É preciso sempre voltarmos a uma palavra de esclarecimento concernente ao que realmente significa ser Igreja de Cristo no mundo. Os ataques dos ateus à fé cristã, constituem uma razão mais do que suficiente para que atentemos para a palavra de Judas 3: “Amados, procurando eu escrever-vos com toda diligência acerca da salvação comum, tive por necessidade escrever-vos, e exortar-vos a batalhar pela fé que uma vez foi dada aos santos.” Eles sempre argumentam de que a religião, principalmente a religião cristã, não traz felicidade ao homem sendo, segundo eles, fator de opressão, de guerras, de injustiças.
É justo que haja uma incompreensão sobre os resultados “nefastos” da religião cristã por causa de alguns que, sem terem realmente convertido suas vidas a Cristo, cometeram muitas atrocidades em nome do humilde carpinteiro de Nazaré. É por isto que revestem-se de importância as palavras de Judas porque “batalhar” pela fé, não é, como a palavra possa à primeira vista parecer, uma licença para maltratar ou até matar outros que não concordam com nossa profissão de fé.
É justo que muitos hoje se afastem horrorizados de tudo o que significa religião para eles. Por causa de uma vivência de Evangelho deformada, grosseira, paganizada de alguns assim chamados “cristãos”, a mente e o coração de muitas pessoas estão cauterizadas no que tange aos conteúdos da fé cristã.
Mesmo assim, os cristãos devemos nos esforçar como disse Judas e procurar batalhar pela fé. Batalha que é de caráter espiritual, sobretudo, mas que é travada na arena intelectual e na arena moral. Intelectual porque há um “sagrado depósito” das verdades cardeais da fé cristã que devem continuamente ser proclamadas, expostas, ensinadas. Moral, porque estas verdades devem ser vivenciadas e não apenas proclamadas. O erro de muitos cristãos ontem e hoje, é exatamente o Evangelho não vivido.
Porque é nobre a missão da Igreja? Antes de tudo pela incumbência de realizar aquilo que Deus ordenou. Sua Palavra descreve o que os cristãos devem fazer, qual a sua missão: proclamar o Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo e praticar o que é bom, seguindo o exemplo de Jesus. A História registra tantos os excessos, as atrocidades cometidas em nome da fé cristã, como nobreza de intenções, de ações que glorificaram e glorificam ao Senhor de toda Terra. Deus, através da Igreja, realiza Seus propósitos de redenção do mundo. Para isso, ela, a Igreja, foi constituída. Se ela se envolve com negócios desta vida, deixará de cumprir com este nobílissimo e exclusivo chamado (2Tm 2.4). De fato, é uma aberração, bizarro até, haver igrejas que possuem uma agenda de feições políticas, materialistas, mundanas ao invés de pautarem-se pela agenda divina exarada na Bíblia. Alguém disse que o poder corrompe e que o poder absoluto corrompe absolutamente. Não fomos chamados por Deus para escalar e alcançar os píncaros do poder terreno. Não. É por essa sede de poder que a Igreja, de forma geral, tem sido cada vez mais detestada e repudiada.
Entretanto, mesmo que uma igreja, um grupo de cristãos ou o crente individualmente seja fiel a Deus e aos Seus mandamentos e ordenanças, sofrerá perseguições (2 Tm 3.12). Jesus declarou aos seus discípulos que a perseguição os acometeria. Sendo assim, conforme o apóstolo Pedro em sua primeira epístola cap. 4 vss 12-16, é uma honra para o crente ser perseguido ou escarnecido ou rejeitado por causa de Cristo e do Evangelho. O que realmente entristece a Deus, porque presta um desserviço a Ele, são aqueles que, dizendo-se seguidores de Cristo, fazem coisas que são não só abomináveis a Deus como também aos homens e contribuem assim para que aumente no mundo o ceticismo em relação aos conteúdos do Evangelho.
A militância ateísta não compreende e jamais compreenderá a nobreza da Igreja de Jesus. Estejamos tranquilizados e consolados pelo Espírito Santo! O Senhor mesmo disse que o joio e o trigo cresceriam juntos até o dia da colheita (Mt 13.24-43), querendo dizer com isso que de dentro da Igreja mesmo (At 20.29,30) muitos haveriam de escandalizar o Evangelho por causa de sua inautenticidade na vida cristã. Mas o dia de acerto de contas está chegando aceleradamente.
Pode ser aos olhos do homem não-regenerado parecer que a Igreja não sirva para nada, que seja irrelevante. Mas não aos olhos de Deus, pois foi Ele mesmo quem a instituiu. Luc Ferry, filósofo francês, ex-ministro da Educação daquele país, disse que a religião não é suficiente para dar ao homem as respostas que ele procura. Ele tem razão em parte, porém confunde a autêntica fé cristã baseada na Palavra de Deus e uma vida piedosa com os extremismos religiosos que existiram e existem no mundo.
A igreja é farol. A igreja é luz. A igreja é sal, fora do saleiro evidentemente, a fim de que seu efeito salutar seja sentido nesta sociedade.
Pense cristão, sobre a nobreza da missão da Igreja. Pense que foi Deus mesmo quem a estabeleceu. E a quem comissionou para “proclamar as virtudes daquele que nos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz” (1 Pe 2.9b). Amém!
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