Jonas 4.9-11: "Então disse Deus a Jonas:
Fazes bem que assim te ires por causa da aboboreira? E ele disse: Faço bem que
me revolte até à morte. E disse o Senhor: Tiveste tu compaixão da aboboreira,
na qual não trabalhaste, nem a fizeste crescer, que numa noite nasceu, e numa
noite pereceu. E não hei eu de ter compaixão da grande cidade de Nínive, em que
estão mais de cento e vinte mil homens que não sabem discernir entre a sua mão
direita e a sua mão esquerda, e também muito animais?"
Gostaria de tecer algumas reflexões sobre
o extremismo de alguns membros do movimento ambientalista internacional, que no
afã de protegerem ao meio ambiente e seus recursos, chegam às raias de
idolatrar a natureza e, mais grave que isso, de forma consciente ou não, acabam
colocando esta como mais importante do que os seres humanos.
Quem são os ambientalistas? São aqueles
que trabalham para resolver os problemas ambientais. Procuram soluções para a
poluição do ar, da água, o esgotamento das reservas naturais e também se
preocupam com o crescimento constante da população, porque este fator traz
consigo o aumento do consumo e também uma maior exploração dos recursos
existentes no planeta. Os problemas que temos hoje no tocante à dilapidação
desses recursos e à poluição do meio ambiente, envolvem e atraem ativistas que
empregam tempo (muitas vezes de forma integral) e talentos para esta causa. Mas
a questão é que muitos dos assim chamados ambientalistas tem como fundamento
ideológico de suas ações os ensinos pagãos que levam ao endeusamento da Terra e
da natureza.
A personificação do planeta Terra é
denominada de teoria Gaia. Gaia era na antiguidade, a deusa da terra na
mitologia grega e romana, ou seja, a Mãe-Terra (foto). Este termo na forma como
é usado hoje pelos que adoram a natureza, tem a ver com uma cosmovisão
oriental, panteísta, de que a terra seria uma deusa e portanto, passível de
adoração. Vejam como este texto, extraído de uma publicação do Movimento da
Nova Era, demonstra claramente o que estamos descrevendo aqui: “Uma
necessidade interior chama claramente a nossa atenção neste momento do período
evolutivo. O chamado é para servir o bem-estar do planeta vivo, Terra
Gaia.....O chamado é para fazer parte de uma consciência holística na qual
todos os povos, todas as formas de vida, todos os tipos de manifestação
universal são vistos como aspectos interdependentes de uma verdade única”
(Barry McWaters, Conscious
Evolution, Los Angeles: New
Age Press, 1981).
Vejo uma grande contradição naqueles que
se consideram intelectualizados demais para crer na Bíblia como sendo a
infalível e eterna Palavra de Deus, porém facilmente aceitam o mito da terra
personificada e endeusada. E nisso, atribuem tanto valor à natureza, como as
florestas, os rios, o ar, o solo, as geleiras no Ártico e na Antártida, que
argumentam fortemente contra o aumento da população mundial porque poderia
gerar um esgotamento dos recursos e o incremento da poluição no mundo inteiro.
E já se ouve de alguns setores do movimento ambientalista (muitos deles
envolvidos fortemente com o ocultismo) de que é necessária a redução drástica
da população no mundo para que este não venha a ser destruído em face do que
possa ocorrer diante deste fato, segundo eles, calamitoso para o planeta em
todos os sentidos.
No que tange ao controle populacional,
temos um exemplo de muitos anos com a experiência do governo chinês que
instituiu, de forma obrigatória, a política do "filho único" para
tentar frear a velocidade do aumento frenético de sua população. Também com o mesmo
intuito, várias entidades nos demais países apoiam o aborto como outra solução
para o "problema". O ramo mais extremista dos defensores do meio
ambiente já começa a considerar que pessoas idosas, doentes ou incapacitadas
por problemas físicos e mentais são menos importantes que a natureza e seus
recursos. A depreciação com os seres humanos certamente aumentará na mesma
medida em que aumenta a idolatria para com este planeta e suas riquezas
naturais.
E o que isto tudo tem a ver com o profeta
Jonas, conforme o texto bíblico que inicia esta reflexão? Comissionado por Deus
para ir e pregar uma mensagem de arrependimento, recusou-se e procurou fugir
para um lugar distante, porém o Senhor de forma drástica fez com que o Seu
servo fosse e pregasse naquela grande cidade. Assim, 120 mil pessoas se
arrependeram com a mensagem e Deus mudou Seu plano de aniquilar aquele povo por
causa de seus muitos pecados. Mas o profeta ficou desgostoso com a misericórdia
divina demonstrada para com os inimigos de seu povo e desejou a morte. Cansado,
assenta-se fora da cidade sob uma cabana que construíra para ver o que
realmente Deus faria à Nínive (talvez esperando que Deus finalmente castigasse
os ninivitas). Então, o Todo-Poderoso faz com que uma planta, uma aboboreira,
crescesse em uma noite de tal forma que proporcionasse uma bela sombra sobre
onde Jonas se encontrava de tal forma que o indignado profeta muito se alegrou.
Mas, no dia seguinte, Deus envia um verme que ataca a planta e esta vem a
morrer. Sem a sombra protetora daquele vegetal, o calor aumenta sobremaneira e
ele chega a desmaiar. Quando acorda, novamente tem desejos de morte.
Deus interpela então seu rebelde profeta
por causa do sentimento que alimentara por uma simples planta. O texto bíblico
diz que ele sentira compaixão pela morte da mesma, compaixão esta que se
transforma em ira por causa do calor que voltara a sentir. Aprendemos da passagem, que em
verdade, o Senhor mostra a Jonas que ele sentira um sentimento que era ilícito,
porque estava direcionado a um mero vegetal, enquanto que ao mesmo tempo, ele
não demonstrara o mesmo sentimento pelas 120 mil pessoas que estavam ameaçadas
de morrerem em face de seus pecados, e de fato morreriam, se Jonas não lhes
fosse pregar o arrependimento como Deus Lhe ordenara.
Aqui estabeleço o ponto de contato. Os
ambientalistas pagãos, rebeldes a Deus, que não aceitam um Deus pessoal, Deus
este que é amoroso e que se preocupa com o bem estar de Sua criação,
principalmente e acima de tudo com o homem, criado à Sua imagem e semelhança
(Gn 1.26) menosprezam as pessoas, mesmo alegando que querem proteger a natureza
e seus recursos para o melhor usufruto da raça humana. Isto porque querem se basear nas premissas do paganismo. Na verdade, estão em choque duas
cosmovisões: a cosmovisão teísta, ocidental e judaico-cristã e a cosmovisão
panteísta/monista, oriental e hinduísta-budista.
E, orquestrando tudo isto está a velha
serpente, Satanás, que deseja implementar uma cosmovisão que destrona Deus e
Seus mandamentos, estabelecendo uma doutrinação nas mentes das pessoas, quer
sejam governos, empresas, organizações não-governamentais e até mesmo as
igrejas cristãs bem como a sociedade em geral para
que seja considerada prioridade máxima a salvação do planeta Terra da
destruição pela poluição, estabelecendo parâmetros de sustentabilidade, que
obviamente contém muitas considerações úteis e válidas para o mundo e a
sociedade humana, mas outras são francamente hostis à Deus e aos seres humanos
que Ele criou.
Satanás tem ódio da raça
humana e deseja dominá-la e destruí-la. O vindouro Anticristo trabalhará
exatamente com este intuito destruidor porque ele terá o poder do dragão, ou
seja, Satanás (Ap 13.4) para inflingir sofrimento e destruição neste combalido
planeta. Mas tudo isto acontecerá porque os homens têm pecado contra o Senhor e
este já determinou um período na história futura para fazer recair a Sua ira
sobre todo aquele que hoje recusa a oferta graciosa do Evangelho de nosso
Senhor Jesus Cristo.
É tempo pois de a Igreja
do Senhor, do povo de Deus em todo o mundo, discernir plenamente a mensagem do
ambientalismo pagão a fim de não cooperar naquilo que for francamente contrário
aos mandamentos do Senhor, que manda amarmos ao próximo (Mc 12.31) sem fazer
distinção de pessoas (Tg 2.1-9). Também é necessário entendermos que os
cristãos devem ser os primeiros a defender a natureza, porque o uso equilibrado
dos recursos naturais é dever de todos, porque todos são beneficiários deles.
Mas não fazemos isto por causa de alguma ideia humanista e pagã de que a Terra
é viva, de que ela é a Mãe-Gaia devendo ser respeitada e adorada, mesmo que
isso custe a vida de outros seres humanos.
Essa espiritualidade pagã
é de inspiração diabólica. Mesmo quando alega amor aos seres humanos, porque
não está fundamentada na verdade das Escrituras do AT e NT. Não reconhece a
verdade suprema personificada em Jesus Cristo. Não reconhece o que a Bíblia
ensina sobre o homem. E não aceita o ensino bíblico acerca da criação.
Que possamos com a ajuda
de Deus entender biblicamente os tempos que estamos vivendo.
Pense nisso.