Nossa época como nenhuma outra sofre com os delírios de um filósofo que anteviu o que hoje presenciamos. Friedrich Nietzche, em 1889, portanto há 120 anos, em um de seus escritos indagou: “Onde está Deus”, ele (o louco) gritava. “Eu lhe direi. Nós o matamos – você e eu. Todos nós somos os seus assassinos”.
Havia uma ira em Nietzche porque a sociedade de seus dias ainda não havia sondado as consequências avassaladoras da “morte de Deus”. Ele queria que compreendessem que, se estavam abandonando a crença em Deus, igualmente teriam de abandonar as ideias bíblicas de moralidade e sentido da vida. Tanto a sociedade do século XX como a sociedade do início do século XXI, como nenhuma outra, vivenciaram e continuam a vivenciar as consequências trágicas desta crença. Deus morreu, ou nunca existiu, para muitos e esta é, categoricamente, a causa da anarquia, do vazio e da falta de sentido para muitos ainda hoje.
Se de fato já aconteceram então os funerais de Deus, agora o homem já não está sob suas leis. Ele tem a ansiada liberdade. Ele possui agora a tão almejada autonomia. Ele pode, sem nenhuma restrição ou constrangimento moral, prostituir-se, se engravidar, pode abortar, pode relacionar-se com alguém do mesmo sexo, ou com qualquer outro animal como ele próprio, pode drogar-se, pode matar outro ser humano, ou pode suicidar-se sem nenhum problema, tudo bem, tudo legal, tudo normal! Afinal, Deus está mesmo morto, ou nunca existiu, o ser humano não tem nenhuma mordaça, nenhum cabresto, ele é o senhor de si mesmo e de seu destino.
Nietzche apregoou tais ideias no final do século XIX. Até mesmo a reflexão teológica foi influenciada pelo pensamento nietzchiano. Na década de 60, Thomas J.J. Altizer, William Hamilton, Gabriel Vahanian e Paul Van Buren levaram para a praça pública a alegação secular de que Deus está morto, tudo isto como parte do movimento em direção à secularização da teologia.
As graves consequências nas universidades onde a maioria dos professores são ateus ou agnósticos; a dilapidação do conceito judaico-cristão de casamento e família; a valorização do concubinato; a aceitação cada vez maior dos “casamentos” gay – tudo isso deriva do fato de que Deus está mesmo “morto”. Ou nunca existiu. Estamos portanto livres, absolutamente livres para entregarmo-nos a toda sorte de prazeres. Pecado? Que é isso?
A loucura de Nieztche contagiou toda uma geração. Hitler baseou-se em seu conceito do “super-homem” para expandir sua ideologia odiosa e assim consumar o genocídio judaico. Nietzche fez com que o homem do século XX tivesse então uma suposta autonomia. Claramente ele atacou a religião e mui particularmente o Cristianismo. Defendeu plenamente a irrelevância do Cristianismo airmando sua perniciosidade para o homem. A Igreja era portadora de tradições mortas e apodrecidas. A Bíblia? Um livro de historinhas míticas. Para Nietzche, o homem (sem Deus), é forte, é imponente, senhor de seu destino, livre de quaisquer amarras morais, não sujeito a mais ninguém a não ser a si mesmo. O caixão onde Deus foi enterrado já consumiu-se e o homem está de pé triunfante. Louvado seja o homem. Glória à humanidade! Ó Todo-Poderoso Homem, construa agora sua história, pavimente o seu caminho agora no alvorecer deste século XXI !!!
Assim pensava Nietzche e assim viveu. Vivendo e acreditando em sua filosofia niilista. O resultado? LOUCURA! Assim terminou os seu dias de forma insana. A rejeição sistemática dos pressupostos cristãos (que lhe foram ensinados em sua infância mas que abandonou ao entrar na adolescência) cobrou seu preço. Em seus livros não se furta de afrontar abundantemente a Deus, a Jesus Cristo e a fé cristã. Sua insanidade é oriunda dessa fuga irracional da verdade cabal da existência de Deus.
Assim como enlouqueceu por causa de suas ímpias elucubrações filosóficas (Cl 2.8; 1Tm 6.20, 21), da mesma forma, as gerações que se seguiram passaram a viver de maneira insana por causa desta rejeição ao Senhor de toda a criação. A loucura desta geração, seu desespero, sua irracionalidade, é um retrato da maneira como vivem, ou seja, sem Deus. Portando impávidamente a ideologia da morte de Deus, “dizendo-se sábios, tornaram-se loucos” (Rm 1.22).
Este é o legado infame deste alemão nascido em 1844. Ele é considerado o “pai” da pós-modernismo porque anteveu há cem anos o que hoje presenciamos. Há muitos que continuam a beber nas fontes amargas e turvas do niilismo. Nietzche é venerado por muitos porque exatamente encontram em seus escritos a expressão nua e crua de sua incredulidade, imoralidade e materialismo. Crescerá no mundo esta oposição ao Senhor e ao Seu Filho (Sl 2). Atingirá seu clímax na Grande Tribulação com a encarnação do verdadeiro “superhomem” – o Anticristo. O mundo nessa época acreditará ser este o homem ideal conforme a filosofia de Nietzche,que exercerá sua “vontade de poder” – outro conceito nietzcheriano. Todavia, sabemos pela Palavra de Deus que seu destino já está determinado (Ap 19.20).
A Igreja que prega e vive o autêntico Evangelho se opõe a esta famigerada filosofia de Friedrich Nietzche. O ensino na Igreja deve abarcar a totalidade do conselho de Deus para que o crente possa saber articular a sua fé em uma sociedade ávida por prazeres, que menospreza os pressupostos bíblicos, que torce o nariz para a moralidade cristã. Prossigamos irmãos, não desanimemos, o Evangelho ao final triunfará porque Jesus já garantiu esta vitória de uma vez por todas na cruz (Cl 2.15). O caos, a anarquia, o vazio existencial, a solidão, o desespero, a loucura obtém uma cura substancial na mensagem do Evangelho de Cristo.
Irmãos, pensemos nesta recomendação de Paulo em 1 Co 16.13,14: “Vigiai, estai firmes na fé; portai-vos varonilmente e fortalecei-vos. Todas as vossas coisas sejam feitas com amor”.
Que Deus abençoe a todos.
Há algum tempo fiz uma postagem sobre "a morte de deus" e Nieztche no meu blog.
ResponderExcluirO grito dele é o grito dos verdadeiros desesperados que não têm Deus, tampouco conseguem apreendê-Lo, muito menos ainda concebê-LO reveladamente. Assim sendo, relativizam-NO. Assim nasce o pós-modernismo, negando todos os absolutos, logo, negando a verdade, inclusive a Verdade de Deus.
Mas Deus vive e continuará vivendo em nossos corações, a despeito deles, do pós-modernismos, dos modismos, etc.
Em Cristo,
Ricardo
É verdade, nada poderá meu caro Ricardo, tirar a certeza de DEUS em nossos corações, falem o que quiserem falar ELE VIVE PARA TODO SEMPRE E É SENHOR!
ResponderExcluirObrigado por seu comentário e feliz ANO NOVO!!!
Cicero Ramos