Os fracassos na vida do ser humano são inevitáveis. É necessário preparar o indivíduo desde sua mais tenra idade para encarar esta verdade. Os pais tem um papel importante neste aspecto, cabe a eles esta tarefa de ensinar como enfrentar os revezes que ocorrerão na trajetória de vida de seu filho. Devem ensiná-lo a enfrentar adequadamente cada situação.
Quando encontra-se alguém que não recebeu esta instrução, pode-se constatar muitas vezes um duplo sofrimento: pelo fracasso em si e pela reação inadequada que porventura tenha demonstrado. Cada homem e cada mulher tem suas próprias idiossincrasias, isto é, sua reação peculiar, própria, ante os percalços da vida. Portanto, é fundamental saber reagir adequadamente, respeitadas as singularidades de cada pessoa.
Na verdade, poucas pessoas apresentarão alguma eficácia no tocante à reação diante de perdas que tenha sofrido. Isto porque, o pecado afetou a natureza humana de tal forma que temos a inclinação para fracassarmos em muitos aspectos da vida e reagir diante disto de forma inadequada. A inadequação pode ser oriunda exatamente de uma educação errada, uma criança que é ensinada de que sempre vencerá na vida, de que não pode de forma alguma ser derrotada, de que o fracasso é para os outros, não para ela. O ensinamento para aquela criança, adolescente ou jovem é de que é imbatível, insuperável, olimpicamente pairando sobre todos os demais “meros mortais”.
O fracasso pessoal faz parte de nossa constituição, enquanto seres decaídos. Ou seja, fazem de fato parte da vida de todos nós. O ensino dos filhos deve pautar pelo equilíbrio, nem ensinar o derrotismo, o desânimo ante as dificuldades, nem insuflando uma mentalidade de “superman”, imbatível, indestrutível.
O Evangelho apresenta essencialmente a realidade inescapável: sofreremos fracassos enquanto seres decaídos que somos. Jesus mesmo disse em Jo 16.33: “Tenho-vos dito isto, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo.” Estas aflições podem envolver situações de derrota, de fracasso, mas nesta palavra, o Senhor Jesus diz que devemos ter bom ânimo, mesmo ante o fracasso que tenhamos sofrido. A vitória que Ele conseguiu na cruz do Calvário, derrotou o mundo, derrotou o diabo. Os sentimentos depressivos, desanimadores que podem advir de uma queda que tenhamos tido, já perdem seu efeito deletério diante do poder que emana do Calvário, aleluia!
É desejo do Senhor que superemos os efeitos do fracasso. Muitas vezes, Deus não evita uma queda nossa porque Ele sabe que ali estará uma excelente oportunidade de fazer com que amadureçamos nossa fé. Há sabedoria em considerarmos o seguinte: 1) Temos uma natureza decaída, por isso muitos fracassos poderão acontecer em nossa vida mesmo sendo já crentes em Jesus (1Jo 2.1); 2) Reconhecendo isto, passamos então a entender melhor a graça de Deus, sendo inteira e completamente dependentes desta graça (2 Co 12.9); 3) Consequentemente, “a paz de Deus, que excede todo entendimento, guardará os vossos corações e os vossos sentimentos em Cristo Jesus” (Fp 4.7).
O homem pode cair e algumas vezes inevitavelmente cairá, falhará, pecará, mas Deus levanta o homem. Ele não precisa ficar prostrado: “Ainda que caia, não ficará prostrado, pois o Senhor o sustém com a sua mão” (Sl 37.24). O Senhor, unicamente Ele, é o seu amparo. Nosso Deus não cobra de nós perfeição mas sim santidade (Lv 19.1; 1 Pe 1.15,16). Em Cristo sim, somos perfeitos (Cl 1.28; Ef 4.13). Nunca por nós mesmos.
Esta reflexão que faço abrange também a Igreja do Senhor. O Corpo de Cristo tem fracassado porque é constituído de pessoas falíveis e pecadoras. Mas, da mesma maneira que o indivíduo,que deve aprender a lidar com suas derrotas à luz do que diz a Palavra de Deus, assim também deve ser a Igreja. Hoje, o Espírito Santo continua a falar incessantemente, para que esta supere seus fracassos, suas derrotas, suas ambiguidades, seus pecados e continue, pela graça de Deus a missão no mundo o qual Deus a comissionou (Jo 17.18).
Seja para o crente, individualmente, seja para a Igreja como comunidade dos redimidos, deve-se aprender a lidar com os fracassos. Você já está fazendo assim? Se não, é hora de pensar sobre isto.
“Porque todo o que é nascido de Deus, vence o mundo; e esta é a vitória que vence o mundo, a nossa fé. Quem é que vence o mundo, senão aquele que crê que Jesus é o Filho de Deus?”
1 Jo 5.4,5
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