quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Compreendendo os meus caros amigos apóstatas


Que esperança, que perspectiva de vida tem aqueles que um dia conheceram a Jesus, foram participantes das bençãos do Evangelho mas apostataram da fé?

Estão se cumprindo hoje, de forma acelerada, as palavras de Paulo em 1 Tm 4.1: "Mas o Espírito expressamente diz que nos últimos tempos alguns apostatarão da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores,e a doutrinas de demônios." Muitos há que neste presente momento estão abominando a fé que um dia abraçaram, seja aquele que foi criado no seio de uma família cristã ou que recebeu a Cristo por ter sido alvo de evangelismo. O secularismo e o ateísmo crescem continuamente e efetivamente tem afetado a muitos que têm crido em Jesus.

Eu tenho um amigo que estava aborrecido com as inconsequências e incoerências da igreja e seus líderes e, sendo influenciado por um professor universitário, humanista e ateu, aos poucos teve sua fé solapada e, quando finalmente entrou na universidade, foi complementado o processo deletério em sua mente e coração que começara anos antes. Criado por pais cristãos evangélicos, foi líder de juventude na igreja e pregador talentoso. Todavia, e eu entendo muito bem, decepcionou-se com o sistema eclesiástico e nem quis considerar a possibilidade de migrar para uma outra denominação, vindo a abandonar a fé e hoje fala contra a mesma e contra os amigos que desejam trazê-lo de volta. Este amigo em sua atitude de voltar as costas para tudo o que representa a igreja ou o Evangelho, não está sozinho. Veja por exemplo, o que disse Rubem Alves ex-pastor presbiteriano: "Hoje, as idéias centrais da teologia cristã em que acreditei nada significam para mim: são cascas de cigarras, vazias. Não fazem sentido. Não as entendo. Não as amo. Não posso amar um Pai que mata o Filho, para satisfazer sua justiça."

Incrementam-se os ataques a Deus, à Bíblia e à fé cristã a cada dia. Veja homens como Richard Dawkins ou Daniel Dennett nos dias de hoje ou Friedrich Nietzsche e David Hume, por exemplo, no passado. Aqueles que optam por abandonar a fé, escolhendo a sabedoria do mundo, como o meu amigo já citado, firmam-se em valores da filosofia humanista é declaram que o Cristianismo é irrelevante, não tendo nenhuma aplicabilidade para o homem atual. Outros há que reconhecem a fé cristã até certo ponto, mas não o recebem totalmente porque sabem das implicações morais para suas vidas - como disse Dostoiévski em Os Irmãos Karamazov: "Se Deus não existe, tudo é permitido."

Os ateus podem ser distinguidos de duas maneiras: os teóricos são aqueles que por meio de argumentos, procuram defender a ideia da não-existência divina. Os práticos são aqueles que até afirmam que Deus existe, mas vivem de tal maneira que esta sua forma de viver equivale a negar, por meio de suas atitudes, a existência do Todo-Poderoso que criou todas as coisas incluindo o homem. Tanto um como o outro são condenáveis sob a ótica divina.

Estou abarcando com esta argumentação, aquele que, criado nos princípios do Evangelho, aborrece-se com a instituição eclesiástica ou com a liderança, ficando muitas vezes amargurado e irresolvido nesta parte. Muitos começam a fazer pouco da igreja, menosprezando-a e começam a generalizar achando que todas são iguais, que todas possuem as mesmas falhas e injustiças que porventura possa ter sofrido. E o que é mais grave, passam a rejeitar os pressupostos bíblicos, a sã doutrina, a teologia e entregam-se às especulações vãs da filosofia. Ou, reinterpretam a teologia de acordo com os seus próprios pressupostos, de acordo com sua nova cosmovisão.

Tudo isto, para nós que estamos batalhando na fé que de uma vez por todas foi dada aos santos (Judas 3) causa tristeza, causa mal-estar. Saber que alguém que trilhou o caminho estreito do peregrino cristão, resolve tomar outro caminho, a via plana da fé humanista, hedonista e relativista. Entretanto, a Palavra de Deus cada vez mais se confirma em sua veracidade em face destes que assim procedem. Fica a lição de que a igreja, muitas vezes, constitui de fato um empecilho para a fé e para o crescimento saudável do discípulo de Cristo. As convicções cristãs dos crentes deveriam ser melhor trabalhadas, a Palavra pregada com excelência em mensagens expositivas, a vida de devocionalidade, o pleno cultivo da espiritualidade, a vivência de um Evangelho integral abrangendo a totalidade da vida do cristão, num ambiente de real comunhão, na prática da mutualidade, uns cuidando dos outros em amor fraternal, faria com que a fé débil e fragilizada que muitos manifestam, pudesse ser trabalhada suscitando seu crescimento e amadurecimento.

Infelizmente, muitos não observaram a recomendação do apóstolo Paulo em Cl 2.8 e tornaram-se presas das filosofias e vãs sutilezas, segundo as tradições e rudimentos do mundo. Agora estão rejeitando o glorioso Evangelho de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Que se pode fazer? Continuar a amá-los, continuar a orar por eles rogando que o Espírito Santo os traga à razão.

Que nós como Igreja una e santificada pelo sangue do Cordeiro, possamos refletir e contribuir para que esta Igreja seja de fato Igreja neotestamentária, cristocentrada. Sendo desta maneira, o impacto causado nas vidas, cremos, fará com que jamais alguns queiram afastar-se dos caminhos do Senhor. A vida cristã autêntica e íntegra é um poderoso atrativo para alcançar outros para Cristo.

Se você faz parte do povo de Deus, pense nisto!

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