O ser cheio do Espírito Santo, o revestimento do alto, o batismo de poder, está claramente à disposição de todo crente em Jesus Cristo (At 2.39). É uma benção de Deus que ocorre de forma subsequente à conversão a Cristo. Incrédulos não são batizados com o Espírito Santo. Crentes que ainda não receberam essa promessa e vivem no pecado também não o são. Tem de estar em Cristo, vivendo em santidade, crendo que Ele cumprirá sua promessa (At 1.5; 2.1-4).
O crente em Jesus precisa estar com sua alma propícia a receber o dom do Espírito Santo (At 2.38). Esta passagem diz que o homem após arrepender-se, receberá o perdão de seus pecados e será batizado com o Espírito Santo. Alguns por uma interpretação equivocada ou até mesmo por preconceitos em relação a como os pentecostais creem, entendem que assim que a pessoa se torna cristã, já é batizada com o Espírito Santo, à luz de 1Co 12.13. Ora, esta passagem é notória em afirmar que o Espírito Santo executa o batismo do recém-convertido no Corpo de Cristo, a Igreja, ou seja, o introduz e ele assim passa a pertencer ao rebanho de Cristo. Em outras palavras, o Espírito Santo aqui é o agente que traz alguém a ser membro do Corpo de Cristo.
Quem batiza com o Espírito Santo ou no Espírito Santo, é o Senhor Jesus Cristo (Mt 3.11). E é uma promessa de Deus Pai (At 1.4).
Para que o recebimento de fato ocorra, relembramos de que o crente deve estar em plena comunhão com seu Senhor. Assim como os discípulos reunidos no Cenáculo em Jerusalém orando e esperando a promessa do revestimento de poder, assim os cristãos hoje também. Independente de qual denominação ele pertença, o verdadeiro servo de Deus e crente em Jesus, pode orar e pedir o batismo com o Espírito Santo. O Senhor Jesus está muito mais interessando em conceder esta benção do que nós mesmos em pedir e receber.
Myer Pearlman explica que a palavra "batismo" é aplicada à experiência espiritual, sendo usada figurativamente para descrever a imersão no poder vitalizante do Espírito Divino. Essa comunicação de poder é descrita como ser cheio do Espírito. Aqueles que foram batizados com o Espírito Santo no dia de Pentecoste também foram cheios do Espírito.
Que se compreenda entretanto, que aquele que é um autêntico crente em Jesus, tem habitando em si a pessoa do Espírito Santo. Neste sentido, todo crente tem o Espírito Santo, ele é morada da terceira Pessoa da Trindade (1Co 6.19; Jo 16.7).
Mas há um revestimento de poder (Lc 24.49), ou recebimento da virtude do Espírito Santo (At 1.8), ou enchimento do Espírito Santo (At 2.4), ou ainda, um derramamento do Espírito (At 2.17,18) que são sinônimos para a experiência única do batismo com o Espírito Santo (At 1.5) como claramente declarou o Senhor Jesus ressurreto.
Sendo assim, de forma tão absolutamente clara nas Escrituras a declaração desta doutrina, ficamos aturdidos com os amados irmãos que creem na doutrina do cessacionismo onde entendem que o batismo com o Espírito Santo, o falar em línguas (como sinal indubitável de que alguém foi batizado) e a concessão de dons espirituais pela própria pessoa do Espírito Santo, conforme o apóstolo Paulo ensina em 1Co 12.1-11, tudo isto ficou relegado à época apostólica, serviram apenas para o início e avanço da Igreja no primeiro século e depois com o cânon do NT completado, não haveria mais necessidade dessas coisas. Classificamos como um engano da parte de Satanás, que conseguiu privar boa parte da cristandade das bençãos completas de Deus para Sua Igreja, ao confundir os crentes no tocante à doutrina do batismo com o Espírito Santo. Convém dizer que nada há no NT indicando de que o batismo com o Espírito Santo, o falar em línguas e os demais dons cessariam. Um dia eles cessarão sim, quando o Senhor Jesus Cristo vier em glória (1Co 13.8,9).
Mas até lá, é glorioso saber que Deus continua cumprindo Sua promessa que foi feita no livro de Joel no AT (2.28,29). Essa promessa foi citada pelo apóstolo Pedro (At 2.17,18), confirmando que aquilo que os judeus que estavam em Jerusalém no dia de Pentecostes viram e ouviram, nada mais era do que o cumprimento da promessa de Deus. E ele disse mais ainda: "Porque a promessa vos diz respeito a vós, a vossos filhos e a todos os que estão longe: a tantos quantos Deus, nosso Senhor, chamar" (At 2.39), declarando de forma taxativa a continuidade do cumprimento da promessa pelos séculos subsequentes até à vinda de Jesus.
Convém lembrar aqui que todos os que estão em Cristo tem o Espírito Santo (2Co 1.21,22). Este texto diz que são ungidos. Diferentemente da Antiga Aliança, na Nova Aliança em Jesus, todos tem o Espírito Santo. O que descrevemos nas linhas acima se refere à clara doutrina pentecostal e que muitos querem menosprezar também por causa de erros de neopentecostais que cometem exageros e aberrações no tocante ao batismo e ao uso dos dons. Há uma legítima fé pentecostal que é sadia e está firmemente ancorada na Palavra de Deus.
Nessa questão da unção, não há crentes de primeira classe, por serem supostamente muito mais ungidos do que outros. O que existe são crentes em Jesus que tem realmente um maior nível de consagração pessoal com o Senhor e por isso o Espírito Santo tem mais liberdade de usar a estes. Todos podem ser usados de variadas formas pelo Senhor, porque Ele não faz acepção de nenhum de seus servos.
É realmente incrível como o neopentecostalismo já há alguns anos tem ensinado ideias errôneas sobre a unção. A unção que recebemos de Deus, ou seja, o próprio Espírito Santo (1Jo 2.20; Jo 14.26) que nos ensina tudo e também é a unção que fica em nós, que permanece de contínuo (1Jo 2.27; Jo 14.16,17), denota que o ensino sobre ter uma "nova unção" não encontra respaldo bíblico. O que Deus pode fazer "é restaurar sim, a nossa unção recebida dEle" conforme nos ensina o insígne pastor Antonio Gilberto "mas isso não significa uma nova unção." Também vários clichês gospel tais como se lê na letra de uma das canções da pastora Ludmila Ferber "unção de conquista", "unção de ousadia", "unção de multiplicação", além de outras afirmações que ouvem quase todos os dias na mídia gospel e nos púlpitos de algumas igrejas, "unção do profeta Elias", "unção dos quatro seres" e outras invencionices mais, denotam claramente como existe realmente um falso conceito de unção que causa muita confusão e transmite a ideia de um pentecostalismo e mais ainda, de um Evangelho que se parece mais com um poder mágico e não com aquilo que Paulo disse: "Porque não me envergonho do evangelho de Cristo, pois é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê, primeiro do judeu e também do grego" (Rm 1.16).
O pentecostalismo genuíno, a unção genuína da parte do Senhor, está totalmente ligada à ortodoxia doutrinária. Deus não é Deus de confusão, disse o apóstolo Paulo (1Co 14.33). Portanto, creio que é possível ser um crente pentecostal genuíno, equilibrado e"retendo firme a fiel palavra, que é conforme a doutrina, para que seja poderoso, tando para admoestar com a sã doutrina, como para convencer os contradizentes" (Tt 1.9).
Por um despertamento poderoso na Igreja do Brasil através da ação genuína do Espírito Santo. Por uma verdadeira experiência de batismo no Espírito Santo como preconiza a Palavra de Deus. Para as igrejas que são pentecostais, que valorizem grandemente a sã doutrina, o ensino ortodoxo, corrigindo sempre as distorções e ensinos errôneos que possam surgir e efetivamente tem surgido em seu seio. Pela pregação do Evangelho sob o poder do Espírito Santo.
Que todos pensemos nessas coisas. Em o Nome de Jesus, amém!