a vós mesmos, se permaneceis na fé; provai-vos a vós mesmos. Ou não sabeis quanto a vós mesmos, que Jesus Cristo está em vós? Se não é que já estais reprovados."

"Se não é que já estais reprovados." Palavra dura mas muito necessária em dias onde o Evangelho está sendo adulterado avassaladoramente.

Que todos nós possamos agora mesmo avaliar nossa vida de fé cristã. É mesmo conforme a vontade de Deus? Ou não passa de mera religiosidade, de mero tradicionalismo denominacional?

Pensemos juntamente nisto.


2 comentários:

  1. Irmão Cicero, ja me fiz esta pergunta varias vezes, sera que tenho agradado a Deus cumprindo dogmas dominacionais? Sempre com meus ternos egravatas bem ajustados? Sapato bem lustrado? cabelo gelsificado? e a famosa pasta de pastor? (risos)

    E Sem duvida alguma a resposta era sempre que se eu dependesse das doutrinas de minha igreja para ser salvo eu certamente nunca saberia o que era ser salvo.

    Porem o que me intriga é a falta de conhecimento biblico que o nosso povo enfrenta, eles argumentam justamente o que o senhor tem apresentado no texto, que digo de passagem que foi edificante e esclarecedor. o argumeto deles é sempre em prol da doutrina e não da biblia, qurem a todo custo costurar o vél.

    Que Deus me de graça para não proceder nesciamente nos caminhos do Senhor, e que ao soar a trombeta eu possa ouvir a voz do Senhor dizendo " Vinde amados de meu Pai para o gozo que vos esta preparado desde a fundação dos séculos", oh gloria!

    Estaremos orando por vossa vida e de sua amada familia.

    Irmão Cicero, que Deus continue abençoando vossa mente para construir textos que nos faz refletir, vosso coração para a palavra ser expressa com ela é, seus pés para não desfalecer no caminho e suas mãos para ser apresentada ao Senhor sem ira e nem contenda na apresentação do glorioso Evangelho de Nosso Senhor e Salvador Jesus.

    Deus seja contigo.

    Cleverson

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  2. Como é boa a palavra dita a seu tempo! E foi exatamente sua palavra ao falar de sua intercessão por mim e minha família que me deixou muito feliz. Necessito mesmo de suas orações para decisões ministeriais importantes para o ano novo que aí vem Cleverson. Sim, quero que Deus continue a me inspirar e eu possa escrever sob Sua direção unicamente. A minha oração será para que a alta mão do Senhor cubra a sua vida e seu ministério. Um abraço!

    Cicero Ramos

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