Em meio aos festejos tradicionais de fim de ano, é adequado, é motivacional, é edificante, é fundamental, lembrarmo-nos o porque Deus fez-se homem na Pessoa de Seu Filho, Jesus Cristo. O Evangelho segundo João capítulo 1 é magistral em relatar a entrada d’Ele no mundo: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez.(….) E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, e vimos a sua glória como a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade” (Jo 1.1-3, 14).
Isto não é um mito. Isto é a verdade. É realidade tangível. Lembro de minha finitude e tenho dificuldade natural em compreender um ser infinito. Não temos condições de aquilatar como seria um ser que não teve princípio e nunca terá fim. Quando para pensar sobre isso, minha cabeça ferve num turbilhão de questionamentos, uma frustração começa a tomar forma, porque simplesmente não tenho alcance e nem capacidade para compreender o inefável.
Mas, esse ser infinito, incompreensível, inalcançável, resolve tomar minha forma finita para que então eu pudesse compreendê-lo. Para chegar a conhecê-lo. E em conhecê-lo, conhecer a mim mesmo e minha estrutura tão frágil e tão dependente d’Ele. É precisamente isto que João registra em seu Evangelho. O Verbo, a Palavra, o Logos, o Infinito, resolve tornar-se como um de nós, seres finitos. O mistério da encarnação.
Agora, posso contemplar, ouvir, sentir, Deus como Ele é. Sua humanidade tornou-o mais próximo de mim. Sua divindade passa a habitar num corpo de carne e osso. Ele torna-se igualmente humano às criaturas finitas que Ele mesmo criara. A identificação é um ato de amor sem igual. O despojar-se, o esvaziar-se (Fp 2.5-11) de Si mesmo para assumir a semelhança de homens, compromete-o para sempre conosco.
Jesus Cristo assim, faz com que eu possa compreender a Deus. O Pai comunica-se conosco através do Filho. O apóstolo Paulo disse: “Porque nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade” (Cl 2.9). A grandeza de Deus está n’Ele. O caráter de Deus está n’Ele. Todos os atributos da divindade estão n’Ele. Todos os nomes e títulos de Deus estão n”Ele. Toda a autoridade de Deus também encontra-se n’Ele.
Entretanto, também Jesus Cristo, Deus Filho, tonou-se homem na Encarnação (Gl 4.4) para que tivéssemos a filiação com nosso Pai celestial (Jo 1.12; 1Jo 3.1,2; Rm 8.15-19) e deixássemos de ser filhos do diabo (Jo 8.44) e filhos da desobediência e filhos da ira (Ef 2.2,3). Sobre o abismo que separava o Criador e a criatura, foi estendida uma ponte. E se Jesus fosse meramente uma criatura, nenhum de nós, impuros como somos, poderia chegar à presença do Santo.
Foi em nome do amor que Deus desceu até nós na Pessoa de Cristo. Assim podemos ter vida eterna. Jesus assim O disse: “E a vida eterna é esta: que te conheçam, a ti só, por único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste” (Jo 17.3).
Abaixo todo mito, toda história infundada, toda invencionice fabricada pelos homens neste Natal. A figura mítica daquele velhinho simpático de roupas vermelhas e barba branca, embora povoe nossas mais antigas recordações de infância, é simplesmente abominável diante da sublimidade do relato do verdadeiro Natal e do que realmente significa para toda a humanidade.
Agora aguardamos a segunda manifestação d’Aquele que um dia adentrou no palco da história humana para mudá-la para sempre. Pela segunda vez, Ele assim O fará. Estaremos todos preparados para esse breve encontro?
Lembre-se: Ele se fez homem para dar a conhecer ao Deus infinito e Ele se fez homem para abrir o único e verdadeiro caminho até este Deus infinito (Jo 14.6).
Neste Natal e continuamente, pense nisto!
Com certeza aguarde que estarei por ali irmão, obrigado por comentar, feliz Ano Novo fique na paz do Senhor!
ResponderExcluirCicero Ramos