terça-feira, 17 de agosto de 2010

Recebendo de Deus para servir aos homens


Na epístola do apóstolo Paulo a Tito cap. 3 versos 8 e 14 está escrito: Fiel é a palavra, e isto quero que deveras afirmes, para que os que crêem em Deus procurem aplicar-se às boas obras; estas coisas são boas e proveitosas aos homens; E os nossos aprendam também a aplicar-se às boas obras, nas coisas necessárias, para que não sejam infrutuosos.” Não se concebe um crente em Jesus Cristo que não exponha sua vida em favor de outros. O exemplo supremo de Nosso Senhor conforme Fp 2.5-8, fala-nos altissonantemente. O despojamento é necessário. A entrega em favor de nossos semelhantes honra a Deus. Jesus disse que, se o grão de trigo caindo na terra, não morrer, fica ele só, mas se morrer dá muito fruto (Jo 12.24). No verso seguinte Ele diz que, se alguém O serve, então siga-O. Fato consumado: Fomos chamados para servir (1 Ts 1.9; 1 Pe 4.10).

Paulo ensina a Tito que os crentes em Deus tem de ser aplicados às boas obras. Dedicados ao bem estar dos que estão em derredor. Porquê? Por que estas coisas são boas e proveitosas aos homens, conforme diz o texto. O crente tem de aprender a lição de empenhar-se em boas obras, em coisas necessárias, porque se não fizer assim estará sem frutos. O Senhor Jesus disse que devemos ser produtivos (Jo15.8).

Há um apelo na Palavra de Deus para que haja voluntariedade e boa vontade em servir ao próximo (Ef 6.6,7). É da vontade do Senhor que sirvamos uns aos outros, enquanto irmãos em Cristo, mas, igualmente, sirvamos a todos os demais seres humanos. A Bíblia afirma: Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas” (Ef 2.10).

Todavia, comunidades cristãs há, que encontram-se ensimesmadas. Encerrados na gaiola de suas tradições, não podem demonstrar na prática cotidiana o amor de Deus aos homens e, sendo assim, inconscientemente, conspiram contra a beleza, o poder e a eficácia do Evangelho. Não podem usufruir dos benefícios espirituais que advém do fato de serem servidores de seus semelhantes.

Mas o Senhor ainda clama, ainda apela para que sirvam a Ele servindo aos outros (Mt 25.31-46). A Sua Igreja, que é o Seu Corpo (Ef 1.22,23), deve encarnar no mundo a compaixão e o amor de nosso bendito Salvador. Desde a Renascença, devido à nova imagem do homem que estava surgindo, começou a entender-se que o homem não existe somente para servir a Deus, mas para ser ele próprio. O homem poderia, aqui e agora, desfrutar de sua própria vida. Deixa-se de lado a visão teocêntrica da existência e adora-se a visão antropocêntrica, inteiramente centralizada no homem. Por via disto, perde-se em boa parte a noção de que servindo aos outros, estamos em realidade, servindo ao próprio Deus (Cl 3.22-24).

Madre Teresa de Calcutá foi um exemplo pungente de uma existência devotada em servir ao próximo. O que ela fazia em prol dos indigentes da Índia demonstrava de maneira a não deixar dúvida alguma, a QUEM ela realmente servia. Ela recebeu o amor de Deus em seu coração e serviu aos indianos por meio deste amor. Ela fez o que Jesus faria.

Aprouve a Deus que todos nós que igualmente fizemos profissão de fé na Pessoa bendita de Jesus, caminhemos em nossa vida com Ele, servindo ao próximo. A parábola do Bom Samaritano ensina o que Jesus deseja de cada um de Seus discípulos. Ele diz ao final do relato: Vai, e faze da mesma maneira” (Lc 10.25-37).

Recebemos de Deus a salvação em Cristo. O Espírito Santo nos foi outorgado. Recebemos dons e talentos. Acabamos de verificar pela Palavra de Deus de que fomos chamados para servir aos outros. Portanto, o que recebemos do Senhor não pode ficar guardado. E também não pode ser usado a seu bel-prazer. Tudo o que recebemos do Senhor, a Ele prestaremos contas. Jesus disse: …de graça recebestes, de graça dai” (Mt 10.8b). É para servir a outros que fomos preparados pelo Senhor.

Não sejamos infrutíferos. Abundantes sejamos em boas obras. Está escrito: Portanto, meus amados irmãos, sede firmes e constantes, sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que o vosso trabalho não é vão no Senhor” (1 Co 15.58).

Que todos nós possamos pensar nisso.

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