sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Separação do mundanismo, um fator primordial para a Igreja

Quando falamos de mundanismo, não devemos fazê-lo sob a ótica da imposição legalista de usos e costumes humanos. Há que se ter um discernimento constante no que realmente consiste em ser um crente mundano.

Acredito que o mundanismo é uma condição no coração do cristão, no qual ele permite ou dá lugar a uma atitude em contrariedade aos preceitos de Deus. Isso se refere ao todo da vida. Infelizmente em muitas de nossas igrejas, o discurso de que o mundanismo refere-se somente aos aspectos de indumentária, diversões, deixar de fazer algo, não poder fazer isto ou aquiloutro, é o que mais se evidencia. Culpa de muitos de nossos líderes que insistem em um discurso carregado de tradicionalismo e conservantismo que engessa as potencialidades de tantos irmãos e irmãs em Cristo.

Por causa disto, dois fatos são destacados:

1) Há o contingente dos que deixam a Jesus e passam a viver realmente no mundo, revoltados com a instituição eclesial e suas imposições. Felizmente outros há que tem a sabedoria de não abandonar o Evangelho e procuram um outro grupo de cristãos onde ali possam servir a Deus sem os jugos ou censuras de seu grupo de origem;

2) Todavia, um outro contigente de indivíduos, são aqueles que continuam na mesma Igreja, mas, de uma forma hipócrita, vivem um Evangelho de aparências, onde procuram usar máscaras para sobreviverem naquele meio. Não tem a coragem como os indivíduos do primeiro grupo, aqueles que não dão as costas a Jesus, mas que saem da igreja de origem e procuram uma outra comunidade cristã para continuarem a servir a Deus de uma maneira mais arejada. Continuam em uma trajetória mórbida, insípida, porque não são autênticos e aí vemos portanto o verdadeiro mundanismo.

É mundanismo, porque a falsidade, o uso de máscaras, a dissimulação, o falar uma coisa e viver outra, são fatos que atentam contra a integralidade do verdadeiro Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo. Quero dizer também que acho mundano um homem ou mulher crentes em Jesus e que se portam de maneira escandalosa em seu trajar. Eu escrevi escandalosa. A Bíblia diz em 1Co 10.31 que tudo deve ser feito para a glória de Deus. Portanto, não se aceita um cristão ou uma cristã andando por aí de maneira a trazer desonra ao Nome do Senhor. Isto requer discernimento. Discernimento, porque muitos crentes só categorizam como mundanismo na vida do cristão estas coisas. E aí é que se encontram aqueles que ficam pontificando sobre comprimento de saias, comprimento dos cabelos, uso de jóias e tantas outras questões semelhantes. Sou a favor de que os pastores ensinem aos seus rebanhos acerca do nosso bom porte em Cristo. Mas que exerçam sabedoria, porque muitos destes líderes não levam em consideração fatores culturais. Não primam pelo equilíbrio nestes assuntos. Muitos (sem generalizar, obviamente) enfatizam demasiadamente este discurso em suas congregações, ao ínvés de alimentar o povo com a verdadeira Palavra de Deus. Julgam que, agindo assim, contribuirão para que o povo de Deus “ande na linha”, ou seja, não pequem, mas o apóstolo Paulo em Cl 2.20-23 refuta tal assertiva cabalmente.

A separação do mundanismo é de fato um fator primordial para a Igreja. Ser mundano é pensar e agir conforme os padrões do mundo que se opõe a Deus. Ser mundano é viver conforme vivem as pessoas do mundo, mentirosas, orgulhosas, maliciosas, rancorosas, iradas. Ser mundano é também ensinar nos cultos, doutrinas que se constituem tão somente de preceitos humanos (Mt 15, Mc 7) invalidando assim o mandamento de Deus e exaltando as tradições humanas!

Os extremismos são perigosos, todos sabemos. Se uma igreja é extremamente liberal no tocante aos usos e costumes, onde a liderança não exerce um sadio e bíblico discernimento, onde a Bíblia não é ensinada adequadamente, corre-se o risco de gerar crentes que realmente são em tudo iguais ao mundo, e não estou falando apenas em termos de aspectos exteriores. Por outro lado, uma igreja extremamente conservadora em seus usos e costumes, com uma liderança que amordaça ao povo com mandamentos de homens, não exercendo o já citado discernimento e não ensinando a genuína doutrina bíblica, poderá ter uma aparência de “piedade” mas serão semelhantes aos sepulcros caiados, bonitos por fora mas cheios de toda podridão em seu interior (Mt 23.27,28).

Urge que Deus capacite a todos nós para que sejamos de fato, crentes bíblicos. É isso que contará afinal. O equilíbrio encontra-se em observarmos a Palavra de Deus no que tange ao essencial que o Senhor deseja que guardemos. 1Jo 2.15-17: “Não ameis o mundo, nem o que no mundo há. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele. Porque tudo o que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não é do Pai, mas do mundo. E o mundo passa, e a sua concupiscência; mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre.”

Meditemos nestas palavras. Deixemos que elas façam um salutar efeito em nossos pensamentos e intenções do coração para que estejamos de fato, dentro da vontade de Deus. Que não sejamos mundanos nem de uma forma nem de outra. Procuremos diligentemente o equilíbrio bíblico com a ajuda do Espírito Santo (Jo 14.15-17,26).

Pela graça de Deus podemos ser assim. Pense nisto.

2 comentários:

  1. ótimo texto, vamos juntos lutando pelo Evangelho Genuíno do nosso Senhor Jesus Cristo.
    Abraços, seguimos juntos!
    André Santos

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  2. Deus possa abençoá-lo, obrigado pela visita, fique na paz!

    Cicero Ramos

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