Nesse dia dos pais estou a meditar naqueles filhos que não tiveram e nunca terão um pai. Pesa sobre um pai uma responsabilidade muito grande em relação a seu filho. Um filho devidamente criado por seu pai, terá uma alma nobre, será corajoso diante da vida, terá iniciativa, possuirá estabilidade emocional, será um indivíduo alegre, responsável e leal.
Passo a pensar em três situações agora: 1) Filhos de mães solteiras ou que foram abandonados por seus pai ainda pequenos; 2) Filhos que, embora vivam com o pai sob o mesmo teto, não podem dizer que efetivamente têm um pai, posto que este não cumpre sua função paternal como deveria; 3) Casais gays que adotam uma criança. Esta também nunca poderá dizer que teve um pai em sua criação, os papéis estão confusos (acrescentando que isto não se constitui em uma família como Deus instituiu, Gn 2.24).
Em todas essas situações, crescerão crianças e se tornaram pessoas adultas com deficiências em sua formação de personalidade. Algumas poderão ser mais medrosas, acovardadas, outras poderão ser egoístas ou agressivas, ainda outras serão despossuídas de iniciativa própria diante dos desafios que a vida impõe a todos.
Por isso, Deus em sua grande sabedoria, estabeleceu o ideal da família monogâmica em Gn 2.24. O homem deixa sua casa, conhece uma mulher, unem-se nos laços sagrados do matrimônio e constituem um novo núcleo familiar. Nesse ambiente ideal, onde o marido trabalha para prover o sustento da casa e a esposa cuida do lar, os filhos oriundos dessa união têm tudo para serem felizes em sua educação e desenvolvimento.
O pai que abandona seu lar, ou o homem que engravida uma mulher, seja namorada ou noiva e não assume sua responsabilidade, deve estar ciente de que está contribuindo para o aumento do contigente de pessoas desajustadas em nossa sociedade. E aqui já quero fazer uma ressalva: Não estou dizendo absolutamente de que todos os filhos oriundos de tais situações serão necessariamente desajustados. Muitos são muito bem criados por suas mães, outros parentes ou encontram uma família substituta que os adotam sendo assim supridos em suas necessidades essenciais.
O que quero deixar bem claro é o fato de que se foi Deus, como está revelado em Sua Palavra, Quem estabeleceu a família, homem e mulher, e a cada um determinou suas responsabilidades, e os indivíduos que nascessem dessa união encontrariam um ambiente ideal para desenvolverem-se, como podemos aceitar os novos modelos de família que esta sociedade pós moderna quer implementar nas consciências de todos nós? Como podemos entender uma mulher que aceita esta injunção e tem uma assim chamada "produção independente", não se casa e engravida como consequência de um relacionamento que manteve, relacionamento que acabou não dando certo, e assume a maternidade e também a paternidade daquele filho muitas vezes a duras penas, sem o companheiro ao seu lado como deveria ser?
Com isso também não estou condenando absolutamente a mulher que tem seu emprego, sua carreira. Mas todos sabem como é dificultoso conciliar trabalho, criação de filhos, cuidar da casa, estudos, enfim, de forma absolutamente só, sem a figura do companheiro, do esposo, a seu lado. Acredito mesmo que em muitos casos, os filhos são os que mais sofrem com esta situação.
Ser pai é maravilhoso. Criar uma criança, ajudar a esposa nos cuidados do bebê, educá-lo à medida que vai crescendo. Ver aquele ser se desenvolver de forma saudável e equilibrada. O lar onde está a figura do pai e da mãe, proporciona uma enorme possibilidade para o filho desenvolver todo o seu potencial. O ambiente familiar saudável e estável, é ideal para a plenitude do desenvolvimento de um ser humano.
São muitos os filhos que não tiveram um pai. Quero lhes falar de minha própria experiência. Sou filho de mãe solteira. Quando meu pai conheceu minha mãe, ele já era casado. Ela desconhecia o fato. Quando chegou a saber, ficou tão revoltada que quase atingiu meu pai com uma panela de água fervente. Fui criado com todo cuidado por minha mãe até aos 8 anos quando ela veio a falecer vítima de um câncer arrasador. Tinha somente 40 anos. Meu pai, apesar de tudo, ajudou minha mãe a montar seu salão de cabelereiro. Depois que ela faleceu, ele passou a cuidar um pouco mais de mim, embora nunca tivesse vivido sob o mesmo teto com ele. Viajava muito, era mecânico de navios e estava sempre fora. A princípio fiquei na casa de um cunhado seu, não foi muito feliz esta experiência para mim e então ele me colocou no seio de uma família amiga. Eu já estava com 10 anos de idade. Nessa família fiquei, fui criado e cuidado até aos 24 anos quando casei.
Deus, vejo hoje claramente, cuidou de minha vida porque está escrito no Salmo 68.5 que Ele é Pai de órfãos, e o verso 6 diz que Ele faz com que o solitário viva em família. Sendo assim, tive um ambiente familiar. Mas sofri e tenho determinadas carências que atribuo à falta da figura paterna em toda minha criação. O chefe da família onde fui criado, não era uma pessoa que conhecia a Deus e tinha o vício da embriaguez. Isto me causou alguns transtornos. Mas louvo ao Senhor porque sua esposa, contrariamente, era e é uma grande serva de Deus e através dela eu conheci o Evangelho e entreguei minha vida ao Senhor Jesus Cristo.
De maneira que, ao casar-me aos 24 anos, podendo constituir minha própria família, trouxe essas experiências comigo e hoje sou um pai feliz que tem três maravilhosos filhos jovens, todos servindo a Jesus. Tenho uma esposa maravilhosa e igualmente fiel ao Senhor. Meus filhos são todos bem ajustados. Tenho procurado, com todas as minhas falhas e imperfeições, cumprir meu papel de pai como determinam as Escrituras. Apresentei Jesus a eles ainda pequeninos. E que alegria ver hoje os frutos desse cuidado. Foram muitos momentos juntamente com minha esposa contando histórias da Bíblia, cantando hinos e corinhos e orando junto com eles. Além de sermos assíduos aos cultos, escola dominical e trabalhos da igreja. Não fui perfeito em tudo que fiz, errei muitas vezes e fui injusto com meus filhos em outras. Mas acredito que todos eles me amam e reconhecem plenamente a herança espiritual que lhes proporcionei.
Aos filhos que nunca tiveram um pai, tenha certeza que me identifico com eles. O Senhor usou de misericórdia comigo e cuidou de mim. Apesar das deficiências em algumas áreas de minha vida pela ausência plena da figura paterna, é possível viver de maneira satisfatória porque o Espírito Santo vai suprindo nossas carências. Se você não conheceu seu pai, ou foi abandonado ainda pequeno por aquele que deveria assumir responsabilidade por você, se você tendo um pai, vivido com ele, mas este foi um carrasco, um agressor, violentador, bêbado, irresponsável, creia que Deus sabe de tudo isso e vai suprir suas carências sejam elas quais forem por causa de Sua infinita e maravilhosa graça.
Além de tudo, DEUS É PAI! Mais do que nenhum outro pai humano, Ele nos ama e não nos deixará abandonados. Ele sabe que neste mundo afetado pelo pecado do ser humano, muitos sofrerão por causa das irresponsabilidades de tantos outros. Mas o Senhor é misericordioso e certamente o propósito que Ele possui para cada um individualmente pode ser cumprido, principalmente quando este ser humano deposita na obra do Calvário realizada por Cristo toda sua confiança.
Fala-se muito no crescimento de mulheres que abortam seus filhos. Que cometem este crime abominável ainda antes de nascerem. Mas pouco se fala sobre outro crime, o crime dos filhos abandonados por seus pais por motivos vários.
Mas Deus há muito tem demonstrado em Sua Palavra a maneira ideal do homem viver. A maneira adequada de viver em família. E de que como deve assumir suas responsabilidades como cabeça do lar e como pai de seus filhos. À Igreja do Senhor cabe expor os mandamentos bíblicos para essa sociedade enferma, vivendo esses mesmos mandamentos e assim testemunhando que é possível famílias mais felizes, pais realizados e filhos bem ajustados para a glória unicamente do Senhor.
Pai (e também você filho), convido a pensarem seriamente sobre isso, que Deus muito vos abençoe nesse dia, amém e amém!
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