quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Escolhas deliberadas e suas consequências

Em 1 Samuel 8.1-22 está relatado o episódio da rejeição do governo teocrático por parte de Israel. Era este governo de Yaweh exercido por meio de juízes, dos quais Samuel foi o mais destacado deles. Os anciãos de Israel foram até Samuel e lhe pediram que constituísse um rei como tinham os demais povos em derredor. No verso 7, o Senhor é taxativo ao dizer a Samuel que não era a ele que estavam rejeitando, mas ao Senhor mesmo rejeitavam para que não reinasse sobre eles. Então, por orientação de Deus, passa Samuel a lhes relatar as obrigações para o novo regime, isto conforme legislação da lei mosaica (Dt 17.14-20). No verso 22, o Senhor repete a ordem dada a Samuel para nomear um rei: Então o Senhor disse a Samuel: Dá ouvidos à sua voz, e constitui-lhes um rei. Então Samuel disse aos homens de Israel: Volte cada um à sua cidade.”

O que gostaria de ressaltar é a escolha deliberada do povo. Seu desejo em ter um rei como todas as demais nações. Samuel já havia envelhecido e seus filhos não foram seus imitadores (v.5). Foram eles constituídos como juízes, mas não seguiram a piedade e virtude de seu pai. Assim, os anciãos, representando o povo israelita, vão ao encontro de Samuel e pedem-lhe a nomeação de um monarca. Estavam rejeitando ao Senhor. E Deus determinou que Samuel lhes atendesse a demanda.

O que podemos aprender desta solicitação do povo e a consequente resposta divina?

Não creio que o povo de Israel não tivesse consciência de que eram uma nação diferente de todos os demais povos em derredor. Que seu regime de governo por meio dos juízes, tornavam estes os representantes diretos de Deus, posto que escolhidos para esse fim. O Senhor governava através deles. Mas a nomeação de um rei era algo muito diferente. A instituição da monarquia implicava obrigações. Uma tributação para sustentar os gastos da corte, bem como a convocação dos homens jovens e saudáveis de entre as tribos de Israel para fazerem parte de seu exército. Outros homens e mulheres, os melhores, seriam convocados para prestarem seus serviços nas mais diversas atividades.O rei mandaria ainda, dizimar os rebanhos, as vinhas, os olivais, enfim, tudo para manter a máquina monárquica em pleno andamento (vv.11-17). E Samuel diz ainda: “Então naquele dia clamareis por causa do vosso rei, que vós houverdes escolhido; mas o Senhor não vos ouvirá naquele dia” (v.18). E qual é a reação do povo? Leiamos: “Porém o povo não quis ouvir a voz de Samuel; e disseram: Não, mas haverá sobre nós um rei. E nós seremos como todas as outras nações; e o nosso rei nos julgará, e sairá adiante de nós, e fará as nossas guerras (vv.19,20).

Diante do momento atual em nossa nação, em que estaremos escolhendo o novo presidente da República, lembrei-me deste capítulo significativo do primeiro livro de Samuel a fim de refletirmos desta forma a escolha que faremos no dia 31 de outubro no segundo turno das eleições.

Temos visto uma tendência nos eleitores brasileiros em escolher Dilma Roussef como a sucessora do presidente Lula. A símile que quero fazer entre as eleições presidenciais e a rejeição de Deus para que não reinasse sobre o Seu povo, conforme vimos em 1Samuel 8, está no fato de que não estaremos, assim como o povo de Israel, escolhendo o que é bom, escolhendo o que é justo, escolhendo o que é agradável aos olhos de nosso Deus. Isto porque, as evidências apontam para um governo que poderá, mesmo que a candidata petista esteja agora na reta final negando, dar o apoio ou a chancela presidencial, para que leis que são frontalmente contrárias à Lei de Deus, sejam aprovadas (veja nossos posts, “Projetos de lei contra Deus e Sua Palavra, I e II http://observateologia.blogspot.com/2010/02/projetos-de-lei-contra-deus-e-sua_25.html e http://observateologia.blogspot.com/2010/02/projetos-de-lei-contra-deus-e-sua_26.html ).

Com isso, não estou absolutamente querendo dizer que o governo de José Serra e do PSDB seria o ideal divino. Não tenho esta autoridade para assim falar. Aliás, Serra também declarou-se a favor da união civil de homossexuais e à adoção por famílias gays de crianças. Então, vemos dois candidatos que possuem opiniões semlhantes concernente a essas abominações.

O povo israelita sentiu em sua própria pele a escolha errônea que fizeram, muito embora, o Senhor, em sua onisciência, soubesse que Abraão teria reis em sua descendência (Gn 17.6). Deixaram o bom governo de Yaweh, Seu cuidado, Sua proteção, Sua orientação, e por conta própria foram e pediram a Samuel que lhes nomeasse um rei: “E nós seremos como todas as outras nações” (v.20), ou seja, uma lamentável semelhança com os pagãos é o que desejavam. Talvez, em nossos dias, se diria que eles desejavam uma plataforma “moderna e liberal” de governo contra o “conservantismo” do regime dos juízes.

Os reis de Israel, a grande maioria deles, a começar com Saul, não se caracterizaram pela piedade, pela submissão integral ao Senhor e pela não “multiplicação de cavalos” e não “multiplicação de mulheres” e não “multiplicação de prata e ouro” conforme as ordenanças de Deus em Dt 17. Também, não liam todos os dias a lei de Deus, salvo honrosas e poucas exceções (como Davi, Josias, Ezequias, por ex.), assim, tanto Israel quanto Judá, foram à bancarrota espiritual por causa da maioria de reis ímpios que tiveram. A idolatria era escandalosamente grande tanto entre os monarcas quanto entre o povo. Leiamos os livros de 2 Crônicas, Jeremias e Lamentações e compreenderemos porque a nação foi parar no exílio.

A nação brasileira em 31 de outubro fará uma escolha. E escolhas tem consequências. E estas consequências jamais poderão ser atribuídas à “vontade de Deus”. Não. É a vontade do povo nas urnas. É o povo nas urnas pedindo para si um rei. E sacramentando sua vontade em detrimento da vontade de Deus.

Irmãos, oremos pela nação. Para que Deus tenha misericórdia de todos nós. Porque, mesmo que decidiram pedir um rei, todavia, o Senhor ainda estava de forma soberana agindo em meio à rejeição de Sua vontade. Foi Ele quem determinou quem Samuel iria ungir para que fosse rei sobre Seu povo (1Sm 9.16). Foi Ele quem determinou quem Samuel iria ungir para que fosse rei em lugar de Saul que se desviara (1 Sm 15.11,28,35;16.1-13).

Por isso, sendo um ou outro o que será eleito em 31 de outubro, de uma coisa eu tenho certeza: O Senhor não rejeitará ao nosso povo, o Senhor pelejará pela nação brasileira, o Senhor ouvirá o clamor de Igreja em prol desta nação.

Coloquemo-nos portanto na brecha da intercessão (Sl 106.23; Is 59.16). Lembremo-nos da palavra dada a Joel: “Chorem os sacerdotes, ministros do Senhor, entre o alpendre e o altar, e digam: Poupa a teu povo, ó Senhor, e não entregues a tua herança ao opróbrio, para que os gentios o dominem; por que diriam entre os pvos: Onde está o teu Deus?” (2.17).

Povo de Deus no Brasil, pense nisso.

2 comentários:

  1. Somente pela orientação de Deus é que conseguimos seguir nesta vida. Não temos outro caminho a não ser Jesus nosso Senhor. Temos que orar e acreditar que seja quem ganhar esta eleição, Deus ainda está no controle cuidando de nós. Meu anado irmão, este texto de fato ajudou-me a decidir. Que Deus continue abençoando sua vida. Ass.Rodirlei

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  2. Meu amado, para mim é honroso receber seu precioso comentário. Desejo de coração toda sorte de benção em sua vida. Deus te abençoe grandemente.

    Cicero Ramos

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