
quarta-feira, 29 de setembro de 2010
Que revolução é essa que mata e faz sofrer milhões de pessoas?

quarta-feira, 22 de setembro de 2010
É dia, podemos ainda trabalhar....

segunda-feira, 20 de setembro de 2010
Igrejas para todas as pessoas

Alegra o meu coração e creio que muito mais o coração de nosso Deus, quando sabemos que em algum lugar no Brasil ou no mundo, mais uma igreja cristã foi inaugurada. Quer seja um templo, construído de forma que seus frequentadores estejam bem instalados, ou na sala de alguma residência, alegro-me de qualquer maneira. Todavia, o que gostaria de saber é se as referidas igrejas possuem saúde bíblica e espiritual.
Isto porque, abrir um novo trabalho, principalmente aqui em nosso país, é muito fácil. Não existem empecilhos nem trâmites burocráticos que impeçam um grupo de pessoas registrar uma nova comunidade e em seguida marcar o dia da inauguração. Esta é a parte fácil. O difícil amados irmãos, é se a igreja é de fato uma igreja bíblica. Não estou preocupado se pentecostal ou tradicional. O que desejo saber é se a tal nova congregação de discípulos de Cristo é uma igreja saudável. Mas, qual o diferencial ou diferenciais que fazem com que uma seja mais bíblica e saudável do que outra?
Acredito que não se pode continuar mais nos dias em que ora vivemos, enfatizar a religiosidade cristã. Um líder ou uma liderança chamada por Deus, deverá entender que uma experiência de uma verdadeira espiritualidade é o que deverá predominar em seu ministério. Pessoas que serão alcançadas pelo Evangelho de Jesus Cristo, deverão crescer à semelhança d’Ele. E sem as amarras institucionais e/ou de religiosidade.
Mark Dever, notável pastor batista norte americano, falou sobre as nove marcas de uma igreja saudável. Vamos a elas: 1) Pregação expositiva; 2) Teologia bíblica; 3) Uma compreensão bíblica quanto às Boas-Novas; 4) Uma compreensão bíblica quanto à conversão; 5) Uma compreensão bíblica quanto à evangelização; 6) Uma compreensão bíblica quanto à membresia da Igreja; 7) Uma disciplina eclesiástica bíblica; 8) Cuidado em promover o discipulado cristão e o crescimento; 9) Liderança bíblica na Igreja. Para maiores detalhes acesse o link http://www.bomcaminho.com/index9Marks.asp
Poderão haver outras marcas destacadas por notáveis servos de Deus, mas creio que estas encerram em seu bojo tudo o que uma igreja cristã deveria ter como distintivos para que sua missão nesta sociedade pós-moderna fosse levada a efeito com a graça de Deus. Muito do que hoje se diz “igreja cristã” na verdade carrega um cabedal de tradições puramente humanas e que pouco espaço deixa para que os crentes de fato experimentem a alegria de uma igreja legitimamente neotestamentária. Paulo combateu isto desde cedo em seu ministério. Na epístola aos Gálatas combateu os judaizantes, porque queriam que o Cristianismo se tornasse apenas um braço da fé judaica entre os gentios. Paulo disse que sim, o Evangelho era também para os gentios, mas que não era obrigado a guardar as tradições próprias do Judaísmo. A Palavra de Deus e o Evangelho eram sempre exaltados à mais alta posição pelo apóstolo do gentios (Gl 2.1-21).
Uma igreja cristã firmemente bíblica, será consequentemente saudável. E poderá manter esta postura em qualquer cultura em que esteja inserida. Aliás, o poder de penetração do Evangelho e o alcance de sua benéfica influência cairão por terra quando os líderes trocam o que é bíblico pelo que é cultural, no afã de com isto alcançarem mais almas. Algum resultado até pode aparecer, mais carecerá de profundidade e firmeza naqueles que tenham se “convertido” a Cristo. O Pacto de Lausanne, ao discorrer sobre a cultura, deixa claro que toda cultura humana tem um tríplice aspecto: divino, humano e demoníaco. Temo em dizer que, por falta de discernimento de muitas lideranças e igrejas, o que é puramente humano e pior, demoníaco, está sendo aceito na prática diuturna das igrejas ao redor do mundo.
Penso que este quadro pode ser mudado. Mas não em todos os casos. Alguns ministérios já foram tão longe em sua busca do irrelevante, embora pensem que estão sendo relevantes à causa do Reino de Deus, que um retorno é extremamente difícil. Outros porém, principalmente as novas igrejas que surgem, lideradas por homens comprometidos de fato com o que é bíblico e não cultural, haverão de alcançar muitas vidas porque optaram, pela direção do Espírito Santo, em conservar-se no reto caminho proposto na Bíblia para a Igreja. Cabem aqui os conselhos sábios do já veterano apóstolo Paulo a seu filho na fé e jovem pastor, Timóteo, leiamos: “Conjuro-te, pois, diante de Deus, e do Senhor Jesus Cristo, que há de julgar os vivos e os mortos, na sua vinda e no seu reino, que pregues a palavra, instes a tempo e fora de tempo, redarguas, repreendas, exortes, com toda a longanimidade e doutrina. Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme as suas próprias concupiscências. E desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas” (2 Tm 4.1-4).
Infelizmente nesta cultura de irrelevância que vivemos, nesta cultura de supérfluos e descartáveis, o Evangelho autêntico vai sendo deixado de lado e substituído por uma versão aparentemente mais apetecível aos paladares modernos, mas que vai mantendo o homem distante da vida abundante prometida por Jesus.
Que o autêntico Evangelho seja proclamado. Para que igrejas genuinamente bíblicas estejam no seio da sociedade dos homens. Poder ser até que esta igreja seja alvo de perseguição. Mas será uma igreja gloriosa, porque honra o seu Senhor por causa de sua fidelidade. Jesus prometeu muitos galardões às igrejas fiéis, vide as sete cartas às igrejas no Apocalipse (caps. 2 e 3). Somente igrejas desta estirpe serão contadas como vencedoras e receberão o “vinde benditos de meu Pai” da parte do Senhor Jesus. Somente igrejas deste quilate é que realmente estarão habilitadas para estar entre todos os povos e também naquele grande dia, conforme está escrito em Ap 7.9 ser contados dentre todas as nações, tribos, povos e línguas.
Pense nisto e contribua para que sua igreja ou algum futuro projeto de plantação de uma nova ecclesia carregue as marcas da biblicidade e da saúde. Deus abençoe a todos.
sábado, 18 de setembro de 2010
Prazer sem limites

A abordagem e propostas de solução para os problemas que afligem a nossa sociedade, carece de uma estirpe de homens que não se deixam levar pela oferta do ganho, da locupletação, da vantagem pessoal, da satisfação de suas "necessidades pessoais."
Infelizmente na classe política, encontramos elementos que exatamente não se caracterizam pela isenção pessoal, visando o bem comum da sociedade. Fazendo do cargo público e do mandato, uma fonte de satisfação de prazeres elementares (segundo o seu distorcido ponto de vista): conta bancária devidamente abarrotada, imóveis, artigos caros e/ou luxuosos, carrões, iates, ou até um jatinho, porque não? Ou seja, a vida pública para esses figurões, é uma fonte de prazer interminável, por assim dizer. Os cofres públicos são para eles como as tetas inacreditavelmente cheias de uma leitoa, ou também como se tivessem encontrado o pote de ouro no final do arco-íris: agora podem regalar-se com o achado e satisfazer todos os seus inomináveis desejos.
Este hedonismo é predominante em quase todos. E muitos que ainda não usufruem, desejam ardentemente tirar a sua “casquinha”. Isto contribui para que continuemos subdesenvolvidos em nossas instituições democráticas. Na liquidação das esperanças de todos que depositaram nas urnas sua confiança em tal e qual candidato. Além de fazer com que o descrédito e a desconfiança aumentem continuamente em relação à política e aos políticos.
Prazer sem limites. Satisfação de “necessidades”. Obtenção de vantagens. Realmente, não há segmento na sociedade organizada onde mais impere a canalhice e a safadeza. Aprendo com um determinado autor, que a nossa sociedade foi elaborada a partir de uma elite prioritariamente voltada para si mesma e muito pouco comprometida com a nação e com o povo. Este sempre foi explorado e marginalizado pelo paternalismo dessa elite. Tudo isto começou no Brasil colonial. Tudo o que era feito no país visava apenas o enriquecimento da Coroa portuguesa e de seus aliados.
Não é diferente hoje. Para muitos destes auspiciosos “governantes” e “autoridades”, encher o próprio bolso às custas do Erário, é tudo o que importa. Favorecimentos pessoais e de seus apaniguados, troca de favores, o ganho por fora, valores enviados para paraísos fiscais no exterior, que tal? É lucrativo ser da classe política hoje no Brasil. É um grande investimento…..
A indústria de pagamento de propinas, os “propinodutos” vão indo muito bem, obrigado. Repetimos: O que está realmente valendo é o desfrute de prazeres ilimitados. É a satisfação de todos os desejos materiais nesta “mina de ouro” para muitos que é ser político hoje no Brasil. A torneira que derrama o dinheiro público ainda não está fechada e acredito que tão cedo o será.
Entretanto, sabemos que a fé cristã oferece a base ética necessária para que tudo isto seja repudiado. O verdadeiro cristão que postula um cargo público, será, antes de tudo, altruísta porque visará unicamente o bem da sociedade. Será isento do desejo de entrar para a vida pública para satisfação de seus sonhos e prazeres materiais. Sua maior alegria será servir a Deus sevindo às pessoas. Seu prazer estará centralizado nisto. Quanto mais empregar suas habilidades e talentos e igualmente sua inteligência para uma excelente governança, agradará Aquele que o chamou e equipou para exercer um mandato visando o bem comum.
Como José do Egito, o político verdadeiramente convertido a Jesus, comprometido com os valores superiores do Reino de Deus, fará a diferença. José (Gn 41) por ter o Espírito de Deus (reconhecido pelo próprio Faraó) e ser fiel, não só interpretou o sonho deste como também apontou a solução para o grave problema da fome que se avizinhava. Imediatamente Faraó o promoveu a primeiro-ministro, porque reconheceu sua inquestionável capacidade e dons. Somente no povo de Deus é encontrada a verdadeira sabedoria para a resolução dos problemas humanos (Pv 9.10;15.33).
Repudiemos com veemência todo aquele que, declaradamente, exerce o cargo público visando seu auto-enriquecimento. Homem de Deus, se te sentes chamado, vocacionado a algum cargo público, faça-o no temor do Senhor, acima de tudo. Não desonre a Deus buscando a satisfação de prazeres efêmeros e ilícitos. Honre ao Senhor e lembre-se do que Sua Palavra diz sobre Seus servos, homens do quilate de José, Moisés, Davi, Daniel, que serviram ao Senhor servindo às pessoas sem visar prazeres e lucros pessoais. De Davi é dito assim pelo apóstolo Paulo: “Porque, na verdade, tendo Davi no seu tempo servido conforme a vontade de Deus….” (At 13.36a).
Somos diferentes do homem irregenerado, do homem natural. Como José, temos igualmente o Espírito de Deus (Jo 14.16; Rm 8.9; 1Jo 2.20,27). Porque tal homem (ou mulher), possuído pelo Espírito Santo, andando e vivendo n’Ele e sob a égide dos princípios do Reino de Deus, trará sim, muitos benefícios para a sociedade, caso seja eleito para exercer um mandato, qualquer que seja o cargo.
Se você concorda quanto ao que leu rogo-lhe que leia novamente e pense profundamente sobre tudo isto.
quinta-feira, 16 de setembro de 2010
Quando não nos preocupamos com os famintos e necessitados

sábado, 11 de setembro de 2010
O péssimo testemunho da intolerância “cristã”

Em 25 de agosto postei uma mensagem sob o título “A expansão do Islã diante de nossos olhos” onde fazia menção da atitude dos seguidores de Alá na Bienal do Livro em S.Paulo, distribuindo kits gratuitos com publicações sobre a fé islãmica. Pois bem, uma ação de “evangelismo” que eles faziam de forma ordeira, democrática e passiva. Até indaguei se porventura algo semelhante havia sido orquestrado pelos cristãos no referido evento. Até onde soube, nada semelhante havia sido feito mas eis que surge uma notícia que deixa a todos nós preocupados e envergonhados. Um “pastor” norteamericano disse que, se uma mesquita e um centro cultural islâmico fossem contruídos próximo ao local onde estavam as torres do WTC, o Marco Zero, ele queimaria em público exemplares do Alcorão.
Ora, tal ação é temerária por vários motivos. Primeiramente, se questiona que fé é essa que arbitrariamente acha que deve violar o que é tido por sagrado em outra religião. A intolerância e a violência, que invariavelmente lhe segue, não foi ensinada por Jesus a seus discípulos. João disse ao Senhor que ele e seus companheiros proibiram um homem de expulsar demônios em Seu Nome, porque o tal não lhes acompanhava, não fazia parte do mesmo grupo. Jesus então lhe disse: “Não o proibais, porque quem não é contra nós, é por nós” (Lc 9.49,50).
Uma outra questão é que este “pastor” (entre aspas sim, pois o que ele pretende fazer não traduz o espírito de um verdadeiro pastor cristão), anuncia tal intenção num momento de tensão envolvendo o Islã e os Estados Unidos, já que um projeto para construir uma mesquita perto do local dos atentados de 11 de Setembro está sendo alvo de protestos. Ele declarou: “Vamos mandar uma mensagem clara ao islã radical (...) de que a sharia (lei islâmica) não é bem-vinda na América”. Acrescentando, disse ainda: “Nossa queima do Corão é para ressaltar que algo está errado”, disse. “Há algo muito errado com nossas políticas quando nós observamos um prédio cheio de pessoas morrendo porque nossas políticas não nos permitem fazer nada. Como acontece agora. Nós não estamos convencidos de que recuar é a coisa certa. Assim, em 11 de setembro, nós vamos continuar com o evento que planejamos.”
Inacreditável. Como um líder de uma igreja que não tem mais de 50 membros, possa causar todo este rebuliço nas relações entre cristãos e muçulmanos? A secretária de estado Hillary Clinton declarou que a atitude de Terry Jones “não representa os americanos, o governo americano ou as lideranças políticas e religiosas do país”. Este senhor conseguiu (a nós nos parece que era o que exatamente queria) chamar a atenção sobre si e sobre sua cruzada ignóbil.
O momento seria de exatamente procurar uma conciliação entre as partes visando uma ambiência de paz entre cristãos, muçulmanos e todos os demais. Não se resolvem as coisas desta maneira, fomentando mais violências. Vários líderes, a começar do presidente Barack Obama, condenaram as intenções de Jones. Se tal fato se concretizar, podem-se esperar violentas retaliações dos muçulmanos em todo mundo, inclusive dentro do próprio território americano. Obama fez um apelo no sentido de que haja tolerãncia religiosa entre todos.
O radicalismo islâmico matou em torno de 2.752 pessoas nos atentados às torres do World Trade Center há nove anos. Parece que certas pessoas não conseguem conviver com isso e querem inflamar os sentimentos de todos com atitudes intolerantes e igualmente radicais. Radicalismo não se combate com outros radicalismos. Radicalismo se combate com amor. Amor verdadeiro de Deus. Amor demonstrado na morte de Seu Filho na cruz do Calvário.
Nenhum pretenso cristão como este senhor que se diz “pastor” deveria fomentar a vingança contra a violência sofrida. Está escrito: “A ninguém torneis mal por mal; procurai as coisas honestas, perante todos os homens. Se for possível, quanto estiver em vós, tende paz com todos os homens. Não vos vingueis a vós mesmos, amados, mas dai lugar à ira, porque está escrito: Minha é a vingança; eu recompensarei, diz o Senhor. Portanto, se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de beber; porque, fazendo isto, amontoarás brasas de fogo sobre a sua cabeça. Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem” (Rm 12.17-21). Portanto, não atentemos para o péssimo testemunho deste “pastor”.
A passagem que acabamos de ler deve consistir-se na verdeira atitude do cristão. É assim que Deus quer que ajamos. Amor em ação.
Certamente, este amor prático não deve prescindir da pregação e do testemunho do verdadeiro Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo. Os muçulmanos devem ser persuadidos a conhecer ao verdadeiro Deus. Todavia, isto deve ser feito (porque Jesus ordenou que assim o façamos conforme a Grande Comissão) com muito amor, com muita graça, com muita mansidão e discernimento, direcionados sempre pelo Espírito Santo.
Que neste 11 de setembro de 2010 possamos todos nós, seguidores de Cristo, lembrarmos e pensarmos muito sobre tudo isto. Repudiamos veementemente toda e qualquer espécie de retaliação, até porque os muçulmanos, homens e mulheres como todos nós, não consistem em nossos verdadeiros inimigos. JESUS OS AMOU E MORREU POR ELES, DEVEMOS LHES ANUNCIAR ESTA MENSAGEM. É o que este senhor (pastor?) deveria estar fazendo. Que Deus pelo Seu Espírito o convença de seu erro. Amém.
segunda-feira, 6 de setembro de 2010
O antiintelectualismo a serviço das eleições

É um fato comprovado de que o povo brasileiro é um dos que menos lê no mundo. E também proporcionalmente, a quantidade de cidadãos que possuem um curso superior, comparado com a população de nível superior na Coréia do Sul, por exemplo, é muito menor. O número de analfabetos funcionais também é fato reconhecido. Pessoas que lêem mas não entendem ou não sabem interpretar o que leram. Tudo isto é muito lamentável e preocupante.
John Sott em seu pequeno, mas notável livro Cristianismo Equilibrado (CPAD, 1982), diz que “a fuga da razão é um sinal distintivo da vida secular contemporânea” (p. 21). E discorre sobre o que aconteceu nas eleição presidencial norte-americana de 1960 em que Richard Nixon perdeu para John Kennedy. Citando Joe McGuiness que escreveu The Selling of the President 1968 (A Venda do Presidente, 1968): “Os organizadores da campanha ficaram convencidos de que Nixon perdera a eleição para Kennedy, em 1960, porque Kennedy tinha uma imagem televisiva bem melhor que a de Nixon. Então consultaram Marshall McLuham para orientá-los em como fazer com que Nixon se ‘projetasse eletronicamente’, em como transformá-lo de ‘um advogado seco e sem graça’ em um ‘ser humano afetuoso e animado’. ‘Política’ – o professor Mcluham assegurou-lhes - ‘é apenas uma ciência racional’. ‘Eleições’ – insistiu - ‘não são ganhas na bancada eleitoral apresentada, mas nas imagens’. ‘Faça os eleitores gostarem da cara do sujeito’ e a campanha está virtualmente ganha” (idem).
Se isso se passou na nação mais desenvolvida do mundo, com tantos recursos, com uma pujante economia e com tantas universidades de renome, o que dizer do Brasil, que poderá eleger um candidato a presidente da república, sem analisar criteriosamente suas propostas e as de seu partido?
A ausência de leitura, a incapacidade de se fazer uma análise crítica da realidade, a mente despojada da capacidade de filtrar as informações ponderando-as com critérios racionais, torna as pessoas vulneráveis ao recebimento de propostas sem arguí-las adequadamente e sucumbir também ao discurso populista. Acredito que Hugo Chávez na Venezuela tenha alcançando uma grande aceitação nas camadas pobres da população (que são a maioria) devido a esta incapacidades citadas à pouco. Seu discurso e propostas são aceitos sem a devida ponderação (salvo honrosas exceções, que sofrem sistemática censura da parte de Chávez), mesmo com seus desmandos e imposições autoritárias.
Por aqui se aproximam as eleições e tememos que o antiintelectualismo de muitos, ou seja, o menosprezo a qualquer ponderação crítica equilibrada diante das propostas (se houverem) e dos fatos, possam fazer com que seja eleito um candidato ou por sua aparência pessoal, ou por sua oratória, ou performance nos debates, ou ainda, o que é mais grave, pela provável indução levada a efeito pelos institutos de pesquisas de intenções de voto, suspeitos de estarem manipulando as pesquisas para que o povo inadvertidamente possa votar no candidato que (supostamente) lidera a corrida à presidência.
Lamentavelmente também e até porque não dizer, em maior volume, este antiintelectualismo é corrente entre o povo de Deus. Os cristãos são de escassos hábitos de leitura, muito embora nos últimos anos houvesse uma ligeira queda nos números daqueles que não cultivavam hábito tão salutar e essencial. Mas ainda permanece um certo obscurantismo em certos setores do espectro cristão. Muitos não conseguem discernir com a devida acuidade a conjuntura do momento. Certamente ajudarão a eleger o candidato que lidera as pesquisas, mas que não teve a leitura imprescindível que deveria estar sendo feita de suas propostas.
Não podemos deixar de mencionar a atitude deplorável de determinados líderes, pastores, que, “passando-se por mais esclarecidos” do que o restante do rebanho, aderem a determinada candidatura, muitas vezes movidos por simpatias pessoais e até alguns conchavos, buscando auferir vantagens para sua igreja ou denominação, caso o candidato escolhido seja eleito. O povo, à mercê destes insensatos dirigentes, é “convidado” a votar neste ou naquele candidato. Uma desonra para o Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Gostaria de recomendar a todo cristão que exerça o seu inalienável direito de votar conforme sua consciência. Conciência esta, supondo-se cristã, eivada dos princípios da Palavra de Deus. Com inteligência e bom senso, o crente pode desempenhar um papel fundamental em nossa democracia, ajudando a eleger os candidatos aos cargos pleiteados nestas eleições (presidente, governador, senador, deputado federal e deputado estadual). Não caia na conversa mole de tantos que querem desvirtuar sua capacidade intelectual. Deixe todo o preconceito contra a pesquisa e o estudo de forma que um saudável discernimento possa tomar lugar em sua vida.
Amemos a leitura e o estudo. A Bíblia diz em Pv 4.5-7: “Adquire a sabedoria, adquire inteligência, e não te esqueças nem te apartes das palavras da minha boca. Não a abandones e ela te guardará; ama-a, e ela te protegerá. A sabedoria é a coisa principal; adquire pois a sabedoria, emprega tudo o que possuis na aquisição de entendimento.” Somente através da leitura, estudo e meditação da Palavra de Deus, o crente adquirirá sabedoria, entendimento e discernimento. E também através da leitura e estudo de bons livros nas várias áreas do conhecimento humano, o obscurantismo de tantos não lhe será uma companhia, visto que exercerá uma salutar e responsável mordomia de seu intelecto.
De você ainda não tem o hábito da leitura, ainda há tempo de reverter esta situação qualquer que seja sua idade ou nível de conhecimento. Procure em sua igreja os irmãos que são reconhecidamente estudiosos, que gostam de ler. Indague a eles sobre seus hábitos. Peça-hes sugestões de leitura. Fuja do convencional padrão de obscuridade de muitos. E lembre-se destas eleições, não se deixe levar por opiniões de quem quer que seja. Exerça seu senso crítico para a glória de Cristo. O bem de nossa pátria passa pela sua rejeição à antiintelectualidade. Não corteje mais a mediocridade.
Pense nisto.