sexta-feira, 26 de novembro de 2010

A bela e eficaz ação do Estado: Respira Rio!


Parabéns! É o mínimo que devemos pronunciar com relação à ação dos governos do Estado do Rio de Janeiro e do Governo Federal no sentido de reagir à onda de violência que vem tornando cada vez mais caótica a vida na cidade do Rio de Janeiro. Os traficantes resolveram partir para uma ação de intimidação, queimando veículos nas ruas e com isso as autoridades constituídas não deixaram por menos e partiram para uma acertada reação.

Todo o efetivo das polícias Militar e Civil foi colocado em prontidão e contam com a preciosa ajuda das polícias Federal e Rodoviária Federal além da Marinha e Aeronáutica, por meio dos blindados do Corpo de Fuzileiros Navais e helicópteros da Aeronáutica e também do Exército para conter a sanha dos meliantes. Nas ações que foram a efeito, o BOPE (Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar) que coordenava a linha de frente contra os marginais, conseguiram com a ajuda dos blindados dos FN, tomar a Vila Cruzeiro no bairro da Penha no Rio de Janeiro e puseram em fuga centenas de "soldados" do tráfico que bandearam para as favelas do Complexo do Alemão. O comandante da Polícia Militar do Rio de Janeiro garantiu em entrevista que vai atrás de todos eles e outro oficial disse que agora da Vila Cruzeiro a Polícia Militar não saíra mais.

Como alguém natural do estado do Rio de Janeiro, mas já há alguns anos morando fora da cidade, sei muito bem sobre a apreensão e medo dos moradores nos bairros cariocas. Gostei muito da ação do Estado, uma verdadeira operação de guerra, à altura das barbaridades cometidas pelos traficantes que consideram as favelas territórios particulares e que devem sentir a partir de agora a pesada mão do Estado para desentocá-los de seus redutos. Em entrevista, o presidente Lula disse que não é possível que 99% da população constituída de gente trabalhadora e que quer viver em paz, seja perturbada por 1% de gente que quer viver na marginalidade.

Certamente a esmagadora maioria dos cariocas procura trabalhar com afinco, ganhado o pão de cada dia com suor e dedicação. Muitos, espremidos em trens lotados, em ônibus e metrô, correm atrás de seu sustento com toda dignidade apesar das dificuldades da cidade grande e populosa. Mas, infelizmente, há uma parcela mínima de pessoas que vivem à margem da sociedade e acham que levam vantagem em comercializar drogas e em atormentar a vida de seus concidadãos com atos de violência de todo tipo.

Segundo se apurou, a violência que marcou a vida da cidade nesta semana se deve a ordens dos chefes do tráfico que estão em presídios de segurança máxima fora do estado do Rio e que teriam mandado executar a ordem de atacar veículos ateando fogo aos mesmos para insuflar um clima de medo e apreensão na população e de tentar pressionar as autoridades constituídas.

Mas o que estamos vendo é uma ação bem orquestrada com o emprego dos meios lícitos para reprimir aos bandidos. A tomada das favelas representa tirar desses elementos marginais o seu território. Feito isso, eles ficam desarticulados e desorganizados. É neste momento que a ação deve ser ainda mais intensificada e pelo que se tem percebido, é precisamente esta a direção que as autoridades por meios das forças militares devem seguir: continuar pressionando e avançando sobre os traficantes para conquistar-lhes os territóritos que pretensamente julgam ser seus.

Como ex-militar, só tenho que elogiar o que estou assistindo. Os homens da Polícia Militar, em especial do BOPE não mediram esforços para reconquistar a Vila Cruzeiro. Um coronel, com 27 anos de serviços prestados à corporação, disse que desde sempre a Vila Cruzeiro esteve sob domínio dos traficantes. Era uma questão de honra portanto, a conquista daquele lugar das mãos dos meliantes, não por uma mero desejo de conquista, de vingança contra os marginais, mas em nome da população de bem que vive naquela comunidade. Para todos as pessoas dessa região e de outras na cidade, é um alívio quando a polícia age com correção e consegue livrá-los da opressão dos traficantes e bandidos.

Embora esteja elogiando estas ações, devemos lembrar que o Estado em parte é o responsável por este estado de coisas. O Estado do Rio de Janeiro teve muitos governos, que reputo como desgovernos, no sentido de deixar de fazer-se presente nestes locais de favelas com infraestrutura, saneamento básico, áreas de lazer, policiamento ostensivo durante 24 horas, creches, escolas e saúde de qualidade, enfim, tudo que pudesse e devesse ser feito para que a cidadania fosse exercida em sua plenitude. Logicamente, mesmo com tudo isso, poderiam haver ocorrências policiais, infração da lei, crimes enfim. Mas não chegaríamos ao estado em que se encontrava a Vila Cruzeiro por exemplo, totalmente entregue aos traficantes. Foi ali, de triste memória, o local em que foi assassinado o jornalista da Rede Globo de Televisão, Tim Lopes, que investigava as denúncias de que os traficantes promoviam bailes funk e abusavam sexualmente de meninas menores de idade. Tim foi morto em 2002, pelos bandidos que o torturaram impiedosamente e o executaram na parte mais alta da favela.

Agora, necessário se faz o uso de todo este aparato bélico para conter e reprimir os traficantes que usam armas de guerra de grosso calibre. Para se ter uma ideia disto, o FAL - sigla do fuzil automático leve, exclusiva das forças armadas, é uma das armas utilizadas pelos soldados do tráfico e que tem grande potência. Este fuzil pode disparar 700 tiros por minuto, com a velocidade do projétil a 840 metros por segundo e um alcance de 3.800 metros. Além desta arma, outras não menos potentes estão nas mãos destes elementos que não hesitam em utilizá-las. Por isso é que a ação das forças militares deve ser precedida de cuidadoso planejamento a fim de preservarem a sua integridade física e dos civis.

Gosto sempre de relembrar que, toda ação das forças militares do Estado, deverá estar rigorosamente respaldada na lei. Até porque, a lei maior que é a lei de Deus, prevê que as autoridades poderiam usar a força se isso fosse necessário. Na Epístola aos Romanos cap. 13 versos 1 a 7, claro está o fato de serem instrumentos de Deus para porem ordem na sociedade e punirem o mal. Gostaria de citar na íntegra conforme a versão de Almeida Séc. 21:

"Todos devem sujeitar-se às autoridades do governo, pois não há autoridade que não venha de Deus, e as que existem foram ordenadas por ele. Por isso, quem recusa sujeitar-se à autoridade opõe-se à ordem de Deus, e os que fazem isso trarão condenação sobre si mesmos. Porque os governadores não são motivo de temor para os que fazem o bem, mas sim para os que fazem o mal. Não queres temer a autoridade? Faze o bem e receberás o louvor dela. Porque ela é serva de Deus para o teu bem. Mas, se fizeres o mal, teme, pois não é sem razão que ela traz a espada, pois é serva de Deus e agente de punição de ira contra quem pratica o mal. Por isso é necessário sujeitar-se a ela,não somente por causa da ira, mas também por causa da consciência. Por essa razão também pagais imposto; porque eles são servos de Deus, para atenderem a isso. Dai a cada um o que lhe é devido: a quem tributo, tributo; a quem imposto, imposto; a quem temor, temor; a quem honra, honra."

Portanto, penso que nós como servos de Cristo, deveremos apoiar a ação do Estado mediante esta palavra em Romanos, até o ponto em que eles não transgridam a própria lei do Senhor. Quando uma autoridade comete injustiças já não estará mais se colocando como serva de Deus, conforme escreveu o apóstolo Paulo no verso 4, mas se igualará aqueles que se propõem a combater, os que vivem na marginalidade. As polícias e demais forças militares envolvidas nesta mega-operação sempre deverão ter uma postura de lisura. Se necessário for durante a operação neutralizar um meliante, matando-o, que seja no estrito cumprimento do dever legal, ou seja, para defender a própria vida ou de terceiros.

Por fim, intercedamos ao Senhor de toda a terra pela cidade do Rio de Janeiro. Este estado de coisas creio que já durou mais do que devia. Realmente é hora do basta. Que as autoridades constituídas por meio de suas forças de segurança, assumam plenamente uma posição de força fazendo com que a legalidade seja plenamente restaurada nessas regiões infestadas de bandidos. Que eles sejam capturados vivos, julgados, condenados e recebam penas exemplares. Que este seja o alvo cogitado por todos os envolvidos nestas ações. E tudo isto não somente por causa da Copa do Mundo em 2014 ou das Olimpíadas em 2016, mas porque o estado de ordem e de direito deve ser restabelecido. Isto é a vontade do próprio Deus conforme o texto de Romanos 13 deixa bem delineado para todos nós.

Convido todos a pensarem sobre isso.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Trânsito que mata e que aleija, o que fazer?

Não dá para olhar esta imagem e deixar de pensar na verdadeira calamidade que ocorre todos os dias nas estradas do Brasil. Neste caso, foi um acidente ocorrido na manhã de hoje, 22 de novembro, na estrada que liga Sorocaba a Itu interior de São Paulo onde o veículo da foto chocou-se frontalmente com outro causando a morte de seus dois ocupantes, um casal.

Preste bem atenção nestes números:

* 42.000 pessoas morrem por ano vítimas de acidente de trânsito no Brasil.

* 24.000 pessoas morrem em razão de acidentes nas estradas.

* 13.000 morrem no local do acidente e 11.000 são feridos graves que morrem posteriormente.

Ocorrem pelo menos 723 acidentes por dia nas rodovias pavimentadas brasileiras. Média de 30 por hora ou 1 a cada 2 minutos.

65 pessoas morrem por dia em virtude de acidentes nas estradas.

A cada 40 minutos uma pessoa morre num acidente nas rodovias e 411 pessoas ficam feridas por dia em acidentes nas estradas. Destas pelo menos 30 morrem em decorrência dos ferimentos.

A cada hora 17 pessoas ficam feridas em acidentes nas estradas.

Caso todas as vítimas de acidentes fossem colocadas deitadas no asfalto, teríamos praticamente uma pessoa por quilômetro de rodovia pavimentada, sendo um ferido a cada 1.100 metros e um morto a cada 7 km.

Estas estatísticas foram retiradas do site www.estradas.com.br no link SOS Estradas. E são dados que se constituem em números aproximados porque acredito que o número de vítimas pode ser maior. Irresponsabilidade ao volante, cansaço, veículos sem a manutenção devida (freio gasto, pneus carecas), estradas em péssimas condições, enfim, são todos fatores que combinam-se para este verdadeiro morticínio que acontece todos os dias.

Necessário é que cada condutor de veículos neste imenso país, onde o transporte de pessoas e mercadorias é feito em sua imensa maioria por veículos automotores, leve muito a sério sua atividade. O veículo automotor pode ser uma arma de altíssima letalidade e de fato assim tem sido diante das estatísticas que tomamos conhecimento a pouco.

Acidentes não acontecem por "acaso", por obra do "destino" ou por "azar". Quando acontecem, sempre se constatará falha humana ou mecânica. Acreditamos piamente que, na imensa maioria das vezes, os acidentes aconteceram devido a fatores puramente humanos. Estima-se que 10 bilhões de reais sejam despendidos todos os anos pelos prejuízos dos acidentes. Dinheiro esse que poderia ser utilizado de outra forma para beneficiar aos brasileiros.

Há riscos e perigos que todos nós estamos sujeitos no trânsito e estão relacionados com os veículos, os condutores, as vias de trânsito, o ambiente e o comportamento das pessoas.

Os veículos deveriam passar por manutenções periódicas e preventivas porque todos nós sabemos que os sistemas e componentes de um veículo se desgastam devido o uso. Fazendo isso, o proprietário do veículo gera economia e estará evitando acidentes de trânsito.

Os condutores devem evitar o desgaste físico relacionado à maneira inadequada de sentar e dirigir. Isto aumenta a segurança para todos. Importante também citar que o uso do álcool, drogas e não dormir ou dormir mal faz com que diminua a concentração e os reflexos do condutor. Celulares, rádios e outros mecanismos também contribuem para o déficit de atenção.

As vias de trânsito. Todo motorista deve estar atento à velocidade permitida nas vias, muita atenção com curvas, aclives e declives, ultrapassagens (ítem importantíssimo, sua observância indevida já causou muitos acidentes com mortos e feridos), estreitamentos de pista, acostamentos, atenção também às condições da pista de rolamento, como buracos, elevações, inclinações ou alterações do tipo de piso que podem desestabilizar o veículo e provocar perda do controle do mesmo. Trechos escorregadios, sinalização, calçadas ou passeios públicos (que são espaços do pedestre), árvores e/ou vegetação e cruzamento entre vias, são ítens que todo condutor responsável deve bem atentar.

O ambiente. Sabe-se que as condições climáticas podem afetar a segurança no trânsito. Esteja atento a estas condições para que seja garantida sua segurança e dos demais usuários da via: 1- Chuva; 2- Aquaplanagem; 3- Cerração ou neblina (sob neblina use luz baixa do farol e reduza a velocidade) ; 4- Vento; 5- Fumaça proveniente de queimadas; 6- Condição de luz.

Amigos, estas são orientações gerais contidas na apostila de Direção Defensiva do DENATRAN que você pode baixar da Internet para maiores detalhes.

Preocupa-nos a todos este assunto a qual de uma forma ou de outra estamos envolvidos: Segurança no trânsito. Traz para nós o senso de responsabilidade e de dever que todos, condutores e pedestres, devem ser possuidores.

Na Bíblia há uma passagem no livro do profeta Naum que fala sobre os carros de guerra de Nínive, capital da Assíria, que estavam sendo utilizados para defender a cidade da invasão de Babilônia, mas que fielmente descrevem exatamente o que acontece nos dias de hoje em nossas ruas e estradas: "Os carros correrão furiosamente nas ruas, colidirão um contra o outro nos largos caminhos; o seu aspecto será como o de tochas, correrão como relâmpagos" (2.4).

Palavra profética essa que acabamos de ler. Acaso não é esta a situação de hoje? Os carros são perigosamente velozes e colidem entre si, exatamente por causa do amor às altas velocidades que muitos condutores imprudentemente demonstram.

Mais do que qualquer outra pessoa, o cristão deve aplicar no trânsito os princípios salutares da Palavra de Deus. Virtudes como longanimidade, bondade, mansidão, domínio próprio, tolerância aplicadas ao condutor cristão, farão com que este segmento importante e crucial de nossas vidas seja mais humanizado. Seja mais cristocentrado, podemos assim dizer.

Muitos crentes tem se utilizado de simplismos e afirmado que tudo o que acontece de ruim no trânsito é ocasionado pelo diabo. Cremos que Satanás e os demônios influenciam os homens para que pratiquem o mal que já está em seus próprios corações (Mt 15.19,20; Mc 7.20-23). Mas, é fugir da responsabilidade pessoal dizer que é o diabo que pura e simplesmente tem feito todo estrago nas vidas das pessoas. É o homem em seu estado caído, homem pecador que vive para satisfazer seus prazeres baixos, egoístas e carnais que é o grande autor da carnificina diária que assistimos.

Sejamos, como autênticos filhos de Deus, exemplos de boa postura no trânsito. Aqui também podemos firmemente dar um bom testemunho de Jesus Cristo que é Senhor sobre todas as coisas.

Pense nisso.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

O cristão pode contribuir para o bem deste mundo?

Se alguém é um autêntico seguidor de Jesus Cristo não só pode como deverá assim proceder como expressão de sua fé no Salvador. A variedade e complexidade dos problemas humanos é amplamente conhecida. Para todos esses problemas, o Evangelho se apresenta como a resposta divina a um mundo que foi tremendamente afetado pelo pecado. Evangelho este vivido e praticado em sua integridade, com plena autenticidade por homens e mulheres salvos, regenerados, justificados, santificados, ou seja, retirados da atmosfera perversa deste presente século com seu modus vivendi contrário a Deus e enviados agora, comissionados pelo próprio Senhor que os salvou (Jo 17.18) para anunciarem entre seus semelhantes a glória do Evangelho que é restaurador em sua natureza.

O mundo clama pela luz do Evangelho. O mundo anseia pela manifestação dos filhos de Deus (Rm 8.19). Jesus claramente disse que nós, seus discípulos, somos sal da terra e luz do mundo (Mt 5.13,14). Satanás e os demônios atuam na atmosfera espiritual deste século. Não estão, todavia ,fora do controle do Senhor. Mas, segundo a mesma Palavra de Deus, as potestades do mal agem continuamente em franca oposição aos propósitos divinos desde o começo do mundo (Gn 3). Mas Jesus Cristo arrancou o ferrão do Maligno e é só uma questão de tempo para que se cumpra a sentença lavrada contra o Inimigo e todas as hostes espirituais da maldade (Ap 20.10).

Enquanto isto não acontece o Evangelho autêntico e integral por meio da pregação e vivência da Igreja continuará a fazer a sua extraordinária obra nas mentes e corações dos homens. Não há em todo o Universo outra mensagem ou outro poder que possa suscitar a transformação da raça humana. Esta mudança operada em homens e mulheres é o princípio fundamental para inverter ou subverter a atual ordem vigente. Acredito que, se este Evangelho, esta abençoada mensagem estivesse sendo vivenciada em sua integralidade desde seus primórdios, desde a fundação da Igreja no Dia de Pentecoste (At 2), o Senhor Jesus já teria então voltado para a consumação de todas as coisas.

Vivemos hoje então a realidade do “já” e do “ainda não”. Pessoas transformadas pelo Evangelho e vivendo-o em sua integralidade contribuem para o bem do mundo. Abençoando vidas em todo lugar. Sendo imitadores de Deus ao viver de forma abençoada e abençoadora (Ef 5.1,2). Esta é a gloriosa dimensão do “já”, da presença benfazeja do Evangelho no mundo através de vidas transformadas. Entretanto, deveremos igualmente considerar e refletir sobre a realidade do “ainda não”. Da presença sombria do mal no mundo. Da realidade da ação demoníaca. Das malfazejas ações de homens caídos em seus delitos e pecados (Ef 2.1-3). As duas realidades se sobrepõem. Se encontram. E por isso, inevitáveis conflitos ocorrerão. A luz do Evangelho permeando as trevas espirituais do presente século!

O Nazismo poderia não ter surgido ou não ter assumido o poder na Alemanha caso o Evangelho pregado e, mais ainda, vivenciado pela Igreja neste país fosse biblicamente plausível. Stalin na Rússia, ou, o Comunismo como um todo, talvez não tivesse exposto sua medonha face, que causou a morte de milhões, se a Igreja Ortodoxa Russa vivesse em conformidade com o Evangelho autenticamente bíblico. O tráfico negreiro poderia não ter ocorrido, com toda sua trágica conta de milhões de seres humanos mortos ou sujeitos às mais abjetas condições de vida e sofrimentos, caso aqueles que, dizendo-se “cristãos” tivessem de fato sido expostos ao verdadeiro Evangelho e consequentemente tivessem suas existências transformadas segundo à imagem de Cristo.

Jesus viveu entre nós como servo (Fp 2.5-8). Ele veio para servir aos seres humanos, entregando ao final sua própria vida como preço de resgate. E é nesse espírito de serviço conforme At 10.38: “Como Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e com virtude; o qual andou fazendo bem, e curando a todos os oprimidos do diabo, porque Deus era com ele”, que todo cristão autêntico deverá viver. A única forma de trazer o bem como antídoto ao mal que há no mundo será por meio de vidas verdadeiramente transformadas pelo poder do Evangelho de Cristo.

Lamentamos entretanto o atual estado da Igreja em nossa época. A Igreja enquanto instituição humana é falível. Tristemente falível. A Igreja enquanto organismo vivo, como verdadeiro Corpo de Cristo que transcende o famigerado denominacionalismo, faz e fará uma obra admirável. Cada verdadeiro cristão de per si é a expressão da vontade de Deus no mundo e para o mundo.

O crente pode de fato contribuir para o bem deste mundo? Depende. De que? De que viva autenticamente o Evangelho em sua integralidade. Somente desta forma sua vida e suas ações se constituirão numa barreira para o avanço do mal. Este não será extinto do mundo somente pela pregação e vivência autêntica de fé. A Bíblia não declara que o mundo inteiro será convertido à fé em Cristo (Mt 24.14; 2Ts 3.2). Mas, reiteradamente as Escrituras afiançam a capacidade e o poder do Evangelho para a mudança do coração humano (Rm 1.16). E, sendo assim, se verificará os benefícios que daí advirão não só para a própria pessoa como para os que estão em derredor.

Em alto e bom som proclamemos a mensagem do Evangelho. Que faça-se soar a trombeta da anunciação desta mensagem, um som que seja plenamente audível a todos (1Co 14.8). O mal sempre será vencido pelo bem. A luz prevalecerá sempre contra as trevas. E em sua gloriosa missão, o cristão e a Igreja por extensão, estarão fazendo o mesmo trabalho de que se ocupou João Batista: De preparar o caminho do Senhor, de anunciar suas veredas, clamando do deserto espiritual que é este mundo presente (Is 40.3; Mt 3.1-3; 1Jo 5.19).

É nesta plena certeza que conclamo você para que, como servo de Cristo, contribua para o bem porque fomos chamados para abençoar, para bendizer, para que, por herança, alcançemos a benção (1Pe 3.9). E também: “Porque é melhor que padeçais fazendo bem (se a vontade de Deus assim o quer), do que fazendo mal” (1Pe 3.17).

Portanto, pense nisso.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

A causa de Deus e as causas dos homens


Conheço cristãos que têm um zelo quase religioso por causas de âmbito inteiramente humano. Esses irmãos possuem uma militância guerreira pelas causas que abraçam. Nada contra aqueles que dedicam-se principalmente às causas que concernem a beneficiar o conjunto da população, por exemplo, todavia, o que nos causa espécie é que muitos destes seguidores de Cristo, no que concerne ao Evangelho não demontram a mesma abnegação.

A causa de Deus, ou seja, a anunciação da mensagem do Evangelho visando a salvação dos homens, precisa de anunciadores ou comunicadores dedicados. Usando a terminologia bíblica, devem as testemunhas de Jesus Cristo ter um notável zelo para fazer com que Seu Nome seja conhecido em todo lugar e a todo tempo.

O desejo do coração de Deus é de que todos O conheçam. Conforme diz o escritor aos Hebreus: “E não ensinará cada um a seu próximo, nem cada um a seu irmão, dizendo: Conhece o Senhor; Porque todos me conhecerão, desde o menor deles até ao maior” (Hb 8.11). Para tanto, ele determinou que todos que Lhe servem sejam portavozes da mensagem libertadora do Evangelho. Todos que O servem deverão espalhar as Boas Novas por onde estiverem: “Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações”; “E disse-lhes: Ide por todo mundo, pregai o evangelho a toda criatura”; “….e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém, como em toda a Judéia e Samaria, e até aos confins da terra” (Mt 28.19; Mc 16.15; At 1.8b).

A dedicação, o esforço, a preparação, o zelo, o tempo utilizado, enfim, são todos fatores que devem ser ponderados pelos servos de Deus. A causa é urgente. E também nobilíssima. Não pode ser atrasada. E muito menos trocada por coisas de somenos importância. Quando contemplo alguém que se diz servo de Cristo, e que dedica-se com exclusividade e aguerrida militância a causas outras e não empenha-se da mesma forma pela causa de Cristo, fico a perguntar: Será que este irmão entendeu a urgência do chamado de Deus em sua vida? E quando falo de chamado de Deus, não estou absolutamente falando de que seja o típico chamado missionário, ou seja, de ir para terras longínquas para apregoar ali o Evangelho. Mas falo de um sentido missional em todo o nosso viver.

Deveremos viver de tal forma que tudo o que fizermos, seja em âmbito pessoal ou público, esteja convergindo para a causa sublime e suprema do Evangelho. A salvação do ser humano é o mais importante assunto, o mais crucial. Não pode ser tratado como negócio inferior. Não deve ser colocado como algo secundário o qual trataremos se tivermos tempo. Todo aquele que serve a Jesus foi escolhido por Ele e nomeado para que vá e dê fruto (Jo 15.16). Fomos chamados para uma santa vocação (2Tm 1.9). A causa de Deus é nossa prioridade. Se é prioridade para o Senhor, deverá ser para nós também. O apóstolo Paulo disse: “Ninguém que milita se embaraça com negócios desta vida, a fim de agradar àquele que o alistou para a guerra” (2 Tm 2.4).

Os negócios temporais muitas vezes conspiram contra a causa bendita do Evangelho de Cristo. Cristãos que são extremamente zelosos de coisas desta vida e de forma correspondente não se interessam pelos negócios de Deus conspiram contra a causa de maior importãncia que levou à cruz o próprio Filho de Deus. O Reino de Deus deve ser nossa prioridade. Quer estejamos trabalhando em tempo integral na propagação do Evangelho, quer sejamos profissionais em alguma área ou empresários, todos os cristãos devem obedecer ao mandato supremo de ganhar almas para Cristo.

O profeta Isaías respondeu afirmativamente a este chamado divino. Lemos em Is 6.8: “Depois disto ouvi a voz do Senhor que dizia: A quem enviarei, e quem há de ir por nós? Então disse eu: Eis-me aqui, envia-me a mim.” Após ter contemplado a glória do Senhor, o profeta temeu por causa de seu pecado, recebeu em seguida a purificação do Senhor, e foi compungido em seu coração a atender o apelo, o chamado que Deus lhe fazia.

Todos nós também tivemos a experiência que Isaías teve. Somos confrontados com a santidade absoluta do Senhor como o profeta foi, passamos então a entender nossa miserabilidade, nossa perdição, nossa pecaminosidade. Quando isto acontece, quando reconhecemos que somos pecadores e cremos na obra consumada na cruz por Jesus Cristo, somos então purificados pelo Seu sangue precioso e em seguida estaremos sendo comissionados, tanto quanto Isaías foi, para sermos testemunhas de Seu Nome.

Nada desta vida se compara a esta comissão. A causa de Deus é de uma grandeza tal que incorreremos em sérios prejuízos espirituais se negligenciarmos Seu chamado para nós.

Faça da causa de Deus, a anunciação do Evangelho, sua missão de tempo integral. Mesmo que nunca você vá para terras de além mar, todavia, compreenda que em qualquer coisa que esteja envolvido, como servo de Deus, você e eu temos a sagrada e solene responsabilidade de viver para a causa do Reino. De forma completamente integral. Não menospreze a causa de Deus. Não se iluda com o brilho das coisas deste mundo. O mundo e sua aparência logo passarão. Suas ilusões tornar-se-ão coisas do passado. Como ficarão aqueles que, dizendo-se servos de Deus, viveram aqui como se tudo isto fosse para sempre permanecer? Que deram mais valor às causas humanas, posto que transitórias e que não deveriam ser objeto de tanta deferência?

Meus irmãos, pensemos todos juntos nisto.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

A prática religiosa salva o ser humano?

Não. Nenhuma prática de religiosidade têm poder para salvar o homem do pecado. Pode ser qualquer tipo de religião: Budismo, Hinduísmo, Islamismo, Judaísmo, Confucionismo, Taoísmo, Sikhismo, Zoroastrismo, Xintoísmo, Jainismo, Fé Bahai, Religiões tribais, Cristianismo e qualquer outra espécie de "ismo". Mas, o Cristianismo? Sim, em suas três vertentes principais, Católicos, Ortodoxos e Protestantes. Não pode salvar o ser humano. Não tem poder de transformar o vil pecador. Sim meus amados, até mesmo a prática religiosa evangélica não salvará o homem. E é sobre essa que quero mais detidamente refletir.

Há muitos crentes em Jesus que pensam que por manter o status quo de sua denominação, por andarem conforme os "sagrados" estatutos e normas de sua igreja em particular, estão com isso agradando a Deus e cumprindo Sua vontade. Há muitos que nesse tipo de procedimento, menosprezam seus irmãos de outras denominações visto que pensam e andam diferentemente deles. Sua igreja ou denominação sacramentou no decorrer de muitos anos, sua forma peculiar de ser e proceder, ou seja, sua "marca registrada", sua orientação de como os crentes devem se portar, se vestir, deixar de fazer isto ou aquiloutro. Seus líderes ensinaram desde os primórdios a maneira "santa" de viver, o jeito "crentês" de ser. E corroboraram seus ensinamentos com as Escrituras Sagradas, julgando que é assim, daquele jeito, que o crente deve se comportar. E o mais grave: Para esses denodados irmãos, a salvação depende de guardar as "leis" da denominação, senão não entra no céu!

Se você que está lendo estas linhas e conhece um pouco a Igreja no Brasil, sabe que tem razão de ser estas palavras. Sabe que a prática religiosa de muitos deles equivale, para eles, em ser salvo, em estar dentro da vontade de Deus. Constituem-se estes amados irmãos em um grande multidão em nosso país. São pouquíssimos dentre eles que conseguem pensar, que conseguem discernir e articular as Santas Escrituras podendo assim compreender de que nem tudo que é pregado nos púlpitos corresponde verdadeiramente à Palavra de Deus.

Perde com isso o Evangelho em sua essência. Os anos têm passado e muitas denominações evangélicas no Brasil procuram viver num conservantismo quase que totalmente hermético. Seus interesses são de fazer com que os sucessores dos mandatários atuais das igrejas ou de suas convenções preparem e promovam outros que sejam à sua imagem e semelhança para que permaneça em evidência sempre "a tradição dos anciãos" (Mt 15.2). Não atinam que com essa ignóbil atitude, estupidificam a mensagem do Evangelho, posto que exaltam suas tradições peculiares em detrimento da real mensagem divina. E alçam a prática religiosa evangélica como salvadora e transformadora do ser humano.

Não posso aceitar tal inverdade. O Evangelho é graça de Deus. É o convite divino para que todo ser humano gratuitamente aceite a oferta da salvação. Na continuidade de sua vida de fé, esta graça ficará ainda mais evidenciada, porque ele estará sendo lapidado pelo Espírito Santo. O apóstolo Paulo escrevendo aos filipenses deixou isto bem evidente: "Tendo por certo isto mesmo, que aquele que em vós começou a boa obra a aperfeiçoará até ao dia de Jesus Cristo" (Fp 1.6). Deus operou o princípio da graça na salvação do pecador, e, uma vez salvo, continua seu agir para que este seja completamente transformado segundo à imagem se seu próprio Filho (Rm 8.29).

Rituais, liturgias, chavões, estilos musicais, indumentárias, tudo isto, até determinado limite, têm seu devido lugar e valor. Entendo que as denominações evangélicas, como as pessoas, possuem seus estilos próprios, sua forma peculiar de ser e agir. O problema é que, como já sobejamente sabido por todos nós, estas coisas tomam e têm tomado o lugar do autêntico Evangelho. É necessário que o discernimento seja constante entre os pastores. Os líderes devem ser os primeiros a zelar pela pregação autêntica da Palavra de Deus. Devem ensinar ao povo todo o conselho de Deus (At 20.27). Deve o povo de Deus ser autenticamente discipulado, visto que muitos no começo de sua vida cristã, adquirem maus hábitos e são desvirtuados de uma prática salutar de verdadeira vida em Cristo.

Mas, mesmo que não hajam líderes desta estirpe, que discernem com acuidade a autêntica vivência da fé da religiosidade estéril, o próprio cristão, visto ter em sua vida a unção, que é o próprio Espírito Santo (1 Jo 2.20,27), deverá sempre, escolher a verdade da Palavra de Deus em oposição à tradição dos antigos que sacramentam uma prática religiosa que está fadada ao fracasso e que Deus jamais ordenou em tempo algum. É arrasadora a declaração do Senhor Jesus em Mc 7.6-9: "E ele, respondendo, disse-lhes: Bem profetizou Isaías acerca de vós, hipócritas, como está escrito: Este povo honra-me com os lábios, mas o seu coração está longe de mim; em vão porém me honram, ensinando doutrinas que são mandamentos de homens. Porque deixando o mandamento de Deus, retendes a tradição dos homens; como lavar dos jarros e dos copos; e fazeis muitas outras coisas semelhantes a estas. E dizia-lhes: Bem invalidais o mandamento de Deus para guardades a vossa tradição."

Se aos judeus de seus dias de ministério terreno Ele pronunciou esta dura e necessária reprimenda, que dizer então sobre a Igreja o qual Ele comprou com Seu próprio sangue? Que deturpa o Evangelho como foi pregado pelo Senhor e pelos apóstolos e ainda acham que Deus está dando Seu aval. Não podemos aceitar isto de forma alguma.

A prática religiosa salva o ser humano? Decididamente, não. Prática religiosa evangélica poderá então salvar? Muito menos. Visto que, o Evangelho é a mensagem da graça de Deus e "...é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê" (Rm 1.16), é totalmente diferente do "evangelho" que está sendo vivido e apregoado por tantos.

Uma reflexão necessária deve ser feita agora por todos nós. É aquela de 2 Co 13.5: "Examinai-vos a vós mesmos, se permaneceis na fé; provai-vos a vós mesmos. Ou não sabeis quanto a vós mesmos, que Jesus Cristo está em vós? Se não é que já estais reprovados."

"Se não é que já estais reprovados." Palavra dura mas muito necessária em dias onde o Evangelho está sendo adulterado avassaladoramente.

Que todos nós possamos agora mesmo avaliar nossa vida de fé cristã. É mesmo conforme a vontade de Deus? Ou não passa de mera religiosidade, de mero tradicionalismo denominacional?

Pensemos juntamente nisto.


quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Deus, Mistério, Majestade e Glória

Nosso grande Deus a quem servimos, resolveu revelar-Se a Si mesmo por meio das Escrituras do Antigo e Novo Testamento e maiormente por intermédio do Verbo, Jesus Cristo. Tudo o que podemos saber sobre o Senhor Deus, está revelado, está escrito na Bíblia. Esta revelação é denominada de proposicional. E, pessoalmente, Ele veio até nós, revelando-se diretamente na Pessoa de Seu Filho.

As palavras humanas foram o veículo usado por Deus para se dar a conhecer em um nível compreensível a todos os homens. O homem pode agora utilizar suas faculdades mentais e tomar conhecimento da revelação escrita de seu Criador. Se Deus não houvesse decidido por esta revelação, nenhuma criatura humana conheceria a Pessoa por excelência. Deus falou através de instrumentos humanos, os profetas, que por sua vez registravam as elocuções divinas em forma de palavras, processo esse supervisionado também pelo Senhor, para que então todos tivessem acesso aos Seus oráculos. Portanto, o Deus que resolveu se revelar e a Quem servimos, é perfeitamente cognoscível.

Mas o fato de dar-se a conhecer por intermédio das Escrituras, aos seres humanos que criara esgota o conhecimento de Seu ser? Não. Isto porque existe uma dimensão em Deus que nos é oculta. Porque isto é assim? Porque o Infinito não pode ser alcançado e compreendido plenamente pelo finito. Porque criatura nenhuma em toda a vasta extensão do Reino de Deus, quer sejam anjos, querubins, serafins, homens, demônios, pode compreender perfeitamente aquele que é Inefável. O mistério sobre sua Pessoa é um fato a qual todos devemos aceitar. Sabemos que, segundo Sua Palavra, o que Deus resolveu revelar a nós está bem delineado conforme o texto conhecido de Dt 29.29: “As coisas encobertas pertencem ao Senhor nosso Deus, porém as reveladas nos pertencem a nós e a nossos filhos para sempre, para que cumpramos todas as palavras desta lei.” Por coisas encobertas podemos entender aquilo que Ele resolveu, decidiu, em Sua Soberana vontade, ocultar-nos. As reveladas, referem-se ao conteúdo proposicional da Bíblia Sagrada. Aos 66 livros dos dois testamentos que perfeitamente trazem o selo da inspiração divina e expressam com magnitude a Sua boa, agradável e perfeita vontade (Rm 12.2).

Inquestionavelmente declara a Revelação escrita de Deus sobre um Ser que é Um. Sua unidade, sua exclusividade: “Eu sou o SENHOR, e não há outro; fora de mim não há Deus”; “Para que se saiba desde o nascente do sol, e desde o poente, que fora de mim não há outro; eu sou o SENHOR, e não há outro”; “Pois não há outro Deus senão eu; Deus justo e Salvador não há além de mim. Olhai para mim, e sereis salvos, vós, todos os termos da terra; porque eu sou Deus, e não outro” (Is 45.5a,6; 21b,22). Mas declara de igual forma a mesma Revelação de um Deus que subsiste em Três Pessoas: O Pai, o Filho e o Espírito Santo. Toda a amplitude da Revelação divina dá testemunho cabal das triunidade de Deus.

Isto é complexo. É de difícil alcançe para a mente humana. Incompreensível. Foge aos pressupostos da lógica. É neste ponto que muitos abandonam a fé cristã, por não suportarem o desafio de aceitar a doutrina de Deus como referendada na Bíblia, e outros que permanecem numa zona obscura, doutrinariamente falando, porque aceitam a unidade de Deus somente no sentido absoluto que o termo hebraico yachid traz (como vertido no Sl 133.1). Entretanto, existe outro termo para único ou unidade, que é echad (visto em Dt 6.4). Com este termo, a inspiração do Espírito de Deus nos faz saber que há uma notável pluralidade na unidade. Fica a indagação: Como compreender plenamente isso? Como entender que Deus é Um mas também é Três Pessoas?

Amigos e irmãos, é isto que a doutrina bíblica sobre Deus nos ensina nas Escrituras. Isso é revelação de Deus para nós. Ainda que compreensivelmente não possamos aquilatar plenamente, todavia, é o que está registrado nos oráculos divinos. É este Mistério sobre a Pessoa Divina que precisamente constitui sua Majestade e Glória. Ele é um Ser totalmente distinto do restante de Sua criação. Ele é o Totalmente Outro, como assinalou Karl Barth. Totalmente separado em Sua infinitude e atributos incomunicáveis (Onipotência, Onisciência, Onipresença). Ele paira gloriosa e majestosamente fora e acima de Seu universo criado. Mas também de uma maneira que não podemos compreender, Ele está junto conosco: “Porque assim diz o Alto e o Sublime, que habita na eternidade, e cujo nome é Santo: Num alto e santo lugar habito; como também com o contrito e abatido de espírito, para vivificar o espírito dos abatidos, e para vivificar o coração dos contritos” (Is 57.15). Isto comprova a própria palavra do profeta Isaías (7.14) referendada em Mt 1.23, que refere-se ao Salvador, o Senhor Jesus Cristo: ”Eis que a virgem conceberá, e dará à luz um filho, e chamá-lo-ão pelo nome de EMANUEL, que traduzido é: Deus conosco.”

Alegramo-nos sobremaneira pela forma como a Palavra de Deus foi preservada, tendo chegado até aos nossos dias. Pela maneira zelosa de Deus em cuidar para que no decorrer dos séculos, Seus oráculos estivessem preservados de forma escrita e disponíveis aos homens. Mas a compreensão cristã de Deus poderá empobrecer-se ao tentarmos racionalizar o que sabemos sobre Ele. A visão é de um Deus que criou todas as coisas. De um Deus do qual vemos Sua glória refletida nas maravilhas do mundo natural. Um Deus redentor, cuja bondade e amor pelo ser humano são vistos na amorável Pessoa de Jesus Cristo. Um Deus presente nas vidas daqueles que vivem e crêem n’Ele, na Pessoa do Espírito Santo. O Mistério, a Majestade e a Glória de Deus. Qual a atitude diante de tal grandeza?

Reverência. Como não ter outra atitude diante d’Aquele que é Supremo e Absoluto? Não é medo, o paralisante e castrador medo. Ao contrário, a Pessoa de Deus nos leva à alegria. Abrimos nosso coração e nossa mente ao Ser que em Sua excelência e perfeição cativa-nos de tal forma que até mesmo aquilo que d’Ele não conseguirmos compreender, nos admiramos, e encurvamos nossas frontes em profunda adoração, reconhecendo a Majestade e a Glória de tal Mistério.

Paulo, de forma admirável, traduziu esta rendição ao Ser Inefável por excelência: “Ó profundidade das riquezas, tanto da sabedoria, como da ciência de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis os seus caminhos! Porque, quem compreendeu a mente do Senhor? Ou quem foi seu conselheiro? Ou quem lhe deu primeiro a ele, para que lhe seja recompensado? Porque dele, e por ele, e para ele, são todas as coisas; glória, pois, a ele eternamente. Amém” Rm 11.33-36).

Esperamos confiantes o dia em que Jesus Cristo, Deus Filho, se manifestar pela segunda e derradeira vez a este mundo. O plano de Deus para redenção do ser humano encontrará sua plenitude neste glorioso dia. E passaremos então a estar eternamente em sua Presença. Mas, mesmo em Sua eterna companhia, ainda por toda eternidade, em eras que tombarão sobre eras, não conseguiremos compreender plenamente a grandeza de nosso Deus. Seu Mistério, Sua Majestade e Sua Glória permanecerão: “Desde a antiguidade fundaste a terra, e os céus são obra das tuas mãos. Eles perecerão, mas tu permanecerás; todos eles se envelhecerão como um vestido; como roupa os mudarás, e ficarão mudados. PORÉM TU ÉS O MESMO, E OS TEUS ANOS NUNCA TERÃO FIM” (Sl 102.25-27).

Escolha agora dobrar os seus joelhos em adoração ao Eterno.

Pense nisto!

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

The day after in Brazil

Como será acordar pela manhã sabendo que, o que ardentemente desejou que não se realizasse no dia anterior, justamente agora se concretizou? Quais seriam nossas reações? Como ficaria nosso ânimo? Quais as expectativas relacionadas ao fato indesejado? E o que fazer doravante dentro da nova realidade não-desejada?

Creio que isto é o que perpassa as mentes e corações de todos os que neste país não votaram em Dilma Rousseff. Amanhecemos neste primeiro de novembro, creio, meditativos em relação à sua vitória sobre José Serra. Dilma conseguiu superar toda oposição em torno de seu nome. Inclusive dentro do próprio PT. Rejeição talvez pelo fato de ser uma mulher (e isto é preconceito), de nunca ter participado de uma eleição (igualmente, um outro preconceito), de ter sido em seu passado uma terrorista (a meu ver, mais outro preconceito, porque as pessoas podem mudar). Pessoalmente não votei nela (e em Serra também não) porque, como crente em Jesus Cristo, como um cristão comprometido com os valores do Reino de Deus, não poderia dar o meu voto para candidatos que fossem a favor da união civil dos homossexuais e igualmente pela descriminalização do aborto (muito embora no segundo turno ela tenha mudado de opinião em relação a este último tema, por causa do voto dos evangélicos e sabemos que isto configurou uma conveniência e não uma decisão movida por convicção pessoal).

Dilma Rousseff é a presidente eleita do Brasil. Ponto. A primeira mulher no país a ser eleita presidente da República. Isto agora é fato. Vamos reconhecer e nos adequar a esta nova realidade.

É inegável meus amigos os progressos alavancados pelo PT nos oito anos de governo Lula. O Bolsa-Família, o Luz Para Todos, o Programa Minha Casa, Minha Vida, o Programa Universidade Para Todos (minha filha mais velha é bolsista deste programa e cursa Administração de Empresas), as obras de saneamento e drenagem do PAC, realmente impactaram a vida da população e resultaram também no fortalecimento do mercado interno além da estabilidade econômica. Não sou insensato para não reconhecer este conjunto de políticas públicas, principalmente para os mais despossuídos, os mais necessitados. Sem querer deter-me nos aspectos negativos do governo petista, concernente à corrupção por exemplo, devo sim reconhecer as contribuições positivas deste governo para o nosso país.

Dilma certamente dará continuidade aquilo que deu certo no governo Lula. O que ela fará de iniciativa pessoal? Ainda é um tanto incógnito. Não se consegue ainda vislumbrar no horizonte. Até porque, e isto vejo de forma negativa contra ela, alterou seu discurso no tocante ao aborto. Esta conveniência, como já nos reportamos, é algo que deixa a todos nós cristãos apreensivos. Ela declarou publicamente também que é contra a alguns dos postulados do PNDH-3, como a censura à imprensa. Aliás, o perfil que demonstrou na campanha é de que seguirá os postulados da democracia social e não se curvará ao anacronismo marxista radical que é minoritário no PT. Porém, será que ela conseguirá conter, como Lula conseguiu, o ímpeto dos radicais que desejam uma ruptura revolucionária com a democracia, a economia de mercado, a liberdade de expressão? É notório que o Brasil é detentor de instituições democráticas saudáveis. Se Dilma permanecer nos trilhos destas instituições, terá toda a chance de fazer um bom governo.

Reitero que sou um cristão comprometido inteiramente com a Bíblia, a eterna Palavra de Deus. Portanto, em obediência a essa Palavra, posto que expressão exata da vontade de Deus, deverei orar pela nossa presidente. Deverei interceder por ela mesmo que defenda práticas contrárias à vontade divina. Devo crer no que diz Pv 21.1: “Como ribeiros de águas assim é o coração do rei na mão do Senhor, que o inclina a todo o seu querer.”

A campanha eleitoral passou. Hoje é o dia seguinte, o dia que se segue a tudo o que foi falado sobre Dilma, inclusive da parte deste escriba. Se cometi injustiça, lamento e peço perdão ao Senhor. Permanece porém o senso crítico. Um saudável discernimento mediado pela Palavra de Deus, é o que deve nos ponderar sempre. Lembremo-nos irmãos sempre o respeito de devemos às autoridades constituídas. Não sejamos maldizentes. Veja o que aprendemos sobre isso com o apóstolo Paulo em Atos 23.4,5.

Lembremo-nos sempre de que fomos chamados para abençoar e não amaldiçoar. Acredito que muito o que foi falado sobre Dilma Rousseff na campanha presidencial era verdade. Mas também houveram sem dúvida alguma muitos comentários maliciosos e irresponsáveis. Devemos vigiar e devemos orar para que, como cristãos, não incorramos nestes erros, que na verdade são pecado diante do Senhor. Estas coisas não nos convém.

Agora temos de dar um voto de confiança para a nossa nova mandatária. E veremos então, a partir de primeiro de janeiro de 2011, se tudo o que foi falado de mal a respeito dela era realmente verdade, ou, se todos nós fomos vítimas e reféns de uma central de boatos instalada para realmente denegrir a imagem da candidata do PT e do presidente Lula.

Quero recordar de duas passagens bíblicas fundamentais para entendermos este novo momento em que vivemos. Paulo aos Romanos 13.1 a 7, e 1 Timóteo 2.1,2 que transcrevo na íntegra: “Antes de tudo, exorto que se façam súplicas, orações, intercessões e ações de graças por todos os homens, pelos reis e por todos os que exercem autoridade, para que tenhamos uma vida tranquila e serena, em toda piedade e honestidade.” Vamos orar. Exerçamos nosso sacerdócio intercessório. Creiamos na intervenção divina de que Ele é soberanamente poderoso para intervir e fazer com que leis ímpias e anti-vida como o aborto sejam aprovadas (Dilma governará com a maioria dos parlamentares no Congresso a seu favor).

Você tanto como eu somos sal da terra e luz do mundo como Jesus Cristo disse (Mt 5.13,14). Podemos influenciar sim a vida deste país não só em nosso sacerdócio intercessório, como também vivendo de acordo com as ordenanças do Evangelho. Cumpramos adequadamente a nossa missão para o qual Deus nos chama, enquanto filhos d’Ele e súditos de Seu Reino. Resplandeça plenamente nossa luz diante dos homens. Oremos pela paz e pelo ordenamento democrático no Brasil. Oremos também para que não hajam retrocessos nesta democracia e nem extremismos de qualquer tipo. Oremos para que Dilma Rousseff, nossa presidente, faça um governo justo, democrático e equilibrado. Eu creio que isto é possível. Porque Deus é Soberano e porque nós, o Seu povo, poderemos nos colocar na brecha a favor desta terra. Você crê nisto?

A Igreja precisa continuar sua missão de anunciar o Evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo. É a única mensagem que salva o homem, transformando sua vida plenamente. Que tenhamos paz em nossa nação portanto, para cumprirmos cabalmente o ide de Jesus. Oremos pelo novo governo desta terra de Santa Cruz enquanto anunciamos o Evangelho que salva pela fé n’Aquele que foi morto por todos nós em uma rude cruz.

Cristão e brasileiro, pense nisto!