sexta-feira, 29 de julho de 2011

O legado de John Stott, embaixador do Reino de Deus!


Acaba de ser chamado à presença do Rei um grande embaixador de Seu Reino conhecido como John Robert Walmsley Stott, ou simplesmente John Stott.

Nascido em 1921, Stott foi um grande entre os grandes do Reino. Muito poucos como ele, defendiam a vivência de um Evangelho integral. Enquanto Billy Graham foi o pregador do evangelicalismo, Stott foi o teólogo do movimento. O evangelicalismo, diferentemente do fundamentalismo, buscava compreender e vivenciar todas as implicações do Evangelho todo para o homem todo. Isto compreendia proclamar a redenção integral do homem à totalidade de sua existência, ou seja, às realidades social, política, cultural e espiritual e sempre dando o devido respeito à pluralidade ética e cultural do Cristianismo histórico.

Isto fez dele um baluarte, um defensor da fé cristã ortodoxa. Escreveu prolificamente. Sua visão do Cristianismo está em muitos livros e artigos. A revista Time o colocou na lista das 100 personalidades mais influentes do século 20. Foi o grande impulsionador do Movimento de Lausanne para a evangelização mundial. Fundou o London Institute for Contemporary Christianity, um centro de educação continuada, com uma diversidade de cursos e seminários, visando relacionar a fé cristã com a realidade. A influência de Stott ultrapassou as fronteiras da Inglaterra.

Ele defendia a centralidade da cruz e do novo nascimento conforme João 3. Com muita graça, Stott demonstrou sua erudição mas ao mesmo tempo sua humildade e sua alma de serviçal do Reino de Deus. Foi capelão da rainha Elizabeth II. Nunca se casou e como celibatário dispunha de muito tempo para dedicar-se ao seu chamado peculiar.

Cristianismo Básico é considerado seu livro mais importante e vendeu mais de 2 milhões de cópias sendo traduzido para mais de 60 idiomas. Alguns outros títulos são: Crer é Também Pensar; Porque Sou Cristão; A Cruz de Cristo; Eu Creio na Pregação; Firmados na Fé; Cristianismo Equilibrado; Entenda a Bíblia; Cristianismo Autêntico; O Perfil do Pregador; Ouça o Espírito, Ouça o Mundo e Discípulo Radical (escrito em 2010, foi sua última obra).

Quero deixar aqui duas afirmações deste notável homem de Deus. A primeira fala de sua auto- identificação:

“Primeiramente e acima de tudo, pela misericórdia de Deus eu sou um cristão procurando seguir a Jesus Cristo. Em seguida, eu sou um cristão evangélico, por causa da minha convicção de que os princípios evangélicos (especialmente a Sola Scriptura e a Sola Gratia) são integrais ao Cristianismo autêntico, e que ser um cristão evangélico é ser um cristão neo testamentário, e vice-versa. Em terceiro lugar, eu sou um cristão evangélico anglicano, desde que a Igreja da Inglaterra é a particular tradição histórica ou denominação a que pertenço. Mas eu não sou primeiramente anglicano, desde que denominacionalismo é algo difícil de defender.”


Perceba que essa confissão pode ser feita por qualquer um, quer seja pentecostal, batista, presbiteriano, metodista, etc.

Agora, leia a elaboração do conteúdo do evangelicalismo feita por Stott:

“A essência da fé evangélica é que, em Jesus Cristo encarnado, crucificado e exaltado, Deus tem falado e agido decisivamente e finalisticamente pela salvação do mundo. Em consequência, Jesus Cristo é a última palavra de Deus para o mundo, e é inconcebível que possa haver qualquer revelação maior do aquela que foi dada ao Seu Filho. Jesus Cristo é também a última obra de Deus para a salvação do mundo, e é inconcebível que qualquer outra coisa possa ser necessária ou adicionada a isso. Nada pode ser acrescentado, seja ao que Deus tem falado em Cristo, seja ao que Deus tem feito em Cristo. Ambos são de uma vez para sempre. Em Cristo, a revelação e a redenção de Deus são concluídas e perfeitas.”


Assim falou Stott e assim viveu. Porém, muito se comentou sobre a crença declarada que ele tinha em relação ao aniquilacionismo que consiste no entendimento de que o castigo de Deus sobre os ímpios será a destruição, o aniquilamento, e não o sofrimento eterno no Lago de Fogo. John Stott era um aniquilacionista convicto, mas isso não chega a manchar sua reputação de autêntico cristão evangélico.

Ele trabalhou arduamente pela prática da Igreja cristã por um Evangelho integral. Enfatizou grandemente a unidade dos cristãos em torno das doutrinas cardeais da fé. Como ficou muito bem registrado no site da revista Ultimato: "Sabemos que seu maior legado não é a quantidade de livros e de sermões, mas sim a forma como suas ações geraram marcas na vida de outros."

Em sua velhice, lamentava o divisionismo entre os evangélicos, ele disse: "A despeito da influência dos evangélicos, pela graça de Deus, não temos sido capazes de uma influência maior, que seria possível caso fôssemos unidos."

Assim foi John Stott. Agora, resta servimo-nos de seu precioso legado e continuar levando avante o estandarte do Evangelho de Cristo que ele tão admiravelmente fez. Lembramos das palavras do apóstolo Paulo: "Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé" (2 Tm 4.7). Estas sem nenhuma dúvida aplicam-se a este fiel embaixador de Jesus Cristo.

Que todos imitemos seu testemunho (Hb 13.7).

Pense nisso.






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