sexta-feira, 12 de novembro de 2010

A causa de Deus e as causas dos homens


Conheço cristãos que têm um zelo quase religioso por causas de âmbito inteiramente humano. Esses irmãos possuem uma militância guerreira pelas causas que abraçam. Nada contra aqueles que dedicam-se principalmente às causas que concernem a beneficiar o conjunto da população, por exemplo, todavia, o que nos causa espécie é que muitos destes seguidores de Cristo, no que concerne ao Evangelho não demontram a mesma abnegação.

A causa de Deus, ou seja, a anunciação da mensagem do Evangelho visando a salvação dos homens, precisa de anunciadores ou comunicadores dedicados. Usando a terminologia bíblica, devem as testemunhas de Jesus Cristo ter um notável zelo para fazer com que Seu Nome seja conhecido em todo lugar e a todo tempo.

O desejo do coração de Deus é de que todos O conheçam. Conforme diz o escritor aos Hebreus: “E não ensinará cada um a seu próximo, nem cada um a seu irmão, dizendo: Conhece o Senhor; Porque todos me conhecerão, desde o menor deles até ao maior” (Hb 8.11). Para tanto, ele determinou que todos que Lhe servem sejam portavozes da mensagem libertadora do Evangelho. Todos que O servem deverão espalhar as Boas Novas por onde estiverem: “Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações”; “E disse-lhes: Ide por todo mundo, pregai o evangelho a toda criatura”; “….e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém, como em toda a Judéia e Samaria, e até aos confins da terra” (Mt 28.19; Mc 16.15; At 1.8b).

A dedicação, o esforço, a preparação, o zelo, o tempo utilizado, enfim, são todos fatores que devem ser ponderados pelos servos de Deus. A causa é urgente. E também nobilíssima. Não pode ser atrasada. E muito menos trocada por coisas de somenos importância. Quando contemplo alguém que se diz servo de Cristo, e que dedica-se com exclusividade e aguerrida militância a causas outras e não empenha-se da mesma forma pela causa de Cristo, fico a perguntar: Será que este irmão entendeu a urgência do chamado de Deus em sua vida? E quando falo de chamado de Deus, não estou absolutamente falando de que seja o típico chamado missionário, ou seja, de ir para terras longínquas para apregoar ali o Evangelho. Mas falo de um sentido missional em todo o nosso viver.

Deveremos viver de tal forma que tudo o que fizermos, seja em âmbito pessoal ou público, esteja convergindo para a causa sublime e suprema do Evangelho. A salvação do ser humano é o mais importante assunto, o mais crucial. Não pode ser tratado como negócio inferior. Não deve ser colocado como algo secundário o qual trataremos se tivermos tempo. Todo aquele que serve a Jesus foi escolhido por Ele e nomeado para que vá e dê fruto (Jo 15.16). Fomos chamados para uma santa vocação (2Tm 1.9). A causa de Deus é nossa prioridade. Se é prioridade para o Senhor, deverá ser para nós também. O apóstolo Paulo disse: “Ninguém que milita se embaraça com negócios desta vida, a fim de agradar àquele que o alistou para a guerra” (2 Tm 2.4).

Os negócios temporais muitas vezes conspiram contra a causa bendita do Evangelho de Cristo. Cristãos que são extremamente zelosos de coisas desta vida e de forma correspondente não se interessam pelos negócios de Deus conspiram contra a causa de maior importãncia que levou à cruz o próprio Filho de Deus. O Reino de Deus deve ser nossa prioridade. Quer estejamos trabalhando em tempo integral na propagação do Evangelho, quer sejamos profissionais em alguma área ou empresários, todos os cristãos devem obedecer ao mandato supremo de ganhar almas para Cristo.

O profeta Isaías respondeu afirmativamente a este chamado divino. Lemos em Is 6.8: “Depois disto ouvi a voz do Senhor que dizia: A quem enviarei, e quem há de ir por nós? Então disse eu: Eis-me aqui, envia-me a mim.” Após ter contemplado a glória do Senhor, o profeta temeu por causa de seu pecado, recebeu em seguida a purificação do Senhor, e foi compungido em seu coração a atender o apelo, o chamado que Deus lhe fazia.

Todos nós também tivemos a experiência que Isaías teve. Somos confrontados com a santidade absoluta do Senhor como o profeta foi, passamos então a entender nossa miserabilidade, nossa perdição, nossa pecaminosidade. Quando isto acontece, quando reconhecemos que somos pecadores e cremos na obra consumada na cruz por Jesus Cristo, somos então purificados pelo Seu sangue precioso e em seguida estaremos sendo comissionados, tanto quanto Isaías foi, para sermos testemunhas de Seu Nome.

Nada desta vida se compara a esta comissão. A causa de Deus é de uma grandeza tal que incorreremos em sérios prejuízos espirituais se negligenciarmos Seu chamado para nós.

Faça da causa de Deus, a anunciação do Evangelho, sua missão de tempo integral. Mesmo que nunca você vá para terras de além mar, todavia, compreenda que em qualquer coisa que esteja envolvido, como servo de Deus, você e eu temos a sagrada e solene responsabilidade de viver para a causa do Reino. De forma completamente integral. Não menospreze a causa de Deus. Não se iluda com o brilho das coisas deste mundo. O mundo e sua aparência logo passarão. Suas ilusões tornar-se-ão coisas do passado. Como ficarão aqueles que, dizendo-se servos de Deus, viveram aqui como se tudo isto fosse para sempre permanecer? Que deram mais valor às causas humanas, posto que transitórias e que não deveriam ser objeto de tanta deferência?

Meus irmãos, pensemos todos juntos nisto.

Nenhum comentário:

Postar um comentário