Em Deuteronômio 29.29 está escrito: "As coisas encobertas pertencem ao Senhor nosso Deus, porém as reveladas nos pertencem a nós e a nossos filhos para sempre, para que cumpramos todas as palavras desta lei."
Considero acerca da doutrina bíblica da Trindade de que a mesma encaixa-se perfeitamente nesta passagem de Deuteronômio pois tanto está encoberta (visto que não conseguimos compreender tudo o que está envolvido nela) como ela está revelada porque o que aprouve a Deus revelar acerca de Si mesmo está registrado nas páginas das Escrituras.
Somente através dessa revelação, dessa comunicação de Deus para o homem, dessa iniciativa divina em mostrar algo que estava oculto, é que poderemos saber algo sobre o Trino Deus. Porque Ele escolheu revelar-Se. Porque Ele, nas páginas das Escrituras, com muita sabedoria, revela-nos sobre o Seu Ser de tal forma que venhamos a entender plenamente o que está escrito, porque o Deus que revela é o que dá também a capacidade para os Seus filhos compreenderem. Mas as palavras do apóstolo Pedro em sua segunda epístola acerca daqueles que distorciam as palavras do apóstolo Paulo bem como as demais Escrituras é contundente: "Falando disto, como em todas as suas epístolas, entre as quais há pontos difíceis de entender, que os indoutos e inconstantes torcem, e igualmente as outras Escrituras, para sua própria perdição" (3.16). As expressões correntes daqueles que negam essa doutrina basilar da Bíblia provém justamente de elementos desconhecedores do que realmente dizem os textos bíblicos. Falam o que acham, segundo sua próprias opiniões e especulações, e não realmente o que o texto inspirado diz verdadeiramente.
Não dá para confundir algo tão claro e explícito em toda a Bíblia. O mistério permanecerá em relação a compreendermos em sua totalidade como Deus pode ser UM e ser TRÊS. Mas o que está revelado, permite perfeitamente um bom entendimento para nós criatura finitas. Um entendimento satisfatório para todo aquele que sinceramente procura deixar que as Escrituras falem por si mesmas. Porque o Infinito nunca poderá ser completamente compreendido pelo finito.
Três pessoas distintas. Entretanto, um só Deus. Essa doutrina em nada difere da doutrina judaica sobre a realidade do Deus único. Alguns estudiosos advogam a ideia de que o termo a ser usado deveria ser tri-unidade em lugar de trindade. Triunidade transmite melhor a ideia de que Deus é um só, ao mesmo tempo em que consiste de três pessoas. A doutrina da Trindade indica uma crença em total consonância com os ensinamentos da lei e dos profetas. O credo judaico tradicional diz assim (transliterado do hebraico) "Shema Yisroel Adonai Elohenu Adonai Echad", "Ouve, Israel, o Senhor nosso Deus é o único Senhor" (Dt 6.4). Este texto, embora o judeu não aceite assim porque crê que Deus é indivisivelmente uno, estabelece de forma cabal a pluralidade divina.
O Shema é uma poderosa declaração da tri-unidade de Deus. A última palavra da frase transliterada do hebraico echad é um substantivo coletivo, um substantivo que demonstra unidade, ao mesmo tempo que se trata de uma unidade que contém várias entidades. Várias passagens do AT usam esse termo (Gn 1.5; 2.24; Nm 13.23; Ed 2.64; Jr 32.38,39). Em todos esses exemplos echad demonstra ser um substantivo que aponta para uma unidade sim, mas de caráter composto, um contexto de um ou mais ítens, que constituiem-se em um só elemento.
Mas existe uma outra palavra hebraica que aponta para unidade, e nesse caso para uma unidade absoluta. Esse termo é yachid. encontrado nas seguintes passagens veterotestamentárias (Gn 22.2, 12,16; Jz 11.34; Sl 133.1; Pv 4.3; Zc 12.10 e outros). Conseguimos então ter a percepção de que os escritores sagrados tinham dois termos à disposição quando queriam comunicar a verdade acerca da natureza de Deus. E é óbvio que o Senhor Deus fez com que fosse escolhida a palavra echad que O identifica com a ideia de pluralidade. Sempre foi escolhido esse substantivo coletivo e não o substantivo singular absoluto yachid. A escolha de echad ao invés de yachid não deixa nenhum espaço para a dúvida quanto ao sentido real que o Senhor queria nos transmitir.
Sempre devemos nos lembrar e confessar a incompreensibilidade de Deus, devido à Sua Infinitude, como igualmente Sua cognoscibilidade, devido à revelação que faz de Si mesmo nas Escrituras. Ou seja, a verdade sobre a Pessoa de Deus é acessível (segundo o testemunho bíblico), mas a incompreensibilidade da totalidade da verdade também é um fato. Isso deve nos levar a reconhecer a incapacidade humana de "penetrar as profundezas de Deus" (1Co 2.10).
A Bíblia em ambos os testamentos demonstra a distinção das pessoas na Trindade. Uma só substância. Um só Deus. Porém, subsistente em três Pessoas. Possuem o Pai, o Filho e o Espírito Santo, papéis distintos na criação e na redenção do ser humano. Essas diferentes funções significa a expressão do relacionamento eterno entre o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Não há aqui diminuição da divindade ou atributos. A diferença está nas formas em como se relacionam entre si e a criação. Diferentemente da raça humana que constituem-se de indivíduos diferentes e singulares, o ser de Deus é tão diferenciado dos seres que criou, que ele pode ser indivisível e ao mesmo tempo pode se desdobrar em relacionamentos interpessoais com três pessoas distintas. Ninguém pode aquilatar isso plenamente.
Mas para além da nossa finitude que impede-nos de compreender algo tão sublime, a unidade e a diversidade na Trindade fornecem uma base ampla, inigualável e maravilhosa para que possamos experimentar a unidade e a diversidade em nossa existência. O matrimônio é o primeiro exemplo. Duas pessoas distintas se unem e por meio disso elas se tornam "uma só carne" (Ef 5.31). Ambos, marido e esposa possuem condição e valor iguais como personalidades diante de Deus, mas também possuem funções diferentes. O segundo exemplo que podemos verificar de unidade e diversidade está na Igreja. Esta possui "muitos membros", todos com diferentes dons, mas a Igreja é "um só corpo" com um único propósito (1Co 12.12). A constituição étnica da Igreja, que compõem-se de pessoas de "......de todas as nações, e tribos, e povos, e línguas....." (Ap 7.9) também é um testemunho da sabedoria de Deus e demonstra que a unidade e diversidade existentes entre os seres humanos é uma belíssima demonstração, embora limitada por sua finitude, da unidade e diversidade que existem na Trindade.
Mais do que nunca, o testemunho que Deus dá acerca de Si mesmo através das páginas da Bíblia é fidedigno e real em toda sua extensão. Em Sua soberania, Ele resolveu revelar de Si mesmo somente o que Lhe aprouve. Humildemente deveríamos reconhecer este fato e deixar de lado toda especulação vã, porque estas sempre nos levarão para longe da corrente principal da fé cristã bíblica e ortodoxa e macularão nossa fé por conta de desenvolvimentos doutrinários estranhos ao que foi revelado por escrito pelo Soberano e Eterno Deus nos 66 livros da Bíblia.
Que toda a comunidade dos salvos em Jesus pense nisso.
O Shema é uma poderosa declaração da tri-unidade de Deus. A última palavra da frase transliterada do hebraico echad é um substantivo coletivo, um substantivo que demonstra unidade, ao mesmo tempo que se trata de uma unidade que contém várias entidades. Várias passagens do AT usam esse termo (Gn 1.5; 2.24; Nm 13.23; Ed 2.64; Jr 32.38,39). Em todos esses exemplos echad demonstra ser um substantivo que aponta para uma unidade sim, mas de caráter composto, um contexto de um ou mais ítens, que constituiem-se em um só elemento.
Mas existe uma outra palavra hebraica que aponta para unidade, e nesse caso para uma unidade absoluta. Esse termo é yachid. encontrado nas seguintes passagens veterotestamentárias (Gn 22.2, 12,16; Jz 11.34; Sl 133.1; Pv 4.3; Zc 12.10 e outros). Conseguimos então ter a percepção de que os escritores sagrados tinham dois termos à disposição quando queriam comunicar a verdade acerca da natureza de Deus. E é óbvio que o Senhor Deus fez com que fosse escolhida a palavra echad que O identifica com a ideia de pluralidade. Sempre foi escolhido esse substantivo coletivo e não o substantivo singular absoluto yachid. A escolha de echad ao invés de yachid não deixa nenhum espaço para a dúvida quanto ao sentido real que o Senhor queria nos transmitir.
Sempre devemos nos lembrar e confessar a incompreensibilidade de Deus, devido à Sua Infinitude, como igualmente Sua cognoscibilidade, devido à revelação que faz de Si mesmo nas Escrituras. Ou seja, a verdade sobre a Pessoa de Deus é acessível (segundo o testemunho bíblico), mas a incompreensibilidade da totalidade da verdade também é um fato. Isso deve nos levar a reconhecer a incapacidade humana de "penetrar as profundezas de Deus" (1Co 2.10).
A Bíblia em ambos os testamentos demonstra a distinção das pessoas na Trindade. Uma só substância. Um só Deus. Porém, subsistente em três Pessoas. Possuem o Pai, o Filho e o Espírito Santo, papéis distintos na criação e na redenção do ser humano. Essas diferentes funções significa a expressão do relacionamento eterno entre o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Não há aqui diminuição da divindade ou atributos. A diferença está nas formas em como se relacionam entre si e a criação. Diferentemente da raça humana que constituem-se de indivíduos diferentes e singulares, o ser de Deus é tão diferenciado dos seres que criou, que ele pode ser indivisível e ao mesmo tempo pode se desdobrar em relacionamentos interpessoais com três pessoas distintas. Ninguém pode aquilatar isso plenamente.
Mas para além da nossa finitude que impede-nos de compreender algo tão sublime, a unidade e a diversidade na Trindade fornecem uma base ampla, inigualável e maravilhosa para que possamos experimentar a unidade e a diversidade em nossa existência. O matrimônio é o primeiro exemplo. Duas pessoas distintas se unem e por meio disso elas se tornam "uma só carne" (Ef 5.31). Ambos, marido e esposa possuem condição e valor iguais como personalidades diante de Deus, mas também possuem funções diferentes. O segundo exemplo que podemos verificar de unidade e diversidade está na Igreja. Esta possui "muitos membros", todos com diferentes dons, mas a Igreja é "um só corpo" com um único propósito (1Co 12.12). A constituição étnica da Igreja, que compõem-se de pessoas de "......de todas as nações, e tribos, e povos, e línguas....." (Ap 7.9) também é um testemunho da sabedoria de Deus e demonstra que a unidade e diversidade existentes entre os seres humanos é uma belíssima demonstração, embora limitada por sua finitude, da unidade e diversidade que existem na Trindade.
Mais do que nunca, o testemunho que Deus dá acerca de Si mesmo através das páginas da Bíblia é fidedigno e real em toda sua extensão. Em Sua soberania, Ele resolveu revelar de Si mesmo somente o que Lhe aprouve. Humildemente deveríamos reconhecer este fato e deixar de lado toda especulação vã, porque estas sempre nos levarão para longe da corrente principal da fé cristã bíblica e ortodoxa e macularão nossa fé por conta de desenvolvimentos doutrinários estranhos ao que foi revelado por escrito pelo Soberano e Eterno Deus nos 66 livros da Bíblia.
Que toda a comunidade dos salvos em Jesus pense nisso.
Gostei do aspecto revelado na hermenêutica da Shemá. Echad revela a tri-unidade. Muito bom! As coisas reveladas pertencem aos homens as encobertas a Deus. Você foi feliz em sua exposição. Parabéns!!
ResponderExcluirObrigado Otoniel. Meu desejo é de que todo o povo de Deus soubesse dessas informações e soubesse articulá-las a fim de se defender dos lobos devoradores do rebanho.
ResponderExcluirÉ muito simples tentar entender a trindade, o sol se revela através de seu calor, de sua claridade e de seu tamanho, ou também através do Estado que se divide em 3 poderes: executivo, legislativo e judiciário.
ResponderExcluirMetanóia!
Diria que até um certo ponto, essas comparações Marcio, ajudam mas de forma muito limitada. Certo mesmo é lermos com atenção tudo o que as Escrituras declaram sobre essa verdade fundamental sobre a Trindade. Deus abençoe você.
ResponderExcluirGrraça e paz amado, intessantíssimo mesmo como disse o irmão Otoniel e hermennêutica revevelada da Shemá. Intrigante também ter dito que Deus nos revela de Si mesmo somente aquilo que aprouve, que e mente limitada e finita do ser humano não entende a plenitude infinita de Deus, na verdade, deveriam todos se conter com Deuteronômio 29:29, mas como não é assim, este exposição teológica é rica e instrutiva para não sermos enganados por ventos de doutrinas, parabéns, que Jesus continue abençoando, shalon adonai...
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