segunda-feira, 28 de junho de 2010

A formidável descoberta da Arca de Noé

Foi anunciada sem estardalhaço neste ano a descoberta no Monte Ararate na Turquia de uma estrutura de madeira antiga que lembra a descrição bíblica da famosa Arca de Noé. Uma equipe de pesquisadores, turcos, chineses e alemães fez a descoberta em outubro de 2009, mas somente em abril deste ano cuidadosamente anunciaram o achado. Com muita cautela, diga-se de passagem. Os cientistas afirmam que há 99,9% de certeza de que a estrutura encontrada seja de fato a Arca de Noé. Medições feitas através do carbono 14 dão uma data aproximada de até 2.800 anos antes de Cristo para a estrutura.

Pessoalmente, eu creio, pelo que já foi demonstrado (fotos, vídeos, material coletado, resultado de exames), de que o que encontraram ali, encravado no gelo perene do Monte Ararate é de fato a Arca de Noé. Não há razão para pensar que de assim não seja, porque a Bíblia diz claramente em Gn 8.4 que a arca repousou neste monte e foi ali que o grupo de cientistas encontrou a estrutura de madeira. Não se pode imaginar de a Arca ter repousado em outro lugar, porque o texto cita nominalmente o monte. Não há informações de que haja outro monte com este mesmo nome. Foi aventada uma hipótese sem sustentação alguma de que na realidade a Arca teria repousado em um grupo de montanhas que fica no Irã.

O material divulgado até agora mostra os pesquisadores no interior de uma impressionante estrutura de madeira muito bem conservada. Eles mostram com clareza meridiana o interior da embarcação, as tábuas de madeira perfeitamente dispostas e conservadas pelo gelo de séculos sobre séculos. Aprouve a Deus fazer com que esta, se totalmente comprovada, vir a ser a maior descoberta arqueológica de todos os tempos. Várias excursões já foram feitas ao local no intuito de encontrar a Arca em épocas diferentes, fotos aéreas foram divulgadas, supostamente pedaços de madeira da Arca foram trazidos para exame, mas nada muito concreto foi efetivamente trazido à lume. Parece que esta expedição científica pela primeira vez trará algo de concreto ao conhecimento público. Os integrantes da equipe logo que encontraram a estrutura de madeira começaram a realizar estudos de campo, fazer medições e coletar amostras, com todo o processo sendo filmado. Esta é a primeira equipe na história que documenta visualmente o interior da estrutura de madeira na montanha. Por isso é que esta expedição se reveste de grande importância pelos recursos utilizados.

O Monte Ararate tem 5.165 metros de altura. Sua escalada sempre foi considerada uma das mais difíceis do mundo, segundo alpinistas experientes. Muitos já morreram intentando encontrar a Arca ao tentarem enfrentar esta montanha. O registro mais antigo que se conhece de algum pesquisador tentando encontrar a milenar embarcação é do cientista alemão Dr. Friedrich Parrot que escalou a montanha em 1829. Muito embora não tenha conseguido provas substanciais que confirmassem a existência da Arca, ele foi o primeiro dentre muitos que posteriormente tentaram encontrá-la. O Dr. Ahmet Özbek, geólogo turco, membro da equipe de pesquisadores, explicou que as condições climáticas no Monte Ararate nestes milhares de anos, ajudaram a conservar a estrutura de madeira que foi achada. Afirmou que nos dias atuais, a linha permanente de neve no monte é de 3.900 metros e a estrutura de madeira encontrada pela expedição está acima de 4.000 metros. Temperatura baixa e condições ambientais dos depósitos de material vulcânico da geleira ajudaram na preservação. Explicou também que a proporção em peso da estrutura era capaz de transportar até 5 vezes o seu peso, portanto, é perfeitamente capaz de suportar o peso da neve e do gelo sem quebrar em pedaços. De um ponto de vista científico objetivo, a descoberta de madeira nesta altitude do Monte Ararate é muito encorajadora porque se sabe que em altas altitudes as montanhas não apresentam árvores e nenhum tipo de ocupação humana foi jamais encontrada acima da referida altitude, 3.000 metros. Então se conclui de que, não somente a descoberta de agora como os indícios encontrados em expedições em anos anteriores podem realmente ser da Arca de Noé.

O site Forum Adventista http://adventista.forumbrasil.net/historia-e-arqueologia-f7/pesquisadores-creem-ter-encontrado-arca-de-noe-t546.htm descreve com mais detalhes esta incrível descoberta, inclusive com imagens incríveis da filmagem no interior da estrutura onde os cientistas conseguiram adentrar através de uma fenda no gelo. Vale dizer que reveste-se de crucial importância a descoberta e a documentação com detalhes pelos cientistas. Posteriores estudos deverão ser realizados, trazendo à lume mais informações cruciais. Esta descoberta acontece em meio a um crescente aumento do número de céticos em relação fé cristã. Eles sofrerão portanto um impacto formidável sobre suas conciências quando a pesquisa deixar bem evidenciada a veracidade do relato bíblico. Cremos que o Senhor Deus permite soberanamente esta descoberta com detalhes agora para mostrar aos ateus e a todo e qualquer tipo de incrédulo, de que tudo que está escrito na Bíblia é plena verdade.

Quero continuar acompanhando com vivo interesse tudo o que se relaciona com este monumental evento da arqueologia. O governo turco autorizou a continuação das escavações no local. Notório é que o crente em Jesus Cristo, não precisaria de provas deste tipo para crer em tudo o que a Bíblia diz. As próprias palavras de Jesus em Lucas 17.26,27 atestam que Noé, a Arca e o Dilúvio são verossímeis. Porque “…bem-aventurados os que não viram e creram” (Jo 20.29b). É uma descoberta que contribui para deitar abaixo os postulados contra a Bíblia e contra o Cristianismo. Também estou bem cônscio que, com todas as evidências perfeitamente demonstradas através da pesquisa legitimamente científica, ainda assim haverão negativas e rejeições contra a verdade dos fatos. Porque em verdade, não é por falta de evidências ou provas que eles não acreditarão. É assim porque possuem um problema de ordem espiritual, o pecado, que leva-os a negarem a verdade, mesmo diante de provas irrefutáveis.

Em verdade, esta presente geração é semelhante à geração antediluviana. Jesus disse claramente a respeito:E, como aconteceu nos dias de Noé, assim será também nos dias do Filho do homem. Comiam, bebiam, casavam, e davam-se em casamento, até o dia em que Noé entrou na arca, e veio o dilúvio,e os consumiu a todos(Lc 17.26,27). As características dos dias de Noé, moralmente falando, são semelhantes aos dias de hoje. Indiferença por Deus e por Sua Palavra, egoísmo, hedonismo, sexualidade deturpada, materialismo, corrupção em todos os níveis, violência sempre crescente. Deus falou a Noé que traria então o juízo sobre a terra por meio do Dilúvio, porque o homem corrompera seu caminho diante d’Ele (Gn 6.5). Noé logrou graça aos olhos de Deus, e , juntamente com sua família, foi preservado daquela destruição que sobreviria, o que de fato ocorreu (Gn 7.6-24).

Sempre é de se imaginar a perfeição dos projetos divinos. Deus repassou ao seu servo, Noé, as medidas com as quais ele haveria de construir aquela embarcação. Engenheiros navais calcularam que as medidas registradas na Bíblia eram genialmente perfeitas para sua utilização, ou seja, uma grande caixa dividida em compartimentos e em andares para abrigar os animais que Noé teria que preservar consigo e mais espaço para mantimentos e para sua própria família, com ele oito pessoas. A Arca foi feita para flutuar com segurança e estabilidade durante um ano no grande oceano diluviano que em breve se formaria em toda a terra.

Por isso, querido irmão em Cristo, ou você, que não crê na Bíblia, atente para a importância destas coisas. Para nós, apenas uma gloriosa manifestação da soberania divina em conservar durante tantos séculos esta embarcação em um lugar inacessível e somente agora permitir sua descoberta e divulgação com abundantes provas, agindo com misericórdia para que o incrédulo creia e reconheça a veracidade de Deus e de Sua Palavra.

Em tudo e por tudo, eu rogo a todos: Parem e pensem sobre tudo isto.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Kaká, o evangelista, Juca, o ateu


Não vejo mal nenhum em um jogador de futebol ou atleta de qualquer outro esporte, declarar publicamente sua fé. Esta manifestação não significa de forma alguma de que o desportista está "enfiando goela abaixo sua fé nos outros" como infelizmente declarou o jornalista Juca Kfouri respondendo ao jogador da seleção brasileira de futebol Kaká, quando este em uma entrevista em 22 de junho disse que o referido jornalista atacava sua fé pessoal em seus artigos escritos no jornal Folha de S.Paulo.

Em resposta a esta entrevista, Kfouri disse que não professa fé alguma e referiu-se como "seitas" as igrejas evangélicas. Disse que nada tem contra qualquer igreja mas disse que era contra o merchandising religioso, é contra a propaganda religiosa fora de hora e de lugar, disse que se alguém quer fazer demonstração de fé, há lugares próprios para isso, em casa ou na igreja. Afirmou que na Copa das Confederações, realizada na África do Sul em 2009 e ganha pelo Brasil, houve "espetáculo de mau gosto religioso" por causa da demonstração de fé dos jogadores (veja na foto a mensagem na camiseta de Kaká) e por isso a Fifa proibiu tais atitudes a partir desta Copa do Mundo. Juca Kfouri ressaltou que ele não tem problema com a fé de ninguém, apenas contra a propaganda fora de hora e de lugar tão somente.

Obviamente, toda questão envolve dois lados. Analisemos o lado defendido pelo insigne jornalista. É verdade sim de que há fiéis em qualquer igreja ou religião que abusam na demonstração de sua fé a outros. Que importunam as pessoas, porque muitas vezes podem fazer uma abordagem indevida em locais e momentos impróprios (pense nisto lembrando das Testemunhas de Jeová, por exemplo). Mas não se pode generalizar, porque o jornalista disse que isto significa "enfiar goela abaixo sua fé nos outros". Neste ponto vejo que ele, como ateu declarado, obviamente não iria perder a oportunidade para "alfinetar" a religiosidade e, no caso, a fé cristã de Kaká.

Por outro lado, se nós como crentes em Cristo, formos dar ouvidos a estes formadores de opinião como o jornalista Juca Kfouri, estaremos desobedecendo o que tão claramente nos exorta a Palavra de Deus (At 5.28,29). Sempre haverão aqueles que irão se opor à proclamação da fé em Cristo. O Evangelho suscita oposição ferrenha por parte destas pessoas. Kfouri é apenas mais um. O que achamos interessante é que dentre os ateus declarados, com publicações onde "descem o lenho" na fé cristã, estão homens como Richard Dawkins, Daniel Dennett, Sam Harris, o falecido José Saramago e outros. Eles se opõe ao Evangelho fazendo exatamente a pregação do credo ateísta. Ou seja, através de livros, artigos, entrevistas e debates, também tentam "enfiar goela abaixo" o seu Ateísmo.

A mesma reclamação fazem os defensores do homossexualismo e defensores do aborto. Reclamam sobre os crentes denunciarem taxativamente o pecado tanto de uns como de outros. E fazem também a militância dos ateus, desejando que a opinião pública "engula" a opção homossexual, seu estilo de vida, os casamentos entre gays ou entre lésbicas, bem como fazer que se aceite que o feto não é um ser humano e, portanto, se a mulher assim o desejar, pode e deve ser eliminado de seu organismo.

Kaká sempre declarou seu amor a Jesus e compromisso com Ele. Não induz ninguém a aceitar a fé que possui. Apenas, como bom discípulo que é, proclama sua fé com constância, não tendo nenhuma vergonha disto. Não é um chato, alguém que perturba o sossego de outros falando de Cristo a torto e a direito, sem a devida sabedoria e prudência. Até onde sabemos, nunca ouvimos falar de que tenha constrangido algum companheiro de profissão, nunca tentou, usando a expressão de nosso competente jornalista, "enfiar goela abaixo" o Evangelho aos seus companheiros. O zagueiro Lúcio, também é outro que declara sua fé em Jesus Cristo e nunca ouvi falar nada contra ele de que importunaria seus companheiros de profissão com sua fé.

Todavia, que nenhum cristão se escandalize com estas notícias. Isto nada é comparado ao que será no futuro bem próximo, onde, segundo a Palavra profética, ninguém estará a salvo do alcance do governo mundial anticristão, e quanto aqueles que fizerem profissão de fé em Jesus Cristo, serão impiedosamente caçados e exterminados. Falo isso para alertar a todos. Não melhorará o mundo no tocante a aceitar livremente que o Evangelho seja apregoado e testemunhado. Na verdade, essa hostilidade aumentará gradativamente, até resultar numa grande apostasia e rebelião contra Deus e Seu Ungido, capitaneado pelo Anticristo (Sl 2; Dn 7.25; 11.36,37; 2Ts 2.3,4). Os cristãos neste período da história que está por vir, serão sumariamente mortos por sua fé em todo o mundo.

Viva sua fé em Cristo e testemunhe com coragem, a Bíblia diz: "Vigiai, estai firmes na fé; portai-vos varonilmente, e fortalecei-vos" (1 Co 16.13). E ainda: "Todas as coisas sejam feitas com amor" (v.14).

Saiba que Deus é com aqueles que O amam, testemunham e servem fielmente. Pense nisto.

terça-feira, 22 de junho de 2010

A verdadeira ciência não nega a Deus

Retornava para casa ontem, após um período exaustivo de trabalho, e ouvi casualmente a conversa entre alguns estudantes dentro do coletivo. Pelo que percebi, pareciam ser concludentes do ensino médio. Um deles, o mais eloquente, na verdade ele era o principal articulador da conversa, falava algumas coisas que a princípio pareceram-me desconexas, um daqueles papos de adolescentes, cheios de gírias e expressões somente inteligíveis aos iniciados, ou seja, os próprios.

Faltavam ainda alguns minutos para chegar ao ponto de ônibus perto de minha casa, e resolvi aguçar os ouvidos porque o jovem estava falando sem parar sobre ciência. Em determinado momento, citou o nome do recentemente falecido escritor português José Saramago. Foi nesse momento que passei a interessar-me mais sobre o que estava ouvindo. O jovem falou em seguida algo sobre ateus, ou Ateísmo (Saramago afirmava ser ateu). Disse que dois primos seus eram “ateus filosóficos” e que ele mesmo era ateu também, mas que o seu ateísmo era baseado na Ciência. Num rápido linguajar, a partir daí, passou a declarar de forma atabalhoada vários assuntos tais como, Genética, Einstein, fé, mecânica do universo, católicos, Deus, etc.

Estava demonstrando um incomum interesse por estes assuntos, isto porque muitos jovens em sua faixa etária, não costumam falar daquela forma, digamos, tão entusiástica. Falava com outros dois companheiros, outro rapaz e uma moça. Usava óculos e com seus cabelos um tanto desalinhados, tinha sim um jeitão de nerd. Pensei no que aquele estudante falava, porque procurava com suas palavras passar a ideia de que Deus não existia. E pelo que dizia, parecia-me estar com a pretensão de que gostaria de provar “cientificamente” a inexistência do Criador.

A partir deste ponto, baseado nas inusitadas palavras daquele esforçado estudante, gostaria de discorrer sobre duas questões: 1) Se a existência ou inexistência de Deus pode ser provada cientificamente; 2) O papel do sistema educacional (herdeiros do Iluminismo do século XVIII), contribuintes da atual desinformação e incredulidade em muitos jovens.

A existência ou inexistência de Deus não pode ser provada cientificamente. Não há até o presente momento qualquer prova científica que corrobore ou refute Sua Pessoa. Os próprios cientistas tendem a fugir desta empreitada. Isto então torna-se perfeitamente coerente com o fato de que Deus não faz parte de objeto de análise por parte da Ciência. A Ciência, como a conhecemos, permite apenas construir explicações naturais para os fenômenos observáveis. Deus não pode ser provado através de provas matemáticas ou evidências da física. Todavia, as evidências ao nosso redor de que existe um Criador estão aí para quem quiser examiná-las e tirar suas próprias conclusões. Paulo fala em Atos 14.17: E contudo, não se deixou a si mesmo sem testemunho, beneficiando-vos lá do céu, dando-vos chuvas e tempos frutíferos, enchendo de mantimento e de alegria os vossos corações.” Mais tarde, escrevendo aos crentes em Roma, ele diz assim: Porquanto o que de Deus se pode conhecer neles se manifesta, porque Deus lho manifestou. Porque as suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder, como a sua divindade, se entendem, e claramente se veem pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis” (Rm 1.19,20). Sua revelação escrita, a Bíblia Sagrada, confirma que Ele se mostra, se revela, em sua criação e no cuidado da coroa de sua criação, o homem.

O atual sistema de ensino faz com que nossos incautos jovens fiquem desinformados porque lhes repassam ensinamentos que pouco tem de Ciência, de fato. O exemplo mais gritante disto é o ensino da famigerada teoria evolucionista. Em verdade, nem a Criação e nem a Evolução podem ter acesso ao campo da ciência empírica o método da experimentação científica. Note: A Criação não está acontecendo agora posto que ocorreu no passado, ficando portanto fora do âmbito do referido método, o da observação. A Evolução objeta provar com sua improvável tese de que o processo de uma espécie para tranformar-se em outra leva milhões de anos, o que então torna impossível o seu enquadramento no método referido, considerando-se ainda mais que os verdadeiros fatos científicos NEGAM taxativamente que tal processo esteja ocorrendo presentemente. Entretanto, os fatos e dados da Ciência apontam com muito maior plausibilidade a verdade da Criação e a impossibilidade da Evolução.

Por isso é que vemos o crescimento da incredulidade em relação a Deus e a Bíblia por parte desta geração. São informados com falsidades nas salas de aula, uma pseudociência lhes é ensinada como verdade absoluta (o Evolucionismo) e temerariamente fazem como o jovem que ouvi dentro do ônibus, falando de coisas que mal acabaram de ouvir em aula repassado por professores igualmente mal informados e incrédulos. Não há um estudo real, não há uma reflexão séria. Desonestamente negam informar que a Evolução é somente uma hipótese. Não são absolutamente fatos comprovados. E, além disso, são unilaterais, porque negam apresentar o Criacionismo como outra opção para referir-se ao surgimento do universo e da vida. O Evolucionismo reina absoluto.

A Igreja de Cristo deve procurar defender a fé cristã dos ataques ateus através da educação correta de seus jovens nos fatos reais da Bíblia. Nossos jovens são bombardeados todos os dias, não apenas em sala de aula com falsidades sobre o surgimento da vida e a criação do homem, mas também através de filmes e outras produções da mídia. É chocante constatar que a maioria dos jovens cristãos, conquanto alguns não chegariam a abandonar a fé cristã, mas não saberiam expor os fatos bíblicos tais como são. Nesse embate, infelizmente alguns dão ouvidos às falsas proposições alardeadas a que são expostos e abandonam o Cristianismo.

Realmente esta é uma época de aumento do engano em todos os níveis. Satanás aumenta os ataques à fé que culminarão na grande apostasia que ocorrerá no mundo quando o Anticristo for galgado à liderança suprema. Porém, o Espírito de Deus é supremamente poderoso para ainda continuar a convencer os homens do pecado, da justiça e do juízo eminente (Jo 16.8). Façamos a nossa parte. Estudemos com afinco as Escrituras. Estudemos os fatos realmente científicos. Não somos acidentes cósmicos como os evolucionistas ou darwinistas acreditam. Os primeiros cientistas como Galileu, Copérnico, Francis Bacon, Kepler, Newton acreditavam em Deus. Acreditavam que o mundo fora criado por um Deus racional e que poderíamos claramente perceber e descobrir ordem no universo.

A verdadeira Ciência não nega a Deus, ao contrário, apresenta evidências sólidas que demonstram cabalmente que Ele existe e mais do que isso, age no universo que criou. É o apóstolo Paulo quem diz a seu discípulo e jovem obreiro Timóteo: Ó Timóteo, guarda o depósito que te foi confiado, tendo horror aos clamores vãos e profanos e às oposições da falsamente chamada ciência” (1Tm 6.20).

Igreja do Senhor, não despreze o saber e a verdadeira ciência, porque também está escrito de que em Cristo (e nós somos d’Ele) …estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e da ciência” (Cl 2.3).

Por isso medite e reflita constantemente nisto.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

A política como jogo de interesses pessoais e a postura cristã


Porque a política e os políticos gozam hoje de uma reputação tão baixa? Idealmente, o estrato político deveria ser de uma impoluta postura, posto que exercem funções públicas visando o bem-comum. Acontece, que muitos jogam no time de Nicolau Maquiavel, autor de O Príncipe onde dissemina a ideia de que “a política é um jogo sofisticado, delicado e complexo, que para ser entendido (por quem joga ou por quem observa) exige que prestemos atenção às qualidades e à sorte dos jogadores, à sua perspicácia e à sua força e, principalmente, aos recursos de poder que estão em jogo” (Tosi, Alberto, Política, artigo, in Portal da Filosofia). 

Pois na grande maioria das vezes quando olhamos para a classe política, não só no Distrito Federal, mas também nos governos estaduais e municipais em nosso amado país, vemos que as coisas acontecem exatamente desta forma. O maquiavelismo de nossos políticos já se tornou proverbial. Prevalece o jogo de interesses, o ganho por fora, o “é dando que se recebe”. Logicamente não está incluída toda a classe de governantes e legisladores. Mas, a corruptocracia é tão deliberada que até os “bons” (?!) estão aderindo à síndrome de “Justo Veríssimo”, famoso personagem do comediante Chico Anysio, que encarna exatamente um político desonesto e que tinha “horror a pobre”.

Leviandades não faltam entre eles. O que importa não é tanto a lealdade a alguém ou a alguma plataforma política, mas o que realmente lhes interessa são os seus interesses escusos. Não primam pela ética em sua atividade parlamentar, mas, em realidade, posam de bonachões irrepreensíveis para suas bases políticas. Acerca da ética, Marilena Chauí em seu excelente livro Convite à Filosofia, nos ensina que, para os gregos, era inconcebível a ética fora da comunidade política – a polis (cidade) como koinonia ou comunidade dos iguais – , pois nela a natureza ou essência humana encontrava sua realização mais alta. Chauí nos ensina ainda que Platão identificara a justiça no indivíduo e a justiça na polis. Já Aristóteles subordina o bem do indivíduo ao Bem Supremo da polis. Esse vínculo interno entre ética e política significava que as qualidades das leis e do poder dependiam das qualidades morais dos cidadãos e vice-versa, das qualidades da Cidade dependiam as virtudes dos cidadãos. Somente na Cidade boa e justa os homens poderiam ser bons e justos; e somente homens bons e justos são capazes de instituir uma Cidade boa e justa (Convite à Filosofia, p.497).

E o cristão, de que maneira deverá lidar com esta área, alvo de tanta polêmica, mas que é necessária na sociedade humana? Precisamos aprender de uma vez por todas que fazer política não é pecado, pecado é a politicagem, entendida como prática política sem o entendimento ético. John Stott, notável erudito cristão, em seu livro O Cristão em uma Sociedade Não-Cristã, falando sobre a relação entre a Igreja e a política, cita o Pacto de Lausanne, onde se observa não só apenas a questão da responsabilidade social, como também o envolvimento sócio-político. Stott define o termo “política”: As palavras “política” e “político” tanto podem ter uma definição ampla quanto limitada. O conceito mais amplo de “política” denota a vida da cidade (polis) e as responsabilidades do cidadão (polites); ou seja, tem a ver com o todo da nossa vida na sociedade humana. Política é a arte de viver juntos em comunidade. De acordo com sua definição mais limitada, no entanto, política é a ciência de governar; é a preocupação com o desenvolvimento e a adoção de políticas específicas que serão consagradas pela legislação.” 

Em seguida, Stott passa a considerar a relação entre o “social” e o “político”, usando agora esta palavra em seu sentido mais específico. Serviço Social: 1) Socorrer o ser humano em suas necessidades; 2) Atividades filantrópicas; 3) Procurar ministrar a indivíduos e famílias; 4) Obras de caridade. Ação Social: 1) Eliminar as causas das necessidades humanas; 2) Atividades políticas e econômicas; 3) Procurar transformar as estruturas da sociedade; 4) A busca da justiça. Portanto, devem os cristãos envolver-se na política, não somente no âmbito do serviço social, a fim de que a transformação de estruturas injustas na sociedade sejam buscadas. Fica a pergunta: Como isto sucederá se políticos (dizendo-se cristãos evangélicos) se deixam corromper, se buscam cargos visando sua locupletação?
 
Quero citar aqui dois grandes exemplos de cristãos evangélicos (obviamente, existem inúmeros outros) que não se deixaram corromper e serviram em cargos eletivos como autênticos servos de Jesus Cristo. O primeiro é o inglês William Wilberforce. Foi contemporâneo de John Wesley, era parlamentar, tendo junto com seus amigos, também crentes em Jesus e parlamentares como ele mesmo, grande atuação para que acabasse o tráfico de escravos africanos, reforma penal e parlamentar, educação popular, nas obrigações britânicas para com suas colônias (especialmente a Índia). Promoveram campanhas contra os duelos, muito comuns naquela época, os jogos de azar, a bebedeira, a imoralidade e os esportes em que se maltratavam os animais. Wilberforce e seus amigos eram movidos por sua inabalável fé evangélica. Outro grande cristão digno de nota é Abraham Kuyper, holandês, fundador da Universidade Livre de Amsterdan e que tornou-se primeiro-ministro.

Kuyper foi notável em vários aspectos. Doutor em Teologia aos 26 anos de idade, um ano depois começa a exercer seu primeiro pastorado. Por mais de 45 anos foi editor de dois jornais evangélicos, sendo que um deles representava o contingente protestante da nação holandesa. Em 1874, foi eleito membro da Casa Baixa do Parlamento, função que exerceu até 1877. Em 1880, fundou a Universidade Livre de Amsterdam, a qual tomava a Bíblia como a base incondicional sobre a qual deveria ser erguida toda a estrutura do conhecimento humano em cada departamento da vida. Em 1901, a convite da Rainha Wilhelmina, é nomeado primeiro-ministro até o ano de 1905. Uniu em sua pessoa de forma extraordinária as funções de estudante, pastor, pregador, lingüista, teólogo, professor universitário, líder de partido, estadista, filósofo, escritor, cientista, publicista, crítico, filantropo.

Nunca deveremos portanto aceitar, ser condecendentes com pseudo-cristãos que exercem cargos públicos e envergonham ao Senhor da Glória ao utilizarem-se da política para seus próprios e escusos interesses pessoais. Entram neste jogo de corpo e alma. Não demonstram arrependimento. Não lhes arde a consciência. Na verdade, o que falta para muitos, além de conhecerem a Palavra de Deus e o Deus da Palavra, é uma educação política, para compreenderem como deveriam lidar com esta dimensão em suas vidas. É inegável que muitos tem um chamado, uma vocação para a vida pública. Creio que Deus vocaciona ainda hoje, como foi com José do Egito e Daniel na corte babilônica. Mas é necessária uma educação elementar política, principalmente e acima de tudo com ênfase no temor a Deus e na ética. 

Por uma política exercida com ética, por uma política sem a porca politicagem. Por cristãos conscientes, sabedores que podem e devem exercer a política com sabedoria e ética. Que podem e devem exercer cargos públicos procurando a excelência em tudo o que fizerem. Wilberforce e Kuyper com suas vidas de santidade ao Senhor e serviço aos seus semelhantes, provaram isto sobejamente.

Porque isto não deveria ser uma realidade hoje?

Pense nisto.

terça-feira, 15 de junho de 2010

A acelerada paganização da cultura

A sociedade moderna está alicerçada em um tripé: secularização, individualismo e pluralização. A realidade do mundo em que vivemos, a cultura em que estamos mergulhados, força seu molde sobre nossas consciências. O barco da fé cristã está mergulhado em um oceano de ideologias que teimosamente arremete a fúria de suas ondas, fustigando-o com fortes ventos de doutrinas estranhas (Hb 13.9; Ef 4.14). Assim tem sido e assim temos vivido na presente época. Mas, para onde caminha esta cultura? Onde chegará em sua influência, posto que é deletéria à fé cristã? O que fazer?

O mundo em que vivemos é fruto de um projeto dessacralizador. Para muitos, o sentido da vida é a busca individual da felicidade e isto a qualquer preço. A pluralização em nossa sociedade significa ter uma enorme quantidade de opções para um mesmo produto. Convive-se com a ideia de que há alternativa para tudo, para todos os gostos e concepções. É verdade que pluralidade de escolhas sempre existiu, porém nunca antes com a intensidade que vemos hoje. O efeito colateral da pluralização é o relativismo: afinal, o que poderia ser certo ou errado em uma sociedade plural? Posto que todas as opções são igualmente válidas! Assim, você pode adorar a Jesus Cristo, mas igualmente prostrar-se diante de Buda, ou invocar a Iemanjá. Tudo é igualmente válido.

Neste admirável mundo novo plural, a moralidade judaico-cristã é lançada às favas, porque cada atitude pode ser justificada como sendo uma opção do indivíduo, não sendo da conta de ninguém. Daí o homossexualismo em pé de igualdade com o heterossexualismo, tudo normal, tudo igual. A ambiência em que vive o homem de nosso tempo, está eivada de valores anticristãos. É uma atmosfera poluída, moralmente e espiritualmente falando. Desde a Renascença com os filósofos seculares, até aos dias de hoje, através dos artistas (que são grandes formadores de opinião, sem dúvida alguma) e da mídia como um todo, os valores judaico-cristãos são impiedosamente bombardeados a todo momento.

No setor educacional, por exemplo, ensina-se o Evolucionismo ou Darwinismo como verdade absoluta. Interessante constatar o que vivem dizendo os propagadores desta nova cultura mundial e pagã, de que não existe absoluto nenhum. Assim declaram os filósofos do pós-modernismo, Foucalt, Rorty e Derrida. Rorty, por exemplo, advoga um pluralismo cultural tolerante, em conformidade com o espírito de tolerância que tornou possível a existência das democracias constitucionais. A conclusão disso é a igual aceitação de todas as alternativas como sendo consideradas igualmente válidas, sendo o Cristianismo apenas uma dentre todas as demais. Vemos como se contradizem peremptoriamente e não enxergam a insensatez de seus postulados que defendem com grande dedicação.

O que podemos entender baseados na revelação de Deus, é que isto tudo somente confirma a palavra profética de que nos fala o apóstolo Paulo em 2Ts 2.1-12. Nesta passagem, por revelação do Espírito Santo, Paulo nos fala de que antes dia de Cristo, viriam a apostasia e a manifestação do homem do pecado, ou seja, o Anticristo. Paulo diz ainda que o mistério da injustiça já estava em franca operação e que o Anticristo viria segundo a eficácia de Satanás e com poder, sinais e prodígios mentirosos. Isto aconteceria com todo engano de injustiça, porque as pessoas não iriam querer receber o amor da verdade, a palavra do Evangelho e assim se salvarem, e por terem prazer na iniquidade, Deus lhes enviaria a operação do erro para que cressem então na mentira, no engano que presentemente está sendo apregoado e crido a cada dia.

Portanto, a todos que crêem, que aceitam as ordenanças de Deus reveladas na Bíblia Sagrada, podem entender a grande mudança que ocorre em nosso tempo. A verdade da Palavra de Deus é cada vez mais rejeitada, ridicularizada e muitos ditos cristãos tem apostatado da fé. Rubem Alves, ex-pastor presbiteriano, autor de vários livros e professor na Unicamp, no final do ano de 2000 fez uma estranha e lamentável confissão: “Hoje, as ideias centrais da teologia cristã em que acreditei nada significam para mim: são cascas de cigarras, vazias. Não fazem sentido. Não as entendo. Não as amo. Não posso amar um Pai que mata o Filho, para satisfazer sua justiça.” Rubem Alves foi criado em um lar evangélico, frequentou a Escola Bíblica Dominical, tornou-se Bacharel em Teologia pelo Seminário Presbiteriano do Sul, pastoreou igrejas, tomou muitas vezes o cálice da Ceia do Senhor e repetiu solenemente as palavras de Cristo: Porque isto é o meu sangue, o sangue do novo testamento, que é derramado por muitos, para remissão dos pecados” (Mt 26.28). Abandonou a fé, renunciou ao Evangelho, voltou atrás, "amou o presente século" (2Tm 4.10), já não acredita mais no sacrifício vicário realizado no Calvário na Sexta-Feira da Paixão.

É esta a tendência alarmante de nossa época conturbada. Velozmente tem crescido os ataques à fé cristã, em muitos lugares é terminantemente proibido falar de Cristo e do Evangelho. Em nosso país o número de ateus aumentou consideravelmente na última década. Uma sociedade secularizada como a nossa procura viver para satisfação de seus prazeres pessoais, o entretenimento é a ordem do dia, inclusive no seio da Igreja. A cultura em derredor tem procurado subverter o tempo que o crente deveria dedicar à oração, a leitura e meditação nas Escrituras, a realização da obra de Deus. O “mistério da iniquidade” de que falou Paulo (2Ts 2.7), é, na verdade, um processo histórico. São forças ocultas, “hostes espirituais da maldade nos lugares celestiais” (Ef 6.12) que atuam já há muito tempo e continuam a atuar na transformação da cultura para que cada vez mais ela se distancie da vontade de Deus. Uma sociedade secularizada, individualista e pluralista, contribui em muito para que aconteça, conforme a palavra profética de Jesus em Jo 9.4: Convém que eu faça as obras daquele que me enviou, enquanto é dia; a noite vem, quando ninguém pode trabalhar.” Ou seja, a noite, as trevas espirituais estão chegando sobre este mundo, o que temos visto é somente o começo.

Com esta palavra não estamos a apregoar o pessimismo, de forma alguma pensemos assim, porque o Senhor ainda é o Soberano sobre toda a terra: Mas o Senhor está no seu santo templo; cale-se diante dele toda a terra” (Hc 2.20). Entretanto, é preocupante a transformação gradual que a cultura secular atravessa em direção a uma sociedade totalmente paganizada, inteiramente sem pressupostos bíblicos e cristocêntricos. Muitos estão trabalhando arduamente para que isto aconteça logo. Note como, por exemplo, em praticamente todas as escolas que ensinam o idioma inglês, o Halloween é comemorado no dia 31 de outubro, como tentam passar a imagem de que ser bruxa ou feiticeiro é algo tremendo, é algo bom. Não atentam para a malignidade disto tudo, taxativamente condenado pela Palavra de Deus (Dt 18.9-14). Perceberam como os livros e filmes do Harry Potter foram uma febre? No meio acadêmico, soa como algo excêntrico ou folclórico, um aluno, ou até mesmo um professor ou funcionário, fazer profissão de sua fé em Cristo, ele será alvo de chacotas e certamente será marginalizado, ou, o que também têm aumentado, perseguido por causa de seu testemunho.

Urge que todo legítimo crente em Cristo Jesus, que procura serví-lo com fidelidade renovada, que não se deixa atemorizar por causa de maus rumores (Sl 112.7a), mas o seu coração está firmemente confiado no Senhor (Sl 112.7b), possa persistir, acrescentando, conforme o apóstolo Pedro exortou: E vós também, pondo nisto mesmo toda diligência, acrescentai à vossa fé a virtude, e a virtude a ciência, e a ciência a temperança, e à temperança a paciência, e à paciência a piedade, e à piedade o amor fraternal, e ao amor fraternal a caridade. Porque se em vós houver e abundarem estas coisas, não vos deixarão ociosos nem estéreis no conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo. Pois aquele em quem não há estas coisas é cego, nada vendo ao longe, havendo-se esquecido da purificação dos seus antigos pecados” (2Pe 1.5-9).

É isto que devemos fazer, sendo um contraponto à presente tendência da cultura em direção à total paganização. Jesus disse que nós somos sal da terra e luz do mundo (Mt 5.13-16), portanto, é nosso dever continuar a salgar esta sociedade, ou seja, à semelhança do sal, através de uma vida impoluta, uma vida digna do Nome do Senhor, estaremos preservando a sociedade humana da total putrefação, bem como resplandecer nossa luz, significando que eles deverão ver nossas boas obras pois Jesus diz que eles então glorificarão a nosso Pai que está nos céus.

Já é hora de despertarmos para o avançar da hora no relógio de Deus. A cultura em derredor está aceleradamente rejeitando a Deus e Sua Palavra. Que temos feito a respeito? Estamos ainda em nossa zona de conforto?

Então, pense nisto.

domingo, 13 de junho de 2010

No país das vuvuzelas

A Copa do Mundo de Futebol 2010 na África do Sul começou nesta sexta feira, 11 de junho. Milhões de pessoas pelo mundo todo estarão durante 30 dias acompanhando a saga das 32 seleções e torcendo muito para que sua seleção seja a campeã. Pela primeira vez o torneio de futebol mais famoso do planeta será sediado no continente africano. À África do Sul coube o privilégio de ser a anfitriã, o país que é o mais rico e desenvolvido do continente.

Todavia, devemos refletir um pouco sobre esta jovem nação, que recentemente deixou para trás uma amarga experiência de segregação racial, o famigerado apartheid (palavra que significa separação em africâner, língua criada pelos colonizadores), e procura superar outros desafios também igualmente opressores assim como era o racismo de estado. A África do Sul, como dissemos, é o país mais rico do continente africano, sendo que detém o maior Produto Interno Bruto (PIB) dentre os outros 52 estados africanos. É o principal produtor mundial de ouro e um dos líderes na extração de diamantes. É muito importante também o turismo, tendo como grande atrativo, as reservas de animais selvagens.

É motivo de admiração mundial, a luta levada a cabo por Nelson Mandela, que ficou 28 anos encarcerado por liderar seus compatriotas negros numa campanha contra o governo da minoria branca racista. Eleito presidente em 1991, primeiro presidente negro da África do Sul (de maio de 1991 a junho de 2000), Mandela ganhou respeito internacional por sua luta em prol da reconciliação interna e externa. Alguns radicais ficaram desapontados com os rumos de seu governo, principalmente por causa da ineficácia do governo em conter a crise de disseminação da AIDS.

Segundo relatórios da ONU, a África do Sul é o país que tem o maior número de pessoas do mundo vivendo com o HIV. Cerca de 20% dos adultos estão infectados. O país tem milhares de crianças órfãs. É lamentável este estado de calamidade pública na saúde dos sul-africanos. O país que marcou a história da medicina ao realizar o primeiro transplante de coração, em 1967, tenta desesperadamente conter a doença. A AIDS atinge principalmente a população negra e pobre, e ameaça chacoalhar a economia do país. Em cada grupo de dez pessoas contaminadas no mundo no ano passado, uma era sul-africana. Segundo a revista Forum, edição on-line de 20/02/2008, no dia 5 de novembro de 2007, cerca de 3 mil pessoas protestavam na cidade de Upington, ao norte da Cidade do Cabo, na África do Sul. O alvo da ira dos manifestantes eram seis homens que haviam estuprado uma menina de apenas 9 meses de idade. Seria somente um crime bárbaro não fosse o fato motivador. Os criminosos acreditavam que mantendo relações sexuais com uma virgem estariam protegidos do vírus HIV, causador da Aids. Mas esse não é um caso isolado. Em Soweto, outra cidade sul-africana, o ifoli (estupro praticado por vários homens simultaneamente) se tornou algo comum. Temeroso de contrair a doença ou de já estar com ela, um rapaz chama seus amigos para violentar uma garota, que às vezes é a própria namorada. A menina geralmente sai dessa experiência grávida ou com o HIV. Graças a essa prática, a África do Sul tornou-se o país com maior índice de estupros do mundo.

Aliás, a questão da AIDS castiga as demais nações africanas, principalmente na África subsaariana. Países como Moçambique, Zimbábue, Uganda, Zâmbia, Botsuana, Nigéria, e outros, convivem com números elevados de pessoas contaminadas por este flagelo. A falta de estrutura médica, segundo a revista Forum, contribui para que a epidemia se alastre. Em Moçambique há pouco mais de 700 médicos para uma população acima de 18 milhões de habitantes, o que torna o atendimento hospitalar um luxo. "Apenas a elite consegue obter antivirais comprados na África do Sul", revela o virologista brasileiro Amílcar Tanuri. Só agora começa a se controlar parte do estoque dos bancos de sangue do país. O de Maputo, capital de Moçambique, possui 13% de seu estoque de sangue contaminado. "O pior de tudo é que o número de transfusões é alto, já que a malária acaba fazendo com que muitas pessoas tenham que receber sangue", explica o virologista.

Todas estas informações tem uma intenção: fazer com que cada crente em Jesus Cristo se conscientize da tragédia humana que se abate de forma massacrante sobre a maior parte não só dos sul-africanos, mas também sobre a maior parte da população negra africana. A pobreza da maior parte da população agrava sobremaneira qualquer doença que grasse entre as pessoas. A instabilidade política, a opressão sobre o povo, o número de campos de refugiados tem aumentado grandemente. Guerras entre facções rivais acontecem diuturnamente e parecem não ter fim.

O país das vuvuzelas, África do Sul, vive dias de alegria por causa do esporte. Mas é necessário que estejamos acautelados porque a mídia passa uma imagem que pode induzir a pensarmos que tudo vai bem, que apaziguadas as opressões do racismo, o que temos é uma população alegre, festeira (como nós, brasileiros) e por isso, e somente por isso, os problemas ficam fáceis de serem contornados. De forma alguma, este simplismo não pode ser parte de nossa mentalidade como servos de Jesus Cristo. A complexidade da pobreza, dos problemas de saúde e outros semelhantes, sabemos todos que é por causa do pecado, pelo fato de que muitos ainda não conhecem a Jesus Cristo como Único e Suficiente Salvador.

O apóstolo Tiago diz: A oração feita por um justo pode muito em seus efeitos” (Tg 5.16b). Devemos orar. Devemos interceder. E devemos mais ainda, devemos enviar missionários. A África como um todo, é um grandioso campo missionário. Alegramo-nos com o privilégio do povo sul-africano em receber a Copa do Mundo em seu país. Mas não devemos esquecer os graves problemas pelos quais tem passado, assim como os outros países deste belo continente. A Igreja não pode ser conformista, já tem feito mas ainda há muito ainda por fazer em prol da salvação de todos os africanos. Lembremo-nos de David Livingstone, por exemplo, que desenvolveu um glorioso ministério de missões entre as tribos africanas selvagens no século 19. Sua vida é um exemplo, neste tempo de relativo comodismo entre muitos cristãos.

Pense nisto.

terça-feira, 8 de junho de 2010

A filosofia do “deixa a vida me levar”

Existem muitas pessoas em nossos dias que vivem de uma maneira quase que totalmente irresponsável. Conforme os ventos sopram na árvore de sua existência, ela se deixa quedar ao sabor da brisa, passivamente indo conforme a direção determinada. Deixam-se levar por opiniões, tendências, modismos, influências, pensamentos e filosofias. A ideologia subrepticiamente repassada pela mídia, por exemplo, é de que o homem não deve oferecer resistência, seja de que tipo for. Sua atitude deverá ser de aceitação aos ditames do mundo atual. Se o homossexualismo, por exemplo, é uma opção sexual válida tanto quanto o heterossexualismo, como sobejamente propagam, então o indivíduo deve aceitar isto sem mais discussões. É deixar tudo como está, ou seja, se estão dizendo que é válido, então eu tenho mais é que aceitar, para que questionar algo que já está caindo no gosto popular, afinal não é assim, no caso da homossexualidade?

Outros vivem seus relacionamentos interpessoais com pouquíssimo senso de ética. A fidelidade decididamente está caindo em desuso. A mentira, em suas variadas roupagens, alcança níveis cada vez maiores de popularidade. E na classe política, exemplo que já se tornou tristemente “clássico” (com raríssimas exceções), configura-se como plenamente aceitável tanto quem corrompe como quem se deixa corromper. E a tendência é “deixar a vida nos levar”. Vamos vivendo, uma mentirinha aqui, uma tramóia ali, um negócio escuso acolá. Tudo é uma “festa”, regada com muitos $$$!

Não aceito os que dizem que estas lamentáveis inclinações entre os homens que não tem o temor de Deus em seus corações, ocorrem somente entre os brasileiros. Ocorre entre todo o gênero humano. Na Bíblia claramente vemos desde o princípio da história humana todas estas más inclinações. Está escrito: E viu o Senhor que a maldade do homem se multiplicara sobre a terra e que toda a imaginação dos pensamentos de seu coração era só má continuamente” (Gn 6.5). Desde a queda no Éden, os homens somos todos tendentes a “deixar a vida nos levar”, ou seja, vamos vivendo conforme nossas inclinações pecaminosas. Jesus mesmo em sua divina autoridade declarou: E dizia: O que sai do homem isso contamina o homem. Porque do interior do coração dos homens saem os maus pensamentos, os adultérios, as prostituições, os homicídios, os furtos, a avareza, as maldades, o engano, a dissolução, a inveja, a blasfêmia, a soberba, a loucura. Todos estes males procedem de dentro e contaminam o homem” (Mc 7.20-23).

É mesmo incrível o que pode fazer o ser humano quando leva uma vida conforme sua própria vontade, conforme seu bel-prazer. As aberrações que hoje querem nos fazer passar como normais, isto é, homossexualismo, aborto, generalização da violência e corrupção, tem tomado mentes e corações de forma crescente. Por meio do bombardeamento diário na mídia, tanto noticiários como programações outras tais como novelas, filmes, alguns desenhos animados, músicas, esportes, também podemos incluir determinados games, enfim, esta massa de informação e estimulação contínua tem um só objetivo, à luz da palavra profética da Bíblia: fazer com que o homem esteja em rebelião constante contra o Senhor e cada vez mais distante d’Ele.

O cantor Zeca Pagodinho dá forma musical para esta maneira de vida conforme o coração não-regenerado cantando assim: “Se a coisa não sai/Do jeito que eu quero/Também não me desespero/O negócio é deixar rolar/E aos trancos e barrancos/Lá vou eu!/E sou feliz e agradeço/Por tudo que Deus me deu...” De fato, ele acredita que “deixar rolar” e “aos trancos e barrancos” é a maneira simples de se viver. Nada de compromisso com a verdade, a verdade da Palavra de Deus. O Salmo 10.3 assim diz: Porque o ímpio gloria-se do desejo de sua alma; bendiz ao avarento, e renuncia ao Senhor.” Eles vivem desta maneira contrária à verdade e gloriam-se, procuram “não esquentar a cabeça”, afinal “deixam a vida os levar”. Temerariamente dizem que são felizes e ainda intentam agradecer “por tudo que Deus lhes deu.” Quanta presunção.

Mas não são assim os que são “guiados pelo Espírito de Deus” (Rm 8.14). Estes vivem conectados a realidades mui superiores (Cl 3.1-3). Trilham um caminho sobremodo estreito (Mt 7.13,14). Negam a si mesmos a cada dia, tomam sua cruz e seguem ao Senhor Jesus (Mc 8.34,35; Lc 14.26,27). Para estes, é inteiramente sem fundamento a filosofia do “deixa a vida me levar”, porque aprenderam que é Deus Quem deve conduzí-los ao porto seguro. Os que aderem aquela outra filosofia, estão inteiramente à deriva. Falta pouco para o barco de suas vidas fazer água e afundarem nas águas revoltas das ideologias enganosas do presente século. E é extremamente lamentável constatarmos que muitos irmãos, que estavam trilhando o caminho sobremodo excelente do Evangelho, deixaram-se vencer novamente por esta nefasta filosofia “zecapagodiniana” e fizeram como o companheiro do apóstolo Paulo, Demas (2 Tm 4.10).

Sejamos ativos em viver uma vida cristã frutífera. Ancorados na verdade bíblica, podemos superar o poder de atração que o mundo exerce em todos nós e frutificarmos para Deus. Não sejamos relapsos em viver desta maneira salutar, conforme a vontade de Deus. O apóstolo Pedro deixa-nos uma palavra preciosa neste sentido: Porque, se em vós houver e abundarem estas coisas, não vos deixarão ociosos nem estéreis no conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo” (2 Pe 1.8, leia por favor todo contexto).

Minha oração é para que cada vez mais o Evangelho seja não só pregado mas vivido em sua integralidade. Isto contribuirá para que muitos venham a entender que o estilo de vida por excelência, a verdadeira filosofia de vida, é aquela calcada inteiramente nos oráculos divinos.

Pense nisto.

sexta-feira, 4 de junho de 2010

A perigosa psicologia ocultista de Jung

O suíço Carl Gustav Jung (1875-1961), discípulo de Freud por algum tempo, foi o introdutor do esoterismo na Psicologia. Acreditava em uma dimensão transcendente da consciência humana procurando unir o intelecto à mente intuitiva. Assim como na doutrina ocultista, Jung acreditava que o ego humano é uma parcela da consciência universal. Daí o conceito de inconsciente coletivo, onde, segundo Jung, os homens possuem em seu interior as mesmas informações sobre as verdades universais.

Nesta crença, concluiu que o ser humano possui uma energia interior chamada de “libido” e que todos os fenômenos psíquicos são de natureza energética. Deduziu igualmente que o homem possui em seu psiquismo uma parte feminina denominada “anima”, e a mulher uma parte masculina denominada “animus”. Com isso, absorveu a crença da bipolaridade energética representada pelo símbolo oriental esotérico do Yin-Yang em sua pesquisa psicológica.

O ramo junguiano da Psicologia portanto, é caracterizado pelo misticismo e pelo ocultismo. Jung confessou que mantinha constantes diálogos noturnos com um espírito por nome Philemon. Em seu livro “Memória, Sonhos e Reflexões”, descreve que no ano de 1916, após anos de estudos, e também muitas fantasias e visões, chegara ao ponto máximo em sua pesquisa do sobrenatural. Os espíritos malignos perturbavam-no de contínuo, causando-lhe muitos terrores, ele mesmo escreve: “A casa toda (de Jung) se encheu como se tivesse uma multidão presente, abarrotada de espíritos. Eles estavam amontoados junto à porta, e o ar estava tão pesado que quase não se podia respirar. Quanto a mim, eu estava todo trêmulo, indagando: Pelo amor de Deus, o que está acontecendo?”

A prática contemporânea da psicoterapia e do aconselhamento, conforme Roger Hurding em seu livro A Árvore da Cura (Ed. Vida Nova) às vezes investiga áreas esotéricas que, na melhor das hipóteses, são débeis, e na pior delas, podem estar repletas de malignidade. Hurding cita o fato de que Jung, em uma bela tarde de domingo, teve a experiência de ouvir a campainha da porta da frente de sua residência soar freneticamente e ninguém encontrava-se lá. Jung influenciou a muitos com seus duvidosos conceitos. Denominou sua psicologia de Psicologia Analítica. Muitos cristãos, desavisados, assimilam com facilidade os conceitos da psicologia junguiana. São conceitos carregados de ocultismo e que se desviam em muito dos princípios salutares da Palavra de Deus.

O “inconsciente coletivo” tem sido definido como um “reservatório de imagens e forças psicológicas acumulado por toda a história e compartilhado por todas as pessoas”, segundo Douglas Groothuis. Na opinião de Jung, essas experiências são “as imagens primordiais que sempre foram a base do pensamento humano – a inteira casa do tesouro de motivos mitológicos”. O inconsciente coletivo, supostamente considerado “o infinito reservatório guardador de todos os mistérios da vida” na verdade é a sustentação da ideologia do Movimento da Nova Era para o processo de deificação da humanidade. É, em outras palavras, uma forma impessoal de Deus.

Os outros conceitos da psicologia junguiana como os arquétipos, por exemplo, são vistos como racionalizações psicológicas para demônios; os “tipos” psicológicos são determinadas características dentro de cada um de nós, segundo Jung, mas são ensinos que não têm nenhuma base bíblica. Ele promoveu todos os tipos de ocultismo, tais como, astrologia, alquimia, I-Ching, necromancia, visualização, interpretação de sonhos, imaginação ativa, yoga, meditação, etc. Por causa da ignorãncia, suas teorias e práticas são endossadas no meio cristão, como dissemos, e assim, mentiras demoníacas são rapidamente promovidas e encontram plena aceitação entre os discípulos de Cristo.

Richard Noll, professor de História da Ciência na Universidade de Harvard, um não-cristão, considerou em seu livro The Jung Cult que “as teorias psicológicas do coletivo inconsciente e arquétipos são essencialmente disfarces, com uma cobertura pseudo-científica para esconder as práticas do que era essencialmente um novo movimento religioso, no qual Jung ensinava as pessoas a receber visões em transe e a contatar diretamente ‘os deuses’ “. A tese de doutorado de Jung, publicada em 1902, foi embasada em sessões espíritas conduzidas por um primo de 13 anos, o qual ele colocava em estado de consciência alterada, por meio da hipnose, com o intuito de fazer contatos com antepassados falecidos.

Muito ainda poderíamos falar, mas o que aqui nos reportamos é para que possa o amado leitor entender que muitas vezes, práticas correntes na Igreja cristã, tem origem em conceitos pagãos e demoníacos. Sei que há muitos que, ignorantemente, utilizam-se de algumas dessas práticas julgando estar assim fazendo conforme preceitos da Bíblia. Mas é necessário que todo cristão exerça discernimento bíblico, com a preciosa ajuda do Espírito Santo e com uma salutar vida de oração, a fim de poder filtrar os ensinos aos quais é exposto constantemente. Não é nossa intenção esgotar o assunto, mas o pouco que apresentamos já servirá para maiores discernimentos da parte de você, amado discípulo de Jesus Cristo.

Lembremo-nos do que diz a Palavra de Deus: Mas o Espírito expressamente diz que nos últimos tempos apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrina de demônios” (1Tm 4.1). Jung era filho de um pastor protestante. Não tenho como julgar se ele verdadeiramente algum dia chegou a conhecer a Jesus Cristo, ou não. Mas mesmo assim quero usar o fato para que estejamos alertas porque estamos sim, em uma época de enganos, muitos ensinos estranhos têm assolado o rebanho de Cristo. Urge que pastores, obreiros e todos os cristãos possamos atentar ainda para as recomendações paulinas em Efésios 4.14: Para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em roda por todo o vento de doutrina, pelo engano dos homens que com astúcia enganam fraudulosamente”. E ainda Colossenses 2.8: Tende cuidado, para que ninguém vos faça presa sua, por meio de filosofias e vãs sutilezas, segundo a tradição dos homens, segundo os rudimentos do mundo, e não segundo Cristo.”

Existem muitos ensinos mentirosos que permeiam a Psicologia, alicerçados que estão em conceitos inteiramente contrários à Palavra de Deus. Creio que é possível alguém exercer a profissão de psicólogo em bases inteiramente bíblicas. Mas é necessário muito discernimento da parte de Deus, porque o exemplo da Psicologia junguiana é de que tem sido de efeito deletério para a Igreja cristã. Oportunamente poderemos abordar este assunto em outos posts.

Meu desejo é de que você pense bem em tudo o que acabou de ler. Não se deixe levar por qualquer ensino que possa receber em sua Igreja ou outro lugar. Permaneça em Cristo. Sempre. Amém.

terça-feira, 1 de junho de 2010

A Teologia não é complicada

Não, definitivamente a Teologia não é complicada. Não pode ser complicada porque estamos lidando com matéria de importância crucial para todos que professam fé em Jesus Cristo. Se o Senhor Deus resolveu revelar-se ao homem por meio das Sagradas Escrituras do Antigo e Novo Testamento, porque haveria de ser difícil o entendimento, visto que é revelação? Se fosse complicado, não seria revelação, mas sim ocultação. Por isso, Ele inspirou Moisés a escrever assim: As coisas encobertas pertencem ao Senhor nosso Deus, porém as reveladas nos pertencem a nós e a nossos filhos para sempre, para que cumpramos todas as palavras desta lei” (Dt 29.29). Nosso trabalho consiste em interpretar corretamente as palavras reveladas de Deus. Existem dificuldades sim, mas não é algo obscuro ou complicado.

Porque abordamos este tema? Porque ainda existem muitos cristãos que infelizmente torcem o nariz para o estudo da Teologia! Que ainda dizem que a Teologia é coisa de crente mundano. Que quem estuda Teologia é frio na fé. Quanta tolice, irmãos. Os que assim falam geralmente não são apegados à leitura, quer seja da Bíblia ou de qualquer outro livro. Confundem aquilo que deveria ser altamente exaltado por todos. O ministério de Nosso Senhor Jesus Cristo, por exemplo, não consistiu de um apelo sentimentalóide, fazendo as pessoas chorarem através de uma pregação puramente sentimental. De forma alguma. A palavra pregada por Jesus Cristo era uma palavra racional. Ele evangelizava e pregava, persuadindo seus ouvintes através de uma pregação, obviamente ungida, mas que levava-os a uma profunda reflexão. Veja o caso das parábolas. Uma série de histórias, muito bem apresentadas e com uma lógica irresistível. Definitivamente, a pregação do Senhor Jesus não era uma pregação emocionalista.

Ele citou inúmeras vezes a Torá, as Sagradas Escrituras do AT, e isto de maneira tão simples mas ao mesmo tempo tão profunda que os fariseus não tinham como contradizer-lhe. No Salmo 45, Davi profeticamente refere-se ao Senhor Jesus desta maneira: O meu coração ferve com palavras boas, falo do que tenho feito no tocante ao Rei. A minha língua é a pena de um destro escritor. Tu és mais formoso do que os filhos dos homens; a graça se derramou em teus lábios; por isso Deus te abençoou para sempre” (vs 1,2). Defendemos a tese de que o estudo sistemático da Teologia cristã de forma alguma nos fará formalistas ou secularizados, muito pelo contrário. Se Jesus como Filho de Deus, foi homem pleno e um típico judeu, como de fato o foi, certamente Ele procurou estudar a Torá como todo homem judeu fazia em sua infância e juventude. Assim, deveremos como seus seguidores, porfiar em estudar com afinco como certamente o fez Jesus. É possível que meu amigo leitor pense de que por ser Deus, Jesus não teria estudado as Escrituras. Ledo engano, pois todos do sexo masculino assim o faziam. A diferença é que Ele não estudou em escolas rabínicas e também, é lógico, pelo fato de que Ele não era um simples homem.

É mister que deixemos de lado todo este pensamento retrógrado de não estudar Teologia. Se alguém não deseja frequentar um instituto bíblico, ou seminário, ou ainda, uma faculdade de Teologia, tudo bem, Deus não nos deixou mandamento explícito quanto a isto. Porém, deve lembrar que a Bíblia foi-nos outorgada para ser crida e estudada. E neste estudo, estaremos sim, fazendo Teologia. Todo cristão é um potencial teólogo. Fazemos teologia quando refletimos a Palavra de Deus. Poderá não ser de forma organizada, sistematicamente estudando as doutrinas cardeais da fé cristã, mas é sim, teologia.

Entendamos as palavras de Pedro em sua segunda epístola 3.18. Ali ele fala de graça e conhecimento sendo que a graça refere-se à vida de oração e consagração pessoal, a manifestação dos dons do Espírito Santo, por exemplo. O conhecimento é a leitura, a meditação nas Santas Escrituras, a fim de compreender as doutrinas cardeais de nossa fé, os assuntos de que a Bíblia trata (Deus, o homem, o pecado, a salvação, e outros). O texto de Pedro fala de que devemos crescer em graça e em conhecimento de Jesus Cristo. Portanto, Teologia não pode ser complicada, porque estaremos tratando de coisas cruciais, fundamentais para a vida de qualquer que esteja na condição de discípulo de Jesus. Pedro ainda cita nos versos 15 a 17 de pessoas que já no seu tempo distorciam as Escrituras que Paulo escreveu sob a inspiração do Espírito Santo, assim como o próprio Pedro. Aprendemos aqui a ter o devido cuidado neste estudo da Bíblia para que estejamos sob a inteira égide do Espírito Santo porque poderemos sim também incorrer no mesmo erro.

Jamais Deus nos revelaria algo que se mostrasse complicado, confuso, emaranhado. Nosso Deus é sábio e Sua revelação para nós é perfeitamente pertinente. Ele é um Deus que se deixa e se deixou conhecer por meio das Sagradas Escrituras e, maiormente por Jesus Cristo. Tenhamos a devida prudência, portanto em estudar Sua Palavra para termos, isto sim, uma vida descomplicada. Somos complicados por causa do pecado e se lermos e nos aplicarmos ao estudo bíblico, refletirmos, fazermos teologia, portanto, estaremos fazendo a vontade divina, crescendo a cada dia em Jesus Cristo, com a ajuda do Espírito Santo.

Pense nisso.