quinta-feira, 27 de outubro de 2011

A globalização e a proximidade com pessoas de outras religiosidades, vamos lhes anunciar a Jesus?

Com a globalização ocorrendo em todos os níveis, hoje temos a possibilidade de encontrar pessoas de muitas nacionalidades bem perto de nós e que por conseguinte, possuem as mais variadas expressões de fé.

Assim, o cristão consciente das ordens de Jesus, concernente à proclamação do Evangelho, ou seja, a Grande Comissão (Mt 28.19,20; Mc 16.15,16; Lc 24.46-49; At 1.8) deverá perceber que ao seu redor, quer seja em sua vizinhança, trabalho ou escola, pode estar uma pessoa entregue à crenças diametralmente opostas ao genuíno Cristianismo bíblico.

Não nos espantemos, porque poderemos estar na companhia de um budista, de um hinduísta, ou, de um muçulmano. Há alguns anos era difícil encontrar algum monge budista perambulando por aí, por exemplo, ou mulheres muçulmanas cobertas com seu véu, mas hoje, devido à globalização e à pluralização, é real essa possibilidade.

A pergunta que gostaria de fazer é: Conhecemos algo dessas novas crenças em nosso meio, o suficiente para poder entrar em diálogo com as pessoas envolvidas nelas e apresentar-lhes a verdade do Evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo?

Muitos cristãos alegam que não deveríamos perder tempo para conhecer as crenças de outras religiões. Que basta conhecermos o que diz a Bíblia que poderemos evangelizar essas pessoas. Essa afirmação esconde na realidade um preconceito contra outras ideias religiosas e uma indisposição para o diálogo.

Isto porque toda evangelização envolve interação entre o proclamador da mensagem do Evangelho, ou seja, eu e você, e o ouvinte dessa mensagem, que certamente nos fará muitos questionamentos, ou pura e simplesmente, apresentará argumentos opostos à mensagem da salvação por meio do sacrifício de Jesus Cristo.

E sempre devemos lembrar de que fomos tirados do mundo, salvos e limpos do pecado, libertos das algemas de Satanás, para agora, sermos enviados de volta ao mundo na condição de seguidores de Jesus Cristo, portanto refletindo seu caráter e nisso, tendo todo amor e tolerância para com os que pensam diferentes de nós, que seguimos a Cristo.

Na verdade, embora tenha mencionado três exemplos de religiões, Budismo, Hinduísmo e Islamismo, muitos outros adeptos de outras religiosidades estão em nosso meio. Entre a comunidade japonesa e chinesa, encontramos o Xintoísmo, o Confucionismo e o Taoísmo, além do Budismo, naturalmente.

O Hinduísmo, na verdade, já tem suas expressões entre nós. Os hare-krishnas, com seu visual exótico consegue atrair muitas pessoas que ficam fascinadas com tudo o que é diferente. Vendem seus livros nas praças e ruas e cantam seus mantras em honra a Krishna, com o intuito de chamarem a atenção para sua fé. O que sabemos sobre suas crenças para podermos lhes evangelizar de forma mais eficaz?

É necessário mais do que nunca que o crente em Jesus se interesse em conhecer um pouco sobre o que pessoas de outra fé creem. Não conhecer o pensamento, a cosmovisão do outro não proporcionará um ambiente adequado para que a mensagem do Evangelho seja semeada e venha a germinar.

Além disso, conhecer as principais doutrinas de outras religiões forçosamente levará o cristão a estudar com mais afinco a Palavra de Deus, proporcionando o aprofundamento nas doutrinas bíblicas e reforçando sua apologética frente a outras expressões enganosas de religiosidade.

O apóstolo Pedro nos faz uma mui sábia recomendação: "Antes, santificai ao Senhor Deus em vossos corações, e estai sempre preparados para responder com mansidão e temor a qualquer que vos pedir a razão da esperança que há em vós" (1Pe 3.15), ou seja, devemos saber explanar nossa fé com precisão. O apóstolo Judas nos recomenda também: "Amados, procurando eu escrever-vos com toda a diligência acerca da salvação comum, tive por necessidade escrever-vos, e exortar-vos a batalhar pela fé que uma vez foi dada aos santos" (Jd 3).

Aqui encontra-se a nossa tarefa apologética, a defesa da fé. Porque ao evangelizarmos pessoas de outras religiões, a fé cristã pode ser atacada, caluniada ou difamada, mas o crente conhecedor das Escrituras, pode, com a ajuda do Espírito Santo, apresentar a excelência do Evangelho ao seu ouvinte, não com o intuito de provar para este a superioridade do Cristianismo, mas com o nobre desejo de expor a mensagem de que em Jesus ele pode ser liberto dos engodos de sua prática religiosa, como disse Paulo ao pregar aos gentios em Listra: "... . Nós também somos homens como vós, sujeitos às mesmas paixões, e vos anunciamos que vos convertais dessas vaidades ao Deus vivo, que fez o céu, e a terra, o mar, e tudo quanto há neles" (At 14.15b).

O conceito de que missões só se faz em campos transculturais carece de melhor fundamento. Em verdade, como dissemos, com a grande mobilidade hoje de ideias e pessoas, podemos sim encontrar adeptos até de religiões que pouco ou quase nada ouvimos falar. É nosso dever nos atualizarmos sobre isso, porque nosso compromisso para com Jesus exige isso, pelo fato de estarmos incumbidos de pregar a mensagem salvadora do Evangelho. A tarefa é nossa e é inadiável.

Temos de viver missionariamente onde estivermos. Quer seja no quintal de nossa casa, conversando com um vizinho não-cristão, na escola ou curso onde estudamos, com companheiros de classe (alguns até mesmo se declarando sem religião, ou ateus), em nosso trabalho, a caminho ou retornando do mesmo, enfim, em qualquer lugar, em qualquer contexto, encontraremos pessoas com concepções de fé opostas ao verdadeiro Evangelho. Para não falar dos assim chamados cristãos nominais, aqueles que se dizem "cristãos" mas que nós sabemos que esse "cristianismo" que vivem ou apregoam, constitui-se meramente em uma caricatura grotesca do verdadeiro Cristianismo.

Por isso Jesus disse que a seara era grande (Mt 9.37). Satanás continua a enganar o ser humano com propostas de religiosidade cada vez mais distantes da verdadeira fé que deve ser depositada no Deus vivo e verdadeiro (1Ts 1.9; Jo 17.3). Nós devemos ter isso bem vivo em nossas mentes, ou seja, o caráter enganador do diabo. E procurar enxergar nos adeptos de outras religiosidades um potencial campo missionário. Não podemos ignorar isto.

Aqui ficam bem patentes as palavras do apóstolo Paulo em Romanos 10.13-17: "Porque todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo. Como, pois, invocarão aquele em quem não creram? E como crerão naquele de quem não ouviram? E como ouvirão, se não há quem pregue? E como pregarão, se não forem enviados? Como está escrito: Quão formosos os pés dos que anunciam o evangelho de paz; dos que trazem alegres novas de boas coisas. Mas nem todos tem obedecido ao evangelho; pois Isaías diz: Senhor, quem creu na nossa pregação? De sorte que a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela Palavra de Deus."

Vamos pensar seriamente nisso a partir de hoje e procuremos proclamar a salvação em Jesus com muito amor por esses que estão acorrentados e enganados pelo Inimigo de nossas almas, amém!


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